Quatorze

    Sou acordada por um sussurro ao longe, não consigo distinguir quem e o que esta falando. Mas logo entro em pânico, lembrando que estou em Shadownland. Olho em volta, parece-me que não estou no lugar que pensara. Por alguma razão que desconheço, estou em uma sala bem ampliada, mobiliada com artefatos antigos. Me levanto, tentando juntar minhas forças. Tudo esta estranho mas, logo avisto Honor sentada um pouco fora de meu alcance, ela está virada de costas para.

    - Honor? É você? – pergunto, querendo ter certeza de que é ela. Apesar de ela estar muito mudada, ainda confio nela.

    Ela se vira, quando percebi que estou acordada, ela exclama:
    - Ever! Finalmente você acordou! – algo está estranho em sua voz; não está no mesmo tom arrogante de horas atrás, se é se passaram horas desde que à vi.

    - O que aconteceu? – pergunto sem saber realmente o que está acontecendo.

    - Ah, é uma longa historia. Acho que primeiro você deve tomar um gole de elixir, alias litros. – ela apanha uma garrafa contendo o elixir, ela joga para mim; logo pego-o e começo à beber. Dou um longo gole, ate acabar o conteúdo do frasco. – Muito bem, agora posso contar. Preparada?

    - Bom, neste mundo eu tenho que estar preparada para extremamente tudo que vier pela minha frente.

    - O.k. Tudo se baseia em um novo feitiço que Haven conseguiu inventar. Eu mesma sei disso, porque experimentei-o, não é nada bom, admito. – ela faz uma pausa, sabendo que foi fraca por se deixar cair no tal feitiço. – então, Haven lançou ele em mim. O Imperius, ele serve para domar a pessoa, por assim dizer. Uma vez lançada o feitiço, ele só poderá ser revertido quando o próprio criador permitir isto. Haven me enfeitiçou com ele, ela teve acesso à todas às informações que tivemos, ou seja, eu e você. Agora, ela sabe extremamente tudo de nossos planos. Ever temos que fazer outro plano à partir de agora.

    - Mas, eu ainda não entendi o que aconteceu em Summerland comigo. – faço um pausa, olhando em seus olhos.

    - Bom, tecnicamente foi uma armadilha de Haven para te matar. Ela foi esplendida, porem, fui melhor. Consegui ganhar uma pequena batalha que enfrentei com ela. Depois te trouxe para cá. O lado mágico de Summerland, alias, aonde você esteve não foi Shadownland e sim uma imitação barata feita por Haven.

    - Como você conseguiu sair do feitiço?

    - Está é uma boa pergunta Ever. Eu também não sei ainda ao certo, mas pelo que entendi foi: ela estava lançando algum tipo de feitiço em você, que alterou no Imperius jogado em mim. Então ela se viu presa entre duas alternativas: deixar o feitiço fluir em mim, ou lançar o feitiço em você. Como você já sabe, ela escolheu a ultima alternativa.

   - Nossa, é muito estranha como ela conseguiu tudo isso, não sabia o qual longe ela iria chegar para me matar.

   - É Ever, me desculpe por tudo que fizera. Juro que não tive intenções. – ela abaixa a cabeça. Nunca que ela faria isso comigo, eu tenho certeza que não faria. – Muito obrigada.

   - Pelo que? – ela olha surpresa para mim.

   - Pelo que fizera para que Haven não me matasse.

   - Ever, eu já não lhe disse que farei tudo para que você possa viver, e talvez com Damen. Fique tranqüila, tudo dará certo. Pode apostar.

   - O.k.

   - Agora temos que ir embora. Vamos.

   Aterrissamos em minha sala de jantar, em minha casa em Laguna Beach. Não estou bem, quero dormir mais do que já dormira em Summerland.

   - Ever, sinto muito. – Vendo que não estou entendendo nada, ela aponta o dedo indicador para o sofá, do outro compartimento da casa, que esta em nossa área de vista daqui. Olho para lá, ali esta Riley chorando freneticamente. Corro em sua direção.

   - Riley, o que aconteceu? – meus olhos se arregalam cada vez mais quando ouço ela dizer:

   - A lua azul se foi Ever, você não ficara mais com Damen. Isso foi toda minha culpa. O Conselho resolveu que a lua azul só vai voltar daqui à milênios! – ela continua chorando loucamente.

   - Riley, tudo que importa agora é minha sobrevivência, nada mais. Agora desembucha logo como que você está conseguindo vir para a Terra.

   - Nada Ever, isso não pode ser tido para os vivos, apenas aos mortos. Me desculpe... me desculpe. – ela começa à soluçar e continua à chorar como sempre.

    - Tudo bem Riley, vai passar. Tenho certeza que terei outras oportunidades para isso. – Mas é mentira, dentro de mim esta gritando, chorando, para que tudo volte como era antes. Que eu não agüento mais tudo isso.

    - Ever, eu decidi que era melhor Riley dizer isto para você, ela seria melhor do que eu para isso. – Honor agora está ao nosso lado, vendo eu e Riley abraçadas.

    - Sim, mas precisamos fazer algo para que Riley pare de chorar. – Respondo.

    - Ever, tenho que ir embora. Não tenho mais nada o que fazer aqui. – Riley se levanta, limpando as lagrimas que se escorrem em seu juvenil rosto. Não digo nada. Apenas indico com a cabeça que aceito estes termos, e Honor faz o mesmo. Vejo ela se decepar no ar, virando pequenos brilhos metálicos no ar.

   Tudo está acabado agora, não conseguirei ter Damen de volta. Subo as escadas indo para meu quarto. Ouço os gritos de Honor perguntando certas coisas que não consigo escutar direito, por minha cabeça estar à mil; com a noticia que acabara de ter de minha irmã mais nova. Ela não queria que isso acontecesse, pelo contrario, estava fazendo o que podia para que acontecesse. Mas não foi suficiente. Perante de tudo, nós imortais não somos simplesmente nada.