Começar a Ser escrita por WinnieCooper


Capítulo 9
Pela primeira vez




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Pela primeira vez

- Enquanto você estava consolando a Lily, e fingindo ser amigo dela com vontade de beijá-la – disse Lorcan normalmente para Hugo no dia seguinte na mesa do café da manhã – Sua irmã estava bebendo.

- A Rose? – perguntou Hugo surpreendido.

- Você tem outra irmã? Serio, ela ficou bêbada, a coisa mais improvável do mundo aconteceu.

- Me diga que alguém tirou foto deste momento, preciso mandar ao meu pai.

Os dois continuaram rindo e conversando até que uma pessoa parou em pé ao lado deles.

- Oi Lorcan.

Hugo ergueu o rosto e se deparou com a pessoa que menos esperava ver no momento: Sam Wade.

- Ei Sam. Tudo bem? – Lorcan o cumprimentou como se fossem amigos de longa data.

- Posso tomar café da manhã aqui com você? – perguntou o garoto que permanecia em pé ignorando a pergunta que lhe dirigiram.

Hugo olhou para Lorcan implorando com o olhar arregalado que o amigo não autorizasse o pedido de Sam.

- É claro – respondeu o loiro automaticamente.

Hugo nervoso pisou no pé do amigo enquanto Sam se sentava ao se lado na mesa.

- Ah! – Lorcan gritou de repente – Desculpa Hugo – ele se virou para Sam – Esse é o Hugo – apresentou-os.

- Eu conheço você? – Sam perguntou olhando sorrindo para ele.

- Não, definitivamente não – respondeu automaticamente.

- Melhor assim não é? A maioria das pessoas daqui eu conheço, mas não conheço. Isso faz sentido?

- Faz total sentido para mim – disse Hugo levantando-se da mesa – Eu vou pra sala de aula se não se importam.

Ele virou as costas, mas não sem antes escutar Lorcan dizer:

- Não ligue, ele te odeia.

- Hugo – ele ouviu uma voz baixa o chamar, nem se fosse surdo saberia que era ela só pelo perfume misturado com sua pele. Seu cheiro preferido no mundo.

- Bom dia – ele sorriu virando os calcanhares e encarando-a.

- Eu só queria... – ela passou seus braços envolta do pescoço dele e ergueu seus pés para que sua boca alcançasse o ouvido direito dele – Preciso te contar uma coisa. Podemos conversar algum outro dia?

Hugo não sabia mais como que era respirar, olhava com os olhos arregalados para ela não conseguindo formular palavras nem em seu cérebro. Será que ela sabia o poder que tinha sobre ele?

O máximo que conseguiu foi balançar a cabeça devagar respondendo a pergunta dela.

- Então está combinado – ela lhe beijou no rosto e começou a caminhar para a mesa em que Sam estava sentado.

Como se tivesse um dementador sugando as suas lembranças boas, Lily sentou-se ao lado de seu suposto namorado com a feição mais triste que ele já tinha visto nela.

xx

O sétimo ano estava na biblioteca fazendo uma pesquisa para um trabalho, numa mesa, Rose, Alvo e Scorpius sentavam juntos como sempre. A garota tentava se concentrar enquanto os dois conversavam alegremente.

- Estou tão orgulhoso dela Alvo, olha as olheiras, olha como ela está verde de mal estar, olha como aperta os dedos na cabeça tentando faze-la parar de doer.

Rose olhava suplicante para o loiro pedindo mentalmente para que ele parasse.

- Primeira ressaca, que orgulho – disse beijando os lábios da garota.

- Você é perverso, por que estou saindo com você mesmo?

- Sou irresistível e te faço realizar coisas inimagináveis. Você vive comigo, não apenas sobrevive.

- Se viver é ter dores de cabeça e vômitos freqüentes, prefiro só sobreviver.

Rose começou a se concentrar na leitura de seu livro e Scorpius apenas a observava com um sorriso nos olhos.

