Senhora Sulista escrita por Nynna Days


Capítulo 16
Daniel Gonzales


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por ter demorado a postar. Primeiro fiquei sem internet, depois meu computador não quis mais abrir o Nyah! E por último, quando abriu, não conseguia postar o capítulo direito. Mas, aqui está ele. E se, amanhã tiver algum Reviews novo, vou postar logo o capítulo 17 para compensar, se não, só sexta que vem.
Mas, nesse capítulo, mesmo sendo pequeno tem algumas informaçõs importantes e um lado de Luanne que ninguém nunca viu.



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Capítulo 16 – Daniel Gonzales

Dor.

Não tinha palavra melhor para descrever o que eu estava sentindo naquele momento. Na verdade, eu me sentia traído. Pela mulher que eu, suspiro, amava. Pelo meu avô. Até mesmo pelos meus pais mortos. Simplesmente traído.

Mas, a traição não era um sentimento que vinha da dor, ou, até mesmo levava a dor imediata?

E o pior de tudo era que, mesmo eu sentindo essa dor em meu peito, eu ainda os amava por tentar ter me protegido. Eu ainda amava aquela vampira traidora. Dinnie Ray.

Suas lágrimas, sua dor, sua culpa. Tudo aquilo me tocou ao mesmo tento e se eu não tivesse sido forte, teria retrocedido e a perdoado. Mas aquelas imagens iam e voltavam na minha cabeça.

O vampiro matando minha mãe. Vindo em minha direção. Me pegando pelo colarinho da minha blusa. E Dinnie Ray me salvando. Depois ela se inclinando em minha direção e dizendo que eu esqueceria de tudo. Dela.

Estava tão distraído que mal notei que a vampira loira que estava na divisa não pertencia a guarda. Eu bufei. Era óbvio que eles não me deixariam em paz. Muito menos ela.

“O que foi, Luanne?”, eu perguntei parando a sua frente.

Luanne se desencostou do prédio que marcava o final da área sul enquanto descruzava os braços. Seu rosto estava perfeitamente composto e suas roupas eram as de sempre. Botas de cano alto, meias arrastão, saia pregadas pretas e um top. Tudo que lembrava uma linda estrela do rock. Ainda mais com aquela beleza.

“Você não a escutou”, Luanne disse.

Eu rolei os olhos.

“Você me prometeu que se tirasse a compulsão de Dinnie Ray, você a escutaria.”, seu olhar era duro no meu. “Sabe que eu poderia ter te matado por ter quebrado a promessa”

“Luanne, eu a escutei, tá?”, eu joguei meus braços para o alto. “Eu tinha direito de saber da história toda, você não acha.”

“Mas você escutou a história DELA?”, ela perguntou.

“É claro que sim, antes de saber... bem, do restante. Noah tinha me contado. Eu sabia. Só não sabia que a família que ele tinha falado era a minha”, eu tentei passar por ela, mas era como tentar atravessar uma rua do centro da cidade com o sinal aberto. “Luanne, me deixe passar. Me deixe pensar. Por favor.”

Os olhos azuis de Luanne se suavizaram um pouco, mas a sua postura de vampira continuava. Então eu percebi. Eles fariam qualquer coisa para ver Dinnie Ray feliz. Inclusive se entregar ao lado vampiro.

Eu esperei, até que Luanne suspirou e me deu passagem. Mas enquanto eu saía, ela segurou meu pulso e me fez olhar em seus olhos, bem fundo mesmo. Por um momento pensei que ela usaria compulsão em mim para me fazer voltar com Dinnie ( se é que tínhamos alguma coisa), mas ela tinha um sorriso travesso em seu rosto.

“Não terminamos essa conversa. Vou a sua casa amanhã, se prepare”

“Eu trabalho amanhã”, eu tentei mentir.

“Daniel, você não está falando com uma criança. Sou uma vampira com 50 anos de vida, não 2. Se eu digo que vou a sua casa amanhã, eu vou a sua casa amanhã, nem que eu tenha que te esperar na porta.”

Eu dei de ombros. Se meu avô a pegasse, o enterro seria dela. Mas por um momento eu me inquietei com a ideia de ver meu avô matando Luanne. Ou Dinnie. Ou até mesmo Noah.

Droga, estava me ligando a vampiros.

“Venha. Vou pedir uma folga”, eu disse, cedendo.

Ela soltou meu pulso, surpresa. Acho que ela estava preparando um discurso sobre os prós e os contras dela ir a minha casa. Mas, pra que diabos ela queria ir na minha casa?

Ela começou a se afastar antes que eu pudesse perguntar.

“Vou quando o sol estiver a pino”, ela disse já de costas para mim e andando para mais longe. “Me espere”, ela acenou e riu.

Quando eu cheguei em casa, meu avô estava no sofá tomando chá, como sempre.

