Well Be Alright! escrita por CrisPossamai


Capítulo 15
Nova Iorque, Nova Iorque


Notas iniciais do capítulo

Chegou o momento mais esperado dos dois anos de Glee: Nacionais. Foi extremamente gratificante os meses escrevendo essa continuação, especialmente, pelo apoio dos leitores e do interesse demonstrado nesta "versão" alternativa de Glee. Boa leitura!



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Quinn bufa novamente. O coral estava estagnado no aeroporto de Ohio há duas horas esperando permissão para embarcar no vôo para a Nova Iorque e o tédio começava a se manifestar nos adolescentes. Quinn não se encaixava neste padrão. O seu problema estava sentado com Puck e Sam fazendo piadinhas idiotas e perturbando a única concentrada na tarefa repassada por Will Schuester na semana anterior. Rachel tentava se focar exclusivamente na composição da música para as Nacionais, contudo, sofria com as provocações do trio. Finn parece adivinhar os pensamentos da judia e pede que os amigos parem com os deboches ou procurem outra pessoa para atormentar. O trio concorda e se encaminha para fazer de Mercedes à próxima vitima.

_ Você sabe que os três só estavam brincando, não é? Nós também estamos ansiosos, mas, você tem que pegar mais leve, Rachel. – aconselha o quarterback, a menina deixa de lado o caderno de anotações e puxa um assunto qualquer. Os garotos estavam certos, afinal, não adiantaria sofrer antecipadamente.

A negra gargalha com as bobagens ditas pelo trio e percebendo o isolamento de Quinn, chama a loira para se juntar a turma. A ação tem resposta imediata. Daniel inventa uma desculpa qualquer e corre para se reunir aos três dançarinos. A diva amaldiçoa a atitude do seu homem e pragueja diversas vezes levando o bad boy e o loiro as risadas. Artie se aproxima do local e avisa que teriam mais meia-hora de espera pela frente. Puck reclama pela demora e pela ausência de seu violão, despachado com o restante das bagagens. O cadeirante recomenda uma partida de truco e berra pela volta do brasileiro. O casal asiático se entusiasma com a rodada de carteado, Santana e Lauren também se incluem no passatempo. Logo, o grupo do New Directions se dividia entre jogadores e torcedores.

Mercedes balança a cabeça negativamente. Quinn procurava sempre se posicionar perto ou mesmo conversar despretensiosamente, entretanto, nada surtiu efeito. O estrangeiro estava decidido a ignorá-la temporariamente. Ninguém podia culpar sua reação. Entretanto, sabia que era uma questão de tempo para que o casal debatesse definitivamente a situação. Mais uma vitória da equipe formada por Lauren, Puck, Daniel e Santana e os perdedores alegam trapaça. A gritaria aumenta e o professor pede mais controle aos alunos. Tina, Artie, Sam e Mike desistem e apenas Quinn e Finn se mostram dispostos a jogar. Novo sorteio de equipes e a loira reconhece não ter exata noção das regras do truco. O brasileiro se dispõe a ensinar rapidamente os conceitos básicos do jogo e Sam se coloca como “tutor” da antiga namorada. Finalmente, o embarque para o vôo. A euforia toma conta dos alunos e a dificuldade do maestro em manter a calma é elevada drasticamente.

A confissão de Lauren de fobia de avião desencadeia a revelação dos maiores medos dos integrantes do New Directions. A carga de temores acaba em milhares de micos protagonizados pelos adolescentes que descobrem a melhor maneira de se distrair em viagens. Will entra no clima de descontração e permite que o protegido legal conte com detalhes o flagrante da bebedeira e outras passagens bizarras dos meses de convivência. A visão aérea do capital do mundo impressiona todos incondicionalmente. O adulto se encaminha diretamente para o hotel e libera os estudantes para um breve passeio nas mediações da hospedagem. Famintos, a primeira parada é em uma pequena lanchonete.

_ Há dois anos, o Glee Club era um grupo de seis excluídos tropeçando pelo caminho com uma terrível interpretação “Sit Down, You’re Rocking the Boat”. Agora estamos no topo da cadeia de corais: Nacionais! – se exalta Kurt.

