Minha Única Esperança é Você. escrita por biamcr_


Capítulo 8
Nunca disse que mentiria e esperaria para sempre.


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pelos capítulos pequenos, lindas. Eu ando realmente sem tempo.



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A manhã seguinte estava um pouco mais quente que os dias anteriores, devido à aproximação do verão. O céu estava limpo, poucas nuvens ainda restavam. Estava um dia bonito.

Resolvi que acordaria mais cedo, pois precisava botar minha vida em ordem. Eu sabia que eu acabaria me separando da Lindsey e tendo que resolver a minha vida toda de uma única vez, mas não sabia que chegaria tão cedo.

Após fazer minha higiene matinal e me vestir, rumei ao escritório do nosso advogado. Lá, fui informado que os papeis do divórcio seriam enviados à Lindsey em, no máximo, uma semana. Fui correndo para casa para dar a noticia a ela, porém as únicas coisas que encontrei foi a casa vazia e um bilhete.

“Gee,

Me desculpe, mas precisei ir embora mais cedo. Em breve entrarei em contato para te passar o endereço para que você possa visitar Bandit.

Amor, Lindsey.

Bandit também te ama e sentirá saudades.”

Ao ler a última frase, não pude evitar de um sorriso tomar conta dos meus lábios. Mas também me senti um pouco triste, pois minha filha era tudo pra mim e eu não conseguiria viver sem a visitar quase todos os dias. Com esse pensamento, a culpa voltou a tomar conta de mim. Eu agi por impulso, de novo. Parece que todas as decisões importantes da minha vida foram tomadas por impulso. E foi nessa hora que eu finalmente caí na real e percebi que estava totalmente sozinho no mundo, já que a pessoa que eu mais amava já havia se casado e tinha filhas. Ótimo, esqueci desse detalhe quando larguei Lindsey e Bandit. Parecia que a única coisa que eu estava sentindo nesses últimos tempos era culpa. E a única coisa que estava fazendo era merda.

Foi submerso nesses pensamentos que decidi que precisava de um tempo sozinho, para pensar, e acabei por pegar meu carro e dirigir até uma pequena praça abandonada que ficava nos limites da cidade. Frank e eu costumávamos ir para lá quando queríamos fugir do mundo e da pressão da mídia.

Sentei-me debaixo de uma árvore e, sinceramente, não vi o tempo passar. Devo ter ficado lá por horas, pois, quando percebi, já estava escurecendo. O Sol já estava se pondo, dando uma coloração alaranjada ao céu, porém já se podia ver o tom azulado já tomando conta do horizonte. O vento frio, agora, já podia ser sentido e batia contra meu rosto.

– Droga – Murmurei, ao perceber a hora e a fome que eu estava – não comi nada hoje.

– Bom, eu acho tenho alguns sanduíches no carro, mas não tenho certeza se são muito novos. Se quiser se aventurar... – Disse uma voz atrás de mim, fazendo meu coração parar por um segundo.

– Frank? – Perguntei, já achando que estava delirando.

– Eu sabia que te encontraria aqui. – Disse ele, simplesmente.

Ao terminar a frase, sentou-se ao meu lado e sorriu. Encarei-o confuso.

– Ah, bom, Mikey me ligou. Ele disse que tentei falar com você pelo telefone da Lindsey, e ela contou tudo que havia acontecido entre vocês, seu irmão tentou te ligar e não conseguiu... Daí ele começou a enlouquecer, achando que você iria sair e se drogar de novo. Daí ele me ligou e eu disse que ele deveria se acalmar, pois eu sabia onde você poderia estar. E eu estava certo, não? – Completou, sorrindo mais ainda.

Demorei a entender sua linha de raciocínio, já que ele havia falando muito rápido. Porém, alguns instante depois, consegui ligar os fatos e sorri, vitorioso comigo mesmo.

– Como sabia que me encontraria aqui? – Perguntei, levantando uma sobrancelha. Queria fazê-lo admitir que ainda se lembrava dos momentos que passamos juntos naquele lugar.

– Ah, lembro que você costumava vir aqui, antigamente. – Respondeu, sorrindo. Ele havia entendido claramente onde eu queria chegar e encarou aquilo como uma disputa. O primeiro a admitir que lembra e sente falta do outro, perde. Eu sabia que ele ganharia.

– Ah, claro. Eu costumava vir aqui mesmo. – Disse, dando ênfase na palavra “eu”.

Ele sorriu.

– Por que terminaram? – Perguntou, indo direto ao ponto e fazendo meu coração falhar uma batida, pois eu estava distraído demais pensando me modos de vencer nessa “batalha”. – Digo, se não for pessoal demais, é claro...

