Siral. Várias pessoas, com expressões de preocupação e descontentamento, trabalhavam para consertar os danos causados à cidade durante a noite. Vulcano, surpreso ao ver tantos danos, não demorou a concluir que o pilar havia sido atacado e que Sol fora muito cuidadoso.
-Vulcano: Só espero que lhe tenha capturado os criminosos. Se ao menos tiver conseguido isso terá sido um sacrifício válido.
O jovem continuou seu caminho, mantendo sempre os olhos fixos na direção do pilar. Porém, por mais que andasse, não o enxergava. Sua preocupação aumentava a cada passo, incapaz de crer que Sol havia falhado. Logo ele estava correndo, alcançando rapidamente a praça e percebendo que suas suspeitas estavam corretas.
-Vulcano: Impossível...
Diante de onde uma vez estava o pilar se encontrava Sol, coberto de sujeira e com os cabelos desarrumados. Este virou ao notar que alguém se aproximava, evidenciando a desagradável surpresa que era ver o retorno de seu companheiro.
-Vulcano: Sol... você...? Como...? Eles...?
-Sol: Bom, é uma longa história...
-Vulcano: E eu vou ouvir ela toda, começando agora!
-Sol: “Malditos impertinentes! Ainda vão me pagar por isso...”

Enquanto isso, nas proximidades da Cidade dos Mineradores, Electron e Aurora investigavam a mina onde esperavam encontrar o pilar que deveriam proteger.
-Electron: Cada vez mais tenho certeza de que você estava correta ao dizer que eram apenas monstros desgarrados.
-Aurora: Por quê?
-Electron: Porque destruímos facilmente a barreira que impedia a entrada nesta mina. Duvido que um demônio de verdade fosse detido por aquilo.
-Aurora: É, faz sentido.
Flutuando acima dos dois haviam pequenos cristais reluzentes. Apesar do tamanho, eles iluminavam com perfeição o túnel, tal como fariam lâmpadas.
-Aurora: Quem você acha que colocou estas coisas aqui?
-Electron: Provavelmente o sábio que ergueu o pilar. Eu conversei com os mineradores ontem à noite e nenhum comentou qualquer coisa sobre cristais que iluminam.
-Aurora: Acho que isso significa que estamos no caminho certo.
Subitamente, Electron parou, estendendo um braço para impedir que Aurora prosseguisse.
-Aurora: O que houve?
-Electron: Ouça. Parecem passos.
Prestando atenção aos sons do local, a garota percebeu que seu colega tinha razão. Alguém ou alguma coisa se aproximava lentamente deles, causando alguns ruídos. Não demorou para que eles notassem a presença de humanóides robustos e peludos, com feições brutais, pele marrom, dentes afiados e vários pequenos chifres.
-Electron: Onis. Então esses são os “demônios”.
-Aurora: O que faremos agora?
-Electron: Deixe comigo.
As criaturas, inicialmente surpresas com a presença de intrusos em seu domínio, grunhiram e prepararam-se para expulsar os invasores com violência. Electron, nem um pouco intimidado, fez surgiu um longo cabo que logo se tornou uma lança, a qual o rapaz empunhou com as duas mãos.
-Electron: Pela lei de Chesord, eu os expulso destas minas.
Durante um segundo, o cabo da lançou faiscou com pequenos relâmpagos. No momento seguinte, uma poderosa rajada elétrica saltou da ponta da lança, eletrocutando os onis. Os monstros, ainda vivos, imediatamente fugiram.
-Electron: Fique atenta. Pode haver outros por aí.

Floresta Everdread. Apesar do tom ameaçador de voz de seu tio, Yasmin não desistiria de seu objetivo, ainda que tivesse um pouco de receio. Karin e Luna, que sentiam o mesmo, não abandonariam a amiga. Kenoh, notando a determinação, sentiu uma pequena satisfação.
-Kenoh:  Eu pensei muito no tipo de treinamento que proporia a vocês, mas não cheguei a nenhuma conclusão.
-Luna: Como assim!?
-Kenoh: Acalme-se. Isso apenas significa que terá que ser da forma mais tradicional que existe.
-Yasmin: ...que seria?
-Kenoh: Luta, é claro. Vocês três contra mim.
-Karin: Mas com nossos poderes não ganharemos facilmente?
-Kenoh: Você acha isso, é? Então podem vir, usem tudo que têm!
-Luna: Você quem pediu!
Sem perder tempo, a sacerdotisa sacou seu arco e disparou uma flecha contra Kenoh, o qual saltou sobre o projétil. Yasmin imediatamente lançou duas bolas de fogo, mas a velocidade do alvo era tão grande que os ataques foram em vão.
-Yasmin: “Eu não consigo acompanhar esses movimentos.”
O homem retornou ao chão a centímetros de distância de Karin, a qual estava tão surpresa que sequer reagiu quando foi agarrada pelo braço e atirada contra Luna, derrubando a sacerdotisa.
-Yasmin: Não faça isso com elas!
A capitã sacou sua espada e avançou contra o tio, que permaneceu parado. Porém, no último instante, atingiu Yasmin com um chute tão rápido que a garota não teve nenhuma chance de se defender, sendo atirada para trás.
-Kenoh: É só isso?
O leve barulho da corda do arco de Luna chamou a atenção de Kenoh, o qual desviou a tempo de uma flecha de água. Porém, a sacerdotisa continuou a disparar outras em rápida sucessão. Para o espanto desta, seu oponente desviou de todas enquanto corria até ela, atingindo-a no abdômen com um soco e a deixando de joelhos.
-Karin: TOME ISSO!!!
Karin disparou um enorme raio luminoso, destruindo algumas árvores ao longe. Kenoh, porém, não sofreu nenhum golpe, pois se esquivou com um salto. Yasmin, já em pé, tentou atingi-lo no ar com suas chamas, mas novamente não teve sucesso.
-Yasmin: Droga! Como consegue ser tão rápido?
-Kenoh: A pergunta certa é: como vocês conseguem ser tão lentas?
-Yasmin: Hã?
-Kenoh: Não entendeu ainda? Não adianta nada controlar chamas, água, luz ou que quer que seja se você não é capaz de evitar o ataque de um oponente!
-Yasmin: Sim, faz sentido...
-Kenoh: Eu tenho força, velocidade e agilidade muito superiores às suas. É isso que falta a vocês e, enquanto continuarem assim, jamais me vencerão!
-Luna: Por mais que eu deteste admitir, ele está certo.
-Kenoh: E digo mais, eu não suporto gente fraca. Se não conseguirem acertar pelo menos um golpe em mim nesta luta, podem desistir do treinamento!