Last Summer escrita por Jackie101


Capítulo 24
Love History - part. 1


Notas iniciais do capítulo

Finalmente. Não coloquei ontem porque ainda faltava concluir o capítulo, mas aqui está!
Espero que gostem!



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A garota dos cabelos castanhos passeava pelo cemitério. Olhos baixos, cabeça baixa, uma expressão de dor.

Seus passos eram calmos. E ela não aparentava medo, ou ao menos estar assustada. Estatura mediana, lábios extremamente vermelhos, pele clara. Um belo rosto. Provavelmente teria 12 anos. Mas a dor expressa em sua face era tão grande que ela parecia ser mais velha.

Andava cautelosamente dentre os túmulos. Costumava estar ali desde que seu irmão havia morrido. Sempre que ela resolvia voltar e atormentar a sua vida. Desejava nunca ter nascido.

Ajoelhou-se diante das rosas vermelhas postas ao chão e deixou algumas lágrimas fugirem de seus olhos. Por mais que sentisse dor e raiva todos os dias. Seu pai a fazia lembrar-se da promessa. Ela seria feliz. Nunca deixaria a esperança morrer. Ele gostaria. Seu irmão gostaria bastante.

Deixou um sorriso escapar no canto dos lábios e já não parecia àquela menina triste. Por mais que fosse. A dor ainda se fazia presente, mas não parecia ser maior do que o sorriso estampado em seu rosto.

Ela tinha que ser feliz... Tinha que ser feliz pelo irmão.

Depois de conversar uma hora com seu irmão, dirigiu-se para fora do cemitério. Onde sentiu as gotas de chuva chocarem-se contra seu corpo. Tirou o casaco e amarrou-o contra a cintura.

A chuva lhe fazia lembrar do irmão. Lhe fazia lembrar de como eles se divertiam juntos. E isso a fazia feliz.

Ouviu uma música, e não pode se conter.

As pessoas que passavam a achavam maluca, outras nem ligavam, outras já haviam se acostumado em ver a menina dançar loucamente debaixo da água que caia do céu

E ela também não se importava. Pois todos aqueles que a observavam ela conhecia mais do que eles mesmos. Menos um... Menos um rosto, o qual ela não percebeu.

Ou melhor, percebeu. E por isso escorregou. Como sempre desastrada. Tropeçando nos próprios pés. Qualquer um teria dito que a menina havia caído. Se não visse o garoto que a tinha nos braços.

O loiro que não conseguia entender o mistério daquela garota. E nem dos seus olhos. Aqueles olhos verdes e brilhantes dos quais ele não conseguia desviar o olhar.

- Ela caiu e você segurou ela? – a garota perguntou entusiasmada enquanto abraçava o travesseiro – Isso é muito cliché...

- Pode me deixar contar a história? – o loiro perguntou já nervosos e a menina soltou um sorriso debochado.

- Ficaram se olhando por quantos séculos?

- Bom, não foi tanto tempo assim! Mas... Teria ficado mais tempo.

- O que aconteceu?

- A curiosidade. Ela sempre fala mais alto!

- O que fez?

- Perguntas!

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- Perdoe-me se a ofender, mas o que uma garota faz a essa hora da noite dando piruetas debaixo de uma tempestade?

A menina se desfez dos braços do rapaz rapidamente e pôs-se de pé.

- Você faz as coisas ficarem muito negativas. Não é tão tarde assim. Conheço esse lugar como a palma da minha mão. E além do mais, dançar na chuva é uma opção minha. Se estiver incomodado! – disse dando de ombros e encarou o rapaz apreensiva – Mesmo assim, obrigado. Eu ia ter que lavar minhas roupas de novo! – continuou rindo. E o menino fez o mesmo ao ver tão belo sorriso.

Talvez até estivesse hipnotizado.

- Bom, eu... Tenho que ir. Prometi que não iria demorar! – a garota disse livrando-se dos olhos do loiro que balançou a cabeça entendendo a pressa da garota que se afastou vagarosamente – A gente... Se vê por aí!

- Sim. Aliás, eu sou Jason, qual é o seu nome? – perguntou antes que ela virasse a esquina. Talvez fosse a última vez que ele a visse. Ao menos gostaria de saber o seu nome.

- Angie! – disse virando enquanto seus lábios insistiam em abrir o sorriso. – Meu nome é Angie.

E desapareceu no topo da ladeira.

- Nossa... Que romântico! – a garota pulou de sua cadeira – Continua!

- Yara... Não acha que já tá tarde? São nove horas da noite! – o loiro disse sonolento.

- Sim, é tarde. Então, você vai me levar em casa! – ela disse levantando-se.

Não era o que ele queria, mas era o que estava fazendo. Deixou a garota na porta de casa e voltou cabisbaixo. A verdade é que aquelas lembranças o traziam uma alegria repentina, e uma dor constante. A culpa era dele. Toda dele, e não havia nada em que pudesse contestar.

Caminhava levemente pela rua e seus passos logo chegaram ao cemitério. Não sabia porque estava ali. Talvez fosse apenas o passado querendo reaparecer. Mas então a viu.

Sentada no túmulo de seu pai. E as lágrimas sobre tal. E rosas vermelhas.

- Já faz dois anos que ele morreu! – a garota disse fria enquanto limpava as lágrimas. – Dois anos que ele morreu!

- Eu sinto...

- Não sente não. A dor é minha e de mais ninguém! – ela respondeu levantando-se – Vai embora em uma semana, certo?- perguntou olhando para ele.

Dois metros de distância. Metros o separava do que aquilo que ele mais desejava. Ou talvez algo mais que isso.

- Acho que sim. – respondeu duvidoso.

- Pois então... Façamos a nossa parte. Você fica longe de mim. Eu fico longe de você. E estaremos bem. – disse fria e depois de alguns minutos olhando para aquele que um dia fora o amor da sua vida, gotas de chuva começaram a cair do céu. E ele já não podia perceber as suas lágrimas.

Então virou as costas, para poder partir. E ele tinha medo de nunca mais poder tê-la. Tinha medo de nunca mais olhar em seus olhos verdes.  

- Perdoe-me se a ofender, mas o que uma garota faz a essa hora da noite... Debaixo de uma tempestade? – disse quase que num impulso e os dois compartilharam um flash back.

A ruiva virou-se divertida e o olhou nos olhos dele curiosa. Então ele viu mais uma vez os seus lábios tão vermelhos quanto um morango abrirem um sorriso. Pequeno, mas ainda estava ali.

- Você faz as coisas ficarem muito negativas. Não é tão tarde assim. Conheço esse lugar como a palma da minha mão. – respondeu surpreendendo-o. – Adeus Jason!

E desapareceu na escuridão.


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Notas finais do capítulo

O Que acharam? Se der posto o cap. em uma semana!