De tanto que eu chorei, acabei pegando no sono, porém não dormi bem. Sonhei a noite toda com o acidente de Bella, e o que poderia acontecer já que ela está em coma. Revirava-me na cama o tempo todo, ás vezes acordava. Numa dessas vezes em que acordei no meio da noite, vi minha mãe sentada a meu lado na cama, ela fazia carinho no meu cabelo e tinha uma cara triste.

Quando perguntei o que ela tinha, disse que estava triste pela Bella e por mim estar daquele jeito.

Depois de consolá-la, voltei a dormir.

O dia amanheceu nublado e triste, parecia refletir o meu estado de espírito. Desci logo para tomar café e ir para a escola, e assim que saísse, iria para o hospital.

-Mãe, por favor, me deixa faltar hoje! Não estou com animo para ter aula. Deixa eu ir pro hospital com o papai! – eu tentava convencer minha mãe pela milésima vez.

-Nem pensar. Eu já te disse, você e Alice vão para a escola, e assim que saírem eu levo vocês para o hospital. – ela disse novamente.

-Calma Ed. Você vai ver, a Bella vai melhorar e as aulas vão passar rapidinho. – Alice disse tentando me animar.

-Eu não acredito que vá passar rápido. – eu resmunguei baixinho.

E eu estava certo. As aulas se arrastaram. Todos perguntavam o porquê da Bella ter faltado e quando eu disse que ela estava no hospital, todos ficaram assustado. Perguntavam seu estado, se ela estava melhorando, quando ia voltar.

Eram tantas perguntas que certa hora me desliguei. Não falava com ninguém. Não pensava em nada a não ser Bella.

Depois de horas e horas, finalmente bateu o sinal de saída. Saí correndo, queria chegar logo ao hospital. Assim que cheguei à frente da escola, vi minha mãe nos esperando.

Dei um oi murmurado e entrei no carro rapidamente, sendo seguido pela Ally.

Minha mãe foi direto para o hospital, pois sabia que eu iria reclamar se fossemos para casa antes. Assim que ela estacionou o carro, eu saí correndo para dentro do hospital.

Meu pai já estava me esperando na recepção.

-Sabia que você viria direto pra cá. – ele disse olhando meu uniforme da escola. – nem parou para almoçar?

-Como esta Bella pai? Ela melhorou? Ela pelo menos acordou? – eu disparava perguntas ignorando o que meu pai tinha dito.

-Não, ela não acordou. Mas aparenta uma melhora. Suponho que quer vê-la não é? – ele perguntou adivinhando o que eu queria.

-Sim pai. Quero muito vê-la! Posso? – perguntei receoso. Só o que me faltava era não poder vê-la.

-Claro. Vá lá e diga para Renée ir comer.

-Ok – disse já me dirigindo para o quarto dela.

Bati na porta e ou vi um rouco “Entre”. Assim que entrei, vi uma Renée com olhos ainda inchados do choro, com uma cara abatida e cansada. Provavelmente não tinha dormido de noite.

-Oi– eu disse meio tímido. – Posso entrar?

-Claro querido. Como você está? Não dormiu muito bem essa noite não é? – ela disse reparando nas olheiras rochas embaixo dos meus olhos.

-To bem sim, só não consegui dormir direito, acordava o tempo todo. – eu disse indo em direção à Bella.

Ela estava como ontem, talvez um pouco mais corada. Isso era bom não é? Ela parecia estar apenas dormindo, o que me deixou um pouco mais tranquilo. Pelo menos ela não estava sentindo dor.

-Meu pai disse que é para a senhora ir comer alguma coisa. Disse que precisa se alimentar. Pode deixar que eu fico aqui com ela, não vou sair um minuto sequer. Prometo. – eu disse. Renée estava realmente pálida. Parecia estar doente.

-Ok querido. Mas qualquer coisa me chame imediatamente.

Ela me deu um beijo na testa e saiu do quarto em direção à cafeteria. Eu me aproximei de Bella. Apesar de todos os machucados e a bandagem na cabeça, ela continuava linda.

-Oi anjinho. Como você está? Espero que não esteja sentindo dor. Eu vou conversar um pouco com você, pois acho que pode me escutar. – eu falava com ela como se estivesse acordada.

-Não se preocupe ok? Eu não vou conversar mais com aquela menina. Eu só estava bravo porque você não brincava comigo, só dava atenção pro seu primo. Acho que eu estava com ciúmes. Me desculpa tá?

Eu esperava alguma reação da parte dela. Nem que fosse só uma batida do coração diferente, que me dissesse que ela estava me ouvindo.

-Todos na escola ficaram preocupados com você. Foi por isso que eu demorei pra vir, minha mãe não me deixou faltar. Mas eu vou vir aqui todos os dias. Não vou te deixar sozinha.

Fiquei muito tempo conversando com ela. Quando Renée voltou, me agradeceu e pediu pra eu ficar mais um pouquinho com ela, pois ela precisava dormir e não queria deixar Bella sem ninguém, eu aceitei numa boa, o  que mais queria era ficar mais tempo com ela.

Fiquei até de noite com Bella, minha mãe entrou para vê-la e trouxe meu almoço junto, já estava ficando tarde então eu tive que ir embora, não queria deixa-la, mas amanhã eu tinha escola.

Assim se passaram três semanas. Bella melhorava gradativamente, mas até agora não acordou. Todos estavam com medo de que o ferimento na cabeça tivesse sido pior do que pensávamos.

Eu ia todo dia depois da aula direto para o hospital e lá ficava até umas 10 da noite, sempre conversando com ela.

Estava cada vez mais triste Bella fazia muita falta. Não conseguia pensar muito nas coisas sem ela por perto, ainda mais naquele estado.

A menina do parquinho, Tânia, entrou na minha sala. Ela bem que tentou sentar na minha carteira, mas eu logo disse que eu sentava com Jasper. Por sorte tinha um lugar vago ainda, era atrás de mim, ela tentava conversar comigo sempre, e até parecia uma garota legal, mas eu prometi a Bella que não falaria com ela. Então eu iria cumprir minha promessa.

Faltavam três dias para completar um mês do acidente. Eu estava no hospital com Bella. A mãe dela teve que ir resolver alguns assuntos então me deixou junto com ela. Já fazia 2 horas que estava lá conversando com ela.

-Bella, eu te prometo que nunca vou deixar você sofrer isso de novo, eu vou te proteger. – eu dizia intensamente – Bella... Eu te amo...

Quando disse isso, o coração de Bella acelerou.

Na hora fiquei estático, o coração dela batia cada vez mais rápido e de repente, senti um aperto em minha mão que segurava a dela.

Eu já estava chorando quando olhei para seu rosto, e quando a vi chorei mais ainda, ela abria seus olhos pela primeira vez em quase um mês!

-BELLA! – eu gritei a abraçando. Nunca estive tão feliz.

Ela me olhou curiosa e temerosa, e então falou:

-Quem é você? Eu te conheço?