Perdi Minha Cabeça? escrita por kagome girl


Capítulo 18
Esquecer?


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela enorme falta de atualização (quase um mês!) mas a ombinação preguiça + falta de tempo nunca abaca em um resultado muito bom pros escritores. Mas espero que gostem, porque acho que até agora, esse é o maior capítulos :)



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Entrei na lanchonete sem nem olhar pra trás, abrindo a porta com toda a minha força e correndo pro balcão sem me importar em furar a fila.

- T-BO! MILSHAKE, AGORA!

- Você tem que esperar na fila, Sam Puckett!

Olho com raiva pra ele. Esperar na fila é o caralho! Quem me mandar fazer qualquer coisa agora vai levar um soco, eu juro.

- AI! VOCÊS TEM ALGUMA COISA CONTRA EU FURAR A FILA?!

Todo mundo que tava na fila se afastou e eu, puta da vida, fui procurar um lugar pra sentar. Assim que me viro vejo a cara assustada da Carly e do Will me encarando. Sento com eles ainda resmungando quando o Will resolve falar primeiro:

- Brigou com o namorado, Sam?

- Como você sabe?

Ele sorri de lado com um ar de superioridade que só me irrita mais – se é que é possível me irritar mais no meu estado –  e toma um gole do shake dele.

- Sabia que isso ia acontecer, aquele garoto é um idiota, Sam. O que ele fez dessa vez?

- Ei! Ele não é um idiota!

Dessa vez foi a Carly que falou, lancei um olhar mortal na direção dela e só ignorei o comentário.

- Você tem razão, Will. Ele é um idiota, um imbecil, o mais burro e insensível do mundo. Não! Das galáxias!

Will abre um sorriso mostrando todos os dentes em quanto eu resmungo xingamentos que não tenho coragem de falar em voz alta perto da Carly.

- Wow, Calma Sam! Quer que eu te leve pra casa pra descansar?

Suspiro pensando nisso. Talvez seja bom mesmo eu ir dormir. Nem que seja pra parar de pensar nisso um pouco, mas qualquer coisa pra me fazer parar de pensar nele vale apena agora.

- Claro. Carly, você vai ficar bem voltando sozinha?

- Ta, tudo bem. Eu penso pro Spencer vir me buscar. Tchau Sam, tchau Will – ela diz se levantando pra nos dar abraços de despedida – Boa noite pra vocês.

Sorrio pra minha amiga já me sentindo mais calma. Saio do shake da hora com o Will e mal coloco meu pé pra fora da porta e já percebo que estou congelando! Começamos a andar em silêncio até que um tempo depois, não vejo nem sinal do carro.

- Putz, o quão longe vocês estacionaram o carro?

- Estacionamos pertinho. A gente ta indo na direção oposta.

Olho pra ele sem acreditar no que ele ta dizendo. Eu aqui congelando e ele inventa de ir na direção errada?

- Então vamos na direção certa, ué!

- Não, a gente precisa conversar. Você precisa conversar comigo. E lá em casa conversar nunca dá muito certo, percebeu?

Tento falar alguma coisa, mas percebo que ele ta certo. Sempre que tentamos conversar na casa dele alguma coisa nos interrompe então talvez seja até melhor conversar em outro lugar. Caminhamos sem falar mais nada até chegar a um parque deserto, mas também, quem além de dois adolescentes estranhos como nós iria pra um parque depois das nove da noite? Sento em um banco com ele do meu lado e continuamos em silêncio, pensando no que dizer e sem nada na cabeça pra falar até que ele decide falar primeiro.

- Porque vocês brigaram?

Suspirei. Era por isso que ele queria conversar comigo, eu ia ter que acabar falando sobre isso mesmo. Olho pra ele, os olhos dele me mostrando alguma coisa que eu não consigo entender bem o que é...

- Ele me chamou de louca.

Ele deu de ombros:

- Não é lá grande coisa.

- Não é isso! Ele nem percebeu que eu tinha me ofendido e quando eu sai ele...nem tentou me impedir...como se ele fosse, sei lá, bipolar. Uma hora ele me beija na frente da internet toda e na outra me chama de louca e nem liga!

Desabafo em quanto as lágrimas caem pelo meu rosto. Lágrimas de raiva, de tristeza, não sei bem. Só consigo me culpar por ser tão burra por acabar aqui, chorando minhas mágoas pro meu melhor amigo, que não tem nada a ver com a história. Mas ele parece não me achar tão burra, porque fica escutando em silêncio e me abraça.

E de repente eu paro pra pensar. Eu nunca quis que o Freddie me visse fraca, nunca quis que ele me visse chorando. Mas quando o Will está comigo, eu não ligo. Já chorei tantas vezes nos braços deles que nem consigo contar. Ele afaga meu cabelo e aquele gesto só me faz chorar mais, me lembrando do dia que aquela mão era de outra pessoa. A mesma pessoa que era o motivo por eu estar chorando agora. Nem sei quanto tempo fico assim, chorando e me sentindo idiota.

- Caramba, Sam! Você deve ta morrendo de frio, ta toda gelada, porque não disse nada?

Paro de chorar um pouco e enxugo meu rosto.

- Foi mal...

- Tudo bem.