_ Eu quero ir até o Central Park, me divertir um pouco... – divaga Tina agarrando o namorado.

_ Eu quero jogar um monte de coisas da ponte do Brooklyn. – brinca o encrenqueiro.

_ Eu to louco para tomar um café no Central Perk... A cafeteria do Friends, sabem? – imagina o brasileiro arrancando gargalhadas dos colegas.

_ Você incinerou a sua massa cerebral com os seus cachinhos? Friends é uma série de televisão, Ligeirinho. A cafeteria faz parte do cenário! – ironiza Santana.

_ Existem várias filiais do Central Perk espalhadas pelo mundo, Santana. Meus pais como fãs inveterados de Friends me levaram à algumas. Se tivermos tempo, eu posso te levar também, Dan! – se oferece a judia.

_ Valeu! Seria muito engraçado entrar no Central Perk com a Rachel... – brinca o forasteiro.

_ Seria sensacional entrar no Central Perk com a Jennifer Aniston... – delira Sam, recebendo um belo beliscão de Mercedes.

_ Pessoal, antes de bolarmos planos temos que compor as músicas como o senhor Schue nos pediu. – relembra Finn.

_ Eu ainda não entendi porque não podemos repetir Loser Like Me... Nós arrebentamos nas Regionais! – sugere novamente o estrangeiro.

_ Não podemos ficar repetindo performances, especialmente, com músicas originais. – esclarece a pequena notável.

O grupo se distrai e acaba perdendo a hora em intermináveis voltas e paradas para bater milhares de fotografias. O professor precisa ligar para trazer os adolescentes novamente para a realidade e, enfim, para o hotel. Com o pequeno orçamento, a alternativa é separar meninos de meninas nos quartos e se apressar para a concentração para a competição. As dezenas de possibilidades mesmo isolados no hotel deslumbrando os jovens e o primeiro aborrecimento é retirar Puck, Lauren e Daniel da sessão de drinques do restaurante. A ordem do professor é especifica: compor os primeiros versos da balada antes do fim da tarde, senão nada de aventuras pela noite de Nova Iorque.

Meu Copo. Mesmo com o embalo do violão de Puck e do repique do bongô do brasileiro, a canção de autoria de Brittany não atinge o nível desejado para a disputa das Nacionais e a única serventia é empolgar os amigos com poucos resquícios de inspiração musical. A situação é inacreditável e a loira decide se intrometer para quebrar as regras e obter alguma criatividade. Afinal, os fins justificam os meios.

_ Nós temos que sair deste quarto se quisermos escrever alguma coisa que não fale de colchões ou copos de plástico. – propõe Quinn.

_ Eu concordo. Estamos na capital mundial dos artistas. Poetas, músicos, atores, dramaturgos. Todo sonhador que já passou por esta cidade. E se quisermos que nossos sonhos se tornem realidade, precisamos estar lá fora e não presos aqui. – o entusiasmo de Puck espanta os colegas _ E não precisam ficar assustados só porque eu fiz um discurso estupidamente bom.

_ É verdade, nós estamos empenhados em compor essas músicas há uma semana e não conseguimos nada... Então, acho que devemos apostar em algo diferente! – apóia Daniel.

_ É um argumento valido... E acho que algum tempo fora não nos causará tantos problemas, não é? – disserta o asiático.

_ Nós não precisamos escrever canções para as Nacionais. Nova Iorque escreverá por nós no momento certo! – a mensagem de Quinn é captada por todos.

A tarde é completamente perdida em passeios aos principais pontos turísticos da cidade e ninguém se preocupa na busca por inspiração. Com Will Schuester envolvido em seu próprio dilema entre a chance de alcançar o estrelato na Broadway e o amor por sua atual profissão, o resultado só poderia ser o desperdício das primeiras horas na metrópole. No retorno ao hotel, as meninas se perdem em uma guerrinha de travesseiros e os garotos incentivam o quarterback titular a convidar Rachel para um encontro e se comprometem em ajudar na construção de um clima totalmente romântico. A serenata dos meninos deveria consumar de maneira impecável a agradável noite do casal, entretanto, a menina considera cedo para retomar a abalada relação. A notícia da fuga generalizada aborrece as meninas deixadas para trás. Após o fora, Finn se recolhe aos aposentos ainda no início da noite. Os rapazes tratam de agradar as moças e revertem o quadro com outra apresentação em conjunto da canção “Bella Notte”. Na seqüência, a escolha é por mais inúmeras rodadas de truco e sessões de guerrinhas de travesseiros. Apenas Rachel se concentra genuinamente na tarefa prioritária.

