Senhora Sulista escrita por Nynna Days


Capítulo 18
Daniel Gonzales


Notas iniciais do capítulo

Um novo capítulo. Sei que atrasei, mas minha internet não queria colaborar comigo. Aqui está o novo capítulo. O que será que aconteceu logo depois que Dinnie o encontrou?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/146805/chapter/18

Capítulo 18 – Daniel Gonzales

Terminei de ajeitar o nó em minha gravata e me olhei no espelho. Quase não me reconhecia de smoking. Estava acostumado ao Daniel de roupas largadas e graxa sujando o rosto. O Daniel parado a minha frente era elegante, o cabelo sem nenhum fio fora do lugar. A roupa passada e alinhada. Os olhos brilhando de antecipação. Coloquei meu cordão de protegido e tive a certeza que estava pronto. Pelo menos, por fora.

Soltei o ar e peguei o celular para ligar para Luanne. Não era como se eu fosse entrar em uma festa cheia de vampiros sozinho. E duvidava muito que eles me deixassem entrar com uma estaca. Acho que me matariam antes que eu pudesse explicar que eu era convidado e protegido de uma das Senhoras ali presentes.

“Alô?”, a alegre voz de Luanne me atendeu. Eu revirei os olhos. Ela já deveria saber que era eu só pelo simples fato de eu estar respirando do outro lado da linha. Vampiros eram tão estranhos.

“Luanne, sou eu, Daniel”, eu respondi e comecei a andar de um lado para o outro no quarto. “Estou pronto, mas eu não tenho certeza de como irei chegar até o salão. Tem como você vir aqui me buscar?”

“Claro”, ela riu. No fundo conseguia escutar alguns murmúrios rápidos. Parecia paranóia minha, mas jurava que tinha escutado a voz de Dinnie ao fundo. Balancei a cabeça voltando a prestar atenção nas palavras animadas de Luanne. “Espere só um segundo que irei arrumar uma desculpa para sair. Em vinte minutos estarei aí”

Nem tive tempo de responder e ela já tinha desligado o telefone. Um sorriso involuntário cresceu em meu rosto. Luanne, sempre Luanne. Aquela era uma amiga que eu gostaria de ter ao meu lado para sempre. Ou para todo o tempo que vivesse. Isso me deu uma coisa sobre o que pensar enquanto eu ia para a sala e me sentava no sofá.

O que eu faria logo depois de fazer as pazes com Dinnie?

Eu era um caçador, ela era uma vampira. Não deveríamos ficar juntos. Mas, só de pensar em ficar mais um dia sem tocar naquele rosto macio. Sem ver seus lindos olhos vermelhos. Seus cabelos longos e castanhos com a linda mexa vermelha. Sua tatuagem. Seu corpo estrutural. Tudo o que eu tive em pouco tempo. Só de pensar em perder tudo aquilo, meu coração já ameaçava parar por livre e espontânea vontade.

Uma ideia surgiu em minha mente. Ser um vampiro não poderia ser tão ruim assim. Dinnie Ray deixava parecer que tinha sido a pior coisa que aconteceu em sua vida. Mas, Luanne não parecia se importar com o fato de não estar mais viva. Noah... Bem, Noah era um mistério para mim,a té hoje. Ele , ás vezes, parecia amigável. Outras, parecia pular no seu pescoço a qualquer segundo.

Uma buzina me acordou dos meus pensamentos e me fizeram levantar rapidamente. Olhei mais uma vez para o espelho e sorri. Deixei um bilhete em cima da mesa para meu avô e saí de casa. Luanne estava dentro do carro e me olhava com um sorriso tão grande que eu tive medo que quebrasse seu rosto em dois. Seus olhos azuis brilhavam.

“Você ficou perfeito”, ela cantou enquanto eu me sentava no banco do passageiro.

“Exagero seu, Luanne”, eu disse a olhando. “Você que está linda. Parece uma princesa. Muito diferente daquela roqueira que eu conheci no primeiro dia em que estive no Quartel General”, eu disse olhando seu vestido azul longo e seu cabelo preso.

Ela riu enquanto manobrava o carro e dirigia rua afora.

