Redemption escrita por SakyChan


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Não queria ter apressado tanto as coisas...mas ficou assim mesmo! Meio fundamental para a história, todo mundo odeia quando um livro só revela o segredo no final, vc fica roendo as unhas. Por isso ficou assim, fácil, rápido, clean!



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Capítulo II

Passei a semana observando Evan. Não o vi se encontrar com a professora substituta novamente, o que me deixou frustrada. Eu tinha confrontá-lo. Poxa, ele estava se aproximando das minhas amigas! E eu não podia deixar isso acontecer.

Evan continuava a se encontrar com Lindsay, só que ficou menos freqüente. Ele estava se aproximando mais era de Sun. E sim, ela amou essa aproximação. Uma coisa que percebi foi um certo desprezo de Chris por Evan. Principalmente quando ele conversava comigo. Achei fofo da parte dele, mas então lembrei que Chris não tinha ouvido aquela conversa. Porque ele tinha raiva de Evan? Talvez o achasse um galinha e tinha medo por mim. Awwww. Adorei essa preocupação.

Em uma das aulas (chatíssimas) de inglês, Chris havia sentado ao meu lado antes que Evan pudesse fazê-lo, o que o obrigou a sentar ao lado de Sun. Entrei em desespero ao ver aquele possível maníaco sentado ao lado dela. Quase bati em Chris. Quase.

– Argh, incrível o quanto Sun é suscetível a sorrisos falsos. – ele resmungou pela décima segunda vez. Bufei.

– Poxa, então porque não se sentou ao lado dela? – eu não estava com muita paciência naquele dia e Chris estava me fazendo perder a única que ainda me restava.

– Se pudesse eu iria por uma cerca em volta de vocês três para que ele não se aproxime.

– Só que não dá. – eu estava sendo um pouco grossa, mas não tinha culpa. Aqui estávamos ambos tentando proteger nossos amigos e nenhum dos dois conseguindo.

– Porque você está tão estressada? – olhei para ele.

– Eu entendo que você não goste dele, eu também não sou muito fã dele. Mas os meus motivos para odia-lo são mais fortes e importantes, então eu adoraria que você não ficasse se intrometendo. – me arrependi das palavras logo depois de dizê-las.

– Que motivos? Sabia que ele era um galinha! Ele é um maníaco sexual? – pior. Muito pior. Só que eu iria protegê-lo. De jeito nenhum eu iria contar a ele que Evan era de uma seita e que provavelmente estava atrás de uma vítima para seu ritual.

– É quase isso. Só que não posso contar ainda para você. Tenho que desmascara-lo. E tem que ser na frente de todos. – falei determinada.

– Se você precisar de qualquer tipo de ajuda, conte comigo. – ele também respondeu no mesmo tom.

Ele era muito fofo. E com aqueles olhos castanhos brilhando de excitação... Era mais doce ainda. Sem os óculos, Chris estava muito melhor. E era uma coisa rara ele não prestar atenção na aula. Mesmo se fosse a aula (chatíssima) de inglês. Se bem que toda a vez em que sentávamos juntos passávamos a aula inteira conversando. Ele era muito nerd e na maioria das vezes conversávamos sobre Star Wars, anime, e outras coisas super nerds. Eu poderia gostar disso tudo, mas não conseguia ser nerd! Toda vez que ele falava estudar eu chorava “não”. Se preguiça matasse eu nem teria nascido. Peça-me para fazer qualquer coisa, menos estudar. Morriiiiiiiia de preguiça. Estudava porque me sentia obrigada. Quando eu tiver passado por todas as fases do estudo e terminasse a faculdade... Haha. Nunca mais olharia para livros de biologia ou matemática. Huashuashuashua (nunca consigo fazer uma risada maligna que preste).



Eu estava morrendo de vontade de ficar em casa, na minha querida cama, longe daquele horrível sol, mas Sun estava empenhada em me obrigar a ir. Perdi a conta de quantas vezes ela me ligou, só insistindo para que eu fosse. Depois de quase uma hora de ligações, aceitei, o que deixou vovó bem feliz já que ela não estava mais atendendo as ligações de Sun que eu ignorara.