Na manhã seguinte, Kurt se apressa em despertar Rachel para aproveitar o início do dia com todo o glamour disponível na metrópole. O sonho de ambos é abandonar a minúscula Lima depois da formatura do colégio e conseguir vagas em faculdades de Nova Iorque. O objetivo máximo é brilhar em musicais da Broadway. Quinn percebe a discreta movimentação e se irrita profundamente. Por que Rachel poderia traçar planos tão ousados quando ela sequer sabia o que fazer de sua vida? A raiva quase a faz cometer mais um terrível engano. Santana impede que a loira denuncie a pequena escapada da dupla de sonhadores, o que custaria a participação do New Directions nas Nacionais.

_ Quer saber? Nós entendemos. Você ta furiosa que o Finn te deu um belo pé na bunda e agora, está correndo atrás da baixinha novamente. Supere isso, porque a única pessoa que você estará sabotando com essa atitude besta é você mesma. – aconselha a latina.

_ Eu não ligo para uma estúpida competição de corais e muito menos para o que o idiota do Finn está fazendo agora! – grita a loira.

_ Pois, devia! Porque é a única chance que temos para realmente nos sentirmos bem.   

_ Eu não entendo como a vida pode dar tantas voltas nestes dois anos... Nós éramos as garotas mais populares do colégio... E agora, eu mal consigo me reconhecer... Berry vai voltar com o Finn, Tina tem o Mike... Zizes agarrou o Puck... Eu só queria que ele voltasse, sabem?

A confissão não é totalmente compreendida pela dupla de antigas lideres de torcida e a solução para a facilitar a reviravolta do humor da loira é drástica. Mercedes desce para o café ainda sonolenta pela conturbada madrugada repleta de gritos, brincadeiras, piadas e milhares de rodadas de baralho. Contudo, o saldo fora bastante positivo. Era notável a reaproximação do casal favorito e a possibilidade de passar um tempo extra com o namorado secreto sem levantar suspeita sempre seria bem-vinda. No restaurante, ela cruza com Tina, Lauren e acena para Daniel e Artie que retornavam para o quarto. A ordem de confinamento até a composição das canções continuava imperando e as meninas teriam que se apressar. Adiantadas, Tina e Lauren terminam a refeição e correm para namorar antes de mais um ensaio. A negra dá pouca importância para o horário e se alimenta aproveitando o raro sossego. Satisfeita, envia a mensagem de bom dia para o adorado loiro e se dirige novamente ao quarto. A movimentação exagerada e a porta trancada lhe causam estranheza.

_ O que está acontecendo aqui, garotas? - estranha Mercedes entrando no quarto revirado _ Ei, Quinnie, que novidade é essa? - referindo-se ao novo corte.

_ Não ficou incrível? - diz Brittany animadamente.

_ Yeah, ficou muito bonito! Bom, você ficaria linda de qualquer maneira, sister. - brinca a blackdiva.

_ A "sister" - ironiza Santana _ Estava se deprimindo pela falta de um bom homem ao seu lado... Então, nada como uma mudada no visual para melhorar o humor de alguém, não é?

_ É, ajuda bastante. Mas, como assim se lamentando pela falta de um cara? É sério, Quinn? - Mercedes estranha a razão do aparente desanimo.

_ Sinceramente, ela estava reclamando pelo pé na bunda do Finn e de como era injusto não ter alguém de verdade e blá-blá-blá. Agora, para encerrar a tarefa, precisamos da opinião de um cara.

_ Pela primeira vez, concordo totalmente com você, Santana, e sei exatamente quem pode nos ajudar! - diz saindo do quarto.

_ Mercedes, não ouse... - Quinn tenta impedir a amiga inutilmente.

