Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 19
Chegamos ao hotel


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem novamente. Aposto que o fim do capítulo vai roubar alguns suspiros de vocês!

Boa leitura...



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Assim que o avião pousou, nós fomos para o aeroporto. O lugar estava bem mais cheio do que o de New Jersey, mas estava tão ocupada olhando em todas as direções que nem notei aquilo logo de cara.

Apolo pegou nossas malas e foi comigo até a parte principal do aeroporto. Ares nos seguiu com a sua única mala de ombro. Quando chegamos ao centro do lugar, vimos que Afrodite estava nos esperando.

- Olá, amores! – Exclamou ela sorrindo para nós – Fizeram boa viagem? Ah! Era você que eu queroia ver!

Ela abriu os braços como se estivesse pronta para dar um abraço, e Ares deu um passo a frente com um sorriso no rosto. Mas esse sorriso desapareceu ao ver Afrodite passar direto por ele e abraçar a mim.

- Ahm... Oi. – Disse sem graça. Ares me fuzilou com um olhar de raiva, mas eu fingi que não vi.

- Di immortales. Tem tantos lugares que você precisa conhecer, e... Tipo assim, você vai amar! – Disse ela com um sorriso animado. Afrodite estalou os dedos e virou-se para Ares – As minhas malas estão ali, amor.

- Agora você fala comigo... – Resmungou Ares revirando os olhos. Afrodite arqueou uma sobrancelha para ele, e com esse simples movimento Ares assentiu – Eu já vou pegar, querida.

Tive vontade de rir, mas se eu fizesse isso tinha certeza de que me arrependeria mais tarde. Já estávamos em Paris, o que queria dizer que o nosso acordo estava valendo. Mas se Ares não lembrava disso, porque eu o lembraria? Sh! Deixa quieto.

Afrodite nos levou para um tipo de limusine do lado de fora do aeroporto. Nós entramos e ela nos levou direto para um hotel de aparência luxuosa.

- Wow. É aqui que vamos ficar? – Perguntou Apolo olhando impressionado pela janela. Se ele que era um Deus estava impressionado, imagina eu que estava em Paris pela primeira vez na vida?

Meu queixo caiu quando vi que o hotel era realmente muito luxuoso. Era gigante, e na entrada tinha um tapete vermelho no chão. Assim que saímos do carro, dois carregadores de malas se ofereceram (leia-se praticamente nos obrigaram a aceitar a oferta) á levar as nossas bagagens.

Afrodite só sorria naturalmente e entrava no hotel. Acho que para ela era fácil, até porque... Ela era a Deusa da beleza. Ninguém ia barrá-la de lugar nenhum nunca. Não enquanto ela estivesse com suas roupas de marca, seus saltos altos estilosos, sua maquiagem e com seu carisma cativante. Pode apostar... Ela nunca estava sem algum item desses.

O sagão do hotel era a sala dos tronos do Olimpo multiplicada por 3. Um lustre gigante pendia no teto, enquanto o ambiente era decorado como se fosse um salão daqueles de bailes de máscaras. Era um prédio alto e largo, e provavelmente devia ocupar quase um quarteirão inteiro.

Escadas de mármore cinza levavam até vários andares acima, mas no meio delas tinha um elevador, de aspecto antigo, mas lindo. Subimos nele e fomos até o andar 12. Sim. Esse era o último andar do prédio.

Bem, tirando a cobertura, já que esse não contava como andar. Quando as portas do elevador se abriram nós saímos, e os carregadores também. Afordite apontou para o dois quartos diferentes.

- Aquele vai ser o seu, Ares. – Disse ela apontando para o quarto á direita do corredor – Eu vou passar nele depois para me certificar que você está... Confortável.

Ares sorriu torto para ela e assentiu.

- Já que insiste. – Comentou ele em um tom de voz sussurante. Apolo revirou os olhos, mas eu podia ver que estava escrito na sua testa “Ainda bem que ele vai estar ocupado”.

- Alice... Seu quarto vai ser aquele ali. Logo na frente. – Disse ela apontando para o da esquerda. Eu assenti, mas Apolo franziu o cenho.

- Ei! Mas e o meu? – Perguntou ele em um tom triste, como se tivese acabado de ser esquecido por não ter importância nenhuma. Afrodite olhou para Apolo e sorriu maliciosamente, mas é claro... Só eu notei isso.

