Ela me olhou curiosa e temerosa, e então falou: 

-Quem é você? Eu te conheço?

Capítulo 6

Bella POV

Eu estava presa. Não me movia, não abria os olhos... tudo o que conseguia fazer era escutar. Eu escutava muitas vozes, sempre triste e falando que tudo ia dar certo. Que estranho! O que será que está acontecendo?

Fiquei imóvel durante muito tempo, tanto que não sei mais ao certo quanto. Mas durante todo esse tempo, durante horas e horas, todo dia, ouvia uma voz que falava comigo. A voz mais linda que já ouvi.

Era a voz de um menino. Mas eu conhecia essa voz, não sei de onde mais tenho certeza que conheço.

-Oi anjinho. Como você está? Espero que não esteja sentindo dor. Eu vou conversar um pouco com você, pois acho que pode me escutar. – ele falava comigo. Ele realmente acreditava que eu o ouvia.

Ele me chamou de anjinho! Aonde eu já ouvi isso? Que raiva que eu estava. Não me lembrava de muita coisa e sempre que tentava, minha cabeça doía.

-Não se preocupe ok? Eu não vou mais conversar com aquela menina. Eu só estava bravo porque você não brincava comigo, só dava atenção para o seu primo. Acho que eu estava com ciúmes. Me desculpa tá? – mas porque ele ta pedindo desculpa?

Eu estava muito confusa. Fiquei horas escutando a voz doce e linda daquele menininho. Essa voz, incrivelmente me acalmava. Depois de muito tempo aqui, quando já estava cansada e queria dormir, ouvi ele se despedindo e dizendo que voltaria amanhã para me ver.

Logo que ele saiu dormi. Dormi profundamente e só acordei quando o ouvi entrar no meu quarto. Logo ele começou a conversar comigo e eu relaxei.

Eu ainda sentia algumas dores, mas por causa dos remédios, descobri que estava em um hospital, na maior parte do tempo eu não sentia nada.

Eu fiquei muito tempo no hospital. Muito mesmo. Eu estava tentando me lembrar das coisas, quando ouvi o som de alguém entrando no quarto. Logo percebi ser o menino. Ele começou a conversar comigo como sempre, mas eu estava mais empenhada em lembrar das coisas. Na minha cabeça passava um nome constantemente. Edward. Quem será ele. Eu tentava descobri quem era quando ouvi o menininho dizer:

-Bella... Eu te amo... – ele disse intensamente.

Meu coração começou a acelerar na hora. Agora tudo o que eu precisava era conhecer, ou lembrar, quem era esse garoto que disse que me amava.

Com toda a força de vontade que eu tinha, consegui apertar a mão dele que estava segurando a minha. Me esforçando mais ainda, tentei abrir meus olhos. No começo ardeu um pouco, mas logo me acostumei.

Eu ouvi um choro e logo após fui abraçada. Era aquele menino. Aquele que conversava comigo. Eu tinha certeza por causa do som de sua voz quando gritou meu nome.

-Quem é você? Eu te conheço? – eu perguntei muito curiosa mas com um pouco de medo, já que não me lembrava dele.

-Bella! Você não lembra de mim anjinho?

Eu lembro, só não te reconheço, eu queria dizer pra ele.

-Desculpa! Como é seu nome? – eu não sei porque mas tinha uma necessidade de lembrar dele.

Nisso a porta se abriu, e apareceram duas pessoas. Um homem loiro, muito parecido com o menininho, pelo casaco branco, vi que era um médico. A outra pessoa era uma mulher, eu conheço ela de algum lugar.

-FILHA! – ela gritou. Quer dizer que essa era aminha mãe? Que bonita!

-Bella, como você está, pequena? Sente alguma coisa? – o loiro perguntou.

-Quem são vocês? Como se chamam? – eu não gostava de ficar confusa, e nesse instante eu estava muito.

-Bella, você não lembra de nós? – ele perguntou preocupado, vindo em minha direção pra me examinar.

-Desculpe. Eu sei que conheço vocês de algum lugar, mas não me lembro. – eu já estava com vontade de chorar.

-Eu sou Carlisle pequena, sou o pai do Edward. Não se lembra mesmo? – ele agora estava preocupado.

-Edward? Esse nome não me é estranho. – eu disse mais animada. – esse nome passou na minha cabeça o tempo todo! Quem é esse Edward? – agora eu estava muito curiosa.

-Você lembra de mim? – o menininho ao meu lado perguntou animado e muito feliz. – Ah Bella! Você lembra de mim!

-Quer dizer que você é o Edward?

-Aham! Eu vim aqui todos os dias para conversar com você! você me ouviu alguma vez? – agora ele estava curioso mas a alegria prevalecia no rosto dele. Quase ri da carinha que ele estava fazendo, era muito fofo e ele era lindo.

-Eu ouvi sim. Obrigada por isso. A única coisa que eu conseguia era ouvir, e todo dia você vinha conversar comigo. Isso me deixava animada. – eu sorri pra ele – mas desculpe. Não me lembro realmente de você só te reconheço um pouco. Como se você fosse alguém importante mas sem lembrar das coisas.

-Ahh – a carinha dele desmoronou um pouco e eu fiquei triste com isso.

-Mas não fique triste, logo eu me lembro, eu prometo. Ai! – eu choraminguei. Minha cabeça estava doendo muito.

-Pequena, você precisa descansar. Não é porque você acordou que vai ficar se esforçando. Agora mais do que nunca você tem que descansar. Onde está doendo? – o medico, Carlisle, perguntou.

-Minha cabeça. Dói quando eu tento lembrar das coisas. – eu disse choramingando.

-Ok. Descanse que eu vou te dar um remédio para essa dor.

-Não me deixe sozinha Edward! – eu pedi.

-Claro que não anjinho! Nunca te deixaria sozinha. – ele respondeu sorrindo e eu correspondi seu sorriso.

Logo depois senti um cansaço. Acho que era o remédio. Eu peguei a mão de Edward, que estava ao meu lado. E dormi. Tranquilamente. Segurando a mão do menino que ficou comigo todo esse tempo.

Eu senti uma felicidade quando vi ele. Era incrível. Ele parecia ser muito importante na minha vida, e eu queria muito lembrar dele. Era o que mais queria nesse momento. Lembrar quem era esse lindo menino dos olhos verde esmeralda.

Durante a noite, veio em minha mente muitas imagens. Era ele, o Edward, ele estava conversando com uma menininha muito linda. Eu me lembrava de ter ficado brava e de ter saído correndo. Depois disso não lembrava de mais nada. Eu perguntaria para o Edward amanhã.

Quando acordei de manhã, vi minha mãe. Era estranho não me lembrar da minha própria mãe. Comecei a perguntar algumas coisas pra ela e ela respondia calmamente. Ela queria que eu lembrasse por mim mesma.

Quando perguntei sobre Edward, ela disse que ele era meu melhor amigo e que eu nunca me separava dele. Que o pingente que eu usava, ele tinha me dado.

Fiquei admirando o pingente que nem percebi que usava. Era lindo.

Depois de um tempo, Edward entrou todo feliz no quarto. Ele veio diretamente me abraçar e deu um beijinho na bochecha. Quando minha mãe saiu, dizendo que ia almoçar, eu perguntei:

-Ed, eu me lembrei de uma coisa. – eu falava meio envergonhada. Queria saber quem era aquela menina, não gostava dela perto dele, mas e se fosse a namorada dele?

-O que você lembrou anjinho? – ele sorria pra mim e eu o correspondi quando ele me chamou de anjinho. Adorei quando ele me chamou assim.

-Quem era a menina loira arruivada com quem você conversou?