Curiosamente, o recinto ocupado pelos garotos do New Directions estava humanamente organizado e a altura para ser invadido por Mercedes Jones. Os dois melhores dançarinos do coral se desafiavam ridiculamente em inúmeros saltos, enquanto Artie analisava quem havia efetuado a manobra mais impecável. Sam estava pendurado no telefone há quase meia-hora matando a saudade dos irmãos e aproveitando que as ligações nacionais estavam no pacote de hospedagem.

Finn estava em qualquer parte do hotel choramingando pela falha em seu romântico plano para reatar com Rachel e Puck deveria estar seja onde for, fazendo seja lá o que com a componente mais peculiar do Grupo. A porta é escancarada no quarto sem a menor cerimônia e Mercedes adentra interrompendo automaticamente o dueto acrobático ao solicitar a atenção do estrangeiro.

_ Ei, gato. Preciso de uma ajuda agora, pode ser?

_ Claro, minha querida! - sorri o forasteiro abraçando a amiga e atraindo o olhar do loiro _ Eu já estava ficando meio tonto com todos esses passos. Ficamos no empate, Mike? - o asiático aceita o resultado parcial e engata uma conversa com o cadeirante sobre possíveis rimas _ Algum problema, Mercedes?

_ Só venha comigo, tá gato? - ela fala puxando o rapaz para fora.

O forasteiro não se sente confortável ao notar que estava sendo arrastado para o quarto feminino sem sequer suspeitar do que iria encarar. O palpite mais promissor era que se tratando de Mercedes a situação não seria menos do que dramática. Afinal, Mercedes Jones adorava entradas triunfais. E bem, não foi de forma suave que ela se colocou para dentro do quarto. A primeira vista, o rapaz foi incapaz de decifrar o motivo de sua presença no mesmo recinto ocupado pelo trio de antigas líderes de torcida. O silêncio é quebrado pela voz estrondosa da diva com um pedido bastante revelador.

_ Então, Dan precisamos de uma opinião masculina aqui. Fala a verdade, o cabelo da Quinn não ficou ótimo mais curto? - questiona a garota com um sorriso debochado. Era tão óbvio.

_ Claro... - ele pausa ao fitar a garota _ Você ta linda. - fala simplesmente causando um leve rubor na face da loira.

_ Ok. Agora, Santana e Brittany vocês podem me ajudar em alguma coisa fora daqui? Sério, eu preciso respirar o ar de Nova Iorque! - força o confronto do casal.

_ Por que nós deveríamos te ajudar, Aretha? O Ligeirinho não é o seu homem? - o brasileiro revira os olhos _ Então, peça que... – ela entende a situação _ Espera! Você está querendo deixar esses dois a sós, né? Agora, faz sentido. Vocês são um casal! - os adolescentes se olham assustados _ A minha dúvida é quando isso aconteceu.

_ Eu não entendo. Foi antes ou depois da Quinn namorar o Sam ou o Finn? A minha cabeça dói se eu tento fazer muitas contas. - confessa Britanny.

_ Pelo histórico da Barbie, eu poderia arriscar que tudo rolou ao mesmo tempo. - provoca Santana.

_ Não, isso é diferente! - Brittany aponta para os dois _ Você não percebe? - a latina nega _ É fácil perceber que eles funcionam juntos, só precisam consertar o que já tem.

_ Britt, as pessoas não são consertadas. - tenta explicar Santana.

_ Ela não quis dizer que os dois precisam ser consertados, mas, que precisam consertar a relação e o sentimento que já existe, não é Britt? - a garota acena positivamente _  Vocês entenderam como é visível essa ligação? Por favor, conversem e tentem se acertar mesmo que sejam apenas amigos.

_ Você realmente acha que vale a pena conversamos? - o brasileiro pergunta olhando fixando para a antiga capitã das cheerios.

_ Eu acho, nós nem sequer nos falamos desde que voltamos de Charleston. - confessa ressentida.

