Senhora Sulista escrita por Nynna Days


Capítulo 11
Dinnie Ray


Notas iniciais do capítulo

Mais um Capítulo da Dinnie. Como será que ela fico depois do beijo do Daniel?



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Capítulo 11- Dinnie Ray

Não parei de correr até chegar perto de Noah e Luanne. Eles estavam tão elegantes, Noah em seu terno preto e Luanne em um vestido brilhante vermelho e os cabelos presos em um coque central. Mas eu não notei, porque ainda estava muito abalada com o que havia acontecido comigo e Daniel.

Meus Deus! Ele havia me beijado e eu havia retribuído e até mesmo gostado. Fiquei tão aérea que a minha melhor atitude foi a de ir embora o mais rápido que pude. Isso tinha mudado totalmente minha ideia sobre como seria bom ter Daniel morando sob o mesmo teto que eu.

Agora eu entendia o que havia sentido sido pressionado em minha boca na noite passada. Tinha sido a boca dele. Tão macia e rude. Tão desejável.

Nem senti quando chegamos ao quartel general, de carro, é claro. Tudo estava tão deserto que eu, inicialmente, estranhei o silêncio. Então me lembrei que todos deveria estar já no auditório me esperando para dar as boas novas atrasadas. Encontrei Kayla e Filipe no caminho e suas expressões estavam culposas. Eles se sentiam culpado sobre o meu ataque, mas com um assentimento e um sorriso calculista , os rostos ficaram mais sonhadores. Ele queriam mais uma chance.

Assim que chegamos a porta do auditório, consegui ouvir os múrmuros que dominavam a sala. Uma certa insegurança me bateu. Todos os vampiros sulista estariam ali para escutar e censurar.

Senti uma mão em meu ombro e me virei para encarar Noah e Luanne( a quem pertencia a mão em meu ombro). Eu não enfrentaria aquela fúria sozinha. Tinha o apoio incondicional deles, e apostava que se Abigail e Mikael estivessem ali, eles também me daria algum tipo de apoio.

Respirei fundo e depois assenti para eles, sentindo-me mais calma. Quando me tornei visível aos vampiros sulistas, os múrmuros se cessaram quase que imediatamente.

O único som auditivo naquele momento era o do meu salto contra o chão de madeira e de alguns sussurros atrevidos.

O auditório era grande o suficiente para que coubesse todos os vampiros sulistas ( que não eram poucos ). Nas paredes tinham cortinas vermelho sangue que davam um estranho ênfase a cor dos meus olhos. O final da minha caminhada daria diretamente a um grande palco, mais especificamente, em uma mesa central (iguais as de um debate) e um microfone.

Fui de cabeça erguida ignorando os olhares ofensivos. Luanne e Noah seguiam atrás de mim em um silêncio invejável. Meus dois fiéis escudeiros.

Quando cheguei no palco, Luanne se colocou a minha direita e Noah a minha esquerda, com um espaço de três metros da mesa central, onde eu estava.

Encarar mais de cem vampiros de uma vez só não era uma coisa fácil, ainda mais quando se daria uma notícia ruim. Mas quando se tinham pessoas como Luanne e Noah te dando apoio, parecia a coisa mais obscena de se fazer na vida.

Se Abigail estivesse aqui, ela estaria ao meu lado, um pouco tímida e incomodada, mas firme. Mikael faria alguma piada estúpida que nos faria rir e baixar a tensão. Mas eles não estavam e eu teria que lidar daquilo do meu jeito.

Suspirando, encarei meus “súditos” ansiosos e comecei meu discurso improvisado, claro, depois de uma rápida troca de olhares com Luanne ( respondida com um de seus melhor sorrisos) e Noah (que me deu um olhar confiante e um assentimento rápido).

“Você devem estar se perguntando o porque de não poderem sair do sul. Antes de esclarecer esse ponto gostaria de me desculpar pela minha ausência ontem , em um momento que todos precisavam de mim.”, parei um pouco vendo algumas emoções que passavam de rosto em rosto de cada vampiro , ali, presente.

“Todos vocês sabem que ontem tive uma reunião sobre os acontecimentos recentes, incluindo a lamentável morte de quinze vampiros de Seattle, sendo dois sulista.”, fez-se um minuto de silêncio em memória de Abigail e Mikael, então continuei, decidida a fazer de forma rápida. “Queríamos, em cima desse fato, achar uma solução que valesse tanto para mim, quanto para vocês, mas principalmente para vocês. Por isso, optamos pelo fechamento das divisas durante a noite.”

De repente a sala foi dominada novamente por múrmuros. Alguns de entendimento, alguns de indignação. Deixei aquilo se alongar por mais alguns segundos, antes de pedir silêncio. Tão logo que minhas palavras foram ditas, a sala ficou em um perfeito silêncio.

