Dou uma risada baixa quando vejo uma flor rosa e amarela. Inclino um pouco a cabeça e olho para ela.Ela estava atrás de uma cerca. Acho que não posso passar dessa cerca, nee? Otou-san disse para eu ter cuidado.... Eu estava dentro da floresta, então tenho que tomar cuidado, Otou-san confia em mim, por isso que deixou eu vir.  Mas a Okaa-san irá gostar dessa flor... Estico a mão para tentar pega-la e de repente, uma mão aparece e pega a flor. Olho para cima e vejo olhos amarelos brilhando para mim. Respiro fundo para não gritar. 

          Dou um passo para trás. Os olhos amarelos estavam me observando, o que era aquilo? Ele pisca. Ahwn.... Otou-sannn.... Dou outro passo para trás e me seguro para não gritar. Os olhos piscam novamente. Eles eram cor topázio, brilhantes e grandes. Eles piscam novamente. Dou outro passo para trás. Tropeço em um tronco de árvore e começo a cair. A mão que segurava a flor que eu queria se aproximou de mim e eu gritei. 

~X~X~X~X~X~X~X~X~

Abro os olhos. 

Não sei o que havia me levado aquela lembrança novamente. Talvez a flor que estava na minha mão, talvez o vento que batia no meu rosto que vinha na direção da floresta. Depois daquele momento em que as mãos brancas se estenderam para mim, gritei e caí ao chão, mas as mãos me protegeram dos galhos pontudos. Me entregou a flor amarela e me deixou sentada no chão, depois de um tempo, otou-san chegou e me levou para casa. Okaa-san ficou traumatizada e nunca mais me deixou entrar novamente na floresta. Eu... fiquei assustada nos primeiros dias, mas depois, quis saber o que me ... " salvou" dos galhos e do chão. Apesar de que se minha okaa-san deixava eu ir para a floresta, ela me acompanhava. Eu achava desnescessário. Já era bastante grandinha, nee?!

              - Mitsukaaa! Gohannn! ( Gohan = comida ) - grita minha mãe. Me levanto e bato de leve na minha roupa para tirar os pedaços de grama que ficaram grudados na minha calça branca. Olho para o céu e repiro fundo. Dou um sorriso pequeno e vou andando até a minha casa branca. Abro a porta. 

              - Isureishimasuu! ( Isureishimasuu = com licença ) - digo, colocando a cabeça primeiro, depois o corpo. Minha okaa-san estava colocando a comida na mesa e meu otou-san estava já sentado, sorriu para ele e vou em direção a mesa. Me sento e coloco o meu cabelo para trás.

              - Éahhhhhhh! - diz Otou-san. Olho para ele e sorriu.

              - Nande ô, otou-san? - ( nade ô, otou-san? - O que foi, pai? ) eu digo. Ele olha para mim e sorri. 

              - Éahhh... Mitsuka-chan.. parece que foi ontem que você se perdeu na floresta e me pedia um "pilulito". - e finji chorar. Dou uma risada e digo:

              - Ahhh, otou-san, vai dizer que está com saudade daquela época? Hahahaha...

Dou uma risada e meu otou-san dá um choro/risada que arranca uma risada de minha okaa-san. Olho para meus pais e pergunto para otou-san.

              - Otou-san?

              - Hum? - ele pergunta, com os óculos quadrados na ponta do nariz.

              - ... Posso ir a floresta hoje?.... - pergunto. Kagamine Len para de piscar e olha para mim. Kagamine Rin deixa o prato que estava na mão cair dentro da pia. Olho para os dois e abaixo a cabeça, ficando um pouco vermelha. - ... é que eu... faz tempo que eu... uhh... não vou para lá... e... uhh... Otouu-sannnnn, onegaiiiiii! - eu digo, abaixando a cabeça e deixando meus cabelos louros cairem nos meus ombros. Olho para eles e suspiro pesado. Escuto alguns sussurros e de repente, meu otou-san diz:

              - Mitsuka? - diz. Levanto a cabeça.

              - Mikan... por favor.. tome cuidado dessa vez. - diz minha mãe. Sorriu para ela e dou um grande abraço nela.

              - Arigatoo, mama, arigatoo, papa! - eu digo, saindo da casa, escutando meu otou-san rindo e minha okaa-san se preocupando novamente. Dessa vez vou ter cuidado. Dessa vez...

Vou encontra-lo.