- Opa. Acho que esqueci de você. Mas acho que não tem problema, não é? O quarto da Alice tem dois cômodos. Vocês dois podem ficar juntos. – Disse ela encolhendo os ombros.

- Por mim tudo bem. – Disse Apolo sorrindo também.

- Pode falar. Você fez isso de propósito, não é? – Falei cruzando os braços. Afrodite deu um sorriso inocente, mas aquilo não me enganava. Eu sabia como ela podia ser má quando queria.

- Não foi não. – Respondeu ela ainda sorrindo, mas eu continuei olhando incrédula para ela. Afrodite revirou os olhos – Ok. Ok. Toma a chave do seu quarto Apolo. É logo do lado do da Alice. Feliz agora?

- Sim. – Respondi.

- Não. – Respondeu Apolo decepcionado – Mas... Tudo bem. Eu fico no quarto do lado. Me dá a chave.

Apolo pegou a chave. Quarto 121. O meu era o 123. O de Ares era o 122. Nós entramos em nossos respectivos quartos, e desfizemos as malas. A vista do meu quarto era linda, mas isso não era a única coisa imprecionante.

O quarto era praticamente um apartamento. Tinha um espaço de cozinha, mas era arrumada de modo moderno. Tinha uma sala com TV enorme, e uma lareira. Tinha um banheiro perfeito com uma hidromassagem. Chuveiro com milhares de opções e shampoos importados. Se bem que ali nada era importado, já que era da própria França.

O meu quarto era magnífico. Tinha uma cama de casal que ficaria só para mim. Ela era macia, provavelmente de molas. Vários travesseiros estavam espalhados pela cabeiceira.

Sem ligar para ajeitar malas, simplesmente me joguei lá. Sorri feliz ao sentir meu corpo todo relaxar. Era como se eu estivesse tendo finalmente um pouco de paz. No Holly Lake, eu tinha que brigar pela cama com Ares, mas mesmo quando ganhava, ele me acordava cedo e geralmente me jogando no chão.

Ali não. Não teria nada disso, já que o quarto era só meu. Respirei fundo e abri os olhos devagar. Tinha que trocar de roupa. Eu me levantei e fui até as malas, mas assim que abri uma a procura de um pijama, vi que elas estavam vazia.

- Elas já estão arrumadas no closet, querida. – Disse Afrodite na porta do quarto. Eu dei um leve pulo de susto, mas depois assenti.

- Certo... Vou pegar uma roupa para dormir. – Disse. Afrodite ficou falando que eu teria uma grande variedade de opções e eu franzi o cenho. Assim que abri a porta do armário, pude ver as milhares de roupas que ela tinha comprado, mais umas mil.

O closet era o tamanho do meu quarto em Jersey, o que era impressionante. Para aquela gente eu morava em um closet. Uou.

- Ok. Eu só preciso de uma roupa quentinha. Tipo um moletom, já que vai fazer frio e tudo mais. – Afrodite riu, me fazendo parar de falar.

- Moletom? Você acha mesmo que eu deixaria você usar isso? - Perguntou  ela achando a ideia impossível e ridícula. Afrodite negou com a cabeça, em um tipo de tom de repreensão e foi até o closet. Ela apontou para uma parte só com camisolas, a maioria de seda – Pode escolher uma.

- Isso não chegar nem na metade da minha perna. Eu vou morrer de frio. – Comentou olhando as camisolas super curtas, e algumas até transparentes.

- Esquece. Nada de moletom. E se Apolo vier te fazer uma visitinha? Você acha que ele ia gostar de te ver com um moletom, ou com uma dessas? – Perguntou ela apontando para as camisolas. Meu rosto provavelmente ficou vermelho ao imaginar a possibilidade de Apolo me ver usando aquilo – Viu? Agora você entende.

- Afrodite, ele não vem aqui. – Disse com certa insegurança. Como podia confirmar que não?

- Aham. – Concordou ela facilmente, o que mostrava claramente que ela não acreditava naquilo de jeito nenhum – Você deve estar cansada da viagem. Bem... Eu só vim te mostrar o guarda-roupa. Vou... Ver o Ares agora. Tenha uma boa noite, querida.

- É... Você também. – Falei sem vontade, mas ela foi embora sem nem notar isso. Olhei novamente para as camisolas e escolhi a que parecia mais quetinha (se é que tinha uma assim). Ela tinha um decote em V com um laço no fim dele. Era verde e ia até metade da perna. Ótimo... Era melhor do que as outras pelo menos.

