Last Summer escrita por Jackie101


Capítulo 15
So Cold


Notas iniciais do capítulo

I wait you enjoy
Espero que les guste
당신이 즐거운 시간을 보내시기 바랍니다
J'espère que vous apprécierez
Espero que curtam! :D



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Fundo musical do capítulo:
http://www.youtube.com/watch?v=50XiNiVOTko


Existem algumas coisas na vida que não podemos suportar. Mas também não somos capazes de viver sem. Como a dor, por exemplo.

Tipo, a dor do parto. Ninguém estaria vivo se ela não fosse suportada. Mas é uma dor de matar.

Mas há uma dor, que não traz alegria alguma.

É aquela que machuca bem dentro da alma. Aquela que perfura o nosso coração. Aquela que acaba com a gente.

Eu a conheço... Muito bem por sinal. Eu guardo feridas de dar dó em todos os cantos. Principalmente no coração. Já magoou uma ferida?

Eu já. Meu pai sempre passava mertiolate no meu joelho quando eu caia e magoava a ferida. Lembro-me como se tivesse sido ontem.

Essas feridas... Que eu carrego também são magoadas. Mas não com quedas. Mas ele. Ele magoa minhas feridas, e dói tanto que quase parece ser pior.

Os seus olhos ardem em minhas veias. E eu sinto os seus lábios em meu sangue. E dói.

O problema é que mertiolate nenhum pode acabar ou amenizar essa dor. A única coisa que poderia era o meu pai... Mas, convenhamos. Ele não está em condições pra fazer isso agora.

– O que quer aqui ason? – segurei o celular com força e percebi a ligação perdida de Valéria. Desliguei-o. Não ia adiantar mais de nada mesmo.

Ele não disse nada. Mas senti quando se sentou ao meu lado. Senti sua respiração pesada. Senti seu corpo quente. E senti meu coração pulsar dentro de mim.

Silêncio. Aquilo me matava. Ainda mais quando acompanhada de um assassino Bieber.

– É engraçada a vida, né?

– Se com isso você quer dizer cruel... Pode se dizer que sim! – falei fria jogando um pedaço de telha no meio da rua. – Mas não se preocupe comigo! – falei irônica – Tô acostumada.

– Angie... Eu te conheço!

– É Angela pra você! – falei olhando em seus olhos e senti um choque em meu corpo. – E você não sabe nada sobre mim.

– Talvez não estejamos falando da mesma pessoa. A Angie que eu conheço nunca agiu assim. Ela era doce, gentil... carinhosa!

– E aí ela tomou na cara! – respondi rindo em seguida – Eu já conheço essa história.

– Ela nunca existiu, certo? – ele falou sem tirar os olhos de mim. Voltei a olhar para os meus pés.

– Você a inventou. Queria uma garota perfeita e achou que ela desse um jeitinho. Tentou arriscar, mas isso acabou com a vida dela... Você a matou! Matou-a na primeira imperfeição que viu. Ou melhor, imperfeição não. Algo que você não podia tolerar! – falei dirigindo os meus olhos para o céu – Ela era virgem! – sorri – E aí você foi atrás de outra. Você a enganou!

– Eu estava passando por problemas! – ele falou virando o rosto – Meus pais se separaram. Eu só precisava de algo pra esfriar a cabeça. Se me amasse de verdade teria me perdoado. Não sabe o quanto feriu meu coração.

– Coração? – perguntei rindo – Você não tem coração, Jason. Não tem!

– Olha, você não sabe pelo que eu passei. Eu sofri bullying no colégio. Eu escutava brigas dos meus pais de sol a sol. E quando isso começou. Eu só tinha cinco anos! Você era perfeita demais pra alguém como eu! Você nunca teve problema nenhum. Seus pais se amavam. Eu ainda não consigo acreditar que você... Cara, você batia na sua mãe? Matou seu pai, matou seu irmão... Espancou a sua mãe! Você não sabe o quanto isso me machuca. Imaginar você fazendo algo tão... Tão...

– Você não sabe do que está falando, Jason! Você não sabe! – minha voz saiu insegura. E posso jurar que ele percebeu. Senti meus olhos se encherem de lágrimas. – Você não sabe o que é sofrer! De braços cruzados! Você não sabe o que é dor!

– Não sei? Então, você não faz ideia. Mas espero que reflita em tudo o que fez! – ele disse com a voz embarganhada – Você... Você tentou matar a minha mãe, Angie... A minha... Droga! Porque? Porque? E sabe qual o pior disso tudo? Você acha que sabe o que é sofrimento! Mas você não sabe de nada!

– Cala a boca! Sai da minha casa! – gritei e senti minha garganta arder.

– A verdade dói, né? Eu sei que sim! Seu pai se envergonharia. – Ele falou levantando-me com força pelo braço e eu soltei um gemido de dor.

Senti meu sangue esquentar e quando percebi já estávamos em meu quarto. Eu estava dando socos e mais socos em seu rosto e ele gemia.

A situação se inverteu e ele segurou-me pelos braços. Envolvi minhas pernas em volta da sua cintura e dessa vez eu estava em cima dele. Desferi tapas e socos em seu rosto e me afastei deixando-o caído no chão. Passei o braço pelos meus lábios e limpei o sangue da minha boca.

– Você é um monstro! – ele falou cuspindo as palavras e percebi que eu estava sentindo um peso. Sim, aquelas palavras tinham feito a minha consciência quase a minha vida inteira.

“ Você é especial” – ele dizia enquanto brincava com meus cabelos. E eu só conseguia sorrir. Eu era especial, ele tinha dito. E por mais que aquilo fosse pouco. Era tudo o que eu mais queria ouvir naquele momento.

Senti meus olhos cheios d’água e o abracei. Quem me dera poder falar tudo, tudo pra ele. Tudo o que eu mais queria. Eu confiava nele. Então porque não?

– Eu to sofrendo sabia? – Ele falou encolhendo-se na parede.
E aquilo só me deu mais raiva ainda. E essa eu não consegui segurar. E nem meus braços poderiam acabar com aquilo.

– CALA A BOCA! – gritei e senti as minhas cordas falharem – Você não sabe o que é sofrimento! Não sabe! Você vive numa casa de luxo, tem dinheiro, tem uma mãe que te ama, você tem amigos, tem tudo o que quer e na hora que quer. Tem tudo o que mil pessoas matam e morrem pra ter. – cuspi as palavras.

– Você não sabe do que tá falando! – ele falou dando um falso sorriso.

– Cala a boca – voltei a gritar – você já falou demais! Agora é a minha vez! Você é rico. Sempre foi, "Jazz On!" Tem milhões de garotas... E garotos aos seus pés. Mas você fica criando draminha!

– Drama? Você conhece isso! Sua vida toda é um! Você é sempre a coitadinha! – ele falou se levantando!

– Eu já disse pra calar a boca! – gritei mais uma vez – Eu nunca me fiz de coitada, NUNCA!

– A sua mãe...

– A MINHA MÃE É UMA ASSASSINA! – saiu sem pensar – QUANDO EU TINHA DOIS ANOS DE VIDA ELA TENTOU ME MATAR E FOI EMBORA! – gritei – EU NUNCA... NUNCA TIVE UMA MÃE DE VERDADE! NÃO QUERIA QUE EU LHE CONTASSE OS MEUS SEGREDOS? ENTÃO AQUI ESTÃO... TODOS ELES! QUER MAIS, TUDO BEM! TODOS OS ANOS NO MEU ANIVERSÁRIO ELA VOLTAVA! E QUANDO EU FIZ CINCO ANOS DE IDADE ELA MATOU O MEU IRMÃO.

NA MINHA FRENTE! - senti meus olhos se encherem de água - NÃO DIGA QUE SOFREU PORQUE NÃO SOFREU! EU SEI O QUE É SOFRIMENTO! EU SEI O QUE É DOR, DROGA! EU SEI... EU SEI... E sabe o pior disso tudo? Eu pensei que podia ser feliz. Porque eu conheci um garoto. Ele era... Era doce, meigo, era gentil... era sincero... me fazia sorrir e esquecer todos os meus problemas... Era uma droga pra mim. Algo que eu não poderia viver sem. Mas eu me enganei! – abaixei a cabeça para evitar o contato visual e sorri – eu inventei algo que não existia. Inventei alguém pra eu amar. E eu me decepcionei! Decepcionei-me muito! Porque eu nunca poderia imaginar que ele seria capaz de fazer algo tão... Tão cruel! – falei levantando o rosto para o teto – você não sabe o quanto eu te odeio! Não sabe. Não te odeio por ter me traído, não te odeio por ter me feito sofrer tanto! Odeio você... Porque matou meu pai!

Falei e saí em disparada daquela casa. Eu não queria ficar ali. Porque só iria me trazer mais dor.

Sentada em uma calçada qualquer, eu fiz algo que eu prometera nunca mais fazer... Abaixei minha cabeça. E chorei.



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Notas finais do capítulo

Entonces? Les aprovó?
Então? O que acharam?
So? Do you like it?
:D kisses for you



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