Minha Única Esperança é Você. escrita por biamcr_


Capítulo 9
The End.


Notas iniciais do capítulo

Eu quero pedir desculpas à TODAS as minhas leitoras lindas por ter sumido por quase um mês. Mas estou de volta com o final da fic! Eu realmente acho que ninguém mais lembra de mim e que ninguém vai ler, mas tudo bem.
E, ah, estou de férias e preparando uma fic nova! Eu sei que essa ficou extremamente pequena e tal, mas a próxima vai ser enorme! Pretendo começar a postar assim que a terminar de escrever.



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Ainda abalado pelo dia anterior, mal abri os olhos na cama quando acordei. Aliás, aquilo não havia só me abalado. Havia me destruído. Eu ainda não acreditava que havia deixado tudo que eu tinha por causa dele, e ele não estava nem aí. Eu não acreditava que havia sido burro o suficiente a ponto de pensar que ele se importaria com os meus sacrifícios, com o fato de eu ter deixado Lindsey e Bandit e tudo mais. Eu não acreditava que havia achado que ele iria dizer que me amava e me queria de volta.

Naquele dia, decidi nem levantar da cama. Estava frio, chovendo e meu quarto parecia bem mais aconchegante. Aliás, foi assim por alguns dias. Não comi, não levantei, não fiz nada. Só levantei depois de três dias, pois precisava tomar banho e já estava fraco pela falta de comida. Ao ver a luz do sol, meus olhos arderam. Eu não estava acostumado com a luz.

Após algum tempo pensando, decidi que de nada adiantava eu ficar lá, deitado, quase morto. Resolvi que, se fosse pra voltar à depressão, voltaria a ser eu mesmo. Depois da criação daquela banda, eu estava confuso sobre quem realmente era. Mas agora que eu estava sozinho novamente e que não teria que me preocupar com a banda, tirei um tempo pra pensar e decidi que esse não era eu. Eu, ao ver um problema, simplesmente fugiria dele. Me refugiaria no mundo das drogas novamente.

E era isso que eu ia fazer.

Eu sabia que ainda tinha alguma coisa por ali, no mínimo maconha. Comecei a revirar a casa toda a procura dessas coisas, mas não as achei. Só aí fui perceber que estava há mais de cinco anos sem usar aquelas coisas.

Desesperado, peguei meu carro e saí. Parei no primeiro bar que achei e comprei algumas garrafas de Vodka e Whisky, depois liguei para um amigo e já consegui algumas drogas. Eu sabia que não precisava daquilo, mas eu queria. Eu queria precisar. Eu queria o vício de volta. Só o vício me fazia ocupado demais pra não lembrar de todos os meus problemas ridículo e de quanto eu sou idiota e inútil.

Cheguei em casa, tranquei as portas, desliguei as luzes, liguei “How To Save a Life” do The Fray no rádio e sentei no sofá com as bebidas. Uma parte de mim dizia pra eu não fazer aquilo, porque eu me arrependeria depois. Outra parte dizia que eu deveria beber sim, pois eu sentia falta daquilo. Eu sentia falta da sensação. Eu realmente sentia. Quando decidi que deixaria de beber e me drogar, eu sabia que tinha chances de eu volta atrás e usar as coisas de novo. E eu sabia que eu sentiria falta daquilo, porque foi o que me acompanhou durante anos da minha vida. Não é fácil livrar-se de algo assim, tão facilmente.

“Onde eu errei? Eu perdi um amigo, em um momento de amargura. Eu ficaria acordado com você a noite toda se eu soubesse como salvar uma vida.”

Frank costumava cantar isso pra mim quando eu estava no hospital para me livrar da bebida.

As lágrimas já tomavam conta do meu rosto agora. Todos os momentos, todos os “eu te amo”, todos os beijos, os abraços, as conversas... Tudo parecia tão distante agora. Parecia que nada mais aconteceria de novo. Parecia que ele até sentia algo por mim, mas não me queria mais. Na minha opinião, ele estava cansado de se foder enquanto estávamos juntos. Ele estava bem com a Jamia e era assim que tinha que ser. Mas por que eu não podia simplesmente seguir em frente assim? Eu nunca consegui superar as coisas ruins que aconteciam comigo. Eu sempre fui um fraco idiota.

– Gerard, abra! – Ouvi uma voz vindo do lado de fora.

– Anda, Gerard! Somos nós, Mikey e Ray. – Disse outra voz. – Estamos preocupados com você, idiota.

Abaixei o volume das músicas calmamente. Percebi que nem havia tocado nas drogas e na bebida. Bom, talvez tudo que eu precisava era uma música depressiva.

– Deixem-me em paz para morrer! – Gritei, dramático. – Não preciso de vocês.

Meu celular tocou.

– Gerard, é sério. – Dizia Mikey, do outro lado da linha.

– Michael, por que você não vai tomar no seu...

– Way, cala a boca e me escuta. – Disse Ray, pegando o celular. – Você não sai dessa casa faz tempo e estamos preocupados. Se o problema for a Lindsey e a Bandit, falaremos com ela e vocês voltam a se ver, OK? Mas sai daí antes que você morra ou sei lá o que.