As três meninas se retiram do quarto e Mercedes tem a cautela de explicar as ex-lideres de torcida que o relacionamento aconteceu ainda no ano anterior e somente depois da saída da então grávida da casa de Noah Puckerman. Brittany se compadece do entusiasmo da diva com a possibilidade de mais um casal ser formado no coral e mesmo Santana afirmar, relutante, estar na torcida. Entretanto, a conversa entre o pseudo-casal não refletia absolutamente em nada a alegria das companheiras. Muitos pontos precisariam ser revistos antes de qualquer decisão ou declaração romântica ser feita. Quinn estava plenamente consciente de que havia cometido inúmeros erros, especialmente, com o garoto a sua frente. Não era apenas o cabelo raspado que destoava da lembrança de 365 dias atrás no abrigo de Lima. O desconhecido que ela observava por mero passatempo praticamente não existia mais. O seu alvo de vigília cresceu de maneira extraordinária ao mesmo tempo em que ela se apequenou. A personalidade querida e cativante que era camuflada por um semblante carregado e esgotado durante a primeira passagem pelo Willian McKinley foi descoberta pelo mundo e, principalmente, pelo restante do Glee Club. O sorriso tornou-se constante e o antigo receio em demonstrar as emoções foi abandonado. De fato, o Daniel que a encantou agora estava escancarado aos quatro ventos. Enquanto, a versão mais verdadeira de Quinn Fabray foi encoberta pela antiga e impiedosa líder de torcida. E o rapaz que poupava palavras falava transparentemente através de seus olhos... E aquilo a sufocava por dentro.

_ Então?! - enfim, o silêncio é suspenso. O estrangeiro respira fundo e leva as mãos aos bolsos do jeans. Ele estava exausto.

_ Por favor, não me olha deste jeito, Daniel... - suplica a garota visivelmente abalada.

_ Eu nunca me importaria de te ouvir, mas, eu to cansado, Quinn. - confessa o brasileiro deixando-se cair em uma das camas.

_ Eu também não agüento mais... Me diz, então... O que eu faço para voltar a ser quem você me enxergava... Da forma que você me imagina... - solicita a menina tomando assento ao lado do rapaz.

_ Isso não existe... Nós não somos as mesmas pessoas... E eu nunca julguei você ou a sua decisão em recomeçar com o Sam. - ele a fita tristemente _ Mas, doeu a sua escolha pelo Finn... Nós estávamos nos aproximando e você sequer me avisou que aquilo não significava nada... Quinn, eu to esgotado... Porque sempre que algo indica que estamos chegando a algum lugar... Você prefere a opção mais fácil e foge... E quem acaba com o coração destroçado sou eu... Então, eu to no limite aqui. - o rapaz revela a magoa.

_ Isso é tão ridículo... Porque eu fiz de tudo para não carregar o mesmo peso do ano passado... Eu tentei de tudo para não sentir nada parecido... É injusto, porque eu abri mão de você e acabei com uma dor maior ainda. Agora... O Finn... Uau... - ela leva as mãos a cabeça e as primeiras lagrimas surgem _ Eu pensei que poderia consertar tudo se voltasse para ele... Que seria simples resgatar tudo o que eu tinha antes da gravidez. Honestamente, eu achei que poderia substituir você, mas, esquecer... - ela sorri tristemente _ Eu nunca seria capaz de esquecer você, estrangeiro. - ele corresponde ao sorriso _ Só que estraguei tudo... E acabei me perdendo completamente.

_ Você disse que tem medo do que sente por mim... E eu não sei se quero ou posso lidar com isso novamente... - ele tenciona se levantar, ela segura seu braço.

_ É absurda a forma com que a sua presença mexe comigo... - ele bufa derrotado _ Você me fez assustadoramente bem no ano passado e a sua ausência me quebrou por dentro... E... Você... Você é o terceiro pensamento que surge na minha cabeça todas as manhãs... Eu penso em abrir os olhos, suponho como estará a minha filha e, isso... Imediatamente me leva a você, Daniel. - ela segura firmemente a mão do brasileiro _ Eu não pedi você em casamento por desespero, eu fiz o pedido porque imaginei que nós poderíamos ser uma família... Eu desejei naquele segundo que isso acontecesse... E desde então a imagem do que eu deixei para trás me assombra. - ele silencia diante da confissão _ Você pode fazer o favor de dizer qualquer coisa... - exige a menina com a voz embargada.