“Você parece quebrado, Daniel”, ele abaixou a xícara de sua boca. “Mas, sabe que foi melhor assim. Somos caçadores, temos princípios: Matar vampiros e não namorar uma. Ainda mais a Senhora Sulista. Com o que você estava na cabeça?”

“Deveria ser a mesma coisa que estava na sua quando resolveu que seria bom me esconder sobre meus pais e Dinnie Ray.”, seus olhos cinzas se arregalaram. Mas eu não queria enfrentá-lo agora. Só queria me deitar e descansar. “Tudo bem , vô. Só me dê um tempo, tá?”, eu soltei o ar que nem sabia que estava segurando.

Meu avô só assentiu.

Eu comecei a ir para o meu quarto, então parei me lembrando de avisá-lo.

“Hum, amanhã Luanne vai vir aqui. Por favor, tente não matá-la”

************

“Vampiros são pontuais”, eu disse aparecendo na sala.

Luanne riu, sentada no meu sofá com uma xícara de chá na mão. Meu avô estava no outro lado da sala apenas a observando. Ele meio que tremeu quando escutou a voz de anjo de Luanne me respondendo.

“E vocês, humanos, são atrasados”, ela sorriu.

Luanne ainda estava com o seu jaleco de trabalho, mas tinha um saco em sua mão. Parecia um daqueles que serviam para guardar smoking recém saídos da lavanderias. Ela notou meu olhar e sorriu. Então o jogou para mim.

“O que diabos é isso?”, eu perguntei.

“Presentinho”, ela deu de ombros e me esticou um envelope elegante.

Eu o peguei e abri, com a curiosidade a flor da pele.

Você está sendo convidado a participar do Baile Comemorativo dos Senhores de Seattle.

Este Baile será em comemoração ao nascimento de Laura Atriano. Filha do Senhor do Oeste, Dorian Atriano e sua esposa, Patricie Atriano.

O baile será na véspera do Natal ás nove horas do horário vampírico. Aguardamos a sua presença . Traje a rigos será exigido. O local será o salão real do Oeste, pertencente ao Senhor Dorian.

Obrigado pela atenção.

“O que é isso, Daniel?”, meu avô perguntou.

“Não se preocupe, Barão. É só um convite para um baile.”, Luanne respondeu. Os olhos do meu avô se arregalaram. “É, eu sei tudo sobre você, Barão. E não, não tenho medo de você”

Ela bocejou e voltou a me encarar.

Meu avô ficou em silêncio apenas nos observando. E se eu não o conhecesse bem, diria que ele ficou com medo daquele pequeno discurso de Luanne. Mas quando ela me encarou, seus olhos estavam brilhantes e divertidos e ela tinha um sorriso travesso no rosto.

Eu não consegui me segurar e tive que sorrir de volta. Ela tinha sido a única vampira ( ou pessoa que eu conhecia) que tinha feito meu avô se calar do nada. Nem eu mesmo sabia.

“Olha a hora”, Luanne disse olhando em seu relógio, como se precisasse.

Vampiros tinham um tipo de relógio interno, então sabiam quando o sol ficava a pino ou quando se punha. Era perfeito para quem se escondia como aquele assassino maldito.

Luanne colocou a xícara em cima da mesinha e se levantou.

“Espero que seja o seu tamanho”, ela disse. “Não se preocupe, Daniel. Você ainda tem uma semana para se decidir.”

“Ele não vai”, meu avô disse.

“Que eu saiba, Daniel já tem 22 anos e pode decidir por si mesmo. Certo?”, ela perguntou olhando para mim, mas a espetada era para o meu avô.

Eu apenas assenti não querendo me meter naquela confusão.

“Que bom”, ela olhou novamente no relógio. “Bem, tenho que ir. Não posso deixar o consultório sozinho por tanto tempo.”, ela sorriu para mim. “Tchau, Daniel. Te vejo na véspera de Natal, espero.”,ela arrastou o olhar até meu avô. “Até mais, Barão. Espero nunca mais te ver por aí. Ainda mais de noite.”, ela lhe amostrou as presas. Meu avô tremeu na base e Luanne riu.

Vampiros.

Ela caminhou até a porta e acenou mais uma vez, antes de sair porta a fora.

E o mais engraçado era que eu esperava que ela dissesse o nome de Dinnie, mas ela , se quer tocou em seu nome. Olhei novamente o convite. Véspera de Natal. Olhei o saco com o smoking e o abri.

“É, Luanne. É do meu tamanho.”


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo (um dos meus favoritos), teremos a história de Dinnie Ray Dallas, quando ela ainda era Dinnie Ray Marques, uma simples humana. Como ela se transformou, qual o motivo dela ser quem ela é e a mudança de nome.
Próximo Capítulo



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