Senhora Sulista escrita por Nynna Days


Capítulo 13
Dinnie Ray


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela memória. Tive vários capítulos para adiantar e estava ficando sem tempo. Mas aqui está o novo capítulo e aqui as costas esquentam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/146805/chapter/13

Capítulo 13 – Dinnie Ray

Seus lábios se moviam de um modo que nunca esperei. Demorei um pouco para me dar conta do que estava acontecendo, mas quando percebi, já estava retribuindo o beijo.

Quando vim ao seu quarto, pensei que iria encontrá-lo dormindo, como sempre. Me sentia culpada por ignorá-lo e tê-lo deixado falando ao vento, mas foi preciso. E agora ali estava eu, o beijando e me redendo a uma paixão proibida. Novamente.

A quanto tempo eu esperava que aquilo acontecesse? Quantas noites mal dormidas? Eu poderia ficar tranquila agora, não era um sonho daquela vez.

Ficamos ajoelhados, um de frente para o outro, ainda nos beijando. Suas mãos soltaram meus cabelos e minha nuca e deslizaram pelas minhas costas, parando na ponta da minha blusa. Enquanto isso, as minhas mãos acariciavam seu peito quente através de sua camisa branca.

Nos separamos brevemente para que ele pudesse puxar mina blusa para fora do meu corpo. Eu olhei em seus olhos cinzas e reparei em algo diferente. Algo misturado com o desejo, mas não tive tempo de identificar, porque já estávamos nos beijando de novo.

Achei incrível que, no breve momento que paramos de nos beijar, ele tivesse se surpreendido com meu sutiã meia taça preto. Pensei que tinha visto por baixo da minha blusa branca.

Dessa vez foi a minha vez de parar o beijo e tirar-lhe a blusa. Percebi como minha respiração estava rápida e pesada, como não ficava a um bom tempo, e vi que Daniel sentia a mesma coisa.

Ele puxou meus lábios de volta aos seus de forma possessiva, como alguém que ficou um mês no deserto e não conseguia mais se separar da água. Seu peito moreno e duro era tão perfeito contra o meu corpo.

É claro que parte de mim estava nele naquele momento. Queria amá-lo sem dizer nada, mas querendo-o dizendo exatamente tudo, fazendo jus as palavras de Romeu.

Mas, do jeito que Daniel estava, parecia que ele ansiava mais isso do que qualquer outra coisa. As suas mãos desceram mais nas minhas costas e pararam um pouco abaixo de minha cintura. Ele me puxou, em obrigando a , literalmente, sentar em seu colo. Coloquei minhas pernas em volta de sua cintura, me prendendo ali, definitivamente.

Daniel se afastou para poder me encarar (e, claro, respirar um pouco), sorrindo. E lá estava de novo. Aquela coisa que fazia seus olhos cinzas brilharem. Misturado com o desejo. Eu sabia o que era, mas não me lembrava naquele momento. Tudo o que importava era nossos corpos juntos em uma troca de calor íntima.

Ao longo do tempo, nossas roupas foram sumindo, assim como o resto de nossa sanidade. Entrelaçamos nossos corpos nus juntos e mexemos em um único ritmo, sempre nos olhando nos olhos.

E, também, sempre tinha aquela coisa em seus olhos que os faziam brilhar. Era um sentimento bom, eu tinha certeza, mas eu não sabia como identificá-lo, mesmo que meu subconsciente gritasse o que era para mim...

Mas, ele estava sendo subjugado pelos nossos gritos e gemidos. Senti minhas presas saindo conforme seu corpo ficava mais perto de mim e expunha seu pescoço. Quando ele viu, não parou, apenas diminuiu o ritmo.

“Guarde as presas, meu amor”, ele sussurrou em meu ouvido, deixando seu pescoço mais evidente. “Quero que meus gritos sejam de prazer e não de dor”

Com isso eu as guardei e noa continuamos. Quando senti a aproximação do clímax, cravei minhas unhas em suas costas, sem piedade. Daniel gritou mais alto, não sei se de dor ou prazer, e aproximou novamente sua boca da minha orelha para dizer o meu nome em forma de oração, assim como eu fazia com o seu.

Assim que terminamos, nossos corpos estavam exaustos e suados. Daniel me abraçou e colocou seu nariz em meu pescoço para dizer as palavras que eu menos esperava (e mais ansiava) naquele momento:

“Dinnie, eu te amo”

Aquilo realmente me fez acordar. Aquele brilho que eu tinha visto em seus olhos, misturado com o desejo, era amor? Mas , e se fosse, seria eu capaz de amar novamente um Gonzales?

O filho do meu antigo amor?

Com um choque de realidade vi que sim. Compreendi que desde o momento que coloquei meus olhos nos dele, meu mundo votou a ser o mesmo de vinte e dois anos atrás.

