até o Fim da Primavera - Naruto escrita por ThamyTsuki


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!
mais to sem inspiração nenhuma :(



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                   Quando a Última Cerejeira Floresce 

O tempo parecia ter parado o canto dos pássaros. A brisa e a própria respiração estava extinta por aquele momento. Sakura tentava a todo custo ignorar seus medos. Havia conseguido se levantar sozinha! Era uma vitória... Mas conseguiria andar? Apoiou as mãos nos corrimões, sentia a rigidez nos ossos só que iria tentar. Precisava tentar!

Deu três passos incertos e ouviu um “clak”. Em seguida caiu para trás e olhou os sobrinhos que tinham se jogado no chão fingindo que também tinham caído.

- Isso não é justo – riu -, tentar enganar a tia é feio!

- Ah titia! – Aiko correu ao seu encontro -, a senhora ta quase lá! Só precisa recuperar um pouco do equilíbrio!

Daiki estava um pouco mais afastado de braços cruzados e com uma expressão séria. Sakura franziu o cenho confusa com a reação do garoto. Ele era um dos que mais ficava eufórico quando ela apresentava qualquer sinal de melhora. A duquesa encarou o sobrinho com preocupação.

- Eu vou chamar a tia Tsunade!

- Daiki me desculpe por ter caído...

- O que?! Por que esta se desculpando? Conseguiu ficar em pé sozinha, deveria estar contente.

- É você que está agindo estranho. Por que está assim?

- Porque... Porque... – As mãos do menino começaram a tremer com violência.

- Fique calmo querido, venha até aqui.

- Você não tem culpa... Não entende – exclamou antes de sair correndo.

- Daiki! – Gritou esquecendo-se do seu estado levantou rápido, mas suas pernas ainda não acompanhavam o movimento e doeram fazendo-a agarrar o corrimão para não cair.

Queria ir atrás dele para saber o que tinha acontecido e odiou-se profundamente por não ser capaz de ir atrás dele.

- Meu Deus!

Tsunade possuía os olhos cheios de lágrimas, atrás dela estavam uma punhada de empregados todos sorrindo para parabenizá-la.

- Qual o problema querida? Não está feliz por ter conseguido ficar em pé?

- Não é isso Tsunade... O Daiki ele saiu correndo, tem alguma coisa errada.

- Ele passou por nós... Eu achei que você tivesse caído ou se machucado, mas ele passou direto e foi para casa.

- A irmã foi atrás dele – terminou alguém.

- Achem os dois e me levem para o meu quarto – pediu suspirando.

A alegria de feito aquele movimento se apagou completamente. Os servos não notaram a sua repentina angustia contentes demais para se deixar abater.

- Você vai jantar nos seus aposentos?

- Sim e os meus sobrinhos iam me acompanhar – sentenciou séria.

A noite chegou depressa. Nenhuma noticia das crianças chegava. Sakura  começava a sentir mal diante de tamanha preocupação. Estava levemente sentada na cama quando a porta se abriu e Daiki entrou com a cabeça curvada.

- Desculpe pelo o que aconteceu hoje no jardim.

- Olhe para mim – pediu com carinho, os olhinhos negros estavam cheios de lágrimas -, vem cá.

O garoto andou lentamente até ela, subiu na cama e deitou a cabeça no colo dela.

- Por que você se alterou tanto mais cedo?

- É que você me faz lembrar da minha mãe.

- Como assim?

- Quando ela ficou doente eu tentei ajuda - lá, mas nada adiantava. As poucas vezes em que ela conseguia sair da cama não agüentava fazer nada... A Aiko ficava sempre me perguntando o que iríamos fazer e meu pai... Parou de se importar depois que ela morreu!

- Isso não é verdade...

- Ah não? Então por que ele não vem ver a gente dês do funeral dela? E nunca mais nos contatou nem mesmo através de cartas? Ele nos deixou sozinhos para enfrentar a morte dela e... E... E eu ainda tenho que cuidar da Aiko por que sou mais velho e... – O garoto começou a soluçar violentamente.

- Ah querido – abraçou o corpinho dele que convulsionava – Você não está mais sozinho, eu estou aqui com você agora. Eu prometo para você que vou tomar contada da Aiko. Quer que eu tome conta de você também?

- M-mas você não é nossa parente de sangue... Por que se importa?

- Laços sanguíneos não fazem diferença, sentimentos sim. Não vou tentar tomar o lugar que é as sua mãe, mas se quiser posso prometer ser a melhor tia do mundo – acariciou os fios negros.

O garoto pareceu considerar a proposta dela. Já havia parado de chorar e agora estava sentado na cama com os bracinhos cruzados e o cenho franzido e uma expressão pensativa que era extremamente familiar para Sakura.

- Se eu dizer que sim... Nós vamos ser uma família de novo?

- Eu não vou mentir Daiki, realmente não sei o que significa ter família. Minha mãe sempre me detestou, minha irmã se aproveitou disso e meu pai estava viajando o tempo inteiro. – Ergueu o rosto -, mas de uma coisa eu tenho certeza, amo você e a sua irmã e quero muito cuidar dos dois.

- Então nós vamos ser uma família! –Exclamou abraçando-a -, e eu não vou deixar ninguém machucar a senhora de novo.

A duquesa sentiu os olhos encherem de lágrimas que teimavam em tentar escapar e por isso nem reparou nas duas pessoas que observavam tudo da porta.

- Com licença – Tsunade pediu entrando no quarto sendo seguida por Aiko.

- Eu também quero abraço – reclamou a menina correndo para cama e se jogando em cima do irmão.

Os servos sob as ordens de Tsunade arrumarem tudo bem rapidamente e próximo a cama. Até a enfermeira estava surpresa com o progresso que Sakura fazia. Foram aquelas crianças que a trouxeram de volta do mundo semimorto que ela se encontrava.

Eles formavam um belo trio e pelo que parecia poderiam enfrentar qualquer coisa se estivessem juntos. Quando tudo estava devidamente arrumado todos saíram silenciosamente não querendo interromper aquele momento especial para as pessoas que serviam com absoluta dedicação e lealdade.

Naquele noite estrelada as duas crianças dormiram na cama de Sakura como filhos buscando o conforto da mãe. A duquesa ficou no meio com cada um deles nos seus braços numa forma inconsciente de proteção maternal.

Nos dias seguintes eles estavam cada vez mais unidos, agora no meio da primavera quase todas as flores já tinham desabrochado. As cerejeiras voltaram a ser belíssimas e a lagoa agora cheia de peixinhos que eram alimentados por pedaços de pão por Daiki e Aiko... Sobre é claro a supervisão de Sakura, pois ela era mais funda do que parecia e a terra do chão estava cedendo como areia movediça.

Com a graça de Deus a duquesa estava recuperando o equilíbrio rapidamente e a coordenação motora estava se estabilizando. Já conseguia fazer pequenas caminhadas e embora seus passos ainda fossem incertos e desajeitados o mais importante era que ela finalmente voltara a acreditar que podia se recuperar totalmente. E só aquilo já era uma grande vitória.

- Ah como é bom ver as coisas se acertando – comentou Tsunade entrando na cozinha -, ela já esta conseguindo caminhar sem a ajuda dos corrimões.

- Oh que maravilha! Vou caprichar no almoço para comemorarmos – prometeu a cozinheira, uma senhora de idade com expressão gentil.

- É melhor caprichar mesmo – um jovem servo chegou ofegante.

- Por que menino?

- O duque está chegando!

- O que?! – Tsunade exclamou surpresa.

- E ele não é o único... Toda família Uchiha esta vindo e os pais e a irmã da Duquesa também vêm.

- Isso não é nada bom, aquela bruxa da Iza vai interferir na recuperação da Sakura...

- Não há mais como esconder as carruagens estão se aproximando e sinceramente está dando para sentir o perfume das sakuras da entrada principal da propriedade.

- Tsunade, o que vamos fazer? – A cozinheira virou-se para outra mulher.

- Torcer para que Sakura não os deixar transtorná-la.

§ * §

Sasuke apertou os punhos, quase seis meses haviam se passado dês da ultima vez que veio aquela casa. Suas escassas visitas anteriores não haviam passado de rápidos almoços ou jantares com a esposa. Geralmente ela ficava calada e comia lentamente, quase como se tivesse esquecido como se fazia. E outras apenas  ficava olhando-o bem triste sem nem ao menos tocar no prato.

- Nossa isso que é jardim em... – Ouviu o irmão murmurar.

Olhou para fora, a parte da frente da casa estava magnífica. Desceu da carruagem antes que o cocheiro tivesse a chance de abrir a porta. Concentrou-se em tudo e captou aquele perfume inconfundível de sakuras, muitas, muitas sakuras.

- Sasuke?

Com mais pressa do que um Duque deveria andar, correu para casa passando pelos empregados que ao tentarem cumprimentá-lo eram totalmente ignorados. Subiu as escadas correndo e abriu a porta do quarto da esposa de uma vez só. Empalideceu. As cortinas estavam abertas iluminando todo o cômodo... e a cama estava vazia, perfeitamente arrumada.

- Meu senhor?

- Onde ela esta? – Virou-se para o servo.

- A duquesa?

- É claro que eu estou perguntando sobre a Duquesa!

Assim quer terminou de falar ouviu risadas ao longe. Foi em direção a janela. Por coincidência, ou não, o quarto de Sakura ficava de frente para o jardim dos fundos. Podia ver claramente os portões abertos e por cima dos muros algumas pétalas de cerejeiras caiam graciosamente.

Sentindo o coração bater num ritmo que nunca havia batido antes, desceu para o corredor que levava até o jardim...

§

Inconsciente de quem estava na mansão, Sakura e as crianças brincavam alegremente no jardim. A moça estava sentada na grama enchendo um pequeno vaso com terra, eles finalmente tinham consegui mudas de gira-sóis e este estava sob o cuidado especial da duquesa.

- Tia! Tia! – Chamou Aiko -, brinca com a gente agora?

- Do que vocês querem brincar?

- Cobra cega! – Exclamou Daiki -, nós vamos vendar seus olhos e a senhora vai ter que procurar a gente!

- A tia Tsunade disse que é bom a senhora caminhar com os olhos fechados para aguçar seus sentidos.

- Entendo. Está bem então. – concordou limpando as mãos.

Como estava sentada com as pernas para o lado teve uma certa dificuldade em pegar o lenço que estava na cadeira.

- Deixe que eu pego – Daiki se prontificou e depois ajudou-a ela a se levantar.

- Obrigado querido.

Amarrou o lenço nos olhos sentindo os sobrinhos se afastarem. Respirou fundo, agradecendo aos céus por pelo menos ter eles dois para ajudarem ela sempre que precisasse. Deu um passo para frente um pouco sem equilíbrio mais rapidamente deu mais um com a outra perna voltando a ficar ereta.

Do portão o coração de Sasuke parecia que ia explodir. Não estava conseguindo acreditar no que via... Sakura estava realmente andando? A cadeira de rodas estava um pouco afastada e ela estava de pé! Realmente em pé! O cabelo rosa parecia pétalas de flor pela luz do sol e ela estava vindo na sua direção.

- Se não fizeram barulho eu não vou conseguir encontrá-los.

Com quem ela estava falando? Pouco lhe importava para dizer a verdade. Agora ela só estava há alguns pequenos passos de distância. Tenso não conseguia se mover... Queria abraçá-la, beijá-la, sacudi-la por esta fazendo aquilo.

- Daiki? Aiko?

Com mais um passo se chocaria com o marido, mas ela não sabia disso. Esticou os braços e pelas palmas sentiu os ombros largos de alguém e a respiração quente na sua face. Franziu o cenho confusa. O cheiro lívido de uma colônia inundou seu olfato... A colônia do...! Levantou os braços para tirar o lenço mais teve as mãos presas para trás. Estava presa nos braços dele.

Antes que tivesse tempo para expressar qualquer reação Sakura sentiu os lábios serem tomados num beijo desesperado e ao mesmo tempo carinhoso. Retribuiu certa de que só havia uma pessoa no mundo capaz de fazer aquilo com ela com apenas um beijo. Coçou as mãos desesperada para abraçá-lo, porém ele a mantinha presa.

Só depois de longos segundos as bocas se separam e com rapidez a duquesa retirou o lenço fixando as esmeraldas na cinza prateado de Sasuke. Ficou encarando-o, sem saber a certo o que dizer.

- Como? – Ele perguntou sem voz.

- E-Eu... Tive ajuda.

- Quem ajudou você?

- Todos, mas principalmente...

- Tia, por que a senhora não veio procurar a gente?

Aiko salvou Sakura e ela agradeceu a sobrinha mentalmente. Tentou se afastar mais o duque manteve os braços firmes envolta da sua cintura.

- Quem é esse moço?

- Esse é o tio de vocês...

- O irmão do papai?

- Ele está aqui? – Daiki perguntou ansioso.

O ofego de surpresa ecoou, na entrada do jardim, Mikoto possuía os olhos cheios de lágrimas, junto dela Fugaku e Itachi e logo atrás a família de Sakura. Os empregados se amontoavam, todos com expressões ligeiramente preocupadas. Daiki e Aiko saíram correndo para abraçar o pai. Sasuke se voltou para esposa e arqueou as sobrancelha.

Sakura possuía os olhos assustados e temerosos. O rosto delicado contorcido em desespero.

- O que foi?

- Tsunade! – Chamou a enfermeira conseguindo se desprender do marido.

- Qual o problema querida? – Mikoto se aproximou quase não acreditando que a nora estava de pé.

- Quero ir para o meu quarto!

Uma mulher loira de abriu caminho ajeitou a cadeira de rodas e fez a menina se sentar. A duquesa tinha os punhos cerrados e os olhos fechados com força.

- O que você tem? Está sentindo alguma coisa?

- Minha cabeça está pulsando – exclamou com a voz rouca.

- Com licença – pediu a enfermeira passando pelos visitantes.

Ao longe o duque manteve os olhos fixos na esposa e estava tão claro como água que ela estava fugindo. Mas do que exatamente?


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem *-*



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