só Pode Ser Um Sonho escrita por HufflePuffer


Capítulo 7
Esse mundo é seu lugar de verdade, a sua casa.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora genteee. Voltei pra ficar agora! Aproveitem mais um capítulo de Anna Gabrielle (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/146279/chapter/7

Os meses seguintes seguiram tranquilamente. Anna, aos poucos, deixou a tristeza de lado, pensando em sua família e em sua vida como trouxa apenas à noite, quando já estava deitada em sua cama macia no dormitório da Lufa-Lufa e nada mais podia machucá-la. Às vezes tais pensamentos a deixava bastante triste e algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto. Era nessas horas que a menina se sentava e olhava os rostos tranqüilos de suas amigas lufanas. Até agora, não ficara íntima de nenhuma delas, mas sabia que todas eram muito simpáticas e gostavam muito dela, aliás, todos da Casa se tratavam assim, procurando se ajudar e confortar.

                Não, a menina não podia reclamar de onde estava agora: estava morando em um lugar lindo e tinha os melhores amigos do mundo. Era óbvio que ela sentia falta de Julie, mas a cada dia as férias de inverno se aproximavam mais e logo, logo a menina estaria vendo sua melhor amiga trouxa.

                -Ei, eu é que sou sua melhor amiga! – disse Lily após ler a carta que Julie enviara à Anna Gabrielle aquela manhã.

                -Sim, você é. Mas ela, bem... Ela é minha amiga mais antiga, e a melhor que eu tenho em Londres, no mundo trouxa. – Anna respondeu, e abraçou a amiga.

                Era o fim da tarde do último domingo de novembro. Fora do castelo, o tempo estava gelado, por isso, as meninas decidiram se acomodar no Salão Principal assistindo Hugo e Alvo jogarem xadrez de bruxo. Por mais que naquela tarde fora permitido a vista à Hogsmeade para os alunos do terceiro ano acima, o Salão Principal estava muito cheio, devido ao mal tempo. 

                Assim como cheio, o recinto estava bastante barulhento. Todos conversavam e até gritavam um pouco. O grupo de Anna e Lily era o único em silêncio. Hugo e Alvo estavam muito concentrados no tabuleiro, assim como Lily e mais alguns meninos da Grinfinória. Já os colegas sonserinos que deveriam supostamente torcer por Alvo haviam se juntado a um grupo de garotas, e agora conversavam animadamente.  Anna Gabrielle, no entanto, não falava, mas também não prestava atenção ao jogo. Encarava a rainha vermelha (de Hugo) e pensava. Não pensava em algo concreto. As férias, seus amigos, sua família, sua casa em Londres, tudo passava por sua cabeça no momento...     

                - Cheque mate! – disse Hugo, muito animado. O que aconteceu em seguida foi tão surpreendente para a menina nascida trouxa que seu grito alertou a maioria dos estudantes em volta: a peça que ainda a pouco ela encarava se levantou, saiu andando em linha reta pelo tabuleiro, pegou sua espada e acertou  o rei de mármore branco, bem no coração.

                -Ah, assim não vale. Dá próxima vez vou jogar com Lily e vocês vão ver! – reclamou Alvo.

                - Ha-ha. Acho que você não ganharia nem de Rose, se quer saber. – Lily se defendeu.

Alvo saiu emburrado, mas não demorou a voltar e desfiar a irmã, que assim como todos os outros, estava morrendo de rir.

                - Domingo que vem maninha. Mesmo horário, mesmo local.

                - Se você não vê problemas em ser derrotado duas semanas seguidas, por mim tudo bem...

***

                No domingo seguinte, após uma hora de estudos na biblioteca, Lily e Anna seguiram ao Salão Principal para o tão esperado jogo de xadrez contra Alvo. Elas se sentaram no canto da mesa da Corvinal, o local mais perto da lareira enquanto esperavam o oponente.

                Os professores haviam acabado de terminar de montar a decoração de Natal, e o Salão estava cheio de lindíssimas árvores de Natal que cantarolavam canções festivas.  Os enfeites nas mesas também eram bárbaros, dançavam delicadamente entre os estudantes. Anna estava admirando uma guirlanda ao longe quando viu Hugo se aproximar, trazendo consigo o tabuleiro e três alunos da Grinfinória, que provavelmente iriam assistir o jogo.

                Os seis ficaram conversando por mais de quinze minutos. até que Alvo finalmente apareceu e o jogo se deu início. Diferentemente do fim-de-semana anterior, Anna prestou bastante atenção, aplaudindo Lily sempre que necessário, e não demorou muito até que Ella deu o cheque-mate, sendo que dessa vez foi o cavalo que saiu andando para matar o pobre rei de Alvo.

                -Pronto, Alvo. Está convencido que você realmente é o pior jogador de xadrez de Hogwarts? – perguntou Hugo.

                -De Hogwarts? É o pior de todo o mundo bruxo! – complementou um dos colegas sonserinos de Alvo.

                “Eles acham que ele é ruim... Ainda bem que ninguém me pediu pra jogar...”. Anna pensou. Ela só jogara xadrez uma vez, contra o seu avô. Fora tão ruim que nem querendo ele conseguiu fazê-la ganhar.

                -Ah, é só xadrez de bruxo. Vocês sabem que arraso qualquer um de vocês no Quadribol!

                Todos ficaram em silêncio após aquilo. Eles sabiam que era verdade. Alvo Severo era o melhor apanhador que Hogwarts já tivera desde que seu pai, Harry, estudava lá.

                -Isso só porque Anna ainda não fez testes para o time da Lufa-Lufa. Você pode imaginar, ela voa tão rápido que capturaria o pomo antes mesmo de você subir na vassoura.-  Lily disse, rindo. Era uma grande mentira. A menina era a pior da turma, não conseguia nem montar direito sem cair.

                -Haha, essa é boa, Lily. Se vocês jogassem Tênis, eu pelo menos teria uma chance...

                - Hum? – Todos pareciam confusos.           

                -Deixa pra lá...  Esse eu só jogo lá em casa. Com a minha MELHOR AMIGA. – Anna respondeu, provocando Lily.

                -Hahaha. Você sabe que seu lugar é conosco. Que esse mundo é seu lugar de verdade, a sua casa. – respondeu, sorrindo e abraçando a amiga.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "só Pode Ser Um Sonho" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.