Redemption escrita por SakyChan


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Ok, morro de vontade de fazer isso na escola!



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Capítulo VI

Os dias seguintes foram um saco. Nada de interessante, nada de novo. Mas teve certas coisas que me deixaram irritada. E olha que eu preferiria morrer do que admitir isso a ele, mas... Era impossível não ficar irritada com as coisas que Evan fazia ou com as coisas que aconteciam com ele. Ele conseguiu entrar para o time de basquete da escola. Isso já diz tudo. Não sei como ele iria me proteger depois que se tornou uma celebridade. Ele jogava muito bem e as garotas só começaram a assistir aos treinos por causa dele. Eu estava lá por obrigação, mas no fundo ele jogava muito bem. Conseguia fazer as melhores cestas e sempre conseguia a bola. Era até um pouco fascinante, até ouvir um suspiro de uma garota ao meu lado. Aí eu voltava a resmungar.

O baile de Halloween estava se aproximando, faltava uma semana. Chris ficou um pouco inconformado ao ver Evan sempre ao meu lado, mas ele soube se controlar. Sun e Kay me encheram o saco o máximo possível, perguntando sobre o nosso “namoro”. Quase bati nelas. Quase.

Evan fez o que havia me dito, ficou ao meu lado o tempo todinho. Isso foi até bom por um lado, pois descobri alguns fatos tipo: ele odeia falar sobre o seu passado, viciado em fast food (quem não gosta?), é um narcisista (óbvio), adora filmes de terror e guerra, por incrível que pareça acha Paris Hilton e Angelina Jolie falsas gostosas (não era para ele ama-las igual a todos os outros garotos? Sun disse que ele é um cara perfeito e nada fútil, raro de se encontrar... ela perdeu a parte do “narcisista”), e prefere as morenas (não sei por que perguntei, alguém simplesmente me dê um tiro).

Tive algumas dores de cabeça, mas nada de grave. Nenhum poder estranho se manifestou então aproveitei para jogar na cara de Evan que ele errou, eu não era descendente de nefilim. Mas ele disse para eu não cantar vitória tão cedo. Eu estava me sentindo ótima, tirando o fato de ter um chato narcisista na minha cola. As dores de cabeça foram ficando mais fracas e menos frequentes. Não me preocupei muito. Mas uma pessoa adorava me mandar olhares mortais no corredor. Parecia que Lindsay preferia morrer a admitir que tinha perdido o gato do basquete para a insignificante perdedora. Foi aí que começou as mensagens “agradáveis”. Primeiro, havia uma papelada no meu armário que continha coisas “um pouco” ofensivas a meu respeito. Não precisei pensar em quem poderia ter feito isso, a resposta veio no outro dia.

Ela tinha voltado a andar com James, mas agora não me importei. Incrível é que não senti mais nada por ele. Como se fosse só uma paixonite que acabou bem rápido. Só que na hora do almoço Lindsay só sentava com o seu séqüito de malucas. Se existia uma turma de narcisistas fúteis e inúteis na escola, era a turma de Lindsay. Talvez Evan pudesse entrar nela (curtindo com a cara). Naquele dia eu tinha novamente pegado apenas um refrigerante, uma espécie de dieta forçada porque eu esquecia de propósito quase todo o dinheiro em casa.

Lindsay veio na minha direção, conversando com uma outra loira, “tropeçou” e derramou toda a sua bandeja em Sun, que estava ao meu lado.

– Ahhh! Meu Deus! – Sun gritou. Lindsay fez uma falsa cara de culpa.

– Oh, sinto muito. Não vi que estava aí. Mas vai ser fácil de sair essa mancha não é? Afinal é uma camiseta de liquidação. – ela deu um sorriso maldoso. Sun parecia prestes a voar no pescoço dela.

– Sun, se controla. Vem. – peguei em seu braço.

– Na verdade era para acertar você, Zoey. Mas ainda tem tempo. – ela pegou a bandeja da outra garota e se preparou para jogá-la em mim “sem querer”. Mas meti a mão e o conteúdo voou na direção dela. Todos do refeitório olharam e riram. – Argh! – ela gemeu. – Que nojo!

– Nem pense em jogar isso em mim. Por que não vai procurar uma outra idiota igual a você para atazanar? – essa nojenta já estava me dando raiva. Mesmo suja Sun olhou triunfante para ela. Viramos-nos e começamos a andar para a nossa mesa. Algo molhado acertou me cheio as minhas costas. Virei-me e vi Lindsay perto de uma mesa com bolinhos na mão, ela tinha me acertado com um bolinho com calda de chocolate!