Arrumei-me relutantemente, pondo uma camiseta rosa claro velha e sem magas, meu inseparável short jeans, minhas sapatilhas, e minha cara de sono. Eram quase duas da tarde, mas eu ainda estava com a mesma cara de sono, pois havia me levantado só para escovar os dentes até começarem as ligações. Fiz uma displicente trança raiz, passei um gloss, lápis de olho e rímel, marcando bem os olhos. Olhei-me no espelho uma vez só e me julguei pronta. Era um look bem largado, mas legalzinho. Pus minhas pulseiras e o resto das minhas “tralhas”, como Kay chamava. Peguei minha bolsa cheia de botons e adesivos e olhei no relógio. Tinham se passado apenas dez minutos desde a última ligação de Sun. Bufei. Acho que eu não era uma garota normal por conseguir me arrumar em um tempo tão curto, aposto que Sun ainda esteja escolhendo a roupa. Então escuto uma buzina.

Descendo as escadas correndo, vejo vovó assistindo seu programa preferido. Sorrio, pensando em o tanto que ela parecia frágil em seu vestido azul e pantufas brancas. Eu agradecia muito ao céu por ter me deixado pelo menos ela, mesmo que tenha me tirado dos meus pais. Suspirei. Essa não era hora de trazer à tona pensamentos amargos então me dirigi à porta. Olhei para o carro de Sun, com Kay atrás.

– Oi Baby! – as duas gritaram. Elas pareciam tão patricinhas e tão americanas. Sorri pensar em o quão clichê aquilo era.

– Oi! Sabia que o Chris não iria. Ele ODEIA fazer compras, principalmente com vocês duas. – dei uma grande ênfase no odeia. Kay revirou os olhos.

– Ele é muito infantil, isso sim. Agora o Evan, nós o encontraremos ás cinco para assistirmos um filme huh, huh. – Sun riu maliciosamente, Kay a acompanhou. Entrei dentro do carro.

– Poxa, que pensamentos pecaminosos são esses? – falei inocentemente.

– Ah, mas Zoey! Ele é muito sexy e conversa mais com você. – Kay falou.

– Mesmo que ele tenha se aproximado daquela idiota da Lindsay. – Sun disse amargamente. Lindsay, Sun e eu éramos amigas até que, há quatro anos, Lindsay começou a sair com os garotos e esnobar nós duas. E para completar ela beijou o garoto que Sun gostava. Sun jurou nunca mais perdoa-la, pois Lindsay sabia que ela gostava dele, e as duas brigaram feio. Consegui sair sem nenhum arranhão, mas fiquei ao lado de Sun. Até hoje sinto nojo de Lindsay por ter feito uma coisa idiota e infantil só para mostrar que é demais (e isso ela definitivamente não é).

– Talvez ele tenha se momentaneamente se interessado por aqueles seios falsos. – falei tentando criar um clima descontraído. Kay riu, até Sun sorriu.

– Só espero que ele seja inteligente para sair de perto. – Kay disse.

– Espero. – Sun respondeu.

Como eu sabia que elas iriam demorar muito olhando as várias lojas, entrei em uma livraria. Observei vários títulos até me interessar por algo que queria ler há muito tempo: E o Vento Levou... Tá, eu não sou nada normal por querer ler um livro antigo, com mais de 900 págs., mas era um clássico. Como consegui juntar um bom dinheiro desde a compra do meu querido Mustang, comprei o livro que não estava tão caro assim. A melhor coisa de gastar o seu dinheiro em livros é que eu sei que minha avó não vai reclamar se gastei muito. Se fosse roupas ela iria ficar nervosa e sairia reclamando, “roupas! Logo você irá querer outras! Porque gastar tudo em roupas? Aposto que nem irá usá-las!”. Como tive algumas experiências assim, passei a comprar umas roupas legais em um pequeno brechó perto de casa. É incrível o que podemos achar em um brechó! Só de falar o nome “brechó” Sun e Kay fazem um som de nojo. Pelo menos ninguém reclamou das minhas roupas até agora.

Resolvi me sentar em uma das mesas do café que havia na loja. Pedi uma coca e comecei a ler o livro. Fiquei tão concentrada que nem percebi alguém se aproximando de mim.

– Bu. – alguém sussurrou perto de meu rosto. Levantei os olhos rapidamente para ver Evan na minha frente.

– Uau, que susto! – olhei em volta, esperando ver Sun ou Kay. Nenhuma delas estava aqui e pelo meu relógio faltava uma hora até o filme começar. Voltei meu olhar para Evan. Ele sorria, como se estivesse curtindo uma piada interna. – Como me achou aqui?

– Sempre via você com livro na mão durante o almoço e quando passei aqui lembrei de você. – percebi que começava a corar. – Algo me fez entrar e acabei encontrando-a. Lendo um livro para variar. – não consegui segurar um sorriso.

– Meu hobby.