- Rose, tenho uma ideia para nosso terceiro encontro – ela ergueu a cabeça curiosa – Vai ter festa da piscina na banheira enorme que tem no banheiro dos monitores, sabe? Música, bebida, biquíni. O que acha? – ele ergueu as sobrancelhas maliciosamente.

Rose suspirou abalada com a boca escancarada.

Alvo caiu na gargalhada e Scorpius virou para o melhor amigo batendo a palma de suas mãos.

- Falei que a cara assustada dela era a melhor Scorpius – o moreno disse em meio aos risos.

- Vocês são perversos – ela voltou seu olhar para o livro, chateada.

- Vaza daqui Alvo – Scorpius o empurrou.

- Já sei que estou sobrando.

O moreno se levantou da mesa deixando o casal sozinho. Rose fingia que lia seu livro, não conseguia se concentrar enquanto Scorpius a observava tão compenetrado.

- Falando sério – ele acariciava as mãos dela por cima do livro enquanto falava – Nosso terceiro encontro, você escolhe. Eu pensei em irmos à sala precisa pedir para ela virar alguma coisa, um restaurante?

- Tenho outra ideia – ela sorriu timidamente encarando-o.

- Qual?

Mas a jovem não teve tempo de responder, uma garota de aparentemente 14 anos que perambulava na biblioteca e ouviu a ultima parte da conversa de ambos resolveu se pronunciar:

- Ei Scorpius – disse sorridente.

- Ei Sophie – cumprimentou tentando se lembrar do nome da garota.

- Summer.

- Acertei o “S” né? – disse alegremente.

Rose estava com as sobrancelhas erguidas olhando de um para outro tentando entender.

- Quer alguma coisa? – ele perguntou desconfortável.

- Só isso! – ela ergueu sua mão no ar e lhe meteu um tapa em seu rosto – TRÊS ENCONTROS E NADA MAIS?! Eu te odeio.

Virou as costas, saindo de perto do casal.

- Quem é ela? – Rose interrogou enquanto Scorpius acariciava seu rosto.

- Sophie.

- Summer! – gritou – O nome dela eu sei, quero saber quem é ela?

- Ela é muito enfezada, é uma mulher, deixa eu ver – ele franziu a testa pensando – Saímos duas vezes, na ultima levei-a até a “Floresta Proibida”, ela me disse que sua matéria favorita era “Trato das criaturas mágicas” eu queria testar. A gente estava se agarrando encostados numa arvore dentro da mata, as coisas estavam ficando quente de repente algo leve caiu sobre nós e ela começou a gritar e sair correndo pensando que era algum animal. Era uma folha de árvore. Uma folha – ele ria livremente – Patético não? Daí nunca mais falei com ela, você sabe minha regra né Rose? E depois daquele vexame, pela primeira vez sai com uma garota só duas vezes. Ela é o “Dois encontros e nada mais”.

Rose olhava abalada para ele.

- Qual o lugar do nosso terceiro encontro? – perguntou normalmente.

- Surpresa – ela respondeu com um sorriso falso nos lábios.

xx

Parecia que o destino queria pregar uma peça em Hugo, pois assim que resolveu ir ao banheiro entre uma aula e outra naquele dia acabou encontrando com Sam.

O garoto ruivo decidiu sair do local antes que o outro notasse, mas era tarde demais.

- Não sei por que você me odeia, mas eu te conheço Hugo – Sam disse fazendo Hugo parar de andar para olhá-lo.

Ambos estavam sozinhos no banheiro.

- Não, definitivamente não, você é o cara mais popular daqui e eu? Vivo nas sombras só observando.

- A Lily e o Lorcan me falaram tudo sobre você – Hugo suspirou nervoso e resolveu sair do banheiro para não escutar mais – Você salvou minha vida. Sei que seu sobrenome é Weasley, é um sobrenome importante, é o primo da Lily, que me entregou aquele bilhete no meu primeiro dia de volta aqui, você convenceu meus pais a procurarem um médico Trouxa. Eu estou aqui por mérito seu. Você salvou minha vida.