– Você não vai embora agora, Zoey querida. – bufei e abri meu refrigerante.

– Agora não! – joguei-o na direção dela e acertou em cheio na blusa dela. Todos exclamaram um “oh” e outros gritaram e até aplaudiram. Pelo jeito ela só tinha garotos na sua lista de fãs. Todas as meninas a odiavam por terem seus namorados roubados por ela. Lindsay choramingou nervosa ao olhar sua blusa e pegou qualquer coisa que estava na bandeja, o dono dela a olhava assustado. Como percebi que aquilo ia virar uma guerra de comida agarrei a bandeja mais próxima. Começamos a jogar comidas umas nas outras até que todo mundo resolveu participar.

Foi uma das coisas mais divertidas que já fiz. Sanduíches, caixinhas de leite, refrigerantes, saladas, bolinhos, tortas, tudo voava à nossa volta. Já haviam ocorrido outras guerras assim, mas na maior parte das vezes eu estava de fora e sempre perdia. Os professores chegavam ao refeitório, atraídos pelo barulho, e eram atingidos na hora. Alguns gritavam e pulavam naquele mar, outros tentavam fugir inutilmente. Tentei correr até a saída, mas um pedaço de pizza acertou minha cara e acabei caindo. Consegui ver Sun a Kay travando uma batalha com Lindsay e seu séqüito, Chris sendo atingido por suco de laranja, até James escorregar em algo estranho no chão. Fui agachada até a porta, mas antes que pudesse alcançá-la Evan entrou e olhou surpreso para aquela confusão. E uma torta voou até a sua cara. Levantei-me, corri até ele e o empurrei para fora, fechando a porta.

Ele começou a limpar o rosto enquanto eu observava o meu estado. Fora atingida por um resto de coca, bolinho, pizza no cabelo, e tinha alface pregada no joelho da minha calça. Comecei a retirar tudo com certo nojo.

– Me deixa adivinhar. – Evan começou. Dava para escutar os gritos. Olhei para ele e vi que tinha restos de morango no seu cabelo e rosto. – Você foi pelo menos uma das pessoas que causaram essa guerra?

– Está escrito na minha cara? – sorri fracamente. Ele retirou um pedaço de queijo do meu cabelo.

– É que você parece ser daquelas que não levam desaforo para casa. – ele sorriu. - O que foi dessa vez?

– Começa com L e termina com Lindsay. Nada de novo. – dei de ombros.

– É verdade, me tornar seu anjo não foi uma escolha sábia. É só eu virar as costas que você sai brigando por aí. Vai acabar sendo morta por uma pizza. – ele debochou.

– Haha, idiota. Tá na cara que ela odiou o fora que você deu nela. – pensei por um segundo. – Você deu?

– Hum... Nada a declarar. – ele disse simplesmente, se esquivando.

– Coitada. E também deve ter me amaldiçoado por estar andando ao seu lado. Falei que você iria me matar um dia desses.

– Só porque você é muito problemática.

– Olha quem fala. – escutei passos apressados e vi a diretora se aproximando com a secretária rapidamente.

– O que está acontecendo aí dentro? – ela perguntou.

– Uma guerra de comida. Saímos o mais rápido possível. – Evan disse inocentemente.

– Oh, meu Deus! – exclamou a secretária horrorizada.

– Rotina. – a diretora suspirou. Talvez a secretária fosse novata. Realmente aconteciam guerras de comidas pelo menos uma vez em cada três meses. Esses alunos eram terríveis (hipócrita). Ela entrou junto com a secretária e pudemos ouvir a confusão cessar.

– Pelo menos teve um final feliz. – eu disse.

– Qual? – ele perguntou.

– Consegui sujar Lindsay, A Megera de coca. – sorri. Ele deu uma risada e revirou os olhos.

– Vou limpar meu rosto. O intervalo vai terminar daqui poucos minutos. – ele começou a andar até o banheiro masculino enquanto eu seguia para o feminino. – Zoey.

– O que? – me virei.

– Vai com alguém neste baile? – ele tinha um sorriso malicioso no rosto. Ele estava fazendo o que eu pensava que ele estava fazendo? Não, não, não.