– Ah, Frank, por favor, deixa disso. Nos conhecemos há uns dez anos, não tem essa coisa de esconder algo por ser muito pessoal. – Ele deu um meio sorriso, sem graça. Porém logo me lançou um olhar de “Então, não vai responder?”, franzindo a testa. – Ah, OK, nós terminamos porque... Bom, acho que é aquela velha coisa de “não te amo como te amei ontem”. – Fiz uma clara referência ao seu bilhete de alguns anos atrás, mas tentei me fazer de desentendido. – Como diz na música, você sabe... – Completei, com um olhar de “É, isso mesmo que você ta pensando”. – Mas acho que acabei fazendo besteira, pois vou sentir falta da Bandit...

– Entendo... – Disse, com uma cara pensativa e séria – Amor é uma coisa séria, Gerard. Acho que você deveria ter pensando antes de tomar essa decisão. Digo, o que você vai ganhar com isso? Apenas vai ficar longe da sua filha e, pra mim, isso não é nem um pouco bom.

OK, por isso eu não esperava. Claro que eu nunca achei que ele diria algo como “Gee, eu te amo, volta pra mim”. Ta, OK, eu achei. E foi nessa hora que eu percebi o quanto eu fui imbecil ao acreditar que isso aconteceria.

– E, falando nisso... – Comecei, limpando as lágrimas que insistiam em escorrer dos meus olhos. – Como estão Lily e Cherry?

– Elas estão bem... – Respondeu. Porém, seu sorriso sumiu ao olhar-me nos olhos. – Ao contrário de você. Aconteceu algo? Digo, fora você deixar de ver a Bandit...

– Não, Frank, estou bem... Estou bem. – Repeti a frase mais pra mim mesmo do que pra ele, tentando me convencer que realmente estava bem.

– Não, Gee, você não está. Como você mesmo disse, já nos conhecemos há mais de dez anos e, sinceramente, eu sei muito bem quando você não está bem.

– Então... então... – Comecei, me embolando com minhas próprias palavras, a raiva já tomando conta de mim – Onde você estava quando eu estava chorando por aí e tentando não me entregar a uma droga ou bebida qualquer? – Quase gritei, as lágrimas já molhando quase todo meu rosto.

Ele me olhava perplexo, como se não entendesse.

– Me desculpe, Gee. Esse tempo todo eu estive mais preocupado com a Jamia e as meninas e esqueci um pouco da banda, da nossa amizade... de você. Mas não foi por querer, eu juro. – Ele parecia realmente arrependido, e sua expressão fez meu coração se partir em mil pedaços. – Me desculpe... – Disse de novo, sussurrando ao passar um braço pelo meu ombro e me abraçar.

– Não, me desculpa você. – Pedi, ao perceber a besteira que havia feito ao gritar aquilo. – Eu... apenas estou cansado de agir por impulso e não ter ninguém que realmente me entenda por perto. Lindsey sempre foi meio inútil...

– Você já chegou a amá-la de verdade, Gee? – Perguntou, limpando minhas lágrimas.

– Sinceramente? Acho que não. Só estava com medo de chegar aos trinta sozinho e ser considerado o velho bizarro e solitário do grupo... – Respondi, rezando que ele tivesse engolido a mentira.

– Ah, eu te entendo. Mas você nunca vai estar sozinho, OK? Sempre vou estar aqui com você, porque, apesar de tudo, você ainda é meu melhor amigo. – Outra vez, senti meu coração parar por alguns segundos.

Apenas abracei-o mais forte.

– Sinto sua falta, Frank. Adoraria que tudo voltasse a ser como antes... – Acabei dizendo, em outro impulso.

Ele afastou-se um pouco e, logo depois, olhou-me nos olhos. Sua expressão mostrava que estava claramente embaraçado.

– Mas as coisas não são tão simples, Gerard. Eu tenho uma mulher e eu a amo. Mesmo ela estando puta comigo nesse momento, eu não vou deixá-la pra ficar com você de novo. Todas as vezes que ficamos juntos deu merda. Você me ignorou, me abandonou, me largou e até humilhou com o McCracken, Arthur. – “Arthur.” Arthur. Esse era o jeito que ele costumava me chamar. Só ele. Após isso, não prestei mais atenção a nada que ele dizia. – Você ta me ouvindo, Gerard?

– Me desculpe... Me desculpe, Frank. – Sussurrei, as lágrimas voltando aos meus olhos. – Eu estava falando da nossa amizade... Me desculpe.

– Ah, tudo bem. Eu também sinto falta disso. Agora, Gerard, eu preciso ir. Jamia está puta porque eu larguei tudo pra falar com você. – Ele disse a última frase com um pouco de sarcasmo, como se fosse culpa minha.

Ele se foi.


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Notas finais do capítulo

Meninas, agora é com vocês: eles ficam juntos ou não?
Escrevi dois finais, um que eles ficam finalmente juntos e outro que, bom, um deles tem um final meio trágico. Quero que vocês decidam qual eu posto... O final feliz ficou realmente muito fofo, mas eu to a fim de postar algo triste. Se vocês escolherem o final feliz, juro que vou fazer outra fic só pra fazer eles sofrerem hahahah sou mau.