– Eu saí hoje, OK, Toro? E não me chame de Way. Eu estou bem, só preciso de tempo pra pensar sobre a minha vida.

Quando ele ia responder, pude ouvir outra voz no fundo. Ótimo! Eu estava tentando morrer sozinho em um canto qualquer e eles fazem esse mutirão na frente da minha casa!

Meu celular tocou novamente.

– O que vocês dois querem agora?

– Gerard, abre essa porra! Eu te vi conversando com aqueles caras e te vi naquele bar com as bebidas.

– O que? Você tava me perse...

– Abre. Agora! – Ele berrou e isso me assustou.

Mas, mesmo assim, não abri. Só desliguei a ligação e coloquei “Highway To Hell”, AC/DC, no último volume, pra não parecer tão depressivo.

Algum tempo depois, ouvi o barulho de um carro, mostrando que eles foram embora. Uma garrafa de Whisky já tinha se ido e eu já não estava mais normal. Decidi não voltar para as músicas tristes e continuar naquela linha de rock antigo, passando para “Sweet Child O’Mine”, do Guns N’ Roses.

Ouvi um barulho na porta, mas ignorei.

O barulho de novo.

“Merda”, pensei.

– Gerard, seu filho da puta! Por que você fez isso? Infeliz. – Gritava uma voz. Mas eu não sabia quem era. Aliás, não sabia nem quem eu era.

– Iero, sai da minha casa! Isso é crime e eu posso te denunciar! – Gritei, com a voz meio que incompreensível.

– Seu. Idiota! – Disse, pausadamente. – Por que você fez isso, Gerard?

– Pra morrer. – Respondi, simplesmente.

– Você é um... idiota! – Disse, novamente. Apenas soltei um “eu já entendi”. – Quanto você bebeu? Quais drogas usou? Preciso te levar pro hospital, agora!

Ele parecia meio paranóico com isso. Mas ele era bonitinho paranóico, pois parecia se importar comigo. Sorri com esses pensamentos.

– Não, não precisa. Eu ficarei bem sozinho. Eu sempre ficava, não lembra?

– Você não ta falando coisa com coisa. Vem, vou te levar pro hospital. – Disse, tentando, em vão, me levantar.

– Você não consegue me levantar, Frank. Mas já disse que não preciso de hospitais. Só... me leve até minha cama. – Pedi.

E assim foi feito, eu acho, pois só me lembro do dia seguinte.

– O que aconteceu? – Perguntei, ao acordar no hospital. – Como vim parar aqui?

– Eu te trouxe. – Respondeu Frank, sentando-se ao meu lado. – Você desmaiou. Gerard, nunca mais faça isso, sim? Eu fiquei extremamente preocupado com você.

– Eu... me desculpe. – Foi a única coisa que consegui dizer. Meu corpo doía.

– Eu me preocupo demais com você, Arthur. Não pense que não. Eu te amo e nunca te deixaria morrer em uma sala, com algumas bebidas. Aliás, ainda não entendi porque você tentou isso. Você sabe que, mesmo não tendo mais a Lindsey e a Bandit, você tem a gente. Você tem a mim. Você é o meu melhor amigo e, se acontecesse algo a você, eu juro que não viveria um mês sabendo que você não estaria mais aqui. Eu, com certeza, largaria tudo e iria pra onde você estivesse. Entendeu?

Percebi algumas lágrimas em seus olhos, porém um sorriso em seu rosto.

– Eu te amo. – Apenas respondi. Eu estava fraco demais pra pensar em outra resposta. – Eu te amo mais que tudo. Eu sempre te amei. Eu me joguei pra aquele mundo ridículo das drogas com o McCracken pra te esquecer, eu casei com a Lindsey pra te esquecer, eu larguei ela por causa de você, eu tentei voltar pros meus vícios por causa de você. Mas, mesmo depois de tudo isso, eu não consigo te odiar.

Ele apenas passou um braço pelos meus ombros e ficou em silêncio por alguns minutos.

– Eu não sabia.

– Mas eu tentei te avisar. – Respondi. – Eu tentei, Frank. Eu tentei te avisar que a única coisa que me fez sair daquele mundo foi você. Eu tentei te avisar que você sempre foi a minha única esperança, mas você não me ouviu. Você disse que não me ama como me amava antes e...

– Espera, você não entendeu. – Disse ele, me interrompendo. – Eu não te amo como te amava antes, realmente. Eu te amo mais. Gerard, já não ta na cara que você é tudo pra mim?

Nessa hora, tudo parecia um sonho. Uma fantasia que nunca iria acontecer. Algo total e completamente irreal.

– Mas e a Jamia?

– Terminamos. Ela disse que eu tava passando tempo demais com você, me preocupando só com você e tal. Daí eu a larguei. – Ele me abraçou mais forte. – Gerard, volta pra mim?

Nesse momento, tudo pareceu mais fácil. O sorriso voltou ao meu rosto e parecia que eu nunca mais me sentiria mal.

Não respondi a sua pergunta, apenas beijei-o. O beijo que eu estava esperando há anos finalmente aconteceu.

Ele era meu novamente.


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Notas finais do capítulo

Fim!