3 anos depois

Era mais uma noite comum no bar Fangtasia. Pela insistencia de sua filha, Eric Northman havia colocado mais uma cadeira, que mais parecia um trono, ao lado da sua, para que Nina pudesse ficar ao lado do pai quando ela estivesse no bar.

A menina estava sentada no bar, conversando animada sobre pessoas, parques, meninos com sua amiga, uma barwoman, empregada do louro. Eric estava em seu trono observando os movimentos da filha e dos vampiros do local, para garantir a segurança da pequena e dos humanos que ali estavam.

Virando o rosto aleatóriamente para a entrada, Nina viu um casal, um homem moreno, vestido inteiro de preto e uma mulher loura, vestida com um vestido branco florido, conversando com Pam. Aquilo era estranho, Pam nunca parava as pessoas, principalmente um casal, já que o interesse dela era apenas mulheres.

- Quem são eles? - Perguntou a menina a barwoman, indicando o casal que agora ia em direção ao bar, a um vampiro barman de feições bruscas e que com o passar dos anos, Nina notou que sempre deixava seus dentes a mostra. Longshadow.

- Não sei. Nunca vi nenhum dos dois aqui. Devem ser novos - Falou a mulher enquanto servia outros clientes e voltando a olhar com interesse a amiga - Por que o interesse?

- Não devem ser novos... O cara conversa com o Longshadow como se já o conhecesse... - Iria contar que conseguia ouvir parte das conversas, mas seu pai lhe pediu para que não comentasse isso com ninguém.

FlashBack

- Senhor Northman, que bom que o senhor chegou. Precisava mesmo conversa com o senhor - A senhora Betsy Forbes, uma avó adotiva para Nina, com quem ela ficava o dia inteiro, abriu a porta e pediu para que Eric entrasse, demonstrando estar aflita com algum assunto

- Nina esta bem? - Perguntou logo o louro aflito e irado por sua menina, não suportaria saber que houve algum descuido da parte daquela senhora com sua filha. Ele lhe pagava excelentemente bem para que ela se descuisasse.

- Sim. Ela está bem. No momento esta dormindo para poder ficar acordada mais tempo com o senhor - Explicou a senhora, torcendo as mãos e apontando para o sofá. Eric sentou elegantemente, era quase um deus grego e seus cabelos louros estavam voltando a crescer.

- Então, me diga qual o problema - Perguntou pacientemente

- Está... Acontecendo coisas estranhas com a Nina, senhor Northman. Outro dia, ela conseguiu erguer uma pedra grande para procurar o ursinho que havia perdido e olha que ela apenas tem 7 anos. Ela conseguiu escutar a discussão do casal vizinho a 3 casas. Está ficando mais rápida nas brincadeiras... - Enquanto a senhora ia citando as mudanças em Nina, Eric começou a ver ele mesmo em sua crianças, a força, a rapidez, a audição, a visão, tudo estava intensificando. Ele se levantou bruscamente, começando a caminhar pela sala

- Senhora Forbes - Ele chegou mais perto dela, fazendo parar suas citações e observa-lo assustada - A senhora tem dado a quantidade de sangue que lhe peço a minha filha?

- Sim... Dou a cada uma semana um daqueles vidrinhos. É para estarem sempre em contato não? E o senhor bebe o dela para saber quando ela esta em perigo não?

- Como a senhora... - Ele já estava mais bravo pela senhora saber demais, mas Nina devia ter contado então, iria conversar com a filha mais tarde. - Você sabe quais são as reações que ela tem ao beber?

- Nenhuma senhor. Sei o que o seu sangue faz a humanos, mas, com ela é diferente. Ela não fica drogada. Seu estado não muda.

Eric suspirou, uma idéia já formava em sua mente e a mesma continuava enquanto levava a filha ao trabalho. Havia dado seu sangue a menina desde o dia que a conheceu e reparou sempre que nenhum efeito relacionado a droga acontecia com sua pequena.

- Papai... Você está tão quieto. - Falou sua menina com uma voz tão doce. Ao virar seu rosto para ela, sorriu amorosamente, logo ficou sério, tinha que conversar com ela antes de chegar ao Fangtasia

- Nina, você tem reparado em alguma mudança sua? - Ele perguntou, olhando tanto a filha como a estrada

- Sim. Estou ficando mais forte como você, minha audição melhorou e muito papai e consigo vencer a maioria das meninas na corrida ou qualquer outro esporte no colégio. A professora falou que eu estou indo ótima pela minha idade.

Ele encostou o carro, virando-se de frente a ela e a mesma fez o mesmo. O louro observou todos os traços de sua menina, queria saber mais mudanças. Os cabelos negros em grandes cachos estavam maiores, caindo-lhe no meio das costas, os olhos, negros também, brilhavam, mas sem outro sentido, a pele branca também estava a mesma, a mudança era apenas em suas agilidades e com carinho, acariciou com a mão o rosto de sua pequena.

- Filha, você sabe que precisamos trocar sangue não?

- Sim. Pra sempre estarmos em contato e você saber se corro perigo ou não. - A menina recitou aquelas palavras com uma ponta de orgulho na voz

- E por favor, não conte isso a mais ninguém além da vó Betsy. - O pai a corrigiu firme, o que a fez ficar constrangida e abaixar o rosto, mas Eric o ergueu-o pelo queixo com um dos dedos, procurando pelos olhos da menina - E vamos a um médico, preciso ter certeza se você não esta se transformando em uma de nós a cada dia

E dirigiu o carro a direção de um vampiro que conhecia, cientista e apaixonado por descobrir cada novidade sobre sua própria raça.

- Então Akrit. Qual o laudo da minha filha? - Perguntou Eric apreensivo, com a filha no colo.

- Ela é uma menina fantástica, senhor Northman. O corpo dela reage completamente diferente dos outros humanos. - Akrit falava com tanto entusiasmo que andava de um lado para o outro

"Imagine... Imagine nós, como um vírus e imagine sua filha como uma bactéria. Ora, as bactérias são capazes de se tornar mais resistentes porque se há um DNA solto no meio, ela pega para si e com isso, consegue ser mais resistente a alguma reação. Você, um vírus, infectou uma bactéria, sua filha e com isso, seu metabolismo tomou para si as caracteristicas boas que o vírus tem e descartou o restante, como a sede para o sangue, a queimação ao sol, a necessidade de descansar se não sangra"

Akrit por fim sentou-se, acalmando-se da euforia.

- Nina pode alcançar a imortalidade, mas para uma criança em desenvolvimento só iria prejudica-la. Então, eu aconselharia a parar de dar seu sangue a ela, para que ela possa terminar o desenvolvimento até atingir a idade dos seus 19, 20 anos.

- Eu já volto. - Nina comentou, dirigindo-se até o seu pai, sentando-se ao lado dele com um sorriso.

Eric ficou em alerta quando um homem aproximava-se dos dois, mas ao perceber que ele apenas o queria, chutou-o para longe assim que ele o tocou.

O bar inteiro de inquietou, todos os vampiros sentindo o cheiro de sangue aproximaram-se do homem caido e com a testa sangrando. Mas isso logo foi tirado a atenção de Nina, quando Pam veio postar-se ao lado de seu criado, contando sobre uma garota, Sookie Stackhouse e Bill Compton. Logo, percebeu que era o mesmo casal que observara momentos antes, quando ambos ficaram a frente dos três, depois do chamado de Eric.

- Bill Compton, já faz muito tempo - Começou Eric, com a face sem emoções, segurando a mão de sua filha, assim como Bill segurava de Sookie

- Sim, eu estava -

- Se enturmando - Completou Eric com um sorriso sarcastico - Ouvi dizer. E vejo que funciona bem a você.

Nina reparou que o pai estava olhando com interesse a  jovem ao lado de Bill. Nunca tinha visto-o se interessar por alguma jovem humana e o que estava vendo não lhe agradava, uma raiva da garota começava a crescer dentro de si. Eric, sentindo a emoção da filha, não deixou passar despercebido.

- Sim, claro. Desculpe. Eric, esta é minha amiga -

- Sookie Stackhouse

- Como sabe o meu nome? - Perguntou a loura sem nenhum respeito. Aquilo atiçou ainda mais a raiva de Nina, como ela tinha coragem de se dirigir ao seu pai sem respeito, enquanto todos os humanos e vampiros o respeitava?

- Nunca esqueço um rosto bonito. Você está na minha mente - Comentou Pam com um sorrisinho sarcastico, apontando para sua própria mente.

- Bill, Sookie, está é minha filha Nina. - Eric apresentou a menina aos dois e Bill fez uma sutil reverencia, puxando Sookie para que também a fizesse.

- Muito prazer senhorita Northmand - Cumprimentou Bill, indo tomar a mão da menina, mas impedido pela ameaça de Eric, que ficou na ponta da cadeira, protegendo sua filha com seus caninos a mostra

"Desculpe-me" Pediu Bill, afastando-se

- Nina, por favor, vá se divertir com sua amiga, creio que ela está a sua espera. - Eric pediu suavemente a filha, passando a mão em seu rosto, já com os caninos normais

- Não quero papai. Deixe-me -

- Agora - O louro falou mais seco do que já havia falado com a filha, o que a fez ter lágrimas nos olhos. Mas engolindo o choro, caminhou decidida até o bar

- Nina! - Exclamou a barwoman assustada ao vê-la chorando - O que houve meu bem. Venha aqui - E abriu uma portinha para que a menina entrasse, abraçando-a

- Meu pai... Brigou comigo. Me expulsou da conversa tão seco... - Ela chorava nos braços da loura, que acariciava os cachos da morena

- Mas você fez algo?

- Não... Ele pediu para que eu saisse, mas eu não queria e pedi para ficar e ele foi seco e me expulsou de lá - A menina soluçava pelo choro, completamente desolada

- Nina... - A mulher cantarolou seu nome - Você sabe que quando Eric da uma ordem, é para ser cumprida.

- Mas ele nunca fez isso comigo, sempre eu convencia ele... Deve ser por causa daquela -

- Parados! Policia! - Um grito da porta veio e vários policiais invadiram o bar, fazendo todos presentes começarem a tentar achar alguma saida.

- Nina! - Nina pode ouvir o pai chamar por ela, logo se desvencilou dos braços da barwoman e foi na direção dele, que já ia para a saída dos fundos, junto com Pam e o casal.

Eric pegou a filha no colo, a mesma já deitou a cabeça no ombro dele e saiu na noite.

- Gostei de tê-la encontrado, senhorita Stackhouse. Nos veremos de novo - Informou o louro e logo foi junto com Pam na direção do carro.

Minutos depois se encontravam em sua casa, Nina passou como um furacão e começou a subir as escadas em direção ao quarto.

- Nina! - Chamou o pai a atenção da menina

- Não quero conversa! - Ela gritou entre lágrimas, correndo para o quarto

Eric suspirou, passando a mão nos cabelos louros e Pam riu, sentando-se no sofá.

- Você pediu por isso Eric. Aceitou cuidar de um monstrinho assim que aceitou-a como filha

Para não perder a paciência com sua cria, foi atrás da filha, batendo na porta e entrando.

- Nina? - Sussurrou, entrando no quarto e encontrando-a deitada, chorando. Preocupado, foi ao encontro da filha, sentando-se ao seu lado na cama e tomando-a no colo, que foi regeitado - O que foi?

- Vai embora.

- Filha, me conte o que houve.

- Não! - E a menina colocou o travesseiro na cabeça - Volte lá para sua caçada. Vá atrás daquela mulher e me deixa.

Demorou-se um pouco para Eric entender o que estava se passando, mas por fim, descobriu que sua filha estava com ciúmes dele.

Sorrindo, passou a mão nos cabelos dela, depois passou o carinho para as costas, fazendo leves cocegas na cintura dela.

- Meu bem pare com isso. - Ele tentou pega-la no colo e assim que ela ia revidar com as mãos, segurou-a, prendendo. Colocou-a sentada no colo e voltou a acariciar os cabelos dela

"Nina, você sabe que eu só me importo com uma pessoa. Você. Você é minha preciosidade, meu tesouro, minha vida e meu bem estar desde quando te encontrei na porta do Fangtasia. Desde que olhei em seus olhos" Sorria ao dizer aquelas palavras, soltando as mãos da filha e erguendo o rosto dela, para olhar em seus olhos.

- Mas... Mas e aquela -

- Eu amo você minha princesa. Apenas você. - Ele sorriu e ainda mais ao ver sua menina sorrindo a ele, logo a abraçou, ninando-a em seus braços.