“É, estou mesmo”, ela disse. “Mas, ainda sou eu mesma aqui dentro”, ela tocou o próprio peito e suspirou. Então, parecendo acordar de um longo sono, me encarou e sorriu. “Você está digno de uma festa de vampiros”, assim que ela falou aquilo, seu sorriso cresceu, deixando aparecer as brilhantes presas.

Envés de me encolher ou pedir para ela guardá-las, eu apenas sorri de volta. Luanne, ao mesmo tempo que era uma vampira ótima, parecia bem protetora com Dinnie Ray. Não parecia. Era protetora com Dinnie Ray. Me perguntei o porque de tanto carinho. Olhei de canto de olho para ela e ela sorriu para mim, de novo. Tentei imaginá-la como humana. Não consegui. Toda vez que fechava os olhos, só vinha uma pessoa ao meu pensamento. Aquela que sempre habitaria os meus sonhos e que seria a dona do meu coração.

“Luanne, sei que sou convidado e essas coisas, mas quantos vampiros vão ter mais ou menos nessa festa?”, eu perguntei tentando puxar um assunto. A ideia de confrontar um bando de vampiros não me deixava assustado. Mas, confrontar meus sentimentos por Dinnie me deixava sem chão.

“Bem”, ela disse pensativa. “São 1.357 estados em todo o mundo. São 4 Senhores em cada estado.”, ela estalou a língua fazendo a conta e fez uma careta quando o resultado apareceu em sua mente. “Uns 5.428 Senhores vampiros. Tirando os 3 convidados de cada um.”, ela começou a fazer a conta novamente.

“Já sei que são bastantes vampiros.”, eu disse , agora temoroso. Luanne deve ter visto o medo em meus olhos, então pegou minha mão e a apertou com cuidado.

“Não se preocupe.”, ela disse e deu um sorriso fraco. Mesmo com a iluminação precária, eu conseguia ver os brilho de seus olhos azuis. E eles não estavam tão seguros quanto suas palavras. “Você será anunciado comigo e é protegido por Dinnie Ray. Somos sensatos o suficiente para ficar longe de você”

“E nem tentar me matar”, eu completei.

“Isso”, ela disse voltando a prestar atenção na estrada. Enquanto eu tentava colocar a ideia de que eu não seria morto aquela noite na minha cabeça. Mas tudo que se passava por ela era: Dinnie Ray com mais de 15 mil vampiros. E eu, como um bom lanche da noite para eles.

******

Assim que chegamos a área Oeste, me senti hiperventilar. Não era como se eu pudesse chegar lá e ir direto atrás de Dinnie. Luanne usou o caminho de ida para poder me explicar as regras dos bailes vampiros. Eu achava até irônico um baile ter tantas regras. Achava que era apenas chegar, pegar um copo de sangue e conversar sobre a última carnificina que tinha feito por aí.

Mas não era assim. Primeiro eu tinha que ser anunciado junto com Luanne. Se algum vampiro nos parasse, teríamos que conversar com eles, mesmo eles estando falando o quanto mu sangue cheirava bem. Depois, teríamos que falar com o anfitrião e o parabenizá-lo pelo nascimento da pequena filha. Eu teria que ver a pequena vampira e , se quisesse, brincar com ela. Isso era meio novidade para mim. Nunca tinha visto um bebê vampiro antes.

E, só depois de tudo aquilo, eu poderia ir procurar Dinnie Ray. O grande castelo de Dorina parecia poder suportar o número de vampiros, sem problemas aparentes. Na verdade, parecia poder suportar o triplo de vampiros que estava ali, aquela noite. Luanne pegou em minha mão mais uma vez e sorriu, me dando força, enquanto saíamos do carro.

Já no estacionamento, alguns vampiros me encararam de olhos arregalados, mas nada comparado ao que estava me esperando lá dentro. Entramos em uma fila com uma grande quantidade de vampiros esperando para serem anunciados. Todos me olhavam como se eu fosse a refeição viva, mas quando seus olhos paravam um pouco abaixo do meu pescoço, no colar de protegido que Dinnie tinha me dado, eles desviavam o olhar e começavam a resmungar.

