Roses And Demons: Roots Of Rebellion escrita por JulianVK


Capítulo 71
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Desta vez não tenho nenhum comentário a fazer ou pergunta para responder.
Só quero dizer que esse capítulo ficou um tanto psicodélico, portanto não se espantem.
E obrigado pela recomendação Warick, muito obrigado mesmo.



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Quanto mais avançavam em direção ao norte, mais sentiam o frio aumentando. Porém, isto não se devia apenas ao fato do grupo estar seguindo para um local de temperatura mais baixa. Em toda Chesord os dias esfriavam aos poucos, revelando que o inverno estava para começar.
–Fernand: Do jeito que vão as coisas, logo estaremos com os pés afundados em neve.
–Luna: Não duvide, pois no norte de Chesord é muito comum a ocorrência de neve.
–Yasmin: Eu que o diga, quase morri de frio quando vim para cá há pouco tempo atrás.
–Fernand: Mas se você estava nos perseguindo, quando foi que veio para o norte?
–Yasmin: Foi quando eu e William fomos teleportados juntamente com aquele dragão estranho. Viemos parar aqui.
–Samantha: Poderia ter nos contado isto, William.
O manipulador do vento, adiante de todos, fingiu que não havia ouvido o comentário seco e continuou a caminhar.
–Yasmin: Se for pensar a respeito, acho que ainda seríamos inimigos se eu e William não tivéssemos sido obrigados a colaborar um com o outro.
–Fernand: Que sorte que isso aconteceu!
–Yasmin: Sorte porque assim será mais fácil derrubar os pilares?
–Fernand: Não, sorte porque eu provavelmente me sentiria mal se tivesse mesmo que matar uma de vocês.
–Yasmin: Oh...
–Karin: Você não me mataria, né? Eu sou jovem e meiga demais pra morrer!
–Fernand: Bem, eu provavelmente não. Agora quanto à Samantha e ao William... não duvido que matem você mesmo não sendo inimiga...
–Karin: Obrigada... pelo aviso...

O dia transcorreu sem maiores problemas e logo veio a noite. O grupo encontrou uma construção abandonada de madeira pouco depois, a qual parecia estar em bom estado. Além do edifício principal haviam duas casas pequenas do mesmo material ao lado.
–Luna: Quem construiria algo tão grande num lugar como esse?
–Yasmin: É um posto de vigia abandonado, com toda a certeza. Não estou surpresa com isso, o exército estava mesmo planejando remanejar vários soldados do norte para outros locais.
–Samantha: Então não há problema em passar a noite aqui?
–Yasmin: Nenhum. Provavelmente há camas nas casas, mas imagino que não tenham deixado nenhum mantimento.
–William: Será o bastante.

Mais tarde, William e Fernando comiam algumas frutas que coletaram ainda durante a tarde. Estavam sozinhos diante da mesa de uma das cabanas, o primeiro observando o fogo que crepitava na pequena lareira.
–Fernand: O que achou daqui? Até que é aconchegante.
–William: Lembra um pouco a minha casa. Não sei se isso vai me ajudar a dormir melhor ou se vai me incomodar.
–Fernand: Acho melhor mudar de assunto. Você acha que as garotas vão ficar bem?
–William: Não há com o que se preocupar, Fernand. Samantha está com elas, então não importa o que apareça, será eliminado fria e cruelmente.
–Fernand: Realmente, não tenho o que discordar. Sendo assim acho que podemos dormir com tranquilidade.
–William: Eu ficarei no quarto que tem uma cama só. Pode fazer o que quiser com as duas que estão no outro.
–Fernand: Espere um pouco, você acha que na outra cabana também há apenas três camas?
–William: É provável. Por quê?
–Fernand: Sendo assim, duas das garotas vão ter que dormir na mesma, não é?
–William: Pare de pensar besteiras e vá dormir.

Tão logo quanto terminou sua refeição, William foi para o seu quarto. Sentia-se cansado, portanto esperava ter uma noite calma. Lamentavelmente para o manipulador, seu sono traria memórias que ele preferia esquecer.

Um pequeno menino via ao seu redor uma terra desértica e escura, sem qualquer traço de vida. Por todos os lados haviam vultos que caminhavam lentamente, grunhindo.
–???: Você não pertence a este lugar, o que veio fazer aqui?
O menino se virou rapidamente, percebendo que atrás dele estava um homem velho e barbudo. Era difícil notar detalhes sobre a aparência dele devido à pouca luminosidade que vinha do céu coberto de nuvens avermelhadas, mas seria impossível não notar seus olhos amarelados e brilhantes.
–???: Como é seu nome?
–William: Eu, eu sou William. Senhor, eu não sei onde estou, nem como vim parar aqui.
–???: William, este é o lugar para onde vêm as almas das pessoas que morrem. Elas passam a eternidade aqui, sofrendo.
–William: Quer dizer que... eu também virei pra cá quando...
–???: Sim, todos os humanos vêm para este lugar, sem exceção.
–William: E por que todos sofrem?
–???: Porque aqui ficam revivendo suas memórias sem parar, remoendo suas falhas e percebendo que deveriam ter vivido de outra forma. Mas o pior de tudo é pensar em todas as possibilidades que teriam no futuro caso pudessem ter vivido só um pouco mais.
Enquanto ouvia o estranho, William começava a perceber melhor que os grunhidos que ouvia estavam carregados de tristeza, comprovando o que era dito.
–William: Não tem mesmo um jeito de escapar disso? Uma forma de não vir para cá quando eu morrer?
–???: Você está com medo?
A pergunta direta deixou William sem palavras, pois ele não queria parecer um covarde. Porém, não era necessária uma resposta, pois a verdade era evidente.
–???: Há uma forma sim. Aqueles que alcançam grandes feitos em vida são poupados deste destino e recebem uma nova chance, uma nova vida. Em outras palavras, eles reencarnam.
–William: Mas o que significa alcançar grandes feitos?
–???: Isso nem eu sei dizer. Sou apenas o anjo encarregado de guardar as almas lacradas neste lugar, nem ao menos tenho contato com os deuses para saber o que os leva a dar uma nova chance para um humano. O único conselho que eu posso lhe dar é: avance sem medo dos desafios que a vida colocar na sua frente, pois é certo que jamais um covarde conseguiu o favor divino.
–William: Eu vou tentar, mas como faço para voltar...?
–???: Não se preocupe, o seu corpo está dormindo e você logo irá despertar. Mas antes, quero lhe dar um pequeno presente.
–William: Que tipo de presente, senhor anjo?
–???: A verdade é que me entristece ver tantas almas sofrendo assim, eu preferiria que todos tivessem o direito de reencarnar. Não posso ajudá-los porque já estão mortos, mas você, que tem vida, eu posso.
O anjo estendeu a mão fechada, a qual segurava a corrente de um amuleto. William pegou o objeto nas mãos, curioso.
–???: É um amuleto de boa sorte, para repelir o espírito da morte. Ele vai enfraquecer com o passar dos anos, mas vai impedir que você sofra uma morte prematura.
–William: Muito obrigado, senhor anjo. Muito obrigado mesmo!
O menino colocou o amuleto sem pensar duas vezes e a jóia desapareceu imediatamente. Porém, William sentia algo de diferente em seu âmago.
–???: O amuleto fará parte da sua alma até o dia em que deixar de funcionar. Agora, volte para o seu mundo.

O jovem William acordou e percebeu que estava em seu quarto. Seu encontro com o anjo tinha sido apenas um sonho, mas o menino tinha certeza de que tudo o que vira era a mais pura verdade.


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Notas finais do capítulo

"Ele vai te matar. E você ficará preso para sempre naquele mundo de sofrimento."
Capítulo 72: O Primeiro Passo para as Trevas
Em breve.



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