Meu Amado Seboso escrita por paddyblack, maribocorny


Capítulo 9
Uma Doce Vitória


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo é da mari



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Eu não dei muita bola pro Natal naquele ano. Não recebi nenhuma carta ou nenhum presente, estava tão fora do espírito natalino que nem fui cear no Salão Principal naquela noite.

Isso me faria esperar que aqueles seis meses passassem mais devagar que tudo, mas na verdade aconteceu justamente o contrário. Antes que eu me desse conta, o professor Goatsilver estava organizando uma competição de duelos para a última aula da turma do primeiro ano.

Minhas notas continuavam  medíocres. Eu não conseguia entender a Revolução dos Goblins de 1847 nem porque o meu cálice insistia em continuar sendo um cálice quando deveria virar um rato. Passei nas provas com notas dolorosamente na média. A única matéria que eu me destacava era DCAT, e eu não gostava de saber que o motivo insinuava que eu ia mal de propósito.

Eu não estava mais falando com o Severo. Não sei dizer exatamente se era raiva ou vergonha, mas não conseguia encará-lo. Na frente dele, obviamente, porque criei o hábito de seguir o sonserino sem que ele reparasse.

Um duelo depois do outro, eu acabei na final do nosso pequeno torneio, contra outro sonserino. Régulo Black disputaria o último duelo comigo.
Nos curvamos e eu tentei esvaziar a mente e me concentrar apenas na varinha, como o Severo tinha me ensinado a fazer naquela vez que estudamos juntos.
Régulo atacou com um feitiço de pernas-bambas, mas eu desviei. Ele estava para lançar outro, mas eu conjurei uma cortina de fumaça ao meu redor. Era um feitiço arriscado, ao mesmo tempo que ele não me veria, eu também não conseguiria vê-lo. Isso me atrapalhou por alguns segundos e não consegui dizer a fórmula que eu queria, e foi tempo suficiente para ele lançar um feitiço em mim. Joguei meu corpo pra baixo e rolei no chão, o jato de luz passou a alguns centímetros do meu ombro. A cortina de fumaça estava atrapalhando mais que ajudando, então eu a dissipei. Régulo estava a um metro de mim, com a varinha erguida. Ele abriu a boca para lançar uma terceira maldição, mas eu consegui ser mais rápida.

- Flippendo. - Eu disse, calma e rapidamente.

A fórmula que ele dizia ficou pela metade. O jato de luz azulado que saiu da minha varinha atingiu ele no peito e fez com que ele fosse jogado dez metros para trás e só parou quando se chocou com a parede.

- Acabou! - O professor Goatsilver anunciou e veio em minha direção. Eu ainda estava na posição ofensiva, com a varinha apontada na direção do Black mais novo, quando o professor ergueu a minha mão livre. - Kassandra vence o duelo!

- Ela trapaceou! - Régulo disse assim que conseguiu se levantar. Ele não se atreveria a dizer as palavras com o professor Goatsilver ali, mas eu podia ler "sangue-ruim" na sua expressão.

- Sr. Black, ninguém gosta de um mau perdedor. - O professor disse, ajudando o garoto a se recompor. - A srta. Roman foi mais rápida ao dizer a fórmula. Dissipar a nuvem de fumaça naquela hora também foi muito inteligente.
Eu estava tentando parecer humilde, mas estava exultante por ter conseguido derrotar o mauricinho.

- Foi sorte. - Eu disse, guardando a varinha e oferecendo a mão para o sonserino. - O segundo feitiço passou de raspão. Que fórmula era aquela, a propósito?

- Foi trapaça. - Ele insistiu e ignorou a minha mão estendida. Deu as costas e saiu da sala.

- Tudo bem. - O professor suspirou. - Turma, parabéns a todos, foi um ótimo ano. Estão liberados.

Alguns dos meus colegas me deram tapinhas no ombro como um gesto de aprovação.  Eu retribuí com sorrisos sem graça e esperei que todos saíssem da sala. Queria falar com o professor a sós.

- Obrigada pelas aulas, professor. - Eu disse.

- Isso me lisongeia, Kassandra. Foi um prazer ensiná-la.

Eu mordi o lábio, nervosa.

- Professor? - Eu resolvi arriscar. Que eu falasse agora ou me calasse para sempre.

- Sim? - Ele levantou os olhos e me encarou. Ele estava mais magro do que quando eu o conheci, parecia mais cansado. Até mesmo sua barbichina de bode parecia mais rala.

- Não existe algum maneira de eu... de eu... - Minha coragem estava se esvaindo, precisei parar e respirar fundo antes de continuar. - Eu não poderia passar as férias aqui em Hogwarts?

- Seus pais não entraram em contato? - Ele perguntou sem rodeios.

- Não, e eu começo a achar que não vão entrar. - Resolvi ser sincera com ele. Era uma das únicas pessoas que eu confiava. - Eu poderia ficar no castelo? Poderia ficar estudando, melhorar minhas notas e...

- Kassandra, as férias existem por um bom motivo. - Ele sorriu para mim com um ar cansado. - Nem os professores passam o ano inteiro na escola, por que você iria querer isso?

A resposta me parecia ser óbvia, mas eu não estava pronta para ser tão sincera assim com ele. Eu tinha medo de voltar para casa. Tinha medo de como meu pai agiria e de como mamãe ficaria em silêncio. Mais do que tudo, tinha medo que eles me proibíssem de voltar no próximo ano. E eu também sabia que o meu silêncio me entregara, sabia que o professor Goatsilver sabia exatamente o que estava se passando pela minha cabeça.

- Vai dar tudo certo amanhã. - Ele disse, colocando a mão no topo da minha cabeça. - Você vai pegar o trem e seus pais estarão lhe esperando na plataforma, orgulhosos. Confie em mim.

Eu queria confiar nele, mas tinha sérias dúvidas. Não tinha sentido em continuar insistindo, mais uma vez eu teria que reunir a pouca coragem que eu tinha e seguir em frente.

- Obrigada, professor. - Eu fingi um sorriso e fui embora.


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Notas finais do capítulo

sim, eu fui malvada nesse final, mas só porque faltou imaginação pra continuar e porque o cap estava muito mais comprido (cumprido? nunca sei e tô com preguiça de conferir) que os outros.
a dona yana (paddy) desapareceu, então eu resolvi frustrar com as tentativas dela escrever o capítulo que a kassie volta pra casa.
desculpem pela demora, sabem como é começo de semestre novo.
querem dar dicas do que poderia acontecer nos comentários? adoramos, viu?!
tem bastante gente pedindo um POV do Snape... =( até que a gente tem vontade de escrever, mas essa história é um relato da kassie, e se colocarmos um outro POV não vai ficar muito condizente com o final.
ou talvez fique. assim que eu conseguir encontrar com a dona paddyblack eu irei
1. dar uns tapas nela por não ter atualizado
2. discutir esse negócio de POV
obrigada por acompanharem. =)