só Pode Ser Um Sonho escrita por HufflePuffer


Capítulo 6
Você vai perceber que tudo isso é bastante real.


Notas iniciais do capítulo

Dedicada a Helena. Por mais que seja muggle tu vai continuar a ler até o fim, tá? Haha.



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Camille estava certa, era como se seus problemas não conseguissem subir até a Torre de Astronomia. A vista lá de cima era maravilhosa, não havia como pensar em outra coisa. O vento fazia os fios negros do cabelo de Anna dançarem à uma melodia serena. Seus olhos se fecharam devagar e assim que as pálpebras se encostaram, a primeira lágrima rolou por sua bochecha. “Não é culpa de Camille. Esse problema me seguiria mesmo se eu estivesse voando com a Rainha.” Pensou a menina.

O vento não era mais gentil. Agora ele era cortante. Sempre que passava era como se cortasse toda a face de Anna junto. Ela secou rudemente o rosto e se escondeu dentro das vestes. Como ela fora deixar aquilo acontecer? “Por que tinha que ser justo eu?” a menina soluçava.

O frio foi interrompido por uma breve onda de calor, uma mão aquecida que tocava suas costas carinhosamente.

-Está tudo bem? Você sumiu sem deixar noticias. – Hugo perguntou, preocupado. Anna não respondeu. Continuou soluçando. – Eu trouxe a sua carta. Juro que não li.

Em um movimento brusco, Anna pegou o pedaço de papel, rasgou-o em mil pedaços e voltou a se esconder dentro de sua capa. – Você não entenderia. Ninguém aqui nunca entenderia.

- Disso eu tenho certeza. É impossível alguém entender sem você contar pra ninguém.

-Se eu pelo menos soubesse antes. Se eu soubesse antes que tudo isso existia. – A voz da menina mal saiu entre as lágrimas e os soluços.

-Saber de quê? – A voz que perguntara era aguda e macia. Era a voz de Lily.

-Agora não é uma boa hora, Lily. Você deveria voltar à Sala Comunal. – Hugo disse sério.

-Então VOCÊ pode ficar aqui e eu não? É isso que você está dizendo, Hugo? – Lily explodiu.

-Acho que seria melhor os dois irem. – Anna disse tão baixo que mal se ouviu.

Os primos se levantaram e saíram.

Aquilo era demais para Anna aguentar. Ela estava em um mundo de fantasias, sonhos e magia enquanto seu avô estava em coma em uma cama de hospital sem a menor chance de acordar novamente. Onde Anna estava as pessoas não adoeciam nem morriam. Bastava balançar a varinha ou cozinhar uma poção para que tudo voltasse ao normal. “Ora, ora. Pensar que você achava que nunca se encaixaria nesse mundo. Parece que sua vida já teve uma nova realidade, Anna.”

E era verdade, feliz ou infelizmente. No último mês, as únicas vezes que pensara em sua antiga vida, como ela passara a chamar o mundo dos trouxas, era quando escrevia ou lia cartas de seus pais e Julie. Ela pensava que não adiantava mais sentir saudades daquele mundo, ele não cabia mais em sua vida. Mas ela estava ignorando uma parte de sua vida que nunca a abandonaria, não importa aonde ela estivesse.

***


Mais uma carta chegara àquela semana. E junto com ela chegara a pior noticia que Anna Gabrielle imaginava. Marc Jones havia falecido na tarde anterior.

Depois de ler a carta, a menina largou a carta em cima da mesa do Salão Principal e correu em direção a Torre de Astronomia. Não importava que daqui a quinze minutos ela tivesse aula. Não importava que aquilo custasse diversos pontos para a Lufa-Lufa. Tudo que importava era que seu avô havia partido para sempre e ela nem pudera se despedir.

Uma vez lá em cima, Anna fechou os olhos e não se preocupou mais com o tempo ou com as conseqüências, por tanto, quando alguém se sentou ao seu lado, ela não podia dizer se havia se passado meros minutos, se já era hora do almoço ou se já anoitecera.

-Sabe, não há nenhum feitiço para reaver as pessoas da morte. – Era a voz crispa e ao mesmo tempo aconchegante da diretora McConnagal. A menina abriu os olhos subitamente, como a professora sabia?

A diretora pareceu perceber sua dúvida. – O Sr. Weasley me contou. Quando você saiu correndo do Salão Principal ele ficou muito preocupado. Agora, quando a aula de Feitiços começou e você não apareceu, ele achou que seria importante eu saber o que estava acontecendo.

-Mas professora, por mais que não há nada que possa ser feito agora, algo poderia ter sido feito quando ele adoeceu, certo?

-Provavelmente. Mas não é certeza. Você sabia que há um grande número de bruxos que procuram a cura todos os dias? Não é só por que conhecemos a magia que nos tornamos os senhores de tudo. Esse é o dever da natureza, Anna.

-Obrigada Profa. McConnagal. É que o que eu venho vivido no último mês parece um sonho. E tudo é possível nos sonhos, entende?

-Sim, Anna.

–Logo, logo você vai perceber que tudo isso é bastante real... - A professora completou, após uma longa pausa.

E com isso e um sorriso a professora se levantou.

-É melhor você se apressar. A aula de Herbologia vai começar em poucos minutos e o Prof. Longbottom não vai aceitar atrasos.




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