Um Nerd em Minha Vida escrita por piiileite


Capítulo 7
Monstrinha


Notas iniciais do capítulo

N/A: Bem gente, eu gostaria de agradecer todos os comentarios dessa fic. Eles que me dão forma pra continuar a postar. E agradecer especialmente a TaynaCullen que fez uma indicação para minha fic! ^^ Obrigada *.*

Bem, as coisas começam a se desenrolar (ou se enrolar o.O) esse capitulo HUHUHU



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XxX

Bella PoV

Com uma viagem de carro... cof cof... Muito estranha, finalmente chegamos à festa de boas vindas a Rosalie.

Edward e eu evitávamos desde então qualquer troca de palavras desnecessárias. Era de acordo mutuo que nossa relação estava começando a extrapolar as barreias tutor/aluna e dona/Barbie e isso não era de interesse nosso.

Notando isso, o afastamento foi imediato.

A festa estava bem cheia levando em consideração que, teoricamente, era uma festa só para os íntimos. Mas assim como eu, metade dali não era nem um pouco íntima.

Entrei cautelosamente no recinto, olhando algumas caras conhecidas e cumprimentando-as de longe. Edward tinha tomado um rumo diferente do meu e eu não o tinha mais em minha vista. Estava me sentindo deslocada quando Alice finalmente apareceu.

— Aahh, você conseguiu! Quem bom que você veio! – Ela disse alegremente – Hum... Cadê Edward? Ele não veio com você?

— Ele está por ai. – Falei desinteressada, mais preocupada em lhe passar uma mensagem – Alice me escute. Se por acaso você resolver dar as caras na minha casa durante essas semanas, pode tratar de aparecer com uma puta duma atadura no braço, viu senhorita? Senão ta ferrando eu, você e de quebra o Edward.

— Relaaaxaaa meu bem, eu sei o que faço. Agora deixa de coisa e vem que eu quero te apresentar Rosalie.

Então Alice começou a me arrastar salão abaixo atrás da famosa "Miss Universo". Eu não podia negar, estava morta de curiosidade.

Passando por muitas cabeças, mesas, cadeira e cômodos, finalmente a vi ainda de longe. Alice não precisou me dizer nada, eu sabia que era ela pelo simples fato de ser a pessoa mais incrivelmente linda e perfeita que eu já havia visto em toda minha vida.

Seus longos cabelos dourados e levemente ondulados reluziam por toda sala, seu rosto pálido e perfeitamente desenhado mantinha um largo sorriso nos lábios, fascinando à todos que olhavam. Seu corpo era de dar inveja á "Miss Universo" e Afrodite.

De repente toda e qualquer preocupação que eu tinha com minha aparência para estar ali presente se esvaiu. Não tinha sentido se arrumar quando se estava no mesmo recinto que Rosalie. E, é claro, isso me incomodou.

— Rose! – Alice deu um gritinho chamando sua atenção. Rosalie se limitou a nos olhar com certa indiferença — Essa daqui é Bella. A minha amiga de quem lhe falei.

Ela me deu uma escaneada sutil, mas efetiva. Pelo seu olhar, eu diria que ela pensou "Não vi grandes coisas" e nesse ponto eu concordava com ela. Era triste admitir, mas ao lado dela, eu passava correndo a léguas de distância de "grandes coisas".

— Olá, Bella! – Rosalie disse abrindo um largo e brilhante sorriso – É um prazer finalmente conhecê-la.

Não soube dizer se ela estava mesmo falando a verdade, mas resolvi responder à altura.

— Digo o mesmo, Rosalie. Alice fala tanto de você...

— Ah, é tão bom vocês estarem finalmente se conhecendo e... – De repente Alice lançou sua vista para um local qualquer e então, quase como por reflexo, parou de falar e prendeu a respiração.

Segui a direção que seus olhos estavam concentrados. Logo vi que Edward e Jasper caminhavam ao nosso encontro.

Edward parecia misteriosamente envergonhado, olhando para todos os lados, menos onde estávamos. Quando finalmente chegaram até nós, ele não tirava os olhos do chão.

