Last Summer escrita por Jackie101


Capítulo 22
For The First Time


Notas iniciais do capítulo

O capítulo promete muita coisa, quase chorei quando tava escrevendo. Sério, espero que gostem
:D Boa leitura



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Hesitei algumas vezes antes de tocar a campainha. O nervosismo era aparente em meu rosto, e minhas pernas tremiam. Nada demais. Mas eu ainda me odiava por isso.

Uma. Duas vezes, e nada. Sentia-me uma idiota na porta daquela casa. Sem mais demandas, pressionei-me contra a porta e depois de fazer força algumas vezes, o seu trinco quebrou e ela abriu vagarosamente.

- Você... Arrombou a minha porta? – seus olhos se nos encontraram dele no momento em que o percebeu ali.

- Acho que sim! – respondi fria olhando pra a porta e depois voltei meus olhos pra ele. Parado na escada me encarando com cara de gente morta somente com a toalha presa em sua cintura – você demorou pra abrir! – falei indiferente e me aproximei.

- Eu estava no banho! – disse se desculpando e desceu os degraus que o separavam do solo . Ele me olhava apreensivo, confuso... – Aconteceu alguma coisa? Posso lhe servir um...

- Você pode calar a boca! – cortei-o rapidamente. A sua voz estava me dando nos nervos. – O Felipe me disse que você disse alguma coisa pra ele. Só quero saber se é verdade ou ele estava delirando.

- O que tem isso de tão impor...

- SÓ RESPONDE, PORRA! – gritei nervosa e ele pareceu assustado.

- Foi algo... Eu não sei bem o que foi. Mas o que isso tem...

- Então é verdade? – senti os calafrios percorrerem em minha barriga.

- Sim... – disse e ficou em silêncio – Soube que a irmã dele acordou, não foi? Eu pretendia passar lá pra...

- Felipe queria que eu passasse aqui pra agradecer, mas eu não vou fazer isso. – falei fria mais uma vez – Quando você vai embora? Logo, eu espero, não é?

- Estou de férias, Angie... Talvez em uma semana, eu...

- Então, por favor, se mantenha longe de mim enquanto estiver aqui de todas as formas. Direta ou indiretamente. – disse seca e senti seus olhos sobre mim.

- O que... O que você tem? – perguntou vindo até mim vagarosamente - Eu estava longe de você. Você que veio aqui e... Arrombou a porta da minha casa. Eu estava longe de você todos esses anos, mas parece que toda essa mágoa dentro de você é muito maior do que... Do que você mesma. Eu já pedi desculpas, estou fazendo o que você pediu, estou distante. Não está vendo que eu estou tentando ? Eu sei que fui um estúpido, mas... Se não vê, faz anos que não a incomodo.

- ANOS? ANOS? Você tá estragando a minha vida. Você... Eu não sei o que você tem, não sei se você faz macumba ou não sei o que, mas... SOME da minha vida, por favor... Não é o suficiente ficar dentro de casa, porque só a sua presença me incomoda, o seu cheiro me incomoda, o seu sorriso me incomoda. VOCÊ me incomoda!  Eu ODEIO VOCÊ!

- Não estou entendendo! – sua voz era baixa, baixa o suficiente para que eu pudesse ouvir perfeitamente – O que... O que aconteceu? O que você está fazendo aqui?

- Meu pai gostava de você! – senti meus olhos se encherem de água, e quando percebi, elas já corriam dos meus olhos – Depois de tudo o que você fez, ele gostava de você.

Seus olhos estavam quase que presos aos meus. E por mais que eu quisesse, eu não conseguia desviar o meu olhar.

- POR QUÊ? – eu já não sussurrava. E sentia minha voz doer a cada berro – POR QUÊ? ELE NUCA TINHA FEITO NADA PRA VOCÊ! ELE NUNCA NEM FALOU MAL DE VOCÊ. POR QUÊ? EU SÓ QUERO SABER POR QUÊ?

Eu sentia raiva, mas a dor dentro de mim ainda existia, e era maior do que eu podia imaginar.

- PORQUE ELE? PORQUE NÃO EU? PORQUE VOCÊ FEZ ISSO? POR QUÊ? – choro, misturado com grito, misturado com dor... Nada legal. A ação mais esperada de mim naquele momento seria espanca-lo, ou continuar gritando. Mas eu estava fraca. Mais fraca do que nunca. Eu tinha perdido tudo e a dor era uma das únicas lembranças que eu carregaria pra toda a vida. Um fardo, ou uma dúvida? Não sei... Só sei que pela primeira vez, eu fugi.

E pela primeira vez, ele me impediu.

Pela primeira vez, ele foi mais forte do que eu. Pela primeira vez eu vi as lágrimas sinceras descerem dos seus olhos. Depois de muito tempo, pela primeira vez, eu não tive vontade de gritar ou de espanca-lo. Fiquei imobilizada. Não fazia ideia do que aquilo significava. Mas era muito maior do que todo o ódio e a dor que eu sentia.

Pela primeira vez, dentro de muitos anos, eu me perdi nos seus olhos. Havia me esquecido do quanto eles eram lindos. 

Senti a sua respiração próxima de mim, e a única reação que tive foi me permitir aproximar-me mais um pouco.

E pela primeira vez, depois de muito tempo, eu senti seus lábios. E eram tão macios... Enquanto nossas línguas dançavam preguiçosamente, eu sentia as suas mãos, sentia os seus dedos pelo meu corpo, e por mais que eu quisesse evitar, eu não conseguia.

Talvez fosse algo que eu realmente queria.

Senti seus lábios contra meu pescoço, e aquilo me fez delirar.

- Oh, Angie! – aquela voz rouca que tinha sido o motivo dos meus pesadelos há pouco tempo, agora me passava um sentimento mais forte do que qualquer um que eu já tinha sentido na vida. E eu percebi que já não era mais dona do meu coração.

- Eu esperei isso por tanto tempo – sussurrou em meu ouvido.

Meu coração batia acelerado. E a razão já não tinha mais controle sobre mim. Na verdade, nem eu mesma tinha controle sobre mim. Seu toque era tudo aquilo que eu evitava, e tudo aquilo que eu mais precisava ao mesmo tempo. Vai entender...

Sentia-me presa aquilo, memorizava cada toque e cada ação, como se fosse a última coisa da qual eu gostaria de lembrar antes de morrer. A coisa mais importante. Aquela que chamamos de base.

Eu estava fora de mim.

Seus lábios me traziam de volta. Traziam de volta aquela garota indefesa e apaixonada, aquela formiguinha que se achava capaz de enfrentar o mundo todo. Aquilo... Aquilo que um dia eu fui, e que querendo ou não, nunca deixou de ser parte de mim.

E a outra parte de mim gritava, e me chamava de estúpida. Mas o pior é que por mais que fossem diferentes, as duas partes queriam isso.

Não havia pra onde correr, pra onde fugir. Era ficar ou ficar. E por mais que eu ainda não soubesse, já tinha tomado a minha decisão.

Abri os meus olhos e logo ele o fez, e eu poderia ficar ali pra sempre. Poderia ficar encarando-lhe os olhos. Ou a boca, ou qualquer outra perfeição em seu rosto. Mas os seus toques eram mais profundos do que isso. E os seus lábios sobre a minha pele, algo que eu passei muito tempo tentando esquecer, e que, aparentemente, agora, será impossível.

Só então, eu me recompus.

Aquilo era errado.

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Eu errei a minha vida toda... Errar uma vez, não vai fazer diferença.

Aproveitar enquanto se pode.

E pela primeira vez em toda a minha vida, eu senti coisas que jamais sentira, fui a lugares que jamais imaginei que existiam.

Pela primeira vez em minha vida me entreguei a ele... Entreguei-me a Jason.

E pela primeira vez, eu entendi o significado de “Fazer amor”.


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Notas finais do capítulo

que acharam? Pretendo continuar logo!



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