“Você está chamando bastante atenção”, Luanne sussurrou em meu ouvido.

“É, eu sei”, eu respondi brevemente, sabendo que por mais baixo que eu falasse, eles me escutariam sem esforço.

Continuávamos subindo as escadas em passos lentos, até para os vampiros. A minha frente, uma pequena vampira ruiva. Ela parecia ter sido congelada em seus 20 anos. Seus olhos queimavam em verde, tanto quanto seu colar e sua tatuagem de cobra no pescoço. Ela tinha sido a única que não tinha parado de me encarar e aquilo estava me deixando frustado. Deveria ter frustado Luanne também, porque , ora ou outra, ela batia o salto no chão e fazia uma careta para a vampira a sua frente.

“Ele é protegido de Dinnie Ray, sim. Se é o que você quer saber, Daiene”, Luanne quase cuspiu na cara da Senhora a nossa frente.

“Sempre colocando os humanos a frente de nossa raça”, ela murmurou e se virou para frente, mas não sem antes olhar mais uma vez para o meu pescoço e mostrar suas presas para mim, seguido por um sorriso sugestivo. Me senti enojado.

Luanne apenas balançou a cabeça e voltou a encarar a fila. Mesmo demorando um pouco apar sermos anunciados, eu não fiquei entediado. Fiquei observando as variedades de tatuagem e cores de olhos vampiros. Tinha algumas cores e animais que eu nunca tinha visto em toda a minha vida. Eu achava incrível.

Finalmente chegou nossa vez de sermos anunciados. Eu vi a reação dos vampiros quando me viram, e não foi lá muito boa. Mas nenhuma comparada com a de Noah. Ele nos encarou com os olhos estreitos e raivosos, parado quase lá no fundo do grande salão. Peguei pelo canto do olhos, um rastro de um vestido vermelho, descendo as escadas. Mas foi rápido demais para ter certeza.

“Anunciando Luanne Askan, vampira acompanhante da Senhora Sulista de Seattle, Estados
Unidos, Dinnie Ray Dallas, e Daniel Gonzales, protegido oficial da mesma Senhora.”, o vampiro nos anunciou sem perder o ar.

Descemos as escadas divagar. Luanne sorria sem parar para os vampiros que nos encaravam descrentes enquanto eu continuava tenso ao seu lado. Caminhamos com passos lentos e ensaiados, até o final do salão. A mão enluvada de azul até o pulso de Luanne em meu ante braço. Lá um vampiros de olhos dourados e pele escura nos aguardavam com um sorriso grande no rosto. Mas, antes que eu pudesse abrir minha boca para dizer algo sobre a festa, Noah apareceu ao nosso lado e começou a repreender Luanne.

“Você é louca, Luanne?”, Noah rosnou ao seu lado e segurou seu braço com força. “Trazer Daniel para uma festa de vampiros? Quer o matar?”, ele sussurrava tão rapidamente que eu tinha que forçar um pouco minha audição para escutá-lo.

“Eu fiz isso pela felicidade da Senhora”, Luanne retruquiu se soltando do aperto e fazendo uma mesura ao vampiro de olhos dourados com um sorriso no rosto. Eu também fiz a mesura. Ele retribuiu, mas seus olhos não me deixavam nem um segundo, parecendo me estudar. Enquanto o sorriso não deixava seu rosto.

“Vejo que subestimei Dinnie Ray”, ele disse ainda me encarando. Fiquei confuso. Ele, parecendo ver a confusão em meus olhos, se pôs a explicar. “Eu sempre implicava com Dinnie sobre ela ir atrás de sua felicidade, mas agora vejo que a felicidade está veio atrás dela.”, ele levantou uma sobrancelha. “Sabe que isso é quase um suicídio, não é?”, ele perguntou.

“Faço qualquer coisa por Dinnie Ray”, eu respondi sem abaixar a cabeça. Essa resposta me rendeu um sorriso de Dorian e de sua mulher, Patricie. Olhei para a pequena deitada no berço e sorri. “Ela é linda”, eu disse, sincero. Nesse momento, a bebê abriu a boca e suas pequenas presas apareceram. Eu sorri.