“Durante o dia vocês são permitidos irem e entrarem onde bem entenderem, ainda com as mesma regras sulistas, mas ao entardecer todos devem estar aqui, ou em suas casas no sul.”, eu finalmente suspirei. Luanne me deu um sorriso encorajador e sussurrou um 'continue, você está indo bem', por isso prossegui, querendo chegar logo a parti final.

“Espero não ter nenhum aborrecimento em favor a essa nova regra empregada, não só aqui, como em todas as áreas vampíricas de Seattle. Queremos protegê-los e não privá-los de liberdade. Se não conseguirem me compreender, pelo menos me obedeçam.”, e ali vinha o xeque-mate. “Pode não parecer, mas eu me importo mais com você do que aparenta. A perda de Abigail e Mikael foi dura para mim e a simples hipótese de perder outro vampiro me magoa. Se precisarem de alguma informação a mais, me procurem em minha sala. Você estão liberados.”

Saí do palco, deixando a multidão e suas decisões para trás. Queria ir para casa e dormir. Queria poder dizer que isso era um sonho e que logo acordaria. Mas eu sabia que não era, mas, mesmo assim, me sentia presa em meu pior pesadelo.

Quando pisamos em minha sala, fui logo me jogando em minha velha cadeira de couro e fechando os olhos. Esperava que essa crise acabasse logo. Incrivelmente, eu queria a minha antiga vida amarga de volta.

“Você foi ótima, Senhora”, Luanne disse fechando a porta atrás de si. “Teve pulso, compaixão e sabedoria em suas palavras.”

“Ela tem razão.”, Noah completou. “Me surpreendi com algumas de suas palavras, mas foram ousadas e inteligentes.”

Mesmo escutando, vagamente, o que eles diziam, minha mente não estava realmente ali. Eu estava me vendo no ataque de ontem. Não o havia mencionado aos vampiros para que eles não se preocupassem mais que o normal, obviamente. Teriam alguns que se arriscaria para me proteger e fazer minha escolta.

Mas não era exatamente isso que me incomodava. Tinha algum detalhe que estava me escapando. Algo que eu tinha deixado de contar e que realmente me incomodava. Claro que tinha contado do meu ataque a Luanne , Noah e Daniel, mas não com muitos detalhes, por causas das minhas anteriores condições debilitadas.

E nem quando estava vindo para cá, porque ainda estava muito em choque com o beijo de Daniel e a ansiedade da reunião. Mas agora que isso já havia passado (bem, o choque ainda não, mas dava para compensar), eu poderia pensar com mais clareza.

Um detalhe escondido em minha memória. Algo que eu tinha visto por poucos segundos , mas que era de essencial importância. Então, como um baque, me lembrei.

“Um tigre branco”, eu sussurrei.

Os dois pararam sua sessão de elogios e me encararam. Não como se eu fosse louca, mas quando alguém diz algo sem sentindo para chamar a atenção. Como se eu precisasse disso.

“O que você disse?”, Luanne pareceu a mais chocada.

“Um tigre branco.”, coloquei mais força em minha voz. “A mulher que me atacou tinha um tigre branco em seu pescoço. Não deu para ver o homem , porque ele estava nas minhas costas, mas tinha certeza que ele trabalhava junto com a mulher.”

Os dois trocaram olhares preocupados enquanto consideravam todas as opções do que aquilo significava. Mas eu tinha certeza de uma coisa, ali vinha mais dor de cabeça.

“Vocês acham que pode ser algum tipo de novo vampiro?”, Luanne perguntou e lá veio aquele velho olhar preocupado em minha direção. “Sabe, um que possa andar por ai de dia e com os poderes de vampiro”

“Duvido um pouco, Luanne”, eu disse descordando. “Pode ser que tenha uma nova área de vampiros ou que eles não sejam de Seattle, mas a parte dos poderes...”, balancei minha cabeça. “Eu a matei muito fácil. Com certeza ela estava sem os poderes. O fato de ter me pego desprevenida, foi sorte.”

Enquanto eu e Luanne ficamos discutindo quem estava certa e que teoria fazia mais sentido, Noah apenas encarava o silêncio. Paramos e o observamos. Eu quase conseguia ouvir as engrenagens funcionando e uma ideia vindo em sua mente.

“Vou pesquisar o significado dos tigres brancos, enquanto isso, não comentem isso com ninguém”, ele disse e saiu da sala.

Luanne e eu trocamos olhares confusos, mas dei de ombros e resolvi deixar pra lá. Tinha mais problemas em casa do que em qualquer lugar.


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Notas finais do capítulo

Acompanhem também minha outra história : Caminhos Para o Inferno.



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