Hugo balançava freneticamente a cabeça dizendo não.

- Eu não te salvei, foram os médicos.

- Por que me odeia?

- O Lorcan e sua boca grande – Hugo reclamou virando os calcanhares o encarando – Olhe Sam, eu odiava o seu outro Sam, aquele antes do acidente. Esse “Sam II” na minha frente eu não sei o que dizer sobre ele.

- Sam II? - jovem sorriu – Exatamente assim Hugo. É bom te conhecer.

Sam esticou a mão esperando Hugo segurá-la. O ruivo apertou a mão do outro rapidamente e disse:

- Bom te conhecer também.

xx

A semana passou sem maiores acontecimentos. Sam frequentava as aulas com o sétimo ano, fazia os trabalhos e sempre tirava a nota maior possível. Ele sentia os olhares de pena de todos em cima dele, e Lily sempre ao seu lado não estava ajudando em nada.

- Sabe eu poderia pedir a nossa diretora para deixar você frequentar as aulas do quinto ano, sempre estaríamos juntos. Eu te ajudaria mais – ela sussurrava na hora do almoço.

- Não preciso de sua ajuda – ele sussurrou olhando pro seu prato de comida.

- O que?

- Eu não preciso que você me siga o tempo todo Lily, isso me sufoca. Sei que a intenção é boa, e tenho certeza que ninguém nesta escola se preocupa mais comigo que você – ele sussurrou aproximando boca do ouvido da garota – Preciso respirar, preciso que você não me pressione o tempo todo.

- Eu não estou te pressionando, eu... – ela não conseguia terminar frase.

- Querer que eu volte dois anos dos meus estudos?

- Desculpe, eu só... – ela levantou-se da mesa – Esquece.

Lily começou a caminhar para longe de Sam com a cabeça baixa.

xx

- A Rose está me evitando! – gritava Scorpius andando com Alvo em direção à mesa para o almoço.

- Não exagere Scorpius...

- Que parte estou exagerando? Que ela não conversa mais comigo, me ignora nas aulas... Alvo – Ele fez o amigo parar de andar e falou consternado – Eu mandei uma carta a ela hoje, uma carta! E a gente se vê todos os dias!

- Ela claramente está te ignorando... – o moreno bateu de leve no ombro do amigo – Mas sabe, você pode encurralar ela em algum local. Tipo Salão Comunal da Grifinória.

Scorpius olhou para ele com um sorriso nos lábios.

- Sabe, formamos a dupla imbatível, você o cérebro e eu a beleza.

Alvo revirou os olhos e não disse nada.

xx

- Ei! – disse Lily encontrando seu primo sentado debaixo da árvore em frente ao lago negro mexendo num aparelho eletrônico.

- Oi Lily – ele sorriu desviando o olhar de seu jogo e fazendo um gesto para ela se sentar ao lado dele.

A jovem ruiva prontamente obedeceu.

- Cabulou as aulas da tarde? – ela questionou.

- Te faço a mesma pergunta.

- Eu não... Não aguento o Binns falando sem parar agora, ele nem olha pros alunos, que diferença faz?

Ela estava inquieta mexendo frequentemente em seu cabelo, mordia seus lábios de minuto a minuto e a feição de seu rosto embora tentasse disfarçar era de tristeza.

- Sam – Hugo identificou o motivo – O que aconteceu?

- Não vamos falar sobre o Sam está bom? – implorou.

- Primeira vez que nossa conversa não seria relacionada ao Sam.

- Estou disposta a fazer coisas pela primeira vez hoje – ela sorriu – O que está jogando?

- Algo para relaxar a mente. Roubar carros, matar pessoas.

Lily arregalou seus olhos para ele e Hugo apenas riu.

- Não é um jogo para você.

- Não me dê isto – ela tomou o parelho eletrônico da mão dele – Estou disposta a fazer coisas pela primeira vez hoje.

xx

Eram mais de sete da noite e Scorpius cansado de esperar por Rose no grande salão para jantarem juntos, resolveu adentrar a Sala Comunal da Grifinória, e qual não foi sua surpresa ao vê-la sentada numa das mesas, completamente sozinha e com pijamas.