– Posso me sentar? – ele apontou para a cadeira ao meu lado. Ele nem esperou que eu abrisse a boca e se sentou. Então percebi que ele estava muito bonito. Estava um dia quente, mas Evan usava jeans escuros, uma camiseta branca com as mangas dobradas até aos cotovelos. Simples, mas ainda assim continuava sexy. Percebi que umas garotas, sentadas a duas mesas de distância, não paravam de olhá-lo, sussurrar e rir. Levantei uma sobrancelha. Eu sei que ele era belo e tal, mas isso era... Certo exagero. Meu Deus, que eu nunca fique desse jeito, fofocando e rindo sobre garotos.

Dei uma leve falsa risada.

– Aquelas garotas não param de olhá-lo. – não resisti e acabei falando. Ele olhou para as garotas. Percebi que ele piscou.

– É difícil resistir a mim. – ele tinha um leve e ousado sorriso na boca.

– Nem um pouco convencido, hein? – perguntei sarcástica.

– Não posso negar a verdade. – a garçonete trouxe o suco que ele havia pedido. Ele sorriu para ela e pude ouvir um suspiro.

– Vai querer mais alguma coisa? – o jeito que ela perguntou foi meio indecente. Fiquei olhando para ela, e depois para ele, sem acreditar no que ouvia. E ela havia dito “vai”, ao invés de “vão”, me excluindo totalmente. Limpei minha garganta, meio que tentando alertar a garçonete da minha presença. Ela olhou para mim relutantemente.

– Só quero a conta. – logo ela voltou seu olhar para ele.

– Só a conta mesmo. – ele respondeu, mas agora me olhava. Quando ela saiu, Evan perguntou: - Poderia dizer que está com ciúmes. – ele sorria.

– Haha, nos seus sonhos. Você deve estar tão acostumado com atenções femininas que se esqueceu que nem todas desmaiam por você. – fui um pouco rude, mas ele pareceu achar mais graça ainda.

– Você é uma dessas Zoey? – ele se inclinou sobre a mesa, com os cotovelas sobre ela. Olhei para os seus olhos. Eles tinham pontinhos quer pareciam ouro líquido, como se só a cor dourada não fosse suficiente para dar certo brilho. Então lembrei da estranha conversa com a professora de literatura, Heather. Ou Chrysella, tanto faz.

– Sou, com certeza. – ele pareceu satisfeito com a resposta, então pegou meu livro e começou a folheá-lo. Tentei me convencer do que havia dito, mas internamente sabia não era verdade. Tive que segurar uma bufada.

Meu olhar foi atraído por uma pequena corrente que ele usava no pescoço. Uma fina correntinha de prata. Além de um bracelete de couro, o colar era o único badulaque que ele usava. Pelo menos ele não era daqueles “rappers” que usam milhares de colares e anéis de prata e ouro.

– Não sabia que gostava... Dessa época. – ele fechou o livro. – “Amanhã pensarei no meio de fazê-lo voltar. E, além disso, amanhã é outro dia.” – ele citou a última frase de Scarlett.

– Quando eu tinha uns 12 anos vivia perguntando a minha avó sobre a Guerra da Secessão. Eu fiquei fascinada pela história e quando vi o filme... Scarlett se tornou minha heroína. – dei uma leve risada, pensando naquela época. Olhei para cima e levei um pequeno susto ao ver que ele me observava. Parecia que ele tentava ver através de mim, como se ele estivesse profundamente intrigado. Sustentamos o olhar até que ouvi umas vozes conhecidas.

– Zozo! Você... – Sun chegou carregada de sacolas, Kay ia um pouco atrás. – Evan! Nossa, que sorte. Como se encontraram?

– Eu passei por aqui e resolvi entrar. Então acabei encontrando Zoey e conversamos um pouco. – ele se virou para elas. Sun me deu um olhar que significava “depois me conta tudo!”.

– Que tal aproveitarmos e irmos para o cinema? – faltava uns quarenta e cinco minutos, mas seria melhor irmos de que enfrentar perguntas indiscretas de Sun e Kay.

Então percebi que havia mais alguém atrás delas. Meu queixo caiu ao ver Chris.

– Achei que você não viria. – fui até ele. Ele revirou os olhos.

– Imagina se eu deixo você sozinha: um desastre. – percebi que ele se referiu só a mim. Não sei por que fiquei um pouco sem-graça. Ele nunca havia dito algo assim antes.

– Não precisava se incomodar. Temos Evan. – Kay disse alegremente. Eu sei que ela era minha amiga, mas às vezes ela era tão... Boba e inconveniente.

– Vamos. – respondi.

– Que filme horroroso! – Kay exclamou enquanto saiamos do cinema.

– Achei... Ridículo. Aquela maquiagem toda e não conseguiram interpretar um simples zumbi. – Chris disse. Sun fez um barulho de nojo.

– Para mim aquilo foi bem real. – ela respondeu.

– Aterrorizada? – alguém sussurrou em meu ouvido. Deu um pulinho.

– Eu adoraria se você parasse de me assustar. E na verdade o filme foi bem bobinho. – Evan sorria.

– Você foi duas vezes ao banheiro. A quantidade de sangue e pus a enojou muito?

– Quem não sentiria nojo? Mais da metade do cinema foi ao banheiro vomitar. Apesar de não ter muito enredo o filme só atrai público por causa da quantidade de atrocidades. Blé. - resmunguei. Ele deu uma risada.

– O sangue falso era tosco. – ficamos em silêncio durante alguns segundos. – Aceitaria ver de novo? – dei uma olhar mortal para ele, o que aumentou o seu sorriso.

– Vamos entrar naquela lanchonete. – Sun falou.

O Bob’s Burguer estava um pouco cheio, mas encontramos uma mesa vaga. Chris foi espremido por Kay e Sun enquanto eu e Evan ficamos do outro lado. Pedi uma coca e uma porção de batatas fritas enquanto Evan, Chris e Kay se contentaram com um lanche completo. Sun disse que ia comer só uma salada, pois estava de dieta. Na minha opinião ela já estava magra o suficiente.

– Eu estou bem apertado aqui. – Chris reclamou depois que o garçom saiu com os pedidos.

– Eu sei que meu bumbum é enorme, mas não precisa jogar na minha cara. – Kay disse, um pouco magoada.

– Eu só disse que estava apertado. Se bem que você tem um bumbum enorme mesmo. – ele disse maldosamente.

– Não precisa magoá-la. – briguei com ele.

– Ele tem inveja porque ela é bonita e perfeita e tem mais coragem para se declarar à pessoa que gosta! – Sun disse bem alto. Chris corou.

– Não sei por que está falando nisso. – ele disse. Ficou um momento bem tenso.

– Incrível, a comida chegou! – Evan disse em um tom alegre, tentando deixar o ambiente menos tenso.

– Maravilhoso, não é? – respondi no mesmo tom. Pude escutar Kay dar uma risadinha.

– Estão parecendo refugiados que nunca viram comida antes. – Sun disse em um tom mais ameno.

Comentamos sobre o filme e outras amenidades enquanto eu tentava me afastar o máximo possível de Evan. Eu não ia esquecer daquela conversa tão facilmente. E, ás vezes, Evan parecia perigoso. Poderia jurar que em uma das nossas conversas um lampejo de raiva passou por seus olhos, tornando-os mais escuros. Durante essa conversa eu não consegui me segurar e comecei a provocá-lo.

– Evan, você já ouviu falar de alguma seita, ou algo parecido aqui perto? – perguntei casualmente. Pude sentir os olhares de Sun, Kay e Chris, como se eles tivessem certeza de que eu pirei na batatinha.

– Não, deveria? – ele perguntou. Ele parecia inocente. Dava para ver que ele não sabia de nenhuma seita. Quase acreditei na sua inocência.

– Tem certeza? É porque dizem que elas fazem de tudo para aumentar seus “frequentadores”. – agora era ele que me olhava estranhamente.

– Você está preocupada porque eu corro risco de entrar em uma seita? – ele perguntou.

O lado racional do meu cérebro me mandava parar se não me poriam em um manicômio, mas o lado irracional me mandava continuar. Por pouco o lado racional venceu. Dei de ombros.

– É. Acho que sim. – resolvi para de parecer uma louca. Um sorriso brincou em seus lábios. Eu queria dizer algo tipo: “Isso não me faz uma das suas adoradoras.” Mas continuei em silêncio.

Enquanto isso eu pensava sobre o estranho fato de Evan não conhecer nada sobre seitas. Talvez ele só estivesse fingindo, mas internamente algo me dizia que não. Comecei a pensar se deveria revelar a ele que eu tinha escutado aquela sua conversa com Heather/Chrysella. Seria bom porque aí ele não teria chance de negar... É claro que ele negaria. Mas eu insistiria para que ele me contasse a verdade, então Evan seria quase obrigado a me contar. Era um plano meio maluco, mas foi o melhor que consegui inventar em poucos minutos.

Percebi que Evan se interessou por Sun. Não sei o porquê, mas ele sempre estava conversando com ela. Mais uma razão para eu confrontá-lo. Eu não iria deixar que ele se aproximasse da minha melhor amiga e tentasse leva-la para uma seita, ou algo parecido.

Logo terminamos de comer. Como ainda estava um pouco cedo, Sun sugeriu que fossemos ao Moutain Bowling. Eu não estava muito a fim de jogar boliche, mas Sun conseguiu convencer a todos e como eu, maluca como era, ainda queria conversar com Evan, tive que ir. Fiquei impressionada com os pontos de Evan. Ele era muito bom. Kay e Sun não conseguiam derrubar seis pinos, mas Chris conseguiu derrubar todos algumas vezes. Só consegui um strike, Evan conseguiu vários. Kay quebrou duas unhas e quase chorou, pelo menos quebrei apenas uma. Na final Evan havia conseguido mais pontos que Kay e Sun juntas. Depois veio Chris, eu, Sun e Kay.

Enquanto todos estavam sentados em uma das mesas, consegui puxar Evan.

– O que foi? – ele perguntou divertido.

– Eu queria conversar com você. Em particular. – algo que não consegui decifrar reluziu em seus olhos.

– Ok. – fomos até um canto mais afastado.

– Evan. Acho que você não sabe, mas... É claro que você não sabe, mas eu ouvi uma coisa que você não gostaria que eu tivesse ouvido. – isso tinha ficado muito confuso. Ele ficou um pouco sério. – Um dia, eu estava andando pelo corredor e ouvi você conversando com uma professora, Heather. – suas feições endureceram.

– O que você ouviu? – ele estava muito sério. Muito diferente do Evan de cinco minutos atrás. Nunca tinha o visto assim. Contei tudo que eu tinha escutado. Percebi que seus olhos escureceram à medida que eu contava. Algo parecido com medo começou a crescer dentro de mim.

– Isso não é muito bom. Nada bom. – sua voz tinha ficado mais dura. – Você contou isso para mais alguém?

– Não.

– Melhor. Preciso conversar com você mais tarde, longe deles. – ele inclinou a cabeça, apontando as pessoas jogando e sentadas nas mesas.

– Mais tarde como? E como assim longe deles? – perguntei um pouco assustada com o fato de ficar sozinha com ele.

– Preocupada Zoey? – ele forçou um sorriso. – Acho que deveria ter pensado nas consequências ao ouvir uma conversa que não tinha nada a ver com você.

– Como eu poderia pensar nisso se ouvia coisas tão suspeitas e “importantes”? – desafiei-o, minha coragem retornando um pouco. Pareceu que o seu sorriso ficou mais forçado ainda.

– Aonde prefere? Na sua casa à meia noite? Ou um encontro no cemitério? Quer algo mais romântico? – ele estava curtindo com a minha cara, mas não dei à mínima.

– Qualquer lugar contanto que não seja muito privativo.

– Com medo de ficar a sós comigo? – seu sorriso ficou um pouco mais natural.

– Depois do que ouvi, sim. Não sei se terei tempo de gritar por socorro quando você estiver me assassinando.

– Não me dê idéias tão sedutoras. – quase sorri. Quase.

– Zoey! Evan! Hey, o que vocês estão fazendo tão afastados? – Sun gritou enquanto Kay ria. Chris fazia uma careta ao nos ver tão próximos um do outro. Vi que estávamos a centímetros de distância, eu tinha me aproximado sem perceber. Afastei-me e andei até a mesa. Sun me olhava acusadoramente. Revirei os olhos, ela nem viu o quanto estávamos tensos.

Saímos do boliche um pouco depois. Já estava bem tarde, quase meia noite. Sun disse que ia levar eu e Kay. Chris disse que pegava um táxi. Evan falou que tinha o seu próprio carro. Enquanto nós três íamos na direção que Sun tinha estacionado Evan se aproximou.

– Zoey, você quer uma carona, não? – ele me olhou profundamente o que me fez lembrar da nossa conversa pendente. Reprimi um gemido e concordei. Comecei a atravessar a rua, resmungando. Uma luz forte caiu sobre mim enquanto um som que parecia ser uma buzina ecoou pela rua.

– Zoey!!! – escutei Chris, Sun e Kay gritarem quase ao mesmo tempo. Olhei para o lado e vi um carro se aproximando rápida e descontroladamente. Pude ver de relance os rostos chocados de Kay e Sun enquanto Chris gritava meu nome novamente. O carro derrapou e veio mortalmente em minha direção. Tropecei para trás justo quando senti braços se jogarem e me empurrarem para fora do caminho. Depois do baque senti uma dor forte em minha cabeça e manchas negras nublaram minha visão.

Antes de apagar completamente senti que me chamavam. Tentei focalizar, mas só consegui ver o rosto de Evan desfocado. Parecia que ele estava envolvido em uma luz. Desmaiei.


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