Eu o amava mais que a seu pai.

E aquilo me assustava. E muito.

Por isso, tomei a decisão mais difícil da minha recentemente devastada vida. Iria me afastar de vez da vida de Daniel. Dessa vez para sempre.

Segurei seu queixo de forma que ele pudesse olhar bem fundo nos meus olhos, sem desviá-los. Então, comecei a fazer a mesma coisa de vinte anos atrás. Apagar sua memória.

“Desculpe”, eu disse já segurando as lágrimas.

“Desculpar pelo o...”, suas palavras morreram e seu olhar ficou vago no meu.

A mesma pessoa e palavras, situações diferentes. Eu odiava usar compulsão vampírica, por isso a usava só quando era preciso, exatamente como a vinte anos atrás, em situações que eu ficava com medo.

Essa compulsão, como eu tinha digo antes, era apenas mais um prêmio que vinha junto com o posto de Senhora Sulista e os olhos vermelhos. Obviamente não podemos usar contra os outros vampiros que também a possuem.

Lembrava perfeitamente da primeira vez que a usei com Daniel. Ele tinha recém um ano, mas ainda não falava nada. Mas tudo mudou depois que viu amão sendo brutalmente assassinada por vampiros. Sorte que senti algo errado e fui atrás deles, senão, talvez, Daniel nem estivesse vivo. Mas foi quando ele disse suas primeiras palavras, que foram:

“Mamãe morta. Moço mal matou, Dinnie”

Eu comecei a ficar com medo de como aquilo o afetaria, por isso apaguei de sua memória a morte de sua mãe e me retirei, tanto de sua mente , quanto de sua vida. Entreguei-o ao seu avô que residia no Leste e o fiz prometer nunca, em hipótese alguma, citar meu nome perto de Daniel.

Mas, por alguma piada do destino, ali estava eu de novo, apagando a memória da pessoas mais especial da minha vida. Fiquei ansiosa em apagar todas as suas memórias de mim novamente, então decidi apenas apagar aqueles últimos momentos mágicos.

“Você não vai se lembrar de nada do que aconteceu entre nós, entendeu, Daniel?”, disse com os olhos já cheios de lágrimas. Limpei minha garganta e continuei, senão perdia o controle.

“Sim, senhora”, ele respondeu. Nunca doeu tanto ser chamada de Senhora em toda a minha existência. A sua voz parecia metálica, não a doce e máscula voz que eu amava.

“Tudo o que você vai pensar é: eu vim ao seu quarto, nós brigamos por causa do fechamento das divisas e você resolveu arrumar suas coisas e ir embora. Eu o convenci a deixar Luanne o acompanhar até a fronteira”, e ali terminava a minha história. O que ele pensasse a partir dali não era problema meu. “Agora, durma”

Assim que ele assentiu, me levantei, o deixando dormir tranquilamente. Catei minha lingerie e a vesti. Corri até o meu quarto e peguei o celular. Enquanto voltava para opara o quarto de Daniel, disquei o número de Luanne. Me recostei no batente da porta e o observei dormindo profundamente.

Primeiro toque... (Eu sou uma burra medrosa)

Segundo toque... (Não tinha direito de fazer aquilo de de novo)

Terceiro toque... (Se ele um dia descobrir, nunca vai me perdoar)

Estava cogitando a ideia de ligar para Noah, quando a voz sonolenta de Luanne atendeu ao celular. Afinal de contas que horas eram? Olhei para o relógio em cima da televisão de Daniel. Três da manhã. Droga! Se Luanne não fosse minha amiga e súdita, ela iria me xingar.

Mas tudo o que ela fez foi me escutar com uma paciência invejável. Era como se ela fosse minha mãe. Contei-lhe tudo. A massagem, o sexo, o amor, a compulsão, e, por fim, a pedi para buscar Daniel e o levar até a divisa.

Eu ligaria para Doug, (cobrando alguns favores, claro) e o pediria para mandar alguém buscá-lo e o levar para casa. Ela concordou um pouco preocupada, mas sem exigir demais de mim. Disse até que traria Noah junto.

Assim que desliguei o telefone com a promessa de Luanne quanto a escolta de Daniel e o sigilo, me deixei levar pela segunda vez aquela noite. Mas agora era pela tristeza.

Me encolhi no canto mais perto d acama, mas mais distante de Daniel, e comecei a chorar. Não só por aquele momento, mas por conter novamente as palavras mais importantes da minha vida:

“Eu te amo, Daniel Gonzales”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me matem. Prometo que até terça eu posto o capítulo 14, no ponto de vista de Daniel. Será que ele esqueceu mesmo? Deixe Reviews



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Senhora Sulista" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.