Assim que cheguei no quarto novamento e fechei a porta do closet, eu me abaixei para pegar os meus sapatos que estavam no chão, para poder guardá-los no closet junto com o resto das roupas.

Mas assim que me abaixei...

- A vista de Paris não é linda? – Perguntou Apolo. Olhei para a porta do quarto e notei que ele tinha dito isso olhando para mim. Meu rosto ficou um pouco vermelho, porque aquela era uma das camisolas que Afrodite separara para mim e ele estava me vendo com ela! Ainda bem que não era transparente. – Desculpe. Não queria atrapalhar. Pode pegar o seu sapato. Eu fico quietinho aqui.

- Aposto que fica. – Comentei revirando os olhos. Apolo chegou perto de mim e pôs suas mãos na minha cintura. Olhei em seus olhos imaginando o que ele faria a seguir – Foi ideia da Afrodite, ok? Eu não escolhi isso porque eu quis.

- Imaginei. Acho que você escolheria um moletom, certo? – Adivinhou ele. Eu ri por ele ter acertado e assenti. Apolo olhou para os cantos como se quisesse ver se tinha alguém por perto, e então me beijou.

Passei minhas mãos pela sua nuca, e Apolo me beijou com mais vontade ainda. Suas mãos exploravam o meu corpo, mas eu tentava desviar as vezes. Quando ele se tocou que eu precisava respirar, se afastou alguns centímetros e sorriu para mim.

- Eu... Depois de te ver assim eu estava quase mudando de ideia, mas... – Apolo estava recuperando o fôlego. Ele se afastou de mim e tirou a camisa. Meus olhos ficaram presos em seu abdomen super bem definido, e não pude deixar de imaginar como seria a sensação de passar a mão ali.

- Apolo... – Murmurei sem saber o que falar. Ele sorriu para mim e piscou o olho direito. Com um movimento rápido, jogou a camisa para mim. Eu a segurei sem entender. O que ele faria? Tiraria o resto da roupa?!

- Fica com ela enquanto está quente. – Disse ele. Olhei para a camisa sem entender. Era grande demais para mim. Era uma camisa comum com gola redonda e com o desenho de notas musicais – Você não vai querer dormir com isso, não é?

Ele estava me dando a camisa dele com pijama para eu não ter que usar as camisolas de Afrodite. Sorri para ele e nós dois acabamos rindo um pouco.

- Obrigada. – Disse para ele.

- Pode ficar com ela. Mas... – Apolo sorriu mais uma vez – Com uma condição.

- Que condição? – Perguntei.

- Eu fico aqui enquanto você troca de roupa. – Disse ele sentando-se na cama – Depois eu vou embora, prometo.

Meu rosto ficou um pouco vermelho, mas resolvi brincar com ele.

- Ei, eu não gostei disso. Vou contar para o meu pai quais são as suas intenções ao me ajudar. – Disse fingindo estar séria. Apolo fez uma careta para mim e eu ri. Virei-me de costas para ele. Não tinha jeito. A camisa de Apolo seria melhor do que aquela camisola.

Apolo queria me ver, enquanto trocava de roupa, só que eu fui mais esperta que ele. Tirei somente as alças da camisola, e vesti a camisa a tempo do pijama cair no chão. Olhei para Apolo com um sorriso triunfante, e ele fez uma cara de desapontado.

- Aaaah! Isso não é justo! – Exclamou ele. Fiz uma careta para ele, e Apolo revirou os olhos.

- Prometeu que ia embora quando eu trocasse de roupa. Agora... Boa noite, Apolo. – Disse rindo dele.

- Ah, vamos! Ares e Afrodite já devem estar se divertindo. Será que você e eu não podemos...? – Eu o interrompi quando neguei com a cabeça.

- Deixa eu descansar na minha primeira noite em Paris. – Disse colocando as roupas no closet. Apolo me seguiu, e assim que entrou lá me abraçou por trás. Suas mãos deslizaram por debaixo da camisa pela minha perna e eu senti um arrepio.

- Por favor. – Pediu ele no meu ouvido – Só um pouquinho.

- Já teve o seu pouquinho por hoje. – Respondi tentando não agarrá-lo também. Empurrei Apolo para trás e ele saiu do closet. Eu fechei as portas atrás de mim e apontei para a porta do quarto – Você prometeu.

Ele revirou os olhos. Parecia uma criança que dizia “Ah, por favor, mãe! Eu quero comer a sobremesa agora!”. Eu ri da sua cara, mas lhe dei um beijo de boa noite. Apolo sorriu ao sentir meus lábios se separando dos dele.

