My Daughter escrita por Cacau


Capítulo 6
Castigo


Notas iniciais do capítulo

AVISO: (QUERO QUE LEIAM, POIS É IMPORTANTE, JÁ QUE NÃO COSTUMO ESCREVER NOTAS)LEITORES QUE AINDA NÃO ASSISTIRAM A SEGUNDA TEMPORADA DA SÉRIE TRUE BLOOD, PEÇO PARA QUE NÃO LEIAM OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS, POIS CONTÉM SPOILERS SOBRE A TEMPORADA.AOS QUE CONTINUARAM, UMA BOA LEITURA.



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- Nina... Nina meu bem, acorde - Eric acariciava carinhosamente o rosto de sua filha, ainda naquele quarto escuro na casa de Godric.

A morena abriu os olhos, ao ouvir a voz do pai e sentir o carinho no rosto, mas era o mesmo que deixá-los fechados, pois a escuridão era total. Espreguiçou-se, sentindo todos os seus ossos estralarem e permanecendo quieta por alguns momentos, lembrou-se de tudo o que havia acontecido, fazendo-a sentar rapidamente.

- Godric! - Dizia assustada, querendo levantar-se logo da cama, mas foi impedida por braços que a abraçavam cuidadosamente, trazendo-a para perto de Eric.

- Acalme-se, iremos achá-lo filha. Agora me diga, está se sentindo bem?

Por um momento, prestou atenção em todo o seu corpo, tentando achar algum ponto que doía, mas não, estava tudo em completa ordem.

- Estou papai. Já anoiteceu? - Ela perguntou, saindo dos braços dele e indo acender a luz.

Reparou pela primeira vez no quarto, tudo era branco. Eric ainda estava sentado na cama, usando apenas uma calça jeans preta e em sua testa, tinha a franja que era jogada para trás quando ele a arrumava.

- Anoiteceu - Ele concordou com a cabeça, levantando-se e abrindo a porta, mostrando um corredor e no final escadas que levavam para a sala - Vista-se, iremos para casa e então ao Fangtasia resolver toda essa situação

Nina concordou e viu que no canto, estava um conjunto de roupas que deixara um dia na casa de Godric. Vestiu a calça jeans preta e o corpete vermelho, jogando um casaco preto por cima e vestindo as sandalhas que usou na noite anterior.

Chegando a sala, seu pai já a esperava na porta e notou que estava tudo no devido lugar. Fez uma expressão confusa ao pai e ele lhe negou com a cabea

- A única coisa fora do lugar era um sofá, que acabou saindo fora na hora que joguei aqueles moleques. Parece que não houve luta alguma quando pegaram Godric.

Todas aquelas evidências deixaram ambos em silêncio durante o caminho para casa e de lá para o Fangtasia. O local ainda estava vazio por ter acabado de anoitecer, os vampiros normalmente chegavam próximo a meia-noite.

- Ah!, ai estão vocês! - Pam rapidamente postou-se na frente de Eric e Nina - Pode agora me explicar o que aconteceu ontem a noite?

- Eric! - A porta foi aberta naquele instante e Nina sentiu um vento em suas costas, quando virou-se, seu pai já estava na sua frente e quando olhou para ver quem o chamava, viu Bill Compton, segurando Sookie Stackhouse em seus braços, cheia de terra e ao redor da boca com sangue.

- O que aconteceu com ela? - Nina saiu rapidamente de trás do pai, indo na direção do moreno, mas foi impedida por uma mão que segurou a sua, trazendo-a para a proteção dos braços do louro.

- O que você fez a ela? - Ele deu ênfase a palavra que referia ao moreno, fechando o cenho. Já tinha problemas demais com vampiros quase matando humanos em sua região, mais um, principalmente com aquela loura que ele havia pego um pouco de afeição, era demais.

- Nada, eu juro. - Bill iria começar a se explicar, mas Nina virou-se de frente para o pai, puxando o rosto dele para que ele pudesse vê-la.

- Temos que fazer algo. Temos que ajudá-la. Ela pode morrer. - A morena falou preocupada e por um momento, Eric não conseguia acreditar que sua pequena queria ajudar a garota por quem ela tanto tinha raiva.

- Venha Bill... - Ele seguiu em frente até o quarto de sua filha, abrindo a porta. Nina logo foi tirando suas coisas de cima da cama e Bill colocou a loura em seu colo deitada de barriga, mostrando nas costas um ferimento a carne viva feito por grandes garras, fazendo a menina abraçar o louro e esconder o rosto no peitoral do pai.

Pam entrou logo em seguida e franziu o nariz ao ver tamanha ferida nas costas da loura.

- Você tentou alguma coisa Bill? - Ela perguntou com um olhar impaciente

- Encontrei-a assim e tentei dar-lhe meu sangue, mas ela começou a ter uma convulção, a espumar... Parecia que estava lhe dando veneno. - Dava para perceber que o moreno estava com as mãos atadas, sem saber o que fazer.

- Pam, ligue para a curandeira. Diga-a para vir o mais depressa possível - Exclamou a única voz tranquila e sem qualquer sentimento daquele cômodo, a do louro. - E você minha querida, seria melhor ficar com Ginger. E assim que a curandeira chegar, traga-a aqui meu bem.

A voz soou protetora com a menina, que concordou com um aceno da cabeça e correu para fora do quarto, indo próximo a barwoman que tanto gostava.

- Você está bem querida? Está com uma cara péssima. - Perguntou preocupada quando a menina sentou-se no banco na frente do bar

- Só enjoada.

Naquele momento a porta foi aberta e uma senhora a fechou após entrar, Nina rapidamente saltou de seu lugar e foi até ela.

- A senhora é a...-

- Curandeira que seu pai chamou. Claro que sim e onde está a garota? - Perguntou um tanto apressada, já andando na direção do bar

- No meu quarto, ao lado do escritório dele. Eu lhe mostro o...

- Não é preciso minha querida. Já conheço o lugar que cuidei de você - E foi em direção ao quarto, fazendo Nina rodar o dedo ao lado da face, olhando para Ginger sem entender.

Momentos depois, podia-se ouvir um grito de desespero, fazendo a morena se assustar e correr até seu quarto, assustando-se com a velocidade que tinha, mas lembrando na mesma hora que havia tomado o sangue de seu pai na noite anterior.

- O que aconteceu? - Perguntou ela preocupada

- Nada menina... - Respondeu a curandeira

- Posso ficar papai? - Perguntou ao louro que estava sentado proximo a cabeça de Sookie, esse abriu um pouco mais suas pernas e bateu na mesma. Nina rapidamente sentou-se e recebeu um abraço protetor.

- Corro risco de morrer? - Perguntou a loura, enquanto a mesma parecia analizar alguma coisa. Como não recebeu resposta, perguntou com medo - Estou morrendo?

- Sim - Respondeu prontamente

- Não! Não pode deixa-la morrer. Tem que salvá-la - Retrucou Bill prontamente

- Afaste-se vampiro e deixe que eu faço meu trabalho - Nina não pode deixar de soltar um riso e Bill logo lhe lançou um olhar mortal

- Perdoe-o, Bill é anormalmente ligado a essa humana - Disse Eric com um riso nos lábios

- E você a essa menina, senhor Northman - Retrucou a doutora, o que fez o sorriso dos lábios de Eric sumirem - Não temos muitas escolhas, ela foi envenenada. Ja ouviu falar de dragões de Comôdo? Seu dentes são cheios de bactérias e após mordê-lo, o perceguirá por horas, dias, esperando que o veneno acabe com seu sistema nervoso. Então, o devorará vivo.

Aquela senhora falava com tanta tranquilidade e frieza, que fez Nina se apertar ao corpo do pai, esse respondeu protetoramente, apertando um pouco mais o abraço.

- Fui arranhada por um dragão? - Perguntou Sookie, que já parecia sentir os efeitos do veneno, pois ofegava.

- Não. Esse veneno é similar, mas muito mais eficiente. Acho que já o vi, mas é dificil dizer sem testar e não temos tempo. Dêem-nos privacidade, preciso despí-la. Você não Nina, você fica para me ajudar. - A senhora virou-se a morena que já saia, contemplando-a por cima dos óculos.

Eric segurou a mão da filha e viu o medo nos olhos da mesma. Virando-se para a curandeira, falou de modo severo:

- Nina não tem condição de ficar.

- Então por que veio observar? Se não tivesse força não estaria aqui. Deixe-a senhor Northman, se deseja salvar a garota

- Papai... - Nina implorava ao pai, o único sangue que suportava ver era o que bebia raramente.

- Por favor bebê, precisamos ajudar Sookie. Assim que tudo acabar, prometo cuidar de você. - Ele abraçou fortemente a filha e virou-se raivoso a doutora - Se prejudicar o meu bebê...

- Sei muito bem o que pode fazer. Agora vão. - Ela falou completamente fria

Os homens sairam, enquanto a menina ficou para ajudar, sentando-se na frente da senhora.

- Muito bem querida, segure os braços dela. Isso vai arder - Nina fez o que a senhora mandou, segurando ambos os braços de Sookie e fazendo pressão com seu corpo nas pernas da mesma, para que ela não saisse do lugar.

A doutora tirou a tampa de um frasco azul e começou a derramar o líquido no ferimento. A reação foi instantânea. Sookie começou a gritar de dor e tentar sair das mãos de Nina, mas não conseguia.

- O que está fazendo com ela? - Gritou Bill, entrando no quarto

- Acalme-se ou deixe-a morrer. Você decide.

Bill rapidamente ficou na frente da loura, tentando acalmá-la e Nina viu o que a senhora fez, o que fez seu estomago revirar. Viu-a colocando o dedo revestido da luva de latex dentro da ferida, retirando alguma coisa vermelha escura de lá, carne apodrecendo. Os gritos de Sookie eram cada vez mais altos, até que ela a dor parou e por fim, pode suspirar aliviada.

- Bem, acabou. - Nina soltou a loura, cambaleando um pouco pelo nojo, mas logo foi apoiada por seu pai, que a segurava pela cintura e sentava-se em uma cadeira, colocando-a no colo.

A doutora limpava o sangue que escorria, deixando o ferimento seco.

- Pode dar seu sangue, o corpo dela deve aceitá-lo.

Assim que Bill iria morder seu pulso, Eric colocou a filha na cadeira e segurou o pulso do moreno em uma velocidade impressionante.

- O meu é muito mais forte. Permita-me.

- Nunca.

Bill mordeu o pulso e deu a Sookie beber de seu sangue.

- Espero meu pagamento até o fim de semana - Disse a doutora saindo do quarto com sua mala na mão

- É um prazer fazer negócios com você, doutora.

- Vá se foder. - Retrucou a senhora

- O prazer é de um lado só. - Provocou o moreno

- Ela não é fã de vampiros. Ela nos tolera. Nosso sangue é tão valioso para os humanos. - Falava com um pouco de deboche e ao perceber o quanto Sookie tomava de sangua alertou ao moreno - Tome cuidado, vai dar sangue demais.

Enquanto Bill prestava total atenção em Sookie, Nina estava de pernas e braços cruzados na cadeira, encarando o pai, sem percebê-los.

Nisso, Pam e Chow entraram, ambos em péssimo estado, fazendo a menina indagar com um olhar o pai, mas o mesmo não lhe deu atenção. Ao sairem, Nina perguntou ao pai um tanto fria.

- Que animal estão falando?

- Sookie foi atacada por um cabeça de touro. Pedi aos dois que vasculhassem o local. E como pode ouvir, nada acharam.

 Bill levantou-se e foi na direção de Eric, era menor que o louro, batia-lhe quase nos ombros

- Não quero tirá-la dali.

- É claro que não. Cuidarei bem dela. - Aquilo fez o ciúmes borbulhar dentro da menina. Era seu quarto, sua cama, seu pai. O que estava acontecendo ali? De repente era uma casa de saúde?

- Não a deixarei.

- Há quanto tempo você não dorme? Você quer alimentar sem descançar, pode dar trabalho. E você é bem-vindo aqui. - Disse o louro saindo.

- Agradeço sua hospitalidade e por ter cuidado dela. - Bill agradeceu sem saber exatamente como fazer, apenas, despejou as palavras.

- Sei que ela poderá me pagar de algum jeito - E saiu do quarto, indo ao escritório, seguido por sua filha.

- O que pensa que está fazendo? - Perguntou a menina após fechar a porta e apontar para a mesma.

- Você mesmo o cedeu.

- Sim. Mas não para ser um hospital onde ela pode ficar internada o tempo que você quiser.

- Ela ficará até se recuperar. Que será em breve. - O pai virou-se de frente para a filha, tentando não ser rude.

- E quanto ao Godric, papai? Esqueceu-se de seu criador? - Perguntou Nina cruzando os braços

- Não me esqueci, Nina - O louro se aproximou mais da filha, ficando ainda mais marcante a diferença de tamanho de ambos - E se ousar me desafiar novamente, terei que pô-la de castigo.

- Você mudou completamente por causa dessa lourinha ai - Nina gritou, apontando novamente para o quarto

- E você está completamente egoísta e mimada. Já chega Nina. - O louro falou com uma voz firme a menina, suas presas quase saindo pela raiva.

- Você é completamente diferente quando está na frente dela ou a questão é ela ao conversar com outros, seja vampiros, seja humano. Dizendo ligações de vampiro com humanos são anormais. Então o que sou pra você, Eric?

- Já chega Nina! - Ele a apertou nos braços, colocando-a contra a parede, com suas presas amostra e a respiração descontrolada.

Encararam-se por um bom tempo, Nina sentia a dor em seus braços pelo aperto forte do pai, mas não reclamou, até que se controlando, Eric afastou-se da filha.

- Irei mandar Sookie e Bill atrás de informações sobre o paradeiro de Godric, em Dallas...

- Mas eu quero procurá-lo! Quero meter a mão naqueles idiotas por tocarem no meu Godric! - Revidou a menina, caminhando até o pai.

- Já que ambos estão em divida comigo. Pedirei para Pam limpar seu quarto - Continuou o louro citando o que faria, sem parecer notar o que a filha falou - E você irá para casa. Irá pro seu quarto e não saira de lá até eu ir conversar com você, estamos entendidos?

O tom de voz que usou com Nina foi aumentando e também a intensidade, quase gritando nas últimas palavras, fazendo vir lágrimas nos olhos da menina, que não reconhecia o homem a sua frente como pai. Ele nunca fora tão duro com ela. Mas não teve coragem para revidar, tinha respeito demais pelo louro e abaixando a cabeça murmurou que sim.

- Ótimo. Pam. - Chamou o louro, passando a mão nos cabelos, suspirando cansado antes da loura entrar no escritório.

- Sim, Eric?

- Leve Nina para casa. E tenha certeza que ela entrou no quarto.

- Estou pagando meus pecados com essa menina... - Ela revirou os olhos, puxando-a pela mão para seu carro.

Logo já estavam na frente da casa de seu criador e Nina, não querendo mais ficar ao lado de Pam, correu para dentro, mas foi acompanhada pela loura.

- Da pra ir embora agora? - Ela perguntou com a voz falhada, ja na metade da escadaria enquanto Pam a observava dos primeiros degrais.

- Não. Agora pro quarto. Como seu pai mandou. - Bufando, a menina seguiu o que a loura dizia, batendo a porta do quarto ao passar e se jogando na cama.

Segundos depois, ouviu o carro de Pam saindo e olhando-se no espelho, viu o quanto estava péssima.

Uma menina de 12 anos encarava-a pelo espelho, com os olhos vermelhos pelo choro, os braços com as marcas das mãos de Eric, e uma expressão de decepção no rosto. Chorando, jogou-se no travesseiro e por fim, rendeu-se ao sono que a queria tomar, torcendo para encontrar paz em seus sonhos.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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