“Obrigado”, Dorian disse, também parecendo sincero. Luanne e Noah pararam de discutir e começaram a prestar mais atenção em nós dois. “Sei que nossa beleza é óbvia para vocês, humanos, mas fico feliz que você elogie minha filha”

Levantei meu olhar para o vampiro e o vi ainda sorrindo. Como eu tinha dito antes, vampiros , ás vezes, eram estranhos. Luanne colocou a mão meu ombro e sorriu para mim. Entendi aquilo como um sinal de que eu poderia ir atrás daquela que eu amava. Olhei para Noah e ele, mesmo contrariado, assentiu.

“Ela está no jardim”, Dorian disse como se lesse minha mente.

Nem pestanejei, e fui em direção as escadas ao fundo do salão. Dois seguranças vampiros me encararam confusos, mas me deram passagem. Eu desci as escadas o mais rápido que eu pude, mas não tão rápido quanto eu queria. Nunca me senti mais lento do que aquele momento.

A encontrei de costas para mim, olhando o nada. O longo e elegante vestido vermelho desenhava suas curvas sem parecer vulgar. Os cabelos lisos balançavam com o fraco vento e sua mexa vermelha brilhava na luz fraca. Suas mãos enluvadas com a mesma cor do vestido. Era quase uma tortura olhá-la e não poder tocá-la. Dei um passo a frente e ela ficou tensa. Antes que eu piscasse, ela se virou e rosnou para mim. Eu fiquei estático, esperando que ela se acalmasse ou em atacasse.

Ela piscou algumas vezes com os lindos olhos vermelhos. Seus lábios , também pintados em vermelho se franziram em confusão. Sua pele pálida parecia brilhar em contraste a toda cor a sua volta. Dinnie ergueu seu corpo e engoli a seco, enquanto recolhia sua presas. Meus olhos ficaram presos em sua boca.

“Daniel?”, ela perguntou como se ainda não tivesse certeza de que realmente estava me vendo. Vampiros enlouqueciam? Dinnie não se moveu do lugar que estava, mas me encarava com os olhos arregalados. Dei uma passo em sua direção, não aguentando mais a distância. Como eu poderia ter ficado com raiva daquela mulher maravilhosa?

“Eu devo ser louco por estar aqui”, eu comecei a falar enquanto me aproximava. Ela continuava perfeitamente parada. “Eu devo ser maluco por estar atrás de você, mas dói. Dói pensar em ficar longe de você. Longe de seus olhos”, eu já estava perto o suficiente para sentir sua respiração em meu rosto. “Longe de seu rosto”, toquei seu rosto com a ponta dos meus dedos. “Do seu corpo”, passei meu braço livre em torno de sua cintura e a puxei de encontro ao meu corpo, já ciente dela. “Dos seus lábios”.

A sensação de beijar Dinnie Ray novamente , não tinha descrição. Os lábios macios, mas duros e frios se abriam sem hesitar para mim. Suas mãos deslizaram de seu peito para o meu cabelo, puxando meu rosto mais para perto, como se não estivéssemos perto o suficiente. Meu braço que estava em sua cintura a apertou mais contra mim e a escutei suspirando.

Minha mão livre traçou seu rosto e parou em seus cabelos, com cuidado para que não os bagunçasse muito. Mas ela não estava tendo o mesmo cuidado comigo. Parecia que, depois de me ter por inteiro, apenas um beijo não iria a satisfazer. Isso se tornou mais evidente quando alguma coisa afiada roçou em meus lábios. Dinnie se afastou no mesmo segundo e colocou as mãos na boca e abaixou a abeça, envergonhada.

“Desculpe”, ela disse e passou a língua pelos dentes. Suas presas desapareceram e algo em meu peito se acendeu. Uma ideia se instalou em minha mente. “Não sei o que me deu.”, ela continuou levantando os olhos para mim. “O que , diabos, você está fazendo aqui, Daniel?”, ela perguntou. Abri minha boca para responder, mas ela levantou a mão, me interrompendo. “Luanne”, ela respondeu a si mesma.