- Ok. Eu espero. Tem sempre um amanhã. – Disse ele e saiu do quarto. Estava pronta para me jogar na cama, quando ele apareceu na porta do quarto – Mas só para constar, eu estou no quarto do lado. Se quiser aparecer lá, fique a vontade.

- Saí! – Exclamei rindo. Ele riu também.

- Boa noite, Alice. – Disse ele sorrindo. Apolo fechou a porta do meu quarto e pude ouvir que ele saiu do mini apartamento.

Joguei-me na cama cansada demais para fazer qualquer coisa. Tinha um sorriso feliz no rosto quando apaguei a luz e me deitei para dormir. Os cobertores quentes e macios me deixavam ainda mais confortável. As janelas estavam fechadas, até com as cortinas, o que me deixou mais relaxa.

Não teria que levantar para fechá-las, pelo menos. Mas mesmo que tivesse, meu corpo era incapaz daquilo.

Fechei os olhos com um sorriso ao imaginar como seria tomar um banho naquela banheira de hidromassagem. Ah... Divino.

Eu caí no sono rapidamente, e o último pensamento que tive foi de que Paris era a cidade do amor. Acho que deve ter sido por causa disso que eu acabei sonhando com... Ah, você vai ver.

Lá estava eu, com mais ou menos 13 anos. Estava correndo apressada pela calçada, indo em direção á uma casa. Ela ficava logo na frente da minha.

Bati á porta com o punho fechado e esperei. Um garoto abriu a porta, e eu sorri. Ele retribuiu o sorriso para mim. Cabelos castanhos bagunçados, olhos escuros, sorriso engraçado... Era o mesmo garoto que me salvara de uma expulsão.

- Feliz Natal. – Disse para ele com um sorriso tímido – Vamos apostar uma corrida até a loja de doces?

- Feliz Natal para você também. – Riu ele ao ouvir a minha pergunta apressada – E eu já estou na metade do caminho.

Ele saiu correndo na minha frente, mas eu consegui ultrapassá-lo sem problemas. Quando nós compramos alguns doces e saímos da loja, nos sentamos em um banco de madeira que tinha na rua.

- Seus pais sabem que você está aqui? – Perguntou ele.

- Não. – Respondi – Mas eles não precisam saber. Vou voltar antes que notem.

- Você sempre faz isso. É tão engraçado. – Disse ele rindo. Nós comemos minhocas de gelatina e fizemos caretas um para o outro. Em um certo momento eu coloquei a minha mão no banco, e ele colocou a dele encima da minha sem querer. Nós nos olhamos com os rostos vermelhos. Ele respirou fundo como sempre fazia quando estava nervoso.

 - Sabe... Acho que nós somos namorados. – Disse ele rindo e desviando o olhar. Perguntei porque ele achava isso, e ele me respondeu – Porque você é a única garota que fala comigo.

- Eu sou a única pessoa que fala com você. – Corrigi rindo, mas eu também estava sem graça. Ele olhou para mim de soslaio e sorriu.

- Acho você bonita. – Disse ele. Eu sorri de volta.

- Obrigada. – Respondi.

- Também acho que eu sou o único. – Comentou ele dando de ombros. Dei um soco no braço dele e ele riu – É brincadeira! Há Há! – Ele olhou para mim, colocando a mão no bolso. De lá ele tirou uma flor pequena e um pouco amassada – É para você. Acho que as garotas gostam quando elas ficam inteiras, mas...

- Está ótima. – Sorri pegando a flor de sua mão e colocando atrás da orelha. Ele ia falar alguma coisa, mas eu o beijei na bochecha. Ele colocou a mão sobre a bochecha com o rosto um pouco vermelho, mas acabou me beijando também. Só que na boca.

Nós ficamos daquele jeito por meros segundos, mas foi o suficiente para nossas mentes virarem de cabeça para baixo. Nosso primeiro beijo. Quando nos separamos, cada um olhou para um lado com vergonha de olhar o outro.

- Quer apostar outra corrida, Cooper? – Perguntou ele para mim.

- Já estou á meio caminho, Pilgrim! – Respondi correndo em sua frente. Ele gritou que não valia e saiu correndo atrás de mim. 


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? Esse garoto tem alguma coisa importante, vocês já notaram, né?

Espero que tenham gostado.

Reviews, recomendações... Todos bem vindos.

Beijos e até o próximo!



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