até o Fim da Primavera - Naruto escrita por ThamyTsuki


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, mil perdões pela demora em postar.Mas é que esse bimestre foi bastante tenso para mim.Fiquei de recuperação em Física e Matemática :'(Só que agora eu estou de férias e vai dar para caprichar mais nas fics XD! Aqueles que acompanham "A Secretária da Minha Vida" eu peço um tatinho a mais de paciência e que não se preocupem, pois eu não irei abandona-la!



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               Redescobrindo a Vida

Há quase um ano Sasuke não sabia o que paz. Nem as bebidas, festas, entretenimentos apagavam Sakura da sua mente. O único real momento de alegria que teve foi o reencontro com o irmão. Itachi se afastará da família por quase oito anos, tudo por uma camponesa de caráter e força por qual tinha se apaixonado loucamente. Porém ele era o filho mais velho e herdeiro e teria que abrir mão de tudo que era seu por direito. Os irmãos tiveram uma longa conversa, como sempre idolatrara Itachi, Sasuke não hesitou em arcar com a responsabilidade, mas infelizmente o pai deles não aprovou aquilo.

Só depois que souberam que Yumi, esposa do filho falecerá por pneumonia deixando duas crianças órfãs de mãe, seus pais repensaram sua atitude e foram conhecer os netinhos. Que encantaram com as crianças cheias de atitude. Eles agora iriam passar uma temporada na mesma casa que Sakura estava. A idéia foi de Mikoto ela concluiu que poderia ser bom para nora tão querida a presença daquelas figurinhas energéticas.

- Sempre achei essa sua expressão predatória seu maior artifício – Karin agarrou seu braço.

- Meu melhor artifício? – Sentiu as unhas longas arranharem de leve sua pele.

- É... Por que está aqui sozinho? Todos querem ver você e seu irmão juntos.

- Hn – os olhos de Sakura apareceram na sua mente sem brilho e vida, empurrou a bailarina com força.

- Sasuke?!

- Saia daqui – ordenou sentindo a cabeça pulsar.

- M-Mas faz meses que você não procura e eu estou com saudades.

- Acabou – sentenciou irritado com a voz falsamente adocicada dela -, você e eu não temos mais nada.

- O que?! Não! – Bateu os pés no chão -, eu não vou permitir isso!

- Acha mesmo que eu nunca suspeitei do seu desejo de se tornar Duquesa?

- Eu só queria ser sua...

- Minha o que? Minha esposa? – Riu com desdém. – Acredita mesmo que desposaria uma mulher que se rebaixa ao nível de amante de um homem casado?

- Mas eu era sua a amante!

- Você era meu passatempo para as horas vagas, e não faça essa cara de indignação sempre soube o seu lugar.

- Pelo menos... Eu não sou uma inválida como a Sakurinha – debochou cruelmente.

Sasuke ergueu a mão com os olhos faiscando e a ruiva saltou para trás assustada. Os orbes negros brilhavam como duas espadas bem afiadas.

- Saia do meu caminho... Eu nunca mais quero ver essa sua cara de mulher fácil de novo – murmurou abaixando a mão lentamente.

Karin ajeitou a saia do vestido com o máximo de dignidade possível e deu meia volta a apenas alguns passos de sair pela porta parou e olhou para o rapaz.

- Se apaixonou por ela?

- Não é da sua conta, não volte a me procurar.

- Eu não desisto fácil meu querido, nos vemos por aí.

Pelo canto do olho o duque a observou sair e suspirou de alivio, o que faria agora?

Puxou o diário, que era a fonte da sua ferida. Antes se sentia mal sem conhecê-la, agora a culpa só aumentava. Quase todas as páginas eram marcadas com lágrimas, especialmente aquelas que falavam sobre ele. Essas nem se dignava a ler completamente. Sakura era uma em um milhão e graças a ele foi destruída.

As coisas que Iza havia feito com ela... Era verdade que a maioria dos pais se concentrava mais em um dos filhos, geralmente o primogênito. Ele próprio viveu na pele isso, seu pai inconscientemente dava muito mais atenção para Itachi, porém sua mãe sempre esteve lá para equilibrar a balança. Sakura não teve o apoio de ninguém e sua irmã ainda se aproveitou disso.

Era possível começar a amar alguém pelas suas palavras? Estava começando a acreditar que sim. Passou o olhar em uma página qualquer.

“Mamãe hoje me fez pentear os cabelos da Ino por quase uma hora e quando terminei, ela disse que eu tinha estragado o cabelo da minha irmã, disse que eu tenho inveja dela, mas isso não é verdade eu amo a minha irmã.” – Sakura, 10 anos.

 Mais uma revelação horrendo sobre a mãe dela, como uma mulher daquelas podia ter uma filha tão oposta a si mesma. Uma pétala de cerejeira caiu no seu colo e ele a segurou entre os dedos. O sorriso da esposa no jardim secreto estava começando a se apagar, agora a única coisa que vislumbrava era o olhar morto dela na cama incapaz de se mover sozinha.

- Hey – saiu dos pensamentos com a voz do irmão -, quem era a garota que saiu da que agora pouco?

- Um problema.

- Hmmm... Eu soube que ela era sua...

- Itachi eu fiz alguma pergunta sobre a Yumi?

- Não você não fez.

- Então não tente entender os meus assuntos particulares.

- Okay, quando você vai para casa? Eu preciso ver os meus filhos.

- Eu não sei... – Fechou o diário -, logo.

                                    §§§

Sakura dormia agitada, seus sonhos eram torturantes, algumas vezes acordava e não consegui se mover e achava que ainda estava sonhando... Então se lembrava de seu permanente estado. Abriu os olhos sentindo alguém a observando.

- Tsunade? É você?

Ouviu som de passos, mas as cortinas estavam fechadas e quase não podia enxergar, amaldiçoou-se por ter apagado a única vela.

- Quem está aí?

A cortina foi puxada e ela viu duas pequenas sombras tomando forma...

- Ahhh!

- Shhh, calma, calma, calma – Daiki pos a mão na boca dela -, tia você é escandalosa!

- Vocês são os filhos de Itachi, não são – perguntou ofegante.

- Sim!

- O que estão fazendo aqui? – A duquesa observou que ambos possuíam os olhos negros com um raro toque de azul.

- Nós precisamos da sua ajuda – Aiko sentou na cama.

- Minha ajuda?

- É o tio jardineiro disse que você é a única que pode plantar no jardim secreto-mágico.

- Jardim secreto-mágico?

- O jardim dos fundos – explicou Daiki com a impaciência típica dos Uchiha.

Sakura sorriu ante a inocência daqueles deles e tirou o pescoço uma corrente cujo pingente era uma chave de prata.

- Ela abre o portão, vocês podem plantar-.

- Não – interrompeu Aiko -, você tem que está com a gente tia!

- E-Eu não posso ir até lá crianças.

- Nós já sabemos que a senhora desaprendeu a andar – Daiki coçou a testa. – Mais não iremos ensiná-la de novo.

- Eu desaprendi a andar? – Pela primeira vez Sakura achou algo relacionado ao seu estado engraçado e riu suavemente.

- Qual é a graça?

- Nenhuma, mas por que querem cuidar de um jardim?

- Nossa mãe fazia a gente cuidar de alguma coisa ou concluir uma tarefa por estação.

- Hã...

- E nessa estação nós queremos replantar o jardim secreto-mágico.

- A primavera ainda não chegou – lembrou a moça.

- É, mas como a gente vai ter que ensinar você a andar de novo estamos pegando um tempinho extra.

- Acham que podem me fazer voltar a andar?

Os olhos deles brilharam cheios de confiança e coragem.

- Até o final da primavera nós vamos tê-la feito voltar a andar – falaram juntos sem hesitação.

Sakura estava realmente intrigada com aqueles dois... Mais seria possível? Já fazia tantos meses e se seus ossos estivessem restaurados? Poderia haver uma possibilidade? Talvez não recuperasse totalmente os movimentos, porém quem sabe... Quem sabe ela poderia ao menos voltar a andar.

- Tenta tia, não vai custar nada tentar! – Incentivou Aiko.

- Okay... Eu vou tentar, mas não posso prometer nada, além disso.

- Mamãe sempre disse que você já um campeão ao tentar.

- Sua mãe parece ser uma boa pessoa.

- Ela era... Ela morreu de pneumonia há três meses.

A duquesa ficou em choque, duas crianças tinham perdido a mãe há tão pouco tempo e não estavam se lamentando como ela, estavam vivendo, aprendendo, dando continuidade. Ela estava viva e já era a hora de se lembrar disso.

- Chamem a Tsunade aqui, para me ajudar a me arrumar.

- Certo, nos encontramos no jardim secreto-mágico.

Da cama a moça sorriu esperançosa, seja o que Deus quiser.

                            §§§

- Eu fico ta contente que você tenha decidido sair um pouco daquele quarto – Tsunade empurrava a cadeira pacientemente.

Sakura não respondeu, apreciava a brisa fresca, finalmente sentia o cheiro da terra e não do quarto trancado. Por um lado aproveitava o fato de estar ali, por outro se sentia tão dependente de todos.

- Duquesa – virou-se para um jovem empregado que parecia surpreso em vê-la -, é um prazer ver a senhora tão bem disposta.

- Obrigado – foi impossível não sorrir diante de tanto calor humano.

- Todos nesta sentiram muito a sua falta – comentou sua enfermeira por alto enquanto se afastavam.

- Eu também senti falta de todo mundo só não havia me dado conta – murmurou respirando fundo.

- Chegamos!

Os olhos verdes se fecharam pela brilhante luz solar e ao voltarem a se abrir estavam entristecidos. Todo o seu jardim estava morto, nem uma única planta sobrevivera até mesmo suas árvores de cerejeira que eram diversas sobreviveram.

- Ele esta todo morto? – Indagou chateada.

- Não, só está dormindo – Aiko se aproximou sorrindo -, e nós vamos acordá-lo.

- Olá meu anjo – Sakura abraçou a sobrinha – onde está o seu irmão?

- Lá trás... Olha só o que nós fizemos – apontou para os canteiros entre eles haviam uma série de corrimões feitos de madeira lixada e envernizada.

- Como foi que vocês fizeram isso? – Tsunade estava tão estarrecida como a rosada.

- Não foi difícil... O tio jardineiro e carpinteiro arranjaram todo o material e todo o pessoal da casa ajudou a gente a montar.

- Todos ajudaram?

- Todos querem que você volte a andar tia!

A moça assentiu, os olhos cheios de lágrimas. Sentia-se dividida entre o desespero e a felicidade. Por um lado todos contavam com ela, mas e se não conseguisse? Se falhasse mais uma vez?

- Nossa o que é aquilo?

Do lado mais baixo do jardim um lago havia se formado.

- Ninguém sabe ao certo, mas se a tia deixar e o laguinho não secar nós podemos colocar peixinhos nele?

- Claro! Vai ser ótimo, Tsunade veja o é possível ser feito.

- Certo... Você quer que eu fique?

- Não a Aiko e o Daiki vão cuidar de mim agora – olhou a garota que acenou positivamente sorrindo.

- Consegue empurrar a cadeira?

- Eu consigo! – Daiki apareceu de repente – Quando a minha mãe ficou doente e não agüentava caminhar então nós passeávamos pelo jardim assim e às vezes meu pai não estava era eu quem empurrava a cadeira.

- Muito bem, me chame se precisarem de alguma coisa.

O trio se afastou bastante. O chão estava coberto de grama era o único verde que tinha lá dentro. Chegaram a uma parte onde a sombra era extremamente fresca. Com um pouco de dificuldade as crianças conseguiram fazer Sakura sentar no chão. A rosada suspirou profundamente sentia suas pernas só estavam extremamente rígidas.

- Primeiro vamos desenferrujar elas – Aiko sentou em cima dos joelhos.

- E como vocês pretendem fazer isso? – Indagou começando a achar toda aquela situação bem cômica.

- Uma série de exercícios.

Quem olhasse de longe, provavelmente, acharia tudo uma simples brincadeira, mas não era. Daiki e Aiko estavam realmente dispostos a ajudar a tia voltar a andar. Juntos fizeram movimentos simples e com intervalos longos de tempo para que assim as pernas de Sakura doessem o menos possível. Ela até que estava indo muito bem, já não sentia a dor como antes, entretanto sentia os ossos finos e também do joelho para baixo a perna estava muito fina pelo tempo que ficou imobilizada.

Daiki a ajudava a dobrar a perna várias vezes e depois fazia o mesmo com a outra repetindo o mesmo movimento. Paravam por um tempo para plantar alguma planta e depois refaziam tudo e foi assim toda manhã. A tarde chegou num piscar de olhos e Tsunade providenciou um belo piquenique para que assim eles comessem no jardim mesmo.

- Isso é gostoso... Parece o da mamãe – murmurou Aiko depois de engoli um pedaço de torta.

- A mãe de vocês cozinha?

- Sim, ela estava até tentando ensinar a imouto – o tom de voz de Daiki foi sofrido.

- Não precisamos falar nisso se quiserem.

- Está tudo bem... Era de madrugada e o nosso pai tinha ido até a capital, pelo o que nos entendemos os nossos avós queriam nos conhecer e ele tinha ido conversar com eles. Na nossa antiga casa tinha um jardim como esse, mas não era murado.

- Chovia muito e o nosso cachorro ficou preso e a mamãe teve que ir lá fora solta-lo se não ele poderia morrer... Ela ficou lá muito tempo.

- Eu sinto muito crianças, mas pensem que a mãe de vocês os amava mais do que qualquer coisa e lá do céu ela ainda cuida de vocês e vai cuidar sempre como o anjo que eu tenho certeza de que ela é.

Um silêncio tenso se formou e só o piado dos pássaros era ouvido até Daiki quebra-lo com a voz hesitante.

- Como é a sua mãe tia Sakura?

- O nome dela é Iza e é uma mulher muito fina.

- Ela é boazinha com você?

- Ela não gosta muito de mim – revelou sorrindo com os rostinhos chocados.

- Como assim?

- Toda mãe gosta do seu filho!

- A minha é uma pequena exceção a essa regra.

- Você foi uma filha malvada?

- Não, ela só prefere a minha irmã Ino, ela diz que é porque eu não sou bonita o suficiente – era inacreditável, estava tão acostumada com o tratamento da mãe que falar daquilo com naturalidade era bem fácil agora.

- Que feio... A nossa mamãe sempre gostou da gente igual – Aiko fez um adorável biquinho infantil de ultraje.

- E ela é cega? A senhora é linda – Daiki comentou para logo em seguida corar dando-se conta do que acabara de falar.

Sakura e Aiko gargalharam serenamente do garoto que cruzou os braços e virou o rosto emburrado embora fosse possível ver que havia um pequeno sorriso nos seus lábios.

Depois de descansarem o lanche as crianças foram plantar sob a supervisão da duquesa. Faltavam apenas alguns dias para a chegada da primavera e por isso o tempo já estava claro. O sol brilhava com força sobre eles, plantaram todos os tipos de flores e árvores que encontraram, mas a supremacia era das rosas vermelhas.

Os dias foram passando com rapidez e a cada novo amanhecer as mudinhas crescia. Todo o bom astral da casa foi restabelecido, os servos às vezes ajudavam a cuidar de tudo e logo quase todo jardim tinha corrimões resistentes para Sakura se apoiar quando a hora chegasse e também contribuía para deixar tudo bem mais organizado. A lagoa, que na verdade era um poço, tornava o ambiente mágico. Excitados com aquilo as crianças os mais variados tipos de peixes para colocar lá.

Sakura fazia progresso lentamente, a depressão profunda que se abateu sobre ela foi totalmente superada. Só os sobrinhos assistiam e executavam as sessões de treinamento, nem Tsunade tinha podia vê-los os meninos apenas pediam orientações a ela algumas vezes.

- Olha só aquela lá nii-san! O botão já está quase se abrindo!

Sentada na grama a duquesa estava radiante. O cabelo rosa ficava ainda mais vibrante pela luz do sol, os caracóis estavam totalmente soltos, só um delicado chapéu mantinha-os no lugar, e um simples vestido amarelo lhe dava uma visão bem doce.

Mais o que realmente a estava deixando linda eram seus olhos, era fato que mesmo antes de se casar, aquelas duas esmeraldas já tinham perdido o brilho devido aos maus tratos da mãe. Porém agora, eles brilhavam tanto que era impossível não se perder nelas. Com hesitação apoiou uma das mãos no corrimão, ela não tinha tentado ficar em pé... Até agora.

- Daiki não me pega – Aiko parou abruptamente fazendo o irmão frear também para não bater nela.

- O que foi? – Seguiu o olhar da irmã e ficou boquiaberto.

Sakura ficou em pé esforçando mais suas pernas do que os braços. Ofegante de felicidade e cansaço ficou sobre as pernas, sozinha. Soltou o corrimão e virou-se para as duas crianças sorrindo... Seria capaz de caminhar?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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