Senhora Sulista escrita por Nynna Days


Capítulo 2
Daniel Gonzales


Notas iniciais do capítulo

Mais um Capítulo



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Capítulo 2 – Daniel Gonzales

Eu estava no sul de Seattle seguindo uma pista quente que vampiros também habitavam essa parte da cidade. Mesmo que meu avô me negasse toda vez que eu perguntava, eu sabia. Só não sabia o porque que ele mentia para mim.

Todos os caçadores mais experientes orientavam os mais novos a não irem para a parte sul, o que eu achava muito estranho. Então reuni forças e resolvi seguir essa pista quente. Já que ninguém tinha coragem o suficiente para vir comigo, vim sozinho.

Isso seria provado como imprudente pelo nossos treinadores, já que todos aconselhavam os aprendizes a irem em grupos, mas eu sabia que meu avô ( e até meu pai antes de ser morto) já tinham ido a caçadas sozinho.

Se eles poderiam, eu também podia. E por isso eu estava ali. Para provar que eu era tão bom quanto meu pai e meu avô juntos. Claro que não podia ficar até tão tarde na rua, por causa do meu emprego como mecânico logo de manhã, mas eu estava tão perto e a fértil idéia de voltar, nunca passou um segundo na minha mente.

Por isso que eu estava ali, a uma da madrugada em uma das ruas mais deserta do sul de Seattle. Andava atento, sempre olhando de um lado par o outro par não ser pego de surpresa. Minha estaca já estava na minha mão , caso encontrasse algo suspeito.

O que se provou uma tarefa difícil na primeira hora em que fiquei vagando sem rumo por ai. Desistir nunca passou pela minha mente, mas estava pensando em adiar a caçada.

Todo esses pensamentos se dissolveram quando eu vi um movimento estranho a minha esquerda. Mas foi rápido demais para eu detectar e quando eu olhei não tinha mais nada. Mas aquilo me deixou realmente intrigado e eu resolvi segui-los.

Vou lhes contar uma coisa. Seguir um vampiro não é fácil. Eles eram rápidos , realmente rápidos. Mas, nós, os caçadores fomos treinados para segui-los seja lá a situação. Mesmo que não tenhamos a velocidade de um vampiro podemos segui-los sem nenhum esforço.

Era só preciso esperteza e conhecimento da área, o que eu tinha de sobra. Então não teria nenhuma dificuldade em segui-los e pegá-los de surpresa.

Corri o mais silencioso que pude e me pus a ir de cabeça na busca. Entrava e saía de becos, ocasionalmente passando por eles. Agora eu tinha certeza. Eram vampiros.

O que eu achava estranho era o fato deles não terem me notado. Sempre soubemos que vampiros eram astutos e espertos e notavam tudo que estavam a sua volta. A não ser que estivessem focados em u só objetivo.

Caçar.

Vampiros só ficavam distraídos por um motivo bem óbvio. Sangue humano fresco. Também era óbvio que eu não os deixaria matar ninguém. Aumentei meu ritmo, sem medo que eles me pegassem. Eles deveriam estar tão concentrados no sangue que eles pensavam que colocariam em suas bocas que nem deveria me reparar.

Logo como eles começaram a correr, eles pararam. As ruas estavam tão desertas que a menor possibilidade de respirar fundo foi cortada de mim. Mas eu tive que arfar quando vi o que eles estavam fazendo ali e com o que eles estavam fazendo.

Primeiro notei que eram três vampiros. Uma mulher e dois homens. Eles param de correr em frente a algum tipo de túnel e entraram. Eu, obviamente os segui sem pensar duas vezes.

Mas assim que entrei, meio que me arrependi. Os três viraram para a direita do túnel e eu fiquei prazeroso em segui-los. Bem , até o que eu vi o porque deles estarem ali.

A mulher, ou melhor, garota, estava inclinada em cima do corpo e ela parecia estar chorando. Os outros dois ficaram encostados na parede apenas a observando. Eu fiquei em choque por um momento, não pelo corpo morto, já havia visto vários, mas por ver aquela menina, tão jovem e bonita , chorando em cima de um cadáver , que possivelmente , foi ela mesma que matou.

Mas ver a sua tristeza, sua compaixão, me despertou um certo sentimento de proteção. Então algo me atingiu. Eles eram vampiros. Eu não podia ter compaixão por eles. Eles não tinham por nós na hora de nos matar.

Então, antes que eu me arrependesse, me lancei em direção a pequena vampira. Por um curto segundo , pude ver seus olhos azuis se arregalando de surpresa , e medo.

Como esperado, os dois outros vampiros que haviam se encostado na parede se prepararam para o ataque. Eu coloquei meu braço em volta do pescoço da vampira e pressionei a estaca ali, fazendo ela parar de vez.

Mas não os outros dois.

Um era tão grande que eu pensei que nunca caberia nesse túnel. Seu corpo era largo e eu pensava na possibilidade de morrer se ele me desse um soco. O outro tinha o corpo largo e magro , mas tinha algo em seus olhos azuis pálidos que realmente me assustava.

Fiquei tão focado nesses dois vampiros que me esqueci da pequena vampira de cabelos negros que estava com a minha estaca pressionada em seu pescoço. Foi tão rápido que eu tive que repassar os movimentos me câmera lenta na minha cabeça.

