Mal fazia um dia e toda Hogwarts já sabia que Alvo Potter e Emily Channings não estavam mais juntos. Muitas meninas ficaram animadas com a possibilidade de um Alvo solteiro, mas elas não teriam a chance que tanto esperam.

Alvo havia acabado de levantar. Não havia dormido nada durante a noite e em seu rosto sua expressão mostrava claramente o cansaço que sentia pela noite não-dormida. Mas ele não pode evitar. Estava consciente de que, querendo ou não, havia traído sua Emily.

Emily. Pensar nela doía. Era como se mil adagas fincassem em seu coração e ele não poderia fazer nada a não ser gritar. Mas nesse caso, nem gritar resolveria. Estava desolado, estava sem seu chão.

Emily também não estava diferente. Depois de chorar tanto que não conseguia nem derrubar mais nenhuma lágrima, ela tentou dormir. Mas a imagem de Alvo beijando Hopkins não saia de sua cabeça. Se pelo menos o beijo tivesse sido forçado. Mas via-se claramente que quem beijou primeiro fora Alvo.

Alvo. A dor era insuportável. Depois de anos conhecendo-o, esta era a ultima coisa que ela esperava de alguém como ele. Não devia ter entregado seu coração de bandeja a ele, mas fora inevitável. Quando percebera, já era tarde: estava completamente apaixonada por ele. E esse sentimento a esmagava. Queria arrancá-lo de seu peito para que doesse menos a traição. Mas não conseguia.

E a infelicidade dos dois não afetava somente eles. Rose, Hugo, Scorpius, Lily, Fred e James também se sentiam afetados. Afinal, as brincadeiras, as conversas e as aulas não tinham mais graça sem os dois. Lily e Scorpius já tinham perdido a conta de quantas pessoas azararam por fazerem piadinhas sem graça.

-Isso não pode continuar assim! – estourou Lily, depois de botar um sextanista sem graça pra correr quando este comentou sobre o fim do namoro de seu irmão e de Emy.

-Eu sei... – Rose concordara. – Por isso temos que executar esse plano.

-Mas quando vamos colocá-lo em prática? – pergunta James impaciente.

-Logo, logo...

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A maioria dos alunos já se encontrava no salão principal. Todos conversavam e comentavam sobre uma única coisa: Alvo e Emily.

Nesse momento, o salão ficara em silêncio. Emily Channings acabava de entrar e dirigia-se para a mesa de sua casa, Sonserina. Todos acompanhavam com o olhar o caminhar da menina que parecia meio incerto. Emily sentou-se em um lugar meio afastado da mesa e pôs-se a comer. Comeu muito pouco, parecia que a comida não descia.

Em um rompante, Emily levantou-se e encaminhou-se para a saída. Mas algo a impediu.

CA-BUM!

De repente, Emily bate em alguém e cai no chão, espalhando seu material para todo lado. Quando ela olhou para a pessoa em que esbarrou, seu coração falhou uma vez, mas depois começou a bater tão forte que chegava a doer. Ali em sua frente, caído no chão e com um rosto meio inchado, estava Alvo Potter.

Emily queria pular em seu pescoço e beijar aquela boca, falando que havia tido um pesadelo. Mas tudo o que aconteceu na noite anterior não parava de passar em sua cabeça e ela se forçou a ser fria com aquele que tanto amava.

-Emy... – Alvo a chamou e ela derreteu-se por dentro, mas por fora agüentou firme.

-É Channings pra você, Potter. – disse o mais frio que pôde. O que afetou e muito Alvo.

A atenção do salão passou para aquelas duas pessoas, caídas na porta. Alvo possuía um olhar tão distante, tão chateado... O brilho de seu olhar havia sido extinguido. Emily, por outro lado, possuía uma desolação em sua expressão, mas agia friamente com Alvo.

-Não faça isso comigo, por favor... – sussurrara Alvo para si mesmo, mas Emily escutara.

-Eu não fiz nada com você, você que fez contra mim. – disse tristemente e começou a juntar o seu material, espalhado pelo chão. Alvo a acompanhava com o olhar e quando ela levantou-se, ele também o fez.

-Com licença, por favor? – Emily dissera, ao ver que seu ex-namorado estava na entrada, impedindo a passagem.

-Emily... – Alvo implorava.

-Com licença, por favor? – disse um pouco mais agressiva. Alvo, sem escolha, deu um passo para o lado e Emily saiu apressada para que ele não visse as lágrimas teimosas que insistiam em cair de seus olhos.

Alvo, desolado, caminhou para a mesa da Grifinória, onde seus primos e irmãos estavam olhando-o compreensivos. Sentou-se ao lado de Rose e bebeu um pouco de suco de abobora, já que comida não descia pela sua garganta.