- Ei – chamou Rose assustando-a.

- O que está fazendo aqui? – Rose perguntou ansiosa olhando para ele. Tentava esconder ao máximo seu pijama com as mãos o que era em vão.

- O que está acontecendo? – ele perguntou serio.

Rose se ajeitou na cadeia e pegando alguns pedaços de pergaminho erguendo eles no ar dizendo:

- Quer a lição emprestada?

- É, isso também – ele pegou da mão dela sentando na cadeira ao seu lado – Então, eu te mandei cartas esses dias, o que é estranho, afinal frequentamos as mesmas aulas, nos vemos todos os dias. Recebeu as mensagens?

Ela começou a rabiscar com a pena um pedaço em branco de seu livro sem consegui encará-lo dizendo:

- Hum... Sim – coçou a cabeça nervosa – Mas sabe, trabalhos enormes, não consegui te responder.

- Qual é Rose, nos sempre temos as mesmas aulas, eu terminei meus trabalhos a tempo, você muito antes. Aposto que tem tempo extra.

- Ok! – ela suspirou encarando-o pela primeira vez – “Três encontros e nada mais”

- O que? – indagou confuso.

- Você diz sempre as inúmeras garotas que sai com você essa frase. E ontem, ia ser nosso terceiro encontro.

Scorpius mantinha sua boca escancarada finalmente entendendo o ponto dela.

- Ah, idiota – ele levantou da cadeira batendo em sua própria testa com raiva – Entendi como te assustei.

- Só um pouquinho.

- Mas isso não significa necessariamente que vai acontecer com a gente – ele emendou voltando seu olhar para ela que permanecia com a cabeça baixa.

- Necessariamente!? – gritou perdendo a timidez.

- Bom vamos lá, eu não sei exatamente o que o futuro nos reserva, não posso afirmar nada.

- Eu também não!

- Porque está nervosa?

- Queria que eu estivesse feliz sabendo que vai terminar comigo depois de três encontros? Não sou como uma virgem num sacrifício, não posso me aproximar do paraíso sabendo que nunca darei um passo para entrar lá dentro.

Ele sacudiu a cabeça afirmativamente mordendo os lábios.

- Só entendi a palavra virgem.

Rose suspirou sacudindo a cabeça.

- Ei, então você está evitando um terceiro encontro com medo da gente terminar? Então terminaríamos no segundo encontro e seriamos Sophie?

- Summer! SUMMER!

- Quem se importa? A questão não é ela, é você!

- Ótimo, então um terceiro encontro, quando? Agora? – cruzou os braços na frente do corpo, seus cabelos bagunçados pela discussão repentina.

- Pode ser!

Ele pegou na mão dela arrastando-a para fora da Sala Comunal.

xx

- Eu não irei subir até ai! – gritava Lily com o pescoço inclinado para cima visualizando um garoto com a mão esticada para ela, sentado no galho de uma árvore.

- Eu pensei que você tivesse medo de água e não de altura. Você ama jogar quadribol Lily – contestou Hugo ainda esperando-a subir.

- Mas não sei subir em árvores – ela tentou arranjar uma desculpa.

- Fala serio! Fazíamos isso o tempo todo quando crianças!

- Ok! – ela foi vencida colocando um pé na árvore e tentando ganhar impulso para subir – Se eu cair, bater minha cabeça e esquecer tudo, sinta-se culpado.

Lily riu pela piada fora do comum, mas Hugo não a acompanhou nas risadas. O que ela pensaria se descobrisse que ele se sentia culpado pelo acidente com o Sam, culpado por fazê-la derramar lágrimas e mais lágrimas nestes últimos meses?

- Sabe uma ajuda seria pedir demais? – ela disse sem fôlego ao esticar a mão.