A baixinha pisou no meu pé com uma força indiscutível e aproveitando sua estatura baixa, passou por debaixo da minha estaca sem sequer levar um arranhão. Ela correu até parar atrás do magrelo e me encarou ainda com os olhos arregalados de medo.

E lá tinha ido a minha única pisca e minha maneira de sair vivo dali. Encarei meus adversário, sem a ideia de sair correndo. Se tivesse que morrer , que eu morresse como homem.

Então avancei para cima do assustador, mas consegui apenas arranhá-los com aponta da minha estaca, porque o grandão me lançou com força contra a parede.

Senti meus ossos sendo pressionados em minha pele , enquanto tentava recobrar a visão. Eu tinha esquecido do outro vampiro. Assim que a minha visão clareou, o vi novamente vindo em minha direção e estava pronto para aceitar minha morte de braços abertos. Seu punho se levantou e quando começou a vir em direção ao meu rosto, a vampira gritou.

“Pare, Mikael.”, ela se colocou na minha frente.

O grandão olhou confuso da vampira para o outro vampiro. Até eu mesmo estava confuso. O assustador se pôs um passo a frente na situação.

“Abigail, o que você pensa que está fazendo?”, ele gritou.

“Noah, eu não aguento mais.”, Abigail disse com a voz chorosa. “Não aguento mais mortes.”

“Mas ele tentou te matar”,o grandão, quer dizer, Mikael disse se levantando e ajeitando- se ao lado de Noah.

“Todos tentam.”, ela afirmou e por um momento aquele instinto de protegê-la veio de novo. “Por favor, não o matem. Entregue-o a senhora, deixe a fazer o que achar mais prudente.”

Os dois vampiros se entreolharam e depois encaram novamente Abigail que não havia saído de cima de mim. O que será que eles iriam fazer comigo? A simples teoria deles me transformarem me deixava enojado.

Mas o jeito como ela disse o nome dessa senhora, parecia que a venerava e que ela faria a escolha certa. Os segundos em que os dois ficaram considerando foram quase que intermináveis, até que Noah se virou para nós e assentiu.

Foi ai que eu apaguei.

Quando acordei, reparei em duas coisas. Primeiro não estava mais no túnel, mas sim amarrado a uma cadeira em um quarto em que a iluminação não era lá aquelas grandes coisas. E segundo eu estava sendo vigiado por uma vampira.

Ela era alta e tinha o corpo esbelto. Seu cabelo era loiro claro e eu pude ver uma mecha rosa, mesmo que ele estivesse preso deixando bem amostra a sua tatuagem de uma raposa negra no pescoço, sinalizando que eu ainda estava no sul de Seattle . Mas as suas roupas que em chamaram mais a atenção.

Ela usava uma blusa de algodão branca e um short preto, seguido por meias arrastão e bota de cano longo e salto fino. Ela parecia uma estrela do rock e por um momento , me perguntei se essa era a tal senhora e fiquei impressionado com a sua pouca idade. Ela deveria ter , no máximo trinta anos. Muito nova para cuidar da parte sul inteira de Seattle.

“Você é a senhora deles?”, eu perguntei ainda um pouco grogue. Quanto tempo havia passado desde que eu apaguei? A mulher focou seus olhos azuis em mim e respondeu com um sorriso.

“Oh, não. Sou Luanne, uma guarda. Estou de olho em você.”

Legal. Agora eu tinha uma guarda. Tentei me soltar das cordas , mas elas foram amarradas com tanta força que não consegui. Quando eu iria perguntar a Luanne onde eu estava e quem era a sua senhora, alguém bateu na porta.

Logo em seguida outros três vampiros entraram. Não consegui reconhecer nenhum deles como os do túnel, mas logo que eles entraram, Luanne saiu.

Dois deles se sentaram na cama atrás de mim e outro ficou encostado na pede apenas me observando. Sair dali seria uma missão impossível. Provavelmente eu estava no quartel general deles, o que significava estar cercados por centenas de vampiros. Então minhas chances de sair viva estavam na mão da tal senhora.

Talvez ela tivesse sido transformada com a idade tão avançada , que nem mesmo ligaria pra mim e mandariam os outros se livrar de mim. Talvez ela fosse como Luanne, uma perfeita imitação de uma cantora de rock.

Todas as minhas espectativas foram deixadas de lado, quando vi a maçaneta da porta se mexer. Então, parou. Ouvi, mesmo que baixo, uma discussão do lado de fora. Reconheci algumas vozes sendo de Luanne e Noah. A terceira , não. Mas mesmo sendo jovem , parecia ter autoridade na voz. Então a maçaneta começou a se mexer novamente , até a porta se abriu.

Uma garota na faixa dos seus vinte anos entrou. Ela estava , assim como Luanne , usando um visual meio que fora do contexto. Botas de salto fino e cano longo , meias arrastão , saia pregueada preta e um corpete. Seu cabelo era longo e caia em cachos pela cintura, castanho escuro com uma longa mecha vermelha e seus olhos eram de um tom avermelhado bem discreto. No meu seu pescoço vi a raposa negra e a gargantilha que carregava a lua vermelha, representando a área sul.

Aquela era a senhora deles.

Por um momento encarando-a enquanto ela tirava os guardas dali, vi em seus olhos em pouco de espanto, medo , surpresa, não sabia ao certo. Só sabia que tinha algo bem estranho acontecendo ali.

E pela primeira vez, eu não estava tão empenhado a descobrir.


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Notas finais do capítulo

Estou sentindo Falta sabe de que?

Reviews :'(



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