— Rose. – Disse Jasper casualmente por trás dela – Lembra do meu amigo Edward?

Rosalie se virou para eles com uma expressão pensativa, como se estivesse fazendo uma profunda busca em sua mente. Mas logo essa expressão foi substituída por surpresa e em seguida fixação.

Ela tinha batido os olhos em Edward.

Sua visão tinha se tornado fixa e penetrante, e possuía um meio sorriso em seus lábios. Edward por sua vez não tirava os olhos do chão.

— Vagamente... Por quê? – Ela respondeu sem muito interesse. Estava entretida demais com o Deus Grego na sua frente.

Que ironia... Mal sabia ela que o objeto o qual ela secava até a alma no momento era o "vagamente lembrado" Edward.

Jasper pigarreou sem jeito, sentindo que aquela situação de uma forma geral era constrangedora e se limitou a dizer:

— Hum... Bem... Pois este é Edward.

Como já era de se esperar sua perfeitíssima face adquiriu formas que praticamente gritavam duvida e espanto.

— Serio? – Ela perguntou desconfiada.

Mais uma pigarreada de Jasper.

— Sim...

— Oh... – Ela disse como se tentasse assimilar tudo aquilo e então soltou o mais charmoso e sexy sorriso do mundo. – É um prazer revê-lo Edward.

Edward finalmente tirou os olhos do chão e olhou para Rosalie. Só para ficar ainda mais envergonhado.

Então ela o pegou pelo braço e começou a tagarelar e andar com ele, tirando-o dali.

— Então Edward, quanto tempo...! O que você anda fazendo? Meu intercambio foi ótimo. Aprendi uma língua totalmente diferente e linda...

Edward olhava para ela com um espanto indescritível, mas não se negava a dar um passo com ela sequer. Ele parecia estar gostando daquilo.

Ele nunca agia assim com mulher nenhuma. NENHUMA mesmo. Estando de NERD ou de Deus grego, ele sempre era frio e desinteressado. Lógico que comigo era um pouco pior que o normal e estávamos sempre discutindo e brigando, mas isso porque ele me odiava e eu não tinha saco para aturar a superioridade dele.

Desde ontem, quando ele apareceu lindo de morrer na escola, que dezenas de garotas e até funcionárias tentavam se aproximar fervorosamente dele. Mas sua reação era sempre "eu sou bom demais pra você", afastando todas elas brutamente, que ficavam apenas desejosas observando-o de longe.

Então tudo aquilo só podia me fazer chegar a uma conclusão. Edward tinha uma queda (quase do tamanho de um abismo) por Rosalie Hale.

Que hipócrita! Sempre pensei que ele me odiasse pelo fato de eu ser a bonita, fútil e mais popular aluna da escola, e que ele fosse alguma espécie de invejoso ou odiador eterno de populares. E agora, simplesmente, lá estava ele andando de braços dados com ninguém menos do que a super conhecida, adorada e idolatrada Rosalie Hale.

E o pior é que essa vaca mal havia chegado e já tinha roubado em GRANDE ESTILO e na minha lata, minha Barbie particular.

"Calma Bella, calma. É apenas Edward. O nerdão que você transformou. Apenas um bobão. Não tem nada demais Rosalie querer ele para ela." Enquanto pensava isso, peguei um copo de vinho que uma pessoa qualquer bebia. "Não tem nada demais."

— Bella, não beba. Você vai voltar dirigindo! E também sabe que não pode demorar.

— É só um pouquinho! – Disse puxando a taça que ela queria tirar de minha mão.

Então notei. Estava eu, Alice e Jasper. Incrível como eu andava sobrando ultimamente.

Não deveria ter vindo. Ter ficado em casa estudando seria mais produtivo... Ah, que ótimo, agora eu também estava pensando como uma Nerd. Querendo ir para casa estudar no meio de uma festa.

Tomei umas significativas goladas do meu copo após notar esse triste fato e então anunciei a Alice:

— Vou dar uma volta. – Acenei para eles e parti antes que eles tivessem tempo de dizer qualquer coisa.