Hugo acordou de seus devaneios, esticou sua mão segurando fortemente na dela e a faz sentar-se ao seu lado no galho.

- Devíamos estar jantando agora – observou Lily olhando para o castelo do alto reparando nas luzes acessas.

- Devíamos ter feito varias coisas de rotina hoje.

- Lembra do meu lema? Fazer coisas pela primeira vez hoje.

- Que tal relembrar passado? – perguntou Hugo virando seu rosto para encara-la.

- Como assim?

- Pega-pega! – gritou encostando na prima – Está com você.

Saltando de uma vez da árvore, Hugo começou a correr pelos jardins da escola.

- Hugo! – Lily tentava descer devagar da árvore com medo de cair – Não é justo!

- Jamais me alcançará Potter!

- Não faça escândalo, quer que nos peguem á noite fora do castelo?

- Seria legal, coisas pela primeira vez lembra? – respondeu Hugo esperando Lily que corria em sua direção.

- Muito legal pegar detenção.

- Que bom que gostam, pois é isso que irão ganhar por estarem fora do castelo – disse o zelador fazendo ambos olharem para ele.

- Coisas pela primeira vez, certo? – perguntou Lily para Hugo já conformada com a detenção que iriam receber.

xx

Rose e Scorpius saiam de mãos dadas da sala precisa depois de pouco mais de duas horas, a jovem havia pedido que a sala se transformasse num cinema.

- Essas coisas que os Trouxas inventam, podem ser proveitosas, salas escuras, mãos passando para todos os lados, se é que me entende – ele riu comentando com a garota.

Ela ergueu as sobrancelhas, cansada, mas disse:

- Talvez você possa usar isso com a próxima garota que ira sair.

- Qual é Rose! – ele reclamou assim que viu ela andando mais rápido que ele e tentando talvez fugir.

- Eu estou te poupando um trabalho enorme – ela virou seu rosto para ele, chateada, e parou de andar.

- Não vou terminar com você – respondeu entediado.

- Talvez não agora, mas sim quando me deixar de frente ao retrato da Mulher Gorda, é um ótimo lugar não acha? – ela riu sarcástica.

- Rose, por favor, pare de tentar adivinhar o que vou fazer, antes que eu faça. Isso torna as coisas mais difíceis – ela cruzou os braços sem desgrudar os olhos dele – Não que eu irei terminar com você, pois não vou.

- Porque não? Estamos discutindo agora não é? Desculpa perfeita.

- É – Scorpius concordou raivoso chutando a parede ao seu lado – Eu sinto que tudo isso é culpa minha, mas não sei o que fiz de errado. Tudo o que fiz foi dizer a verdade.

- Nós não conquistamos isso ainda –explicou a garota um pouco mais calma – Não nesse relacionamento de qualquer forma.

- E você me deixou confuso de novo.

Rose se aproximou dele e pegou em suas mãos conduzindo-o pelos degraus de uma das escadas da qual se aproximavam.

Suspirou e mexeu suas mãos freneticamente ao tentar explicar a ele sua nova filosofia começou a falar:

- Eu me divertia, sentindo ciúmes ao mesmo tempo quando contava tudo sobre sua vida no passado. Mas agora que estou saindo com você, é diferente – ele confirmou com a cabeça esperando que ela prosseguisse – Você precisa desenvolver um senso.

- Sinto que pode ser tarde demais para isso agora, já que contei para você meu segredo que gosto de mãos em lugares específicos quando namoro no escuro acontece – ele disse e ela sorriu balançando a cabeça – Eu imagino as imagens que passam pela sua cabeça quando conto sobre as outras garotas que saí – Rose mordeu os lábios sem conseguir responder – Como você vai deixar de saber as coisas que você sabe?

- Bom, eu não posso, mas existem coisas novas e essas coisas você não devia me contar... Não ainda.

- Então você quer que eu faça um joguinho com você, agora que estamos finalmente juntos?

- Não, não, não. Não é um jogo – ela suspirou fechando os olhos tentando encontrar algum novo argumento explicativo para ele – Lembra quando nos tornamos amigos? Lembra disso no primeiro ano? Lembra que nos odiávamos por causa do pré-julgamento de nossos pais? Lentamente, vimos que pessoas totalmente diferentes, de casas diferentes podem sim ser verdadeiros amigos?

Ele apenas confirmou com a cabeça.

- Lembra o quanto isso foi aos poucos? – ele confirmou novamente – Então, estamos construindo algo novo aqui, nós não sabemos ainda como nos comportarmos um com o outro. Isso é novo. Esse relacionamento é diferente do que tínhamos antes, não pode ser igual. Entende? O ponto é que deveríamos começar do início. Não podemos dizer as coisas mais sinceras ainda, porque ainda não chegamos lá – ela parou de falar e quando viu que ele não se pronunciava acrescentou – Só precisamos conquistar isso.

- Eu não sei o que eu devo dizer e o que eu não devo dizer – Scorpius disse vendo Rose olhar para baixo, chateada – Mas agora mesmo, tem uma coisa muito grande aqui, mas eu não tenho certeza se devo lhe dizer, porque tem haver com o lance todo do “Três encontros e nada mais” – a garota não moveu seus olhos do chão.

O que teria relação com o “Três encontros e nada mais” a não ser o término de namoro? Ela havia arruinado tudo.

- Droga! Duvido que essa noite possa ficar pior do que já está, mas siga em frente.

- Ok, aqui vai... – ele disse colocando as mãos no queixo dela fazendo Rose encará-lo – Eu nunca quis um quarto encontro antes – ele sorriu quando viu a feição surpresa da garota – Mas eu quero mais, muito mais, sem pensar em números.

Rose sorriu e ambos aproximaram seus rostos, encostando de leve o nariz antes do beijo acontecer.

xx

- Limpar aqueles troféus velhos a moda Trouxa não foi uma coisa a se fazer pela primeira vez muito legal – disse Lily para Hugo.

Os dois tinham acabado de cumprir a punição pela infração que cometeram.

- Pode colocar na sua lista de coisas a não se fazer uma segunda vez.

- Mas não posso evitar detenção, ela é um risco a correr quando se faz coisas que me deixam feliz.

Hugo olhou para ela sorrindo, parecia que visualizava aquela Lily que havia se perdido para sempre dele.

- Quer correr este risco de novo?

- Depende – respondeu a garota levantando as sobrancelhas.

- Vem comigo – ele pegou na mão dela.

Lily deixou que o primo a levasse sem perguntar aonde iria, na verdade, não precisaram sair do castelo. Subiram vários lances de escadas. Abrindo uma porta meio escondida num corredor iluminado com archotes, e se dirigiram para uma sacada.

- Esse é meu lugar preferido no castelo inteiro – disse Hugo para a prima.

Não tinha nada de especial, a jovem ruiva notou, uma pequena sacada com espaço suficiente há duas pessoas e nada mais.

- Á noite, quando tenho insônia venho para cá observar a lua e desenhar – ele explicou sentando-se no chão, fazendo sinal para que ela o seguisse – Eu sei que parece entediante e deprimente, mas isso me lembra o passado. Lembra quando dormíamos n’A Toca e fugíamos do quarto, deitávamos nos jardins para só observar a lua?

- Lembro – sussurrou ela com um sorriso nos lábios, sentando ao lado do primo – Você me enganava tão facilmente. Dizia que eu não podia apontar para as estrelas senão ia nascer uma verruga na ponta do meu nariz. Assim eu pareceria uma Bruxa. No sentido pejorativo da palavra.

Hugo riu e disse:

- Mas é verdade, minha mãe sempre dizia isso.

Ele esticou suas pernas deitando no chão. Sem esperar Lily fez o mesmo ao seu lado, colocando sua cabeça no peito dele.

- Porque seu coração está acelerado? – ela questionou curiosa.

- Toda vez que estou perto de você ele fica assim – o garoto disse naturalmente – vivo e descontrolado, sabe?

- Engraçado – disse Lily tentando parecer distraída – O meu também fica assim.

- O que queria me dizer? – Hugo perguntou curioso, torcendo para que seu coração estivesse certo.

- Na verdade é uma pergunta – confessou Lily – Você acha que é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

Hugo suspirou e começou a respirar irregularmente, devagar, fez um pedido mudo para que a prima erguesse um pouco a cabeça e o encarasse.

- Eu acho que você devia parar de falar coisas que me fazem querer te beijar o tempo todo.

- Você também.

Ele fez não com a cabeça tentando entender as últimas palavras dela. Será que... Será?

Bom, só tinha um jeito de descobrir, devagar, Hugo aproximou seus rostos, podia sentir a respiração dela se juntar com a sua agora, quando jurou que Lily ia se esquivar como da ultima vez que tentou algo, ela fechou os olhos, esperando. Não aguentando mais Hugo finalmente uniu seus lábios.

Em seus sonhos, Hugo imaginava que gosto teria os lábios de sua gloriosa prima. Talvez chocolate, ou cereja? Talvez chocolate e cereja misturados? Será que seus beijos o transportariam para o céu sem ao menos sair do chão? O que ele aprendeu era que: beijos não tem gosto, pelo menos não literalmente. Que você não flutua, pelo menos não literalmente.

Beijos com Lily tinham gosto sim, gosto de ansiedade e de estar finalmente acontecendo, misturados com “só se for apenas comigo”, ele não se sentia no céu, sua sensação era mais ou menos como perder a gravidade, como se estivesse na sua lua, aquela lua que ele sempre desejou.

- Por favor – ele sussurrou assim que desgrudaram os lábios – Por favor, não saia correndo dizendo que foi um erro.

Lily olhou nos olhos extremamente azuis do primo, como ela poderia ter dito não para ele antes? Sendo que sempre, sempre em suas lembranças boas, ou ruins ele estava, quando ela caia, Hugo lhe estendia a mão, quando ela sorria, Hugo era o responsável.

- Eu não vou fugir, meu coração está igual ao seu, sinta – e então ela colocou a palma da mão dele sob seu peito – Sente?

- Igual o meu – ele pousou a mão dela em seu peito.

- Gostei deste: “Primeira vez”, vou colocar na lista para fazer uma segunda vez – disse Lily com um brilho antes esquecido no olhar.

- Quando? – ele perguntou sorrindo.

- Agora.

Inclinando-se para ele, ela desta vez deu início ao beijo.


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Notas finais do capítulo

N/B: Ai Meu Deus!!!
O Hugo e a Lily se beijaram!
Não acredito nisso! Que lindo! Espero que agora a Lily não faça nada para magoar o primo. Afinal ele gosta mesmo dela. E não, eu ainda não gosto dela.
Gente!! Eu não consegui acreditar que a Rose bebeu. Se o Ron soubesse...
Hahahhahaha
O Albus e o Scorpius zoando-a foi a melhor parte de todas. Brincadeira, o melhor foi o beijo mesmo. Do Hugo com a Potter, é claro. Apesar de eu amar totalmente Weasley e Malfoy.
E que comparação é essa que a Rose fez? ... Não sou como uma virgem num sacrifício Super estranho. :O Aposto que o Malfoy concorda comigo,afinal ele só entendeu a palavra virgem mesmo.
N/A: SOCORROOOOOOOOOOOOO Rose e Scorpius tomaram conta do capítulo srsrsrrsrs
Espero que tenham entendido esse dialogo enorme entre eles...
Serio gente eu tento diminuir os capítulos daqui, mas cada dia mais eles aumentam de tamanho, o próximo está enorme também O.O
Bom ai está o beijo, espero que tenham gostado, não gostei muito da descrição dele, deu trabalho, mas deixei assim mesmo...
Eu não coloquei o beijo antes porque precisava que a Lily retribuísse e logo depois ela desse o beijo, isso é importante lá na frente...
Espero que tenham gostado...
beijossss