– Vou. – falei sem pensar. Ia ser ótimo ver a cara dele. Se Evan estava pensando que ia me encher o saco até mesmo em uma festa, ele estava enganado. Ele nem mudou a expressão.

– Sério? Quem? – ops. E agora? Falei o primeiro nome que me veio na cabeça.

– Chris. É, o Chris. – repeti para confirmar a mim mesma. Depois teria que explicar a ele. Seria tão mais fácil e eu tivesse dito que não iria. Mas talvez Evan fosse inventar mais alguma coisa. Sem saída.

– Oh, e ele já sabe? – ele claramente não caiu na minha.

– Sim, foi ele quem me convidou. – respondi como se fosse óbvio.

– Ok. – ele entrou no banheiro.

Que grande confusão eu fui me meter. Agora teria que ir ao baile, convidar o Chris, aguentar Evan durante a festa (ele não iria me deixar em paz) e ver Lindsay novamente. Eu posso aguentar. Eu tenho que aguentar.

Na quinta feira, depois da aula, Evan tinha treino e ele, como sempre, me obrigava a esperá-lo. Despedi-me de Sun e Kay e corri até o ginásio. Consegui explicar tudo a Chris e ele aceitou me levar ao baile. Ele ficou meio contente, mas não dei muita importância, talvez fosse à expectativa de ir ao último baile de Halloween. Comecei a ficar nostálgica. E pensar que esse era meu último ano. A faculdade estava próxima, já tinha me decidido na qual eu iria, mas que curso... Bem, eu tenho que pensar mais um pouco.

Ninguém nos dedurou então mais uma guerra de comida passava impune. Não que a direção fosse incompetente, era que os alunos adoravam um barraco e não deduravam quem o fazia só para ver mais. Alguns colegas passavam pelo corredor e me cumprimentavam, todos adoraram o fato de termos jogado comida na Lindsay. Sun estava super contente assim como Kay. Lindsay andava pelo corredor, me fuzilava com o olhar, virava a cara e ia embora. Não dei à mínima.

De repente, no meio do caminho para o ginásio, Sun e Kay apareceram.

– Oiê! Zoë! – Kay disse toda animada.

– Desde quando mudei o meu nome?

– Um simples apelido. Foi ela. – Sun apontou para Kay.

– Kay, não é por nada não, mas sabe aquela cirurgia que você teve que fazer? Tem certeza que não mexeram no seu cérebro, causando algum dano irreversível que a deixou com uma massa cinzenta bem fraquinha? Porque não só a sua memória foi afetada, como o seu raciocínio lógico. – Sun começou a rir enquanto Kay processava o que eu tinha dito. Kay realmente tinha movimentos mais... Lentos enquanto Sun era mais rápida. Não estou chamando minha amiga de burra, ela só é menos favorecida em termos de raciocínio.

– Zoë, odeio quando fala rápida e dificilmente. – ela reclamou.

– Bem, vamos direto ao assunto. Está indo ver o seu amado? – Sun perguntou.

– Amado? Tenha dó, Sun. – reclamei.

– Querida eu sei que é só um affair, mas me conta os detalhes. – Kay sussurrou.

– Eu não estou namorando ele. Eu não gosto dele! Eu o odeio! De todos os garotos ele seria o último da minha lista de possíveis namorados! – gritei. Evan me deixava irritada com ele, agora Sun e Kay me faziam odia-lo.

– Ok. Ok. Então porque está indo ver os treinos dele? – uh-oh. Pense em uma desculpa.

– Ele me venceu em uma aposta. E agora quer que eu assista todos os seus treinos.

– Ah, está explicado. – Kay caiu nessa, mas pelo sorrisinho de Sun ela não acreditou muito. Tanto faz, contanto que elas não me perturbem mais.

– O próximo assunto é sobre o baile. Não acredito que vai com o quatro olhos! – Kay exclamou surpresa.

– Inacreditável, não é Kaylee? – Sun perguntou no mesmo tom.

– Como assim Kaylee? Estão mudando o nome de todos? – perguntei.

– Pode se dizer que sim. Kaylee, Sunlee, Zoë, hummm... Como pode ser o de Evan? – Sun disse pensativa.

– Achei que iríamos falar de outra coisa. – mudei de assunto.

– Vamos hoje ver todos os vestidos e fantasias. Queríamos ter ido antes só que com o seu acidente, com o adoecimento de Sun, ficou meio difícil.

– Sun, você é dramática! Foi só um resfriado. – olhei acusadoramente para ela.

– Quase morri! Ah, e você vai hoje com a gente. Temos que nos produzir, baby. – elas bateram as mãos.

– Mas... – comecei, mas Kay me interrompeu.

– Não se preocupe com sua aposta. Ligue para Evan, ele tem que entender. – seria bom escapar de uma outra sessão torturante de basquete e suspiros.

– Então tá. – pulamos iguais bobas alegres.

Enquanto voltávamos ao estacionamento peguei meu celular. Procurei o número de Evan, mas na verdade nem precisava mais. Já havia decorado-o, mas não iria admiti-lo. O telefone tocou várias vezes até ele finalmente atender. Pude escutar umas vozes femininas ao fundo. Fiquei aborrecida ao pensar que ele já estava sendo atacado.

Saco. Porque eu ficaria aborrecida? Ultimamente eu estava muito estranha.

– Zoey. – ele disse simplesmente.

– Não vai dar para ir hoje. Sun e Kay me sequestraram e estamos indo ver vestidos e fantasias para o baile.

– Sequestraram? Aposto que você aproveitou para dar uma escapada.

– Não. Na verdade sim. E tive que arranjar uma desculpa por ir ver os treinos todos os dias. – sussurrei.

– Forçada, não é?

– Como adivinhou? – perguntei sarcástica. Era difícil descobrir qual era sua expressão. Provavelmente estaria rindo. Para as garotas. Argh.

– Posso estar jogando, mas é fácil ler sua expressão. – pensar que ele esteve me olhando furtivamente durante os treinos foi... Tá, eu não queria, mas meu coração acelerou um pouco. Poderia jurar que estava corando. Sorte que ele não estava na minha frente.

– Bom que já sabe como me sinto. Vai me livrar desse castigo?

– Não. Sua cara quando está com ciúmes é bem engraçada. Faz bem para o meu ego.

– Narcisista convencido. Esse será o seu novo nome. – era muita sorte que ele não estava aqui senão teria jogado o celular em sua cara.

– Te encontro no baile

– Como assim? Não. Você não vai me atazanar até mesmo no... – ele não me deixou completar.

– Sim. Isso é óbvio. Adoro te irritar. – pude quase sentir que ele sorriu descaradamente. E desligou na minha cara! Era eu quem deveria ter feito isso. Caminhei nervosa até o carro de Sun.

– Uau, pela sua expressão... – Kay começou.

– Não diga nada. Só liga o rádio. Preciso acalmar os nervos. Odeio-o.

– É só se afastar e todos os seus problemas se resolverão. – Sun disse. Realmente ia ser ótimo se eu pudesse fazer isso.

Era uma espécie de tortura ir fazer compras com as duas, mas no momento eu precisava descarregar a raiva. Olhava os cabides furiosamente, mal observando as roupas e escolhia qualquer coisa que me chamasse atenção primeiro. Depois de quase uma hora fazendo isso, com Sun e Kay me olhando abismadas, relaxei. Elas eram bem mais lentas, tentavam se decidir entre três, quatro vestidos que na minha opinião só mudava alguns detalhes. Chegou a um ponto que descartamos os vestidos longos e a idéia de irmos como as três princesas, nossa versão dos três mosqueteiros. Quando perguntei que seria “a” D’Artagnan Kay respondeu que seria o Chris. Tivemos uma crise de riso ao imaginá-lo de vestido, salto e maquiagem.

Fomos então ás fantasias mais simples. Kay queria ir como uma dançarina de hula-hula ou talvez de uma empregada bem... Ousada. Sun escolheu um vestido justo com rabo de sereia, de uma tonalidade roxa bem escura e com vários bordados. Ela disse que com a maquiagem e o penteado certo ela seria a “Deusa da Luxúria”. Kay e Sun insistiram para que eu levasse uma fantasia... Deveria ser o destino curtindo com a minha cara. Mas aceitei, seria uma provocação a uma acerta pessoa. O vestido seria mais confortável se não tivesse um espartilho bem apertado ou se não fosse tão pesadas àquelas coisas. Era simples, mas com o arranjo de cabelo que acompanha, eu ficaria “um arraso”, como as duas gritaram.

Resumindo: a tarde voou enquanto estávamos na loja. Decidimos dar uma pequena voltinha no shopping, só para ver o que havia de novo. Eu sabia que elas queriam ver garotos, mas não disse nada. Éramos todas livres e desimpedidas.

– E eu me perguntei: “ele realmente não vai me convidar”? Mas de repente na última aula ele aparece, com um sorriso muito fofo, e pergunta! Parecia uma cena de filme adolescente, em que o cara finalmente se declara. – Kay terminou de contar como Ben havia convidado ela para ir ao baile.

– Awwww. Isso foi muito romântico! No meu caso eu simplesmente cheguei na frente do Hayden e falei: “antes que você me esqueça, eu estou livre! Vai ao baile comigo, ou não”? Ele me olhou assutado, vocês sabem o quanto eu adoro aqueles olhos verdes, e depois gaguejou um sim. – Sun disse.

– E você Zoë? Como conseguiu o quatro olhos? Achei que iria com o calouro mais sexy que aquela escola já teve. – Kay me perguntou. Tentei desviar, mas elas insistiram.

– Foi meio parecido com o que Sun fez só que fui mais gentil. E Evan... Ele vai com outra. – menti descaradamente. Não sei o que ia fazer depois, no início nem pensei nisso.

– Quem?? Não me diga que é a Vaca Narcisista? – arrumamos um apelido bem gentil para Lindsay. Eu estava viciando na palavra narcisista, convivia com um.

– Não. Não sei. E podemos falar de outra coisa? – tentei mudar de assunto.

– Oh, é mesmo. Isso deve ser ruim para você. – Kay deu uma de compreensiva. Quase joguei a lixeira nela.

– Não é ruim para mim. Eu já disse que não gosto dele. – repeti pela décima vez.

– Zozo, se você realmente não gosto dele deveria se esforçar mais. Porque se o odeia... Porque anda com ele? – Sun disse toda a verdade. Fiquei tentada a contar a verdade, mas elas não reagiriam bem se eu dissesse “ele é meu anjo da guarda, tente se livrar do seu anjo”! Suspirei.

– Eu gosto dele. – o rosto de Kay se abriu num sorriso só que a cortei na hora. – Mas só vejo amizade. Amizade agora, amizade no futuro. E eu gostaria que vocês parassem de me infernizar com Evan ama Zoey.

– Ok. Kay prometa também. – Kay foi obrigada a prometer.

Quando cheguei em casa, de noite já, encontrei vovó examinando as contas novamente. Fui para o seu lado. Eu tinha avisado antes que iria sair com Sun e Kay, então não era uma neta irresponsável. Mas vi uma expressão que nunca havia visto antes no rosto dela. Era cansaço, preocupação.

– Vó... Sabia eu estava apertado. Se você quiser, eu posso vender meu carro...

– Não querida. – ela pegou minha mão. – Não quero que faça sacrifícios. Você queria tanto esse carro.

– Mas vó! Eu me preocupo mais com você! Só tenho você... – minha voz sumiu ao lembrar o acidente, há muito tempo. Abracei-a tentando controlar as lágrimas que subiam. – Me prometa que não vai me deixar sozinha.

– Prometo minha Zoey.

Era doloroso, eu odiava lembrar. Queria esquecer tudo que aconteceu naquele ano. Aquele acidente com meus pais. Nunca entendi porque eu fui a única a sobreviver, era uma injustiça. Minha avó diz que passei uma semana inteira sem dizer nada, mas o médico disse que não era nada, só o choque. Eu estava sozinha. Senti como se o chão tivesse desaparecido dos meus pés, como se nunca mais fosse me sentir acolhida, amada. Queria ter morrido junto com eles porque parecia que minha vida não tinha mais sentido. Como eu iria continuar sem eles?

Penso que a morte é tão fácil, a vida é muito mais difícil. Mas mesmo quando parece que todas as portas estão fechadas, uma outra se abre. Minha avó me amparou e cuidou de mim pacientemente. Consegui prometer a mim mesma que não pensaria mais, não choraria mais. E consegui formar amizades. Sun sempre me ajudou muito, por isso a agradeço. Muito. Chris, Kay,... Parece bobo, mas sinceramente acho que se não tivesse os conhecido... Nem sei o que seria de mim.

Mas não quero pensar mais nisso. Tomei um banho depois de ter conversado com a minha avó. Decidi internamente que iria vender o carro, talvez Sun pudesse me dar uma carona até a escola. Agora tinha que pensar no baile. Isso. Pergunto-me qual seria a cara de Evan ao ver minha fantasia. Legal, já estou pensando nele de novo.


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