“Tudo resumido em uma palavra”, eu disse sorrindo. Me aproximei mais uma vez dela e toquei seu rosto, vendo sua reação ao meu toque. “Senti tanto sua falta, Ray”

“Não mais do que eu”, ela sussurrou, fechando os olhos. Entendi aquilo como um sinal e me aproximei novamente, a beijando. Ela nem hesitou em me beijar de volta e me agarrar junto ao seu corpo. Novamente, suas presas saíram e ela se afastou. “Droga de presas”, ela reclamou passando a língua por elas, de novo.

Aquela ideia veio de novo na minha cabeça e eu não a expulsei. Estava pensando naquilo o caminho inteiro enquanto vinha para a festa e ela não tinha nenhum erro. Seria um passo a mais com Dinnie. Provaria que eu confio nela. Segurei seu rosto entre minhas mãos e olhei no fundo de seus olhos.

“Me morda”, eu pedi.

Dinnie arregalou seus olhos e me encarou como se eu fosse louco. Na verdade, eu achava que tinha enlouquecido. Nem tinha acreditado que aquelas palavras realmente tinham saído de minha boca. Mas tinham. Dei um passo a frente e deitei minha cabeça, para que ela tivesse uma boa visão do meu pescoço. Vi seus olhos analisando-o com cuidado e sua boca se entreabrindo. Suas presas crescendo e roçando sem seus lábios. E, parecendo acordar de um sonho, balançou a cabeça e fez a presas sumirem.

“Não, Daniel”, ela disse com a voz fraca. Ela continuou balançando a cabeça, até que em encarou e disse mais forte. “Eu não vou te morder. Eu não posso.”

“Mas, você quer”, eu disse e toquei seu rosto. “Eu vejo em seus olhos. Você quer tanto quanto eu, admita.”, Dinnie tentou virar o rosto , mas eu segurei seu queixo com força a fiz voltar a olhar para mim. “Sou eu, Dinnie. Daniel. Eu querendo que você me morda. Eu e mais ninguém”

Ela deu um passo para trás, me estudando. Voltando a ser a Dinnie Ray Dallas, Senhora Sulista. Indo de mulher para vampira. Ela tocou meu pescoço com a ponta dos dedos, então colocou seu rosto ali. Sua respiração me fez tremer e ela riu ali. Passei meu braço em torno de sua cintura, a mantendo mais firme contra mim e ela arfou.

Algo afiado roçou em meus pescoço e eu tive o instinto de recuar, mas não o fiz. Queria que ela o fizesse logo. Mas, ela primeiro lambeu onde deveria estar minha veia, me fazendo puxá-la mais contra mim e soltar um gemido baixo. Ela riu novamente, com uma piada particular e jogou a cabeça um pouco para o lado. Só pude ver isso porque seus cabelos se mexeram um pouco. Ela pousou as mãos em meus braços e eu comecei a sentir uma leve pressão em meu pescoço.

De repente, Dinnie se afastou.

Como se ela tivesse levado um choque, mas eu reconheci a pose em que ela parou. Agachada com as presas para fora e seu olhar para o campo de rosas atrás de nós. Eu tentei ver ou saber o porque dela estar na defensiva, mas tudo o que consegui foram alguns rosnados. Ela continuou assim, até que eu tomei coragem e toquei em seu braço. Ela me encarou com os olhos felinos, mas que se suavizaram assim que me reconheceram. Naquele momento eu queria ter minha estaca comigo para poder protegê-la.

“O que houve?”, eu perguntei olhando dela para o alto e vasto campo de rosas.

“Vampiro”, ela disse. Abri a boca para tentar dizer que estávamos em uma festa de vampiros , mas ela me interrompeu com um dedo em minha boca. “Fique aqui. Vou verificar.”, e antes que eu piscasse, ela já tinha sumido.

Tudo o que eu pude fazer foi ficar olhando para o campo e rezando para que ela estivesse maluca pu com culpa, ou que fosse algum vampiro amigável da festa , curioso com minha relação com Dinnie. Mas, dois minutos depois, quando Ray apareceu e começou a me puxar para a a festa com urgência, eu soube que não era nada do que eu estava pensando. O perigo estava ali.

Ela falava tão rápido com os seguranças que eu não entendi nenhuma palavra. E ela era forte demais para que eu me soltasse. Só parou quando encontrou Dorian, Noah e Luanne. Os três conversando junto com a mulher de Dorian. Os três encararam a cena a sua frente e seus sorrisos morreram. Eles sentiam o perigo emanando de Dinnie.

“O que aconteceu?”, Dorian foi o primeiro a perguntar.

“Vampiros Tigres”, Dinnie disse.

Eu não entendi e pareceu que Dorian também, mas Noah e Luanne ficaram alertas e olharam para todos os lados. Dinnie balançou a cabeça e apontou para o jardim. Luanne relaxou, mas Noah, não. Dorian limpou a garganta, com certeza querendo saber do que diabos eles estavam falando. Eu também queria saber.

“Vampiros Tigres, são os Rebeldes que mataram os 15 vampiros de Seattle”, Noah explicou. “Dinnie Ray foi atacada por um deles e viu a tatuagem”. Dorian arregalou seus olhos e foi até seus seguranças.

Eu não sei o que ele falou, mas foi o suficiente para que os seguranças ficassem alarmados e que passassem um rádio para os outros vampiros. Noah continuou tão tenso quando Dinnie. Luanne estava calma, mas algo no fundo dos seus olhos dizia que ela estava tão apreensiva quanto eles. E eu? Eu estava louco para ter minha estaca naquela hora.

Como se, por um milagre, a música suave mudou para uma mais dançantes, mas continuando com a leveza. Alguns vampiros se deslocaram para o fundo do salão e se deixaram guiar pela música. Todos tão calmos. Luanne colocou a mão no braço de Noah e sorriu.

“Vamos dançar, Noah”, ela cantou com seu melhor sorriso. Seus olhos brilhara e ela piscou para mim. Se a situação não fosse tão tensa, eu riria de Luanne.

“Como você pode querer dançar em um momento desses?”, ele perguntou estreitando seus olhos para ela.

“Como você não pode querer dançar com uma música dessas?”, ela continuou cantando em seu ouvido. Seu vestido azul fluindo pelo seu corpo enquanto ela pousava a mão enluvada no braço de Noah.

Olhei para Dinnie e ela tinha um sorriso nos lábios. Mesmo sendo pequeno, ainda era um sorriso. Dorian não voltou e sua mulher continuava tensa ao lado do bebê, mas se deixou embalar pela música. Luanne começou a dançar em torno de Noah e rir. Um pequeno sorriso surgiu nos lábios dele.

“Vamos, Luanne.”, ele disse, vencido pela beleza daquela vampira. “Vamos antes que você tenha uma overdose por não dançar essa maldita música”.

Luanne deu um pequeno e elegante pulo e se deixou guiar até a centro do salão, ao lado de um bom número de casais. Por um segundo, Luanne deu um sorriso sugestivo para mim. E, dessa vez, eu entendi. Me virei para bela vampira ao meu lado e estendi minha mão em sua direção. Um sorriso crescendo em meus lábios.

“Me daria a honra de uma dança, Senhorita Dallas?”, eu perguntei.

Ela olhou para minha mão e eu fiquei com medo de me chamar de maluco. Uma situação daquela e eu tirando sarro da época dela. Mas, tudo o que ela fez, foi cobrir minha mão com a sua e rir.

“Adoraria, Senhor Gonzales”, ela respondeu e me deixou guiá-la pelo salão.

Sendo minha, oficialmente, por aquela noite. Para quem quisesse ver.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo
Eu devo ser maluca., eu sussurrei. Queria que apenas ele escutasse, mas sabia que a maioria dos vampiros estava escutando nossa conversa. Alguns não faziam de propósito. Talvez por pura curiosidade. Deveria ter desistido dos Gonzales. Na verdade, eu tinha desistido dos Gonzales. Mas aí, você surge do nada e me faz lutar contra um passado que eu preferia esquecer.
Dinnie, ele disse , parecendo cansado. O que aconteceu no passado, com meu pai, já passou. O que importa é o hoje e o agora, ele passou a língua pelos lábios e aproximou nossos rostos. E hoje e agora eu quero você, só você
Sexta Feira.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Senhora Sulista" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.