só Pode Ser Um Sonho escrita por HufflePuffer


Capítulo 5
No mundo dos bruxos era o melhor dia da semana.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Aproveitem ♥
ps: Meiguice do Hugo dedicada ao meu gato Cohen.



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“Julie,

não pense que eu me esqueci de você, está bem? Demoraria muito mais do que uma semana em um mundo mágico para isso acontecer... Brincadeirinha! Estou morrendo de saudades, só não tive a oportunidade de escrever antes, essa semana foi maluca. Mesmo. Você sabe que não dá para eu detalhar muito tudo que eu estou fazendo aqui, é contra a lei. Mas mesmo que eu pudesse, não conseguiria, ainda estou numa fase de aceitação e assimilação, vai demorar um tempo até eu realmente aprender alguma coisa...

Posso te contar apenas sobre as incríveis pessoas que conheci aqui. Meu melhor amigo, Hugo, também está no primeiro ano e é da Grinfinória – aqui nós somos separados entre as casas Grinfinória, Lufa-Lufa, a qual eu pertenço, Sonserina e Corvinal- e é muito meigo. Sua irmã mais velha, Rosa, está no segundo ano e está sendo muito legal comigo, por mais que fale pouco com ela. Ela é mais próxima de seu primo Alvo, da Sonserina. Este tem dois irmãos, Tiago e Lily, ambos da Grinfinória. O menino é o mais velho, logo, o mais distante da família. Lily também está em seu primeiro ano de Hogwarts, é a menina mais fofa em toda essa escola.

Mas diga-me, como estão as coisas aí em Londres? Como as aulas estão indo? Algum professor novo? Algum menino que mereça introdução?

Eu sei que parece bobagem, já que estou em um lugar tão lindo e cheio de magia com este, mas eu queria estar em casa com você. Não é que não estou gostando de estar aqui, é só que tudo está perfeitinho demais, sabe? Parece demais um sonho, eu queria ter mais contato com a realidade. Tenho a sensação que o mundo congelou quando eu vim para cá, mas eu sei que não é verdade, o quanto eu vou ter perdido depois dos sete anos que passarei neste mundo? E se eu me arrepender de ter vindo para cá? O que será de minha vida?

                Bom, já deu das minhas discussões internas, você não merece ler isso. Não vejo a hora de te ver no Natal! Encaminhe as cartas pro meus pais que eles vão me enviar. Relaxa, eles não vão ler!

                Com amor,

Anna Gabrielle”

Anna dobrou o papel e colocou-o em um pequeno envelope branco com o nome de sua amiga escrito nas costas. Juntou o envelope com aquele endereçado aos seus pais dentro de um grande envelope pardo. Neste escreveu papai e mamãe, com letras grandes.

                 A menina se levantou e saiu da sala comunal em direção ao corujal. Era a manhã de seu primeiro sábado na escola e fora o primeiro momento que ela encontrara para escrever aos pais e à Julie. Por mais que os professores tivessem passado pouca lição de casa e as aulas tivessem sido bastante tranquilas, Anna chegara sonolenta ao quarto todas as noites. Aquilo era mais do que a cabeça dela poderia aguentar.

                Mas aquele fim de semana seria diferente, ela colocaria todos os pensamentos no lugar e com isso conseguiria descansar um pouco. Tudo bem, ela já estava em paz consigo mesma há um tempo, mas sua cabeça continuava a andar muito mais devagar do que seu coração, ela precisava de sincronia.

                Chegando ao corujal, Anna avistou de longe sua nova coruja negra, Ater, presente de despedida de seus pais. Assim que ela sentiu a presença da menina, saiu correndo em sua direção e aterrissou em seus ombros. A menina a acariciou e prendeu o envelope nas suas patinhas.

                -Para os meus pais, ok?

                A coruja deu um piozinho bem de leve e levantou voo pelo céu azul de setembro. Anna ficou observando seus movimentos leves precisos até que uma voz a interrompeu.