Fui para a varanda da casa. Lá estava ligeiramente vazio se comparado com o resto do local. Peguei uma cadeira solta e me sentei. Fiquei olhando o céu e bebendo, me perguntando por que eu havia ido. Curiosidade? Vontade de fugir do castigo? Bem, isso já não importava mais. Era melhor ir para casa antes que Charlie desconfiasse.

Levantei-me de uma vez. Foi aí que senti o efeito do álcool subindo feito um foguete. Talvez Alice tivesse razão. Eu não havia comido nada nas últimas horas, estava com o estômago vazio e havia bebido muito rápido. O álcool tinha subido que era uma beleza.

Senti perder o equilíbrio. Enquanto tentava andar sob meu salto enorme, podia sentir que uma queda feia se aproximava, mas então alguém me segurou.

— Está tudo bem? – Uma voz máscula me perguntou em tom preocupado.

Virei-me para ver quem havia sido meu herói.

— Ah, oi Mike. Está tudo bem sim e... Hum... Desculpe por isso. – Disse me recompondo minha postura.

— Ah, tudo bem, sem problemas. – Mike falou me oferecendo um sorriso simpático.

— Bem... Eu já estava se saída, então...

— Você vai dirigindo DESSE jeito? – Ele perguntou abismado.

Acho que fiz uma careta nessa hora. Eu não estava assim tão bêbada. Só meio zonza.

— Não se preocupe Mike, eu estou bem. Sério. Essa perda de equilíbrio não foi efeito do álcool.

— Ah não? – Ele estava sendo irônico?

— Não...

— Não mesmo?

— Não Mike... Eu estou beeeeeem. – Okay, aquilo me fez soar ainda mais bêbada e idiota.

— Acho que você deveria procurar alguma coisa para comer. Vamos, eu te acompanho.

Tentei negar o convite dele, mas ele tinha razão. Eu tinha mesmo que comer. Quando me dei conta, ele segurava minha mão me levando para mesa de alimentos.

Mike era um bom amigo, uma pessoa divertida e muito gentil. Mas comigo ele costumava ser gentil até demais, se é que me entende, e isso me preocupava porque, honestamente, eu não queria machucá-lo.

Eu não costumava dá-lo nenhum tipo de esperança, mas no momento, eu não conseguia andar muito bem com aquele salto todo e então resolvi apoiar-me de leve nele.

Finalmente chegando à mesa de comidas, Mike fez um prato "A lá pedreiro" para mim e então disse antes que eu pudesse tentar fugir:

— Fique aqui. Vou pegar um refrigerante para você.

Que lindo. Parecia até que eu tinha cinco anos.

E então ele se foi.

Só notei que estava de fato com fome quando, olhando para o enorme prato de comida parecendo incrivelmente delicioso, minha barriga veio a roncar.

Sem esperar Mike e muito menos "pensar duas vezes" a respeito, comecei a devorar a comida sem dó nem piedade.

No auge da minha degustação alimentícia, escutei uma voz aveludada e incrivelmente sexy no meu ouvido.

— Você come demais. Monstrinha.

Não sei se foi pelo susto, pelo arrepio causado por sua voz ou pela minha reação sobre aquele apelido nada carinhoso, só sei que toda comida que eu engolia naquele segundo entalou fortemente na minha garganta, fazendo com que eu não conseguisse respirar de forma alguma.

Sim, eu vi a morte.

Olhei para Edward desesperada, (provavelmente já ficando roxa) com cara de "sim, eu estou morrendo mesmo. Isso não é uma brincadeira." Segurei na manga de sua blusa definhando por falta de oxigênio.

Vi seus olhos se arregalarem e a preocupação lhe invadir.

Ele me segurou e deu uns tapas nas minhas costas afim de que eu me desentalasse.

Sem resultado.

Levantou meus braços e bateu, dessa vez mais forte, nas minhas costas.

Sem resultado.

Me sacudiu.

Sem resultado.

Quase esmurrou minhas costas.

Sem resultado.

A essa altura eu já estava me despedindo mentalmente da minha vida.

"Obrigada senhor. Foi bom ter estado aqui e conhecido minha família, meus amigos... Queria ter vivido mais... Aproveitado mais... Quem sabe conhecido Edward antes... De qualquer forma, to chegando aí, me receba de braços abertos e..."

