A Princesa do Oceano escrita por BahMiller


Capítulo 7
Capítulo 6 - Adeus NY, Olá LA!


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei.
Sei que demorei um mês inteiro pra postar esse capítulo. Enfim, tô com preguiça de justificar mas eu peço desculpas pela demora. De verdade.
Enfim, aí está! ^^



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- Muito bem! Muito bem! Vocês não tem tempo, vão logo pegar suas coisas e encontrem Argos na colina. - Dioniso falou em tom elevado, fazendo todos se calarem. - A cada segundo que passa estamos mais perto do retorno de Cronos.

Suspirei, sabendo que ele tinha razão. Precisávamos ser rápidos no salvamento de Psiquê. Por essa razão, levantei-me de súbito já seguindo para o Chalé de Poseidon. Rapidamente, Percy me alcançou e andamos lado a lado, em silêncio.

- Não queria ir na missão, né? - Ele perguntou sério.

- Não mesmo. - Respondi em tom seco.

- Me odeia tanto assim?

Franzi o cenho, perdendo o passo e olhando para meu meio-irmão. Ele parecia achar que eu estava tremendamente irritada por ele ir na missão conosco. Pude sentir o peso da culpa em meus ombros.

- Não te odeio, Percy. - Mumurei, ainda com o cenho levemente franzido.

- Não? - Ele realmente estava surpreso.

- Não, de onde tirou isso? - Indaguei curiosa, mesmo sabendo que no fundo, era por meu comportamente não muito simpático.

- Ah... É que você nunca gostou muito de mim de mim desde que chegou aqui. - Percy tropeçou nas palavras, sem saber como se expressar.

- Você sempre foi meio chatinho mesmo. - Abri um sorriso, mostrando que era apenas uma brincadeira. Porquê, sei lá, vai que ele acredita.

Adentrei o chalé, indo em direção ao minúsculo armário que me pertencia, enfiando algumas mudas de roupas na mochila desgastada.

Peguei também a adaga de bronze celestial que sempre levava comigo, por precaução. Ela não era tão adornada quanto a de Abbie, mas sabia o quão afiada era. Guardei-a em sua bainha de couro, que por sua vez, estava devidamente presa em meu quadril.

- Nunca te vi lutando. - Percy admitiu enganchando a mochila em seu ombro, observando-me atentamente.

- Ainda não recebeu essa honra. - Sorri docemente, deixando-o para trás enquanto ia em direção à Colina Meio Sangue.

"Que modestia." A voz murmurou. Percy bufou seguindo-me, parecendo pensar o mesmo.

Encontramos o resto do pessoal na colina, já armados e com mochilas nas costas. Evelyn segurava a fita, olhando-a com sincera curiosidade.

Com toda a gentileza que havia em meu ser, puxei rapidamente o laço de Psiquê das mãos dela, fazendo-a bufar. Sou uma lady, eu sei.

- Ô garotinha educada.

Sorri de leve, ignorando a reclamação de minha amiga. O tecido era suave e macio como veludo, mas possuía uma frieza anormal. Algo nele me deixava arrepiada.

- Vamos Lyssa?  -Nico me chamou mantendo a porta da van aberta.

Ele me olhava com grandes olhos escuros, e sorria de modo que suas covinhas ficavam a mostra. Tudo bem, eu admito. Ele é muito bonito. Maaas pra sua irformação vozinha-que-me-perturba, isso não significa nada. Porquê convenhamos, não sou cega.

"Eu não falei absolutamente nada." Ela se defendeu, fingindo-se de ofendida.

Sentei-me em um dos bancos de frente para Evelyn, que aliás, batucava as mãos no colo, incrivelmente nervosa para a Evy costumeira que sempre agia com calma e elegância.

- O que foi, menina? - Perguntei um tanto preocupada.

Ela me olhou como se só agora houvesse enchergado que eu estava aqui. Seus olhos azuis estavam com olheiras e os ombros se mostravam caídos de desânimo.

- Ao lar da ensolarada os campistas irão. - recitou de uma maneira nada animadora, como se isso falasse tudo.

- Ah. - Balbuciei brilhantemente, sentindo a ficha cair.

Teríamos que ir para a Califórnia, onde Evy nascera. O único problema era que ela evitava ao máximo ver a mãe e o padastro. Dois figurões importantes. Ele, um típico advogado conservador, ela, uma estilista conhecida por suas extravagâncias.

Nunca entendi como conseguiram ficar juntos por tanto tempo sendo assim tão diferentes.

- Evy, ela é sua mãe. - Suspirei, sabendo que se mencionasse o padastro, ela se irritaria mais ainda.

- Eu sei, Mel. E esse é exatamente o problema.

- Que problema?- Annabeth perguntou, entrando na conversa. Todos os outros nos encaravam e Argos estava tão impaciente que eu tinha certeza que se ficássemos parados por mais alguns minutos, ele realmente abriria a boca e brigaria conosco até o fim dos tempos.

A filha de Apolo suspirou começando a contar sua história enquanto eu falava "Aeroporto" para nosso motorista-tenho-olhos-em-todo-lugar.

- Aeroporto? - James franziu o cenho. Limitei-me a colocar o dedo indicador sobre a boca em um gesto de silêncio e apontar para Evelyn, que iniciara sua narração.

- Bom, minha família não é lá muito perfeita. Meu padastro é um porrem sempre dizendo o que tenho que fazer, como agir na frente de seus "convidados ilustres" e como ser uma perfeita madame. Sorrinto tanto que faz as bochechas doerem. Já minha mãe é Verona Clement, uma estilista famosa de LA. Nunca tem tempo para mim e quando tem sempre reclama do meu modo de me vestir. É uma droga.

- Ela é legal. - Murmurei sincera. A mãe da Evy até poderia ser meio doida mas no fundo, tinha um ótimo coração.

- Pode até ser, mas não o tempo todo. Ela não é sua mãe, não viveu com ela a vida inteira. - Ela rebateu, revirando os olhos como sempre fazia quando se irritava.

- É, mas você tem uma mãe. - Nico murmurou fazendo todos se calarem. - Ah, qual é gente. Não precisam ficar assim.

Suspirei, olhando-o. Ele estava prestes a começar a falar novamente mas a van deu uma parada brusca e pude perceber que havíamos chegado ao aeroporto. Ele estava cheio, como era de costume. Alguns em família, cheios de malas gigantescas. Outros pareciam viajantes, com mochilas nos ombros e com os olhos brilhando com a esperança de uma nova vida.

Outros, porém, eram semideuses adolescentes em uma missão super perigosa que caso falhassem, colocariam o mundo todo em perigo. Sabe, coisa de rotina.

- Ah, vamos pegar mesmo um avião? - Percy perguntou, terrivelmente nervoso.

- Não Cabeça de Alga, na realidade tem um navio alado nos esperando lá fora agora mesmo. - Annabeth bateu de leve na testa de Percy, acomodando-se logo em seguida em seus braços.

Nico fez biquinho, fingindo um beijo meloso e apaixonado.

- Nossa, voltou a infância? - Pergutei com uma sobrancelha erguida e braços cruzados.

- Para você doçura, posso ser muito mais do que uma inocente criança. - Ele piscou, imitando o jeito de falar de Apolo.

Corei, limitando-me a olhá-lo com indiferença.

- Ahn pessoal, sem querer interromper, mas algum de vocês tem dinheiro para as passagens? - Todos pararam de sorrir sincronizadamente, percebendo o erro que James acabara de notar.

Eles me olharam, a acusação estampada em seus rostos. Essa cena seria até engraçada, se a raiva estivesse dirigida para outra pessoa, é claro.

Abri minha mochila na inteção de procurar algum dinheiro que provavelmente não existia, porém, outra coisa chamou minha atenção. Um envelope.

Era simples e comum e em seu conteúdo havia alguma notas de cem dólares e um bilhete escrito em uma letra forte e marcada.

"Querida peixinha,

eu realmente me sentiria bem melhor se vocês viajassem pelo mar. Porém, dada as circunstâncias, acho pouco provável que meu irmão seja louco de derrubar o avião.  Por isso, estou lhe enviando suas passagens e um pouco do dinheiro que te devo de mesada por toda sua vida, mais ou menos. Tome cuidado e realmente não fique andando com aquele filho de Hades. Aliás, diga-lhe que o senhor-dos-mares-que-pode-acabar-com-garotos-que-cantem-suas-filhas está de olho. Se cuide, Melyssa.

 Com carinho,

Poseidon, o mais legal e sexy entre os Olimpianos. "

Arregalei os olhos em uma mistura de descrença e vontade de rir. Desde quando ele me chama de peixinha? E aliás, que apelido tosco é esse?

Annabeth tomou o envelope de minhas mãos, dando um risada ao ler.

- Temos as passagens, vamos logo. O voo saí em 15 minutos. - A filha de Atena anunciou, prática como sua mãe e não dando lugar as perguntas dos outros.

Desse modo, embarcamos rapidamente no avião. Nico se sentou rapidamente na janela, puxando-me pela mão para sentar ao seu lado. James ocupou a poltrona perto do corredor. Evelyn se jogou na outra, enquanto conversarva animadamente com o filho de Deméter.

Annabeth estava aconchegada em Percy, que olhava pela janela com ansiedade.

- Hey, Projeto de Atena, lê a carta para nós. - James falou sorrindo tranquilamente, não parecendo assustado com a carranca que Annabeth exibia ao ouvir seu novo apelido.

- É, lê aí. - Nico incentivou. Estava claro que ele só havia concordado ao ver minha careta de desgosto.

Garoto irritante, viu.

"E bonito." A voz completou.

"Não me lembro de ter pedido sua opinião." Comentei.

"Não precisa. Eu sou você ,querida."

Argh, argh, Agora minha consciência aprendeu a falar. Que alegria.

Annabeth, ainda um pouco irritada, releu a 'adorável' mensagem, mal podendo terminar graças as risadas escandalosas de Evelyn, Percy e James. Nico tinha as bochechas coradas, mas mantinha um sorriso maroto, olhando-me pelo canto do olho. A filha de Atena riu de leve, sem a histeria dos outros.

E eu, bem, eu estava me sentindo um tomate de tão vermelho que meu rosto deveria estar.

- Hey cara, o senhor-dos-mares-que-pode-acabar-com-garotos-que-cantem-suas-filhas tá em cima de você, hein. - James comentou, fazendo Evelyn falhar em sua tentativa de não rir. Deuses, esse dois tem algum tipo de problema.

- Muito engraçado. - Revirei os olhos.

Nico sorriu em mistério, parecendo realmente pensativo.

Finalmente, as portas se fecharam e o avião começou a se mover. A voz do comandante soou clara pelo local.

- Senhores passageiros, prontos para decolar.

E foi exatamente aí que o inferno começou.


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Notas finais do capítulo

Então?Então?
Comentem. *O*