                -Acordou cedo hoje. – Era Lily.

                - Precisava dar noticias aos meus pais, e você?

                -Gosto de ver o voo das corujas. E claro, minha mãe ia achar que alguém havia me matado se eu não escrevesse logo.

                -Super protetora?

                -Não, super preocupada. Ela diz que o tempo em que meu pai ficou fora lutando contra Voldemot...

                -Entendo... – O que era mentira, Anna não entendia. Nunca ficara mais de um fim de semana longe de seus pais.

                -Vamos tomar café? Todos devem estar lá.

***

                               “Fim de semana para pensar se foi para os ares.” Anna Gabrielle pensou aquela noite. Depois do café da manhã as crianças foram para os jardins, onde passaram a manhã inteira brincando e conversando. Após almoçar, Anna foi à sua Sala Comunal, onde a maioria dos alunos estava acomodada. Todos contaram um pouco sobre suas famílias e vidas. A menina fez duas novas amigas, Camille e Megan, do segundo ano. As três estavam nas arquibancadas do campo de quadribol, assistindo aos testes.

 Enquanto Camille, que também era nascida trouxa, mas que tinha três irmãs mais velhas bruxas, torcia animadamente, Megan, que era meio-a-meio, explicava as regras do jogo para Anna.  Era tarde de domingo agora, as meninas haviam vindo para o campo direto da mesa do almoço, para qual foram direto das camas.

                “É bom que você tenha aproveitado esse dia.” Anna disse à si mesma. Amanhã Camille e Megan teriam que terminar uma redação de cinco páginas sobre algo que Anna não fazia a mesma ideia para a aula de Poções e ela mesma tinha que ir a biblioteca e tentar por dia seu conhecimento sobre Transfiguração. “Domingo sempre foram um dos piores dias da semana”.

                E eram mesmo. No mundo dos trouxas domingo significava almoço com aqueles familiares que você desejava nunca ver e véspera de escola. Mas é óbvio, no mundo dos bruxos era o melhor dia da semana. Era dia de banquete e era também o dia que a maioria dos alunos recebia correio. Para Anna não foi diferente. Ela acabara de sentar à mesa do café quando Ater apareceu voando com uma carta no bico, era de Julie.

                “Anna,

                não acredita quão feliz eu me senti ao ver sua carta no carpete da minha casa! 

                Tudo na escola está exatamente o mesmo. Mas está tudo diferente. Os professores são os mesmos, falando as mesmas coisas que eu não entendo. Só que você não está aqui para tirar minhas dúvidas. As meninas são as mesmas agindo como as mesmas patricinhas de sempre. Só que você não está aqui para encher o saco delas comigo. Acho que você entendeu, não?

                Mas seu mundo de fantasias não deve ser destruído por minha causa, certo? E não está tão ruim assim, as gêmeas Clapton continuam aqui. Pelo menos as aulas de Inglês continuam intactas...

                Acho que eu devo fazer o mesmo que você e falar com pessoas. Vai ver que eu conheço gente tão incrível que nem esses seus novos amigos? Só vê se não me troca por essa Lily, ok?!

                E relaxa menina, tenho certeza que você não vai se arrepender. Aquela professora que foi à sua casa mês passado diz que há diversos outras pessoas como você na escola, não é verdade? Aposto que todas elas acham esse mundo muito interessante e têm uma ótima vida como bruxos.

                Mas se está se sentindo tão distante, eu prometo que te mandarei o jornal por correio. Não que você vai achar muito interessante... Aposto que daqui a um mês você já vai ter se irritado destas catástrofes bobas que estão ocorrendo por aqui.

                Mas lembre-se, você é muito inteligente, eu sei que vai se sair muito bem, confia em mim. E ainda mais, você tem a mim. Estarei apenas a uma carta de distância. Pode contar comigo para tudo. Tudo mesmo.

Um abraço bem apertado da sua melhor amiga,

Julie.”


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