_ A minha única dúvida... - o brasileiro finalmente vira-se para encarar a loira _ É se você ainda pensa naquela possibilidade... - relembra o jogo particular do casal.

_ Qual? – Quinn sorri refazendo a primeira conversa.

_ Nós! - ele esboça um sorriso invejável e leva uma das mãos ao rosto da jovem.

_ Eu estava esperando por um encontro para chegar a uma conclusão mais séria. - ela entra na brincadeira.

_ É, mas to disposto a considerar uma ação mais pratica para alcançar, finalmente, uma conclusão. - ele sela a milimétrica distancia.

O beijo é mais urgente e surpreende a garota. Daniel tenciona-se gentilmente sobre ela e os dois, praticamente acabam deitados na cama. Apesar de gostar da aproximação mais intempestiva do estrangeiro, Quinn sente soar mentalmente o alarme de perigo ao notar a mão dele deslizando além da sua cintura. Ela quebra a conexão e tenta conter a risada pelo desconcerto na feição do rapaz.

_ Excelente argumento, Daniel. Mas, no meu ponto de vista, nós devemos ir com mais calma, ok? - ela sugere depositando um casto selinho nos lábios dele.

O silêncio e o rosto apático gelam a menina. O rapaz retira o corpo de cima dela e rola para o seu lado, posicionando as mãos como sustento para a cabeça. Ela não encontra resistência para aninhar-se no peito dele. Temendo uma reação contrária, Quinn logo retoma o dialogo.

_ Você ficou chateado? Eu... Não... Bom... Não pense que eu não quero, tá? É só... Que... - ela se complica com as palavras.

_ Desculpa, se eu exagerei. - fala decretando o sossego dela _ Mas, eu não gostei deste seu ponto de vista. Eu tive que manter a calma este ano inteiro. - ele brinca.

_ Você me assustou, sabia? - ela fala levantando o rosto para encará-lo e, posteriormente, se aconchegando ainda mais nos braços do estrangeiro.

_ É, eu meio que descobri na metade da sua declaração que tenho esse efeito sobre você, Fabray. - gaba-se o rapaz, que passa um dos braços sobre os ombros dela.

_ Quando você se tornou tão insuportável? - ela estapeia o ombro do rapaz.

Daniel prefere não responder com palavras a pequena provocação e limita em depositar um rápido beijo nos lábios da menina, enquanto, reforça o abraço. Ela sente-se plenamente confortável.

_ Eu poderia ficar nos seus braços pelo resto da minha vida, mas... Ainda não seria o suficiente... - Quinn se apossa da frase que selou a despedida do quase casal há um ano atrás. Desta vez, o sorriso é genuinamente alegre.

_ Ei, essa frase é minha! - protesta divertidamente _ Então se acostume, porque agora que você voltou para o meu abraço, eu nunca mais vou te deixar sair daqui. - ele declara _ Nós ainda somos uma possibilidade ou nos tornamos realidade? - tenta selar o compromisso ainda no tradicional jogo do casal.

_ Você sempre foi uma realidade para mim, Daniel.

O brasileiro abre o sorriso mais exuberante que ela já testemunhou e se contenta em trazê-la ainda para mais perto. O som da porta sendo aberta recoloca o novo casal na atmosfera de Nova Iorque e Quinn cora diante do flagra, escondendo o rosto no peito do rapaz. Tina gargalha da cena e emite apenas a confirmação do que a maioria do Glee Club já desejava.

_ Pessoal, corre aqui! Agora, Quinnel é oficial! - grita a asiática.

A seqüência de ações e invasões ao quarto feminino passa sem que o novo casal consiga contabilizar. Quando se dão conta do que estava acontecendo são praticamente esmagados por um bolo humano. Kurt, Rachel, Mercedes, Tina e Brittany fazem um montinho sobre os dois. A atitude automática de Daniel é sobrepor-se a Quinn e receber a "carga" extra apenas em si. As risadas e piadinhas preenchem o recinto e relembram a antiga líder das animadoras como era simples alcançar algo tão formidável como a felicidade ao lado do "garoto do espanhol". Lauren também se esgueira para dentro do recinto com diversas notas de dólares nas mãos.