Eu levanto minha cabeça e fico olhando pra ele, os braços dele ainda em volta dos meus. Porque não podia ser ele? Porque tinha que ser alguém que me fazia chorar, me fazia perdoar ele só pra depois me fazer chorar mais ainda? A vida seria tão mais simples se fosse o Will a pessoa que eu gostasse. Ele passa a mão dele no meu rosto, esfregando o dedão onde ainda estava molhado por causa do meu choro.  Fecho os olhos e me esforço pra não chorar de novo, mas antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, dois lábios estranhos se colam nos meus. Os do Will. Ele não faz nenhum movimento, nem eu faço. O choque é muito grande. De repente abro os olhos quando o “beijo” acaba.

- Eu acho que a gente devia ir pra casa agora.

Só concordo com a cabeça, ainda muito chocada pra falar. Nem preciso dizer que voltamos pro carro em silêncio. E nesse meio tempo, é impossível não pensar no que aconteceu. Eu nunca tinha pensado antes em como seria beijar o Will. Mas era estranho. Não de um jeito ruim. A boca dele era quente e o beijo dele era gentil, mesmo que não fosse um beijo de verdade, afinal ele só colocou a boca dele na minha e mais nada. Mas mesmo assim não deixa de ser traição. Mas o Freddie estava a quilômetros de distância da minha mente. Ficamos quietos até chegar no apartamento, eu me sento no sofá e fico encarando o nada, só pensando no que aconteceu. Ele se senta do meu lado e finalmente quebra o silêncio entre a gente.

- Sam, me desculpa...

- Ta. A gente pode só esquecer, sabe? Fingir que nunca aconteceu.

Mas quando eu falo isso é como se algo dentro de mim não estivesse certo. Esquecer? Mas e se aquilo tivesse sido o começo de alguma coisa?

- E você quer esquecer, Sam? Porque eu não quero – Eu olho pra ele assustada, ele tinha acabado de se desculpar por ter feito aquilo! – Eu me desculpo. Me desculpo por ter feito isso quando você ainda ta namorando, por ter me aproveitado de um momento em que você tava frágil, mas eu não me desculpo pelo que eu fiz.

Não respondo nada, afinal, não sabia o que falar. Ele só olha pra mim esperando uma resposta, mas quando percebe que eu não vou dizer nada, o Will só se levanta e olho pra mim.

- Boa noite, Sam. Espero que você tenha uma resposta pela manhã.

E nessa hora eu podia ter sido inteligente: Podia ter deixado ele ir e pensar melhor, só que como sempre, eu agi pelo impulso. Me levantei do sofá e corri até ele, puxei o braço dele fazendo o Will dar uma volta pra me encarar.

- Eu não vou esquecer!

Ele sorri e coloca e passa os braços pela a minha cintura. Coloco minhas mãos no ombro dele, sem conseguir em pensar direito. Ele se inclina e começamos a nos beijar de novo, primeiro com um beijo meio tímido, mas eu conseguia perceber que ele queria muito isso. Então porque não? Eu queria esquecer sim, mas não era o beijo dele de mais cedo. Passo uma mão pelo cabelo dele sem nenhuma culpa – foda-se isso, todo mundo diz que a culpa da traição vem depois que você acaba de trair! – e aprofundo o beijo. Os braços dele me abraçam com mais força, como se ele quisesse me trazer pra mais perto. Até que nos separamos quando o ar acaba. Ficamos ofegando, os dois de olhos fechados sem saber muito bem o que fazer daqui pra frente. Até que ouço um tic-tac chato e olho meus olhos pra ver o relógio na parede marcando umas 11 horas. Tiro minhas mãos do pescoço dele, mesmo que ele continue me abraçando.

- Will, eu...eu preciso ir domir...

Ele abre os olhos e tira os braços da minha cintura.

- Boa noite.

Ele beija a minha testa e nós dois vamos pros nossos quartos. Coloco um pijama qualquer, sem prestar muita atenção no que faço. Deito na minha cama tentando dormir só que não consigo. Meu coração bate rápido, eu estou muito nervosa com tudo que aconteceu. Será que o Will gosta de mim? Ele disse que não se arrependia por ter me beijado. Mas também, talvez ele só tenha feito isso pra me animar, sei lá, talvez ele tenha ficado comovido me vendo chorando. Mas se foi só isso, porque ele me beijou bem na sala de estar dele? Arg! Se eu continuar pensando tanto assim minha cabeça vai explodir! Percebo que não vou dormir mesmo e pego meu iPod. Coloco as músicas da banda He is We que sempre me acalmam. Começa a tocar “Prove You Wrong”:

Are you tired of the pain, torn of the pieces?

Can you let me try?

Tell me it’s alright, just for one night.

Show you how to fell like, what it feels like.

To be hugged, to be kissed.

(Você está cansado da dor, de juntar os pedaços?

Você pode me deixar tentar?

Me diga que está tudo bem, só por uma noite.

Mostrar a você como se sentir, como se sente.

Ser abraçado, ser beijado.)

Suspirei com a letra da música. A frase ecoava na minha cabeça.

Can you let me try?

Eu não sei.


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Notas finais do capítulo

ta-ta-tããããã! O que será que vai acontecer agora, leitores?