Foi ai que senti os braços de Edward em volta da minha cintura. Ele me abraçava por trás...

Não, não se iluda. Nada bonitinho nem romântico devo dizer. Ele me abraçava por trás para poder apertar brutalmente minha barriga e assim milagrosamente me desentalar.

Mas não é que deu certo?

Eu tossia freneticamente e puxava todo o ar possível para os meus pulmões, chegando até a fazer barulho estranhos no processo.

"Obrigado senhor, por me conceder outra chance de viver e..." Meu agradecimento foi interrompido por Edward.

— Está tudo bem com você? – Ele disse colocando sua mão delicadamente sob meu ombro. Seus olhos demonstravam que ele estava genuinamente preocupado.

— Cof cof, O que você... cof cof... Acha?... Cof cof.

Edward franziu as sobrancelhas em resposta.

— Vou buscar alguma coisa para você beber.

Antes que ele pudesse sair eu o segurei e falei:

— Não se incomode... cof cof... O Mike já foi buscar.

—...

— Cof cof

—... Mike?

— Sim... Cof cof

— Ah...

Um silêncio breve, porém desconfortável, se instalou, sendo interrompido apenas por minhas tossidas. Mas então Mike apareceu. Não que isso tenha melhorado em alguma coisa as vibrações do local.

— Aqui está seu refrigerante, Bella... Bella? Aconteceu alguma coisa?

Nem me dei ao trabalho de responder. Peguei o copo de sua mão e mandei todo para dentro.

Pense num alívio.

Quando finalmente recobrei cem por cento a consciência e fui olhar para Edward e Mike, os mesmos se encaravam de modo estranho, com certa competitividade.

— Hum... Então... – Comecei a falar tentando quebrar o gelo.

— Vou indo, Bella. – Edward disse rapidamente antes que eu concluísse qualquer frase e foi embora sem me dar chances de responder.

Parecia ele mal humorado?

E então o vi indo de encontro com Rosalie.

No dia anterior, logo depois do incidente da comida, fui embora. Ai você se pergunta por que.

Por que meu pai tava esperando em casa e eu não podia demorar, já tinha conhecido quem "queria" conhecer, tinha que estudar alguns assuntos antes de dormir e, por último, mas não menos importante, eu estranhamente não queria estar lá.

Então resolvi ir para casa.

Inventei uma baboseira qualquer para meu pai sobre o quando Alice estava machucada, estudei um pouco e fui dormir.

No outro dia eu simplesmente acordei sem a menor disposição de ir embelezar Edward e muito menos de ir para aula.

Eu sabia que não podia faltar de jeito nenhum, pois precisava assistir á aula e se eu não fosse meu pai me mataria. Mas embelezar Edward não era de fato necessário. Inclusive ele ficaria muito feliz que eu não fosse, então resolvi ir direto para escola.

As aulas nunca pareceram se arrastar tanto, mas fiz um esforço sobre humano e consegui prestar atenção em todas.

Quando a hora do almoço finalmente chegou, eu estava porre de sono, me arrastando pelos corredores carregando minhas coisas. Eu estava extremamente cansada, parecia até que tinha passado um rolo compressor por cima de mim.

Com minha atenção completamente solta por ai, esbarrei ridiculamente em alguém.

— Sinto muito. – Disse sem nem olhar para cara de pessoa e voltei a andar.

Mas a pessoa "esbarrada" me segurou. Virei com cara de "Qual é meu irmão?", mas recebi um largo sorriso em troca.

— Olá Bella. Está se sentindo melhor?

— Ah... Oi Mike. Sim, sim… Estou ótima. – Menti de certa forma.

— Sério? Não parece – Ele disse desconfiado – Você parece pior na verdade... Deixa eu carregar essas coisas para você.

— Não precisa Mike...

— Claro que precisa. Você já viu sua cara?

— Sério Mike, não precisa mesmo. Eu posso carregar minhas coisas.

— Por favor, Bella. Só até seu armário.

O que diabos têm de tão bom em carregar as coisas alheias?

— Tudo bem... Se você faz tanta questão assim.

Pareceu até que eu havia dado doce a uma criança. Mike ficou feliz e saltitante e tomou os livros do meu braço. Então começamos a andar.

— Sabe Bella... – Ele fez uma pausa dramática parecendo subitamente nervoso – Estreou um filme muito legal no cinema e eu estava pensando se você não queria ir comigo...

Ah que ótimo! Eu sabia que ai tinha coisa.

— Hum... Mike, sabe o que é? Eu estou de castigo sem previsão de fim e não estou podendo sair. – Nunca pensei que ficaria grata em estar de castigo – Ontem para poder ir naquela festa, eu tive que inventar para meu pai que Alice tinha quebrado o braço! – Dei uma pequena pausa para que ele pudesse absorver o "fora" – Quem sabe outra vez.

Ele pareceu desapontado, meio triste, mas então voltar a sorrir dizendo:

— Tudo bem! Depois que terminar seu castigo então.

— Claro! – Disse dando um sorriso sem graça e fazendo uma nota mental para fugir de Mike de agora em diante.

Caminhamos o resto do trajeto em silêncio. Assim que cheguei ao meu armário, vi há algumas portas dali, Edward conversando com Rosalie.

Uma pontada inexplicável de raiva surgiu sobre mim, mas logicamente eu não deixei transparecer e desviei imediatamente o olhar.

— Obrigada por carregar minhas coisas Mike. – Disse dando um sorriso simpático.

— Claro, sem problemas. Quando sair do castigo me avise então...

— Pode deixar! – Nos seus sonhos, Mike.

E então ele finalmente partiu.

Botei meus livros no armário e tranquei-o. Quando virei para voltar a andar para o refeitório, Edward apareceu bem na minha frente.

Por reflexo dei um pulo pra trás, batendo nos armários e fazendo um barulho estrondoso. Atraindo atenção de quase todos no corredor.

— Que , seu idiota! Está tentando me matar? Primeiro ontem com a comida, e agora isso? – Disse quase gritando, tentando acalmar meu frágil coração.

— Deixa de escândalo. Você que se assusta muito fácil. – Ele disse seco. Parecia com raiva.

O doido me assusta e ele que fica com raiva?

— O que quer? – Perguntei á altura da grosseria dele.

— Por que você não apareceu hoje?

Ah, então era sobre isso?

— Acordei cansada. Nem um pouco a fim de brincar de Barbie hoje. Então não fui.

Agora que eu prestava atenção, Edward estava arrumado mesmo sem eu ter ido arrumá-lo.

Lógico que não estava neeem de longe tão bom quanto estaria se EU tivesse ido arrumá-lo, mas estava plenamente aceitável.

Eu pensei que ele não se importasse com esse tipo de coisa. Será que ele teria se produzido por causa de Rosalie?

Uma faísca de raiva brotou em mim.

— Eu fiquei esperando você... – Ele disse em uma mistura de tom acusatório e tristeza.

Fiquei calada por alguns segundos e então disse azeda.

— Ué. Por que está com raiva? Pensei que você estaria FELIZ de eu não ter ido encher seu saco logo de manha.

Ele rapidamente olhou dentro dos meus olhos com uma espécie de fúria e falou:

— Eu ESTOU feliz.

Sua raiva transparecendo naquelas palavras me deixou meio assustada.

—... Tudo bem... Se você ta dizendo...

E então o silêncio se instalou.

Comecei a ficar zonza, precisava sentar. Devia ser a fome. Encostei-me em um dos armários e fechei os olhos, tentando recobrar perfeitamente a consciência.

— Então... Mike hein? – Escutei a voz de Edward ao longe e abri os olhos ao ouvir aquilo.

Involuntariamente fiz uma careta.

Eu podia falar "não, não, não é o que você esta pensando. Acabei de dar um passa fora nele. Não estou de casinho com ele nem nada.", mas o que importa? Não é da conta de Edward mesmo. Que ele pense o que quiser.

— Rosalie hein? – Retruquei na mesma moeda, apesar de aquilo nem de longe ser uma ofensa. Era bem mais para um elogio.

Ele apenas franziu as sobrancelhas, mas não disse nada. Isso me incomodou.

Zonza, zonza, zonza.

— Pois é Edward. Então até mais tarde na minha casa. – Disse me virando e indo embora.

Eu precisava sentar.

Como sempre, em ponto, Edward chegou à minha casa.

Hoje, mais do que nunca, por falta de interesse mútuo, as conversas estavam restritas a aula. Porém minha atenção não estava muito boa. Eu me sentia mal, bastante mal.

—... E é assim que se descobre a potência.

— É o que? – Disse confusa e sacudi a cabeça. – Desculpe, não prestei muita atenção. Você poderia repetir?

Edward fez uma cara desconfiada, respirou profundamente e então soltou a grafite que segurava na mesa.

— O que está acontecendo com você, Bella? Não está absorvendo nada da aula.

— Hum... Nada demais, só estou desatenta hoje. Vou tentar me concentrar.

Ele estranhou, mas não disse nada.

Mais horas se passaram. Já era de noite.

Meus pais haviam saído para um evento social qualquer, só Emmett estava em casa sob ameaça de morte em sair e deixar eu e Edward sozinhos.

Mas pelo visto ele não tinha medo da morte.

— Maninha, estou indo bem ali na casa de Jasper. Não se preocupe! Eu volto antes do papai e mamãe.

— EMMETT! FICOU LOUCOOO? VOLTE AQUIIIII!

Já era. Ele já tinha ido.

Tudo bem. Edward jamais faria nada comigo mesmo. Um ódio mortal nos separa.

Cerca de meia hora depois, eu não agüentava mais. Não entrava mais nada na minha cabeça, eu estava fraca, mole, zonza, com os olhos ardendo. Um mal estar sem fim.

— Bella, que diabos de regresso é esse? Ontem você tava craque em tudo que era matéria. Qualquer questão que eu botasse você respondia rindo, e agora você simplesmente tá burra como uma porta! – Edward falava parecendo irritado e inconformado. – Que biiiiiicho mordeu você e drenou seu cérebro? – Ele disse sacudindo minha cabeça.

Normalmente eu teria levantado da cadeira e batido nele, mas hoje não dava.

— Edward, eu não vou nem me dar ao trabalho de discutir com você. Acho melhor você ir embora por hoje. Amanhã nós continuamos.

Ele meio que fez uma cara de ofendido, mas não deu para ver direito porque logo após eu terminar de falar, faltou luz.

Isso mesmo crianças. Faltou luz.

—...

—...

— MAS QUE #%#!*#¨%*#&!#¨%!*#&&$%#&$%#&%#!¨#% TINHA QUE FALTAR LUZ UMA HORA DESSA?

Sim, toda energia que me sobrava no âmago da alma se foi com esse grito.

Peguei meu celular para dar uma breve iluminada no ambiente. Olhei a cara de Edward meio desfigurada pelo escuro. Ele tinha os olhos arregalados, provavelmente assustado pelo meu palavreado sutil de poucos segundos atrás.

Suspirei profundamente e então falei:

— Eu vou pegar uma vela para poder levá-lo até a porta. Só um segundo.

— hum... Okay...

Me levantei lentamente da cadeira com o celular na mão, iluminando o pouco que conseguia.

"WOW, talvez fosse melhor ter ficado sentada." Pensei enquanto uma tontura incrível me acertava em cheio.

Comecei a me locomover lentamente até a gaveta da cozinha onde ficavam as velas, me escorando pesadamente na parede devido estar zonza. A luz do celular indicava fracamente o caminho. Por que parecia estar tão distante?

Era impressão minha ou tudo estava começando a ficar ainda mais escuro do que antes? Tudo preto. E porque eu começava a não sentir mais o meu corpo? E por que a voz de Edward chamando meu nome parecia tããããããããão longe?

XxX


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Notas finais do capítulo

N/A: Vejamos... Eu já tenho em mente os próximos dois caps e eles serão bastante interessantes xD MUAHAHA

Reviews meu povo, pleaaaseeeeee??? A proximo capitulo já tá pronto. quanto mais reviews mais rapido eu posto =3 não é uma proposta tentadora?