Ainda meio espantada pelo o que tinha acontecido Emma foi para o camarim junto com Peter. Todos os outros já estavam lá, Annie, que estava sentada no colo de Martin, sorriu.

- Nessas horas que eu queria ser uma mosquinha.

- Como assim?

- Você acabou de largar a Isabel em rede nacional, ou melhor, internacional. Queria ser uma mosquinha para ver a cara dela nessa hora.

- Ela com certeza vai ter um ataque. – Eric riu.

Emma sorriu meio sem graça, não se culpava mais pelo divórcio deles, mas não desejava nada de ruim para Isabel, apesar do que ela havia feito. Só tinha uma certeza: nunca mais colocaria a sua felicidade em segundo plano.

Um som já conhecido a tirou de suas distrações, tateou em busca do telefone que tocava, olhou para o visor constatando que, para a sua infelicidade, se tratava de sua mãe. Mesmo com vontade de desligar, ela resolveu atender, senão teria que aguentá-la a incomodando depois.

- Oi mãe.

- Emma! Eu posso saber o que significa isso? Nós a vimos na televisão! Saiba que eu e o seu pai não estamos nada contentes! - Emma fechou os olhos, respirando fundo para manter. Maldita mania de controlar a sua vida! – Você fica um mês na Suécia e já se mete em confusão? Quero que largue essa banda de roqueiros, e volte imediatamente para casa! Está me ouvindo?

- Eu não vou voltar! – disse sem conseguir disfarçar sua irritação.

- Emma!...

- Me escute! Eu sou maior de idade, já sei cuidar do meu próprio nariz, estou bem do jeito que estou e não irei voltar como uma adolescente que fez coisa errada!

- Com quem pensa que está falando mocinha? Eu sou sua m... – a ligação cortou de repente, podia ouvir vozes alteradas no outro lado da linha.

- Olá Emma, aqui é sua vó.

- Oi vovó!

- Esqueça o que essa sua mãe disse, ela se acha muito entendida. – Emma não pôde deixar de soltar uma risada baixa, adorava esse jeito de ser da sua vó. – E antes de mais nada, eu tenho que dizer: ele é lindo!

Ela riu alto, era a cara dela dizer isso, sentia falta da sua família.

- Faz bem em ouvir o que eu digo. E traga ele aqui assim que puder.

- Claro vovó!

- Adeus Emma.

- Tchau!

Ela desligou o telefone sentindo as suas faces molhadas pelas lágrimas de saudades.

- Algum problema? – Peter perguntou preocupado.

- Não, pelo contrário. – ela sorriu.  – Nada poderia estar melhor.

Ele retribui o seu sorriso, puxando o seu rosto para beijá-la.

Aquele beijo que havia se tornado uma necessidade.

Segunda-feira, 25 de abril, 13h40min

Querido Diário

Incrível como as coisas mudam em tão pouco tempo.

Há alguns meses atrás eu era apenas uma garota infantil, recém saindo da adolescência, que não sabia o que esperar da vida, sem nenhuma certeza. Quando resolvi passar um tempo morando na Suécia, a única expectativa que eu tinha era de ter uma experiência agradável, que me acrescentasse algo de importante.

É claro, mesmo em pouco tempo pude ver que minhas expectativas estavam sendo cumpridas, mas não sabia das outras consequências maravilhosas que essa viagem me traria. Fiz amigos que levarei para a vida inteira, aprendi a enfrentar os meus próprios problemas, conheci minha mais nova banda preferida, e, o mais importante, encontrei uma pessoa com quem imagino passar o resto da minha vida.

O amor não era algo que eu entendia muito bem. Claro, amo muito a minha família, mas falo daquele amor louco e irracional que vemos em livros e filmes, acho que é algo que somente aprendemos vivenciando.

Antes de conhecer Peter, não sabia o que era isso. Hoje só sei que daria a minha vida por ele, ele acabou se tornando todo o meu mundo, sua felicidade é a minha principal prioridade. Estarei bem enquanto tiver a certeza que ele estará junto comigo. Isso é só que importa agora, é só do que eu preciso.

Não preciso de nada além dele.