-Ei, Alvo, não fica assim... – Rose o aconselhara.

-Você quer que eu fique como Rose? Feliz? Saltitante? Aquela é a única coisa que me animaria agora. – disse olhando pra onde Emily saíra.

-Calma... – Lily disse, passando a mão no cabelo de seu irmão.

-É, tudo vai melhorar... – Rose garantira.

-Espero... – Alvo dissera, abaixando a cabeça. Rose olhou extasiada para seus companheiros. E em seu olhar estava escrito algo que todos esperavam: o plano tinha que dar certo.

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Emily, depois que saíra praticamente correndo do salão, fora para o seu quarto. Chegando lá, jogou-se na cama e chorou muito. Não iria agüentar. Todo o dia veria aqueles olhos, aqueles cabelos, aquela boca que sempre a atraíram. Não sabia se agüentaria. Era muita tentação para uma pessoa só.

Podia ter acabado o namoro com Alvo, mas isso não queria dizer que tinha deixado de amá-lo. Seu coração, na simples menção de seu nome, batia tanto que mais parecia um passista de samba em plena avenida. Suas pernas, ela constatou, ficavam bambas e ameaçavam fazê-la cair com a presença dele. Ela não queria, não queria mesmo. Mas não conseguia não sentir. Não conseguia deixar de amar Alvo Potter e nunca deixaria.

Emily sentia-se fraca. Tão fraca que faltou todas as aulas do período da manhã. E do período da tarde. Não conseguia ficar em pé. Sentia que se tentasse desabaria, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Não conseguiria ir para as aulas. Especialmente naquele dia, onde todas as aulas seriam com ele. Ela só queria sumir, deixar de existir e não sentir aquela dor que perfurava o seu coração.

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Aquela era a ultima semana de aula antes do feriado de natal. Todos os alunos de Hogwarts estavam animados para reencontrar suas famílias. Mas os Weasley, os Potter e o Malfoy estavam ansiosos por outra coisa...

-Tá tudo pronto, Rose? – Fred surge de repente no banheiro da Murta-Que-Geme.

-Tá quase... – Rose dava os últimos toques na poção.

-Anda... Ele já tá arrumando tudo pra ir lá pra casa. – James aparecera, junto com Lily, Scorpius e Hugo.

-Ei, aqui não é o banheiro da Mãe Morgana não, tá? – Murta-Que-Geme falou indignada.

-Murta, isso é um assunto sério. Então, não enche o saco, tá? – James falara rude.

-Ninguém gosta de mim... – Murta disse triste e começou a chorar. Depois se jogou no vaso sanitário, esparramando água para todo o lado.

-JAMES! – Rose o repreendera.

-Que foi? Ela é insuportável mesmo. Agora, o plano. – James dissera.

-Está quase tudo pronto. – Rose sorriu. – Agora só faltam os pombinhos...

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Alvo arrumava suas coisas para o feriado de natal. Passá-lo-ia em sua casa e mal podia esperar para encontrar seus pais. De repente, James abre a porta do seu quarto trazendo vários sapinhos de chocolate. A boca de Alvo salivou.

-E aí, Alvo? Tá servido? – James pergunta.

-Mas é claro! – Alvo já pegara um e começara a comê-lo. Sentiu uma estranha sensação e, aos poucos, caiu na inconsciência.

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Emily arrumava suas coisas. Iria para casa finalmente e passaria uma semana e meia longe de Hogwarts. Mal podia esperar para encontrar sua mãe e sua irmã. De repente, a porta de seu dormitório se abre e Rose e Lily surgem ali, segurando vários sapinhos de chocolate.

-Oi, meninas. – Emily cumprimentara-a.

-Oi. O que você está fazendo? – Lily perguntara interessada, sentando-se na cama.

-Arrumando minhas coisas para amanhã. Vou passar o feriado em casa. – Emily respondera.

-Ah... Quer compartilhar alguns sapinhos de chocolate com a gente?

-Claro. – pegara um e dera uma mordida. De repente, sentiu-se tomada por uma estranha sensação e antes que se desse conta, caíra na inconsciência.

-Parte um do plano... – Rose possuía uma prancheta na mão, onde cada fase do plano estava anotada. – Feito! – lançou um sorriso malicioso para Lily.

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Estava com uma dor de cabeça infernal. A última coisa que se lembrava era de ter comido alguns sapinhos de chocolate e caído no sono. Abrira os olhos e dera de cara com alguém.

-AHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!! – gritara fazendo a pessoa se assustar e cair no chão.