Sabe quando você erra? Mas, assim, erra feio. Quando você vacila com as pessoas que mais ama. Quando você as magoa e as faz sentir horríveis. Quando você a acusa dos seus próprios erros.
Você se sente um lixo. E é como eu estou me sentindo agora.
Talvez o destino tivesse me contado, talvez eu tivesse visto. Mas dentro de mim, bem lá no fundo... Eu não queria prestar atenção. E agora aqui estou eu...
De frente pra a pessoa que eu mais amo em toda a vida e que esperei séculos para perceber.

Mas é como dizem. A gente só descobre o quanto é importante depois que a gente perde.

Abaixei os olhos e limpei as lágrmas. Eu não podia culpar ninguém. Muito menos a malditta da sua mãe. EU tinha acreditado. EU tinha ajudado a... a... Eu sou um lixo.

– Posso falar com você? - pedi encostado na murada. Ela fixou seus olhos em mim. Seus lindos e brilhantes olhos verdes que me faziam enxergar um mundo de esperança. Eu imaginava que nada poderia me ferir enquanto ela estivesse comigo. Meu anjo...

– Não! - senti a facada atingir o meu estômago. - Mas como eu não posso passar cola na sua boca... - continuou cruzando os braços - É chato estar errado, né? É... Felizmente, eu não sei como é, porque não passei por isso. Mas, também... Nunca fui de julgar ninguém! Eu nasci pobre e sou pobre. Meu pai sempre me deu boa educação. E pelo menos agora, eu preciso me lembrar. Fale o que quer antes que eu o deixe falando sozinho.

– Angie... Eu tô me sentindo um lixo! - desabafei e senti meus olhos presos aos seus - Eu não... Me perdoa!

– Pelo que? Pela menina que engravidou ou por... Ter estragado a minha vida? - ela riu - Não acha que é tarde demais pra pedir desculpas? - perguntou descendo de degrau - Este é o fim Jason. Acabou a nossa jornada. Ou melhor, acabou a nossa jornada a muito tempo, né? Porque nem sequer deveria ter começado!

– Angie... - minha mãe entrou em minha frente debulhando-se de lágrimas - Me perdoe. Me perdoe. Por tudo, eu não fazia ideia. Não... Eu juro que o que pudermos fazer por você, faremos. Do que você precisa? Precisa de dinheiro? Algum lugar pra morar.

– Não. Não preciso, mas muito obrigada! A única coisa que eu quero é que você e seu filho sumam daqui o mais rápido o possível. E posso fingir que vocês dois nunca existiram! - ela disse e por fim saiu.

Sabe a dor? Agora eu sei o que realmente significa. Eu sinto algo perfurar no meu peito. Algo parecido com a culpa, ódio. Ódio de mim mesmo. Eu tinha ela. Eu tinha tudo o que eu queria. Sei lá, a gente podia ter se casado, poderíamos ter flhos, poderiamos morar juntos numa casa de campo... Poderíamos envelhecer juntos. Poderíamos morrer juntos. Não importa, se eu estivesse com ela, eu seria feliz.

Mas as escolhas que eu tive não foram as melhores. E infelizmente eu ignorei tdo aquilo que eu mais queria no mundo por uma mentira em que acreditei.

E por uma garota...

Agora eu estou aqui. Jazz ON. Famoso, conhecido pelo mundo inteiro. E isso nos torna mais distintos ainda.

Tenho o amor de todos, mas aquele que eu preciso sobreviver já não está ao meu alcance. E sem amor... A gente morre!