_ Lopez, Hummel, Pierce, Berry e chineses, cada um me deve dez pratas! Jones, valeu pela dica! Ganhamos uma bela grana apostando nestes pombinhos! – as notas são entregues para a negra para indignação dos outros. Tentando assimilar os acontecimentos, Daniel se senta na cama e questiona a inacreditável cena.

_ É sério? Vocês realmente fizeram um bolão sobre a gente? – o rapaz finge incredulidade. A loira apenas ri da estupidez dos colegas musicais _ Qual é a próxima aposta? – fala o rapaz sendo imediatamente estapeado pela aparente namorada.

_ Berry e Hudson. A maioria acha que os dois se agarram antes de pisarmos em Lima. – esclarece a latina para a gargalhada generalizada e a raiva descabida da pequena solista.

_ Honestamente, eu aposto cinco dólares que os dois mal agüentam a apresentação! – arrisca o brasileiro recebendo o apoio moral e financeiro de Quinn.

_ Aposta mínima de dez dólares, Ligeirinho. Próximo tópico... Senhor Schuester brilha na Broadway ou se martiriza em mais um ano como professorzinho medíocre em Lima? – a fala da namorada de Puck gera um silêncio constrangedor no recinto e o brasileiro se mostra estarrecido.

_ Sinto muito, Dan... Nós acabamos de saber através do twitter do Vocal Adrenaline. – revela a asiática.

_ Eu não sabia mesmo... Quero dizer... Semana passada, o senhor Schue formalizou a minha guarda definitiva... Vocês tem certeza disto? – o rapaz é confortado pela loira. O restante do Glee Club adentra ao quarto trazendo o citado professor e dezenas de pizzas.

_ Quem gostaria de experimentar pizzas genuinamente feitas em Nova Iorque?! – o animo do homem se esvai ao analisar o desanimo dos alunos.

_ Nós sabemos que o senhor está pensando em permanecer na Broadway para dirigir o musical da April Rhodes. – esclarece Mike _ Vimos as fotos dos ensaios no twitter do treinador do Vocal Adrenaline.

_ Nós entendemos, senhor Schuester e estamos extremamente felizes por essa oportunidade. Você nos inspirou de tantas maneiras, que seguir o seu sonho se torna mais uma importante lição. – Rachel fala sinceramente. Entretanto, o forasteiro não compactuava com as idéias apresentadas pela judia.

_ Confesso que estive em um dos ensaios do musical para agradecer pessoalmente à April pela oferta, mas, eu recusei. O meu lugar é junto com vocês, crianças. Eu já tive meu momento no palco e foi glorioso. Agora, o meu objetivo é possibilitar que vocês sintam o mesmo... Além disso, nós somos uma família mais do nunca! Você entendeu, Daniel? – o brasileiro gesticula positivamente caindo nos braços de Quinn. Finn estranha a aproximação da dupla e Puck lhe atualiza sobre o novo casal. Aprovados _ Agora, peguem seus cadernos... Temos muito trabalho pela frente!

_ Na verdade, acho que consegui escrever uma balada descente para o dueto e, gostaria de cantar com a Rachel, senhor Schuester. – fala timidamente o quarterback.

_ Nós estamos bem adiantados na melodia da música em grupo... Só estamos com problema para desenvolver a letra... – esclarece Sam.

_ A coreografia ta praticamente pronta... Faltaria apenas sincronizar com a canção. – declara Tina.

Will fica abismado com o progresso de seus alunos e determina tarefas especificas para cada integrante. Rachel e Finn se isolam para ensaiar a apresentação e o conteúdo da canção afeta a menina. A música era simplesmente fantástica. Sam, Puck, Daniel e Tina se responsabilizam em finalizar a parte instrumental do número realizado em coletivo e o restante se encarrega de elaborar a letra correspondente. Will fiscaliza todo o processo incrivelmente feliz. Não poderia ter tomado uma decisão mais adequada. As propostas de rima de Santana e Mercedes se mesclam impecavelmente e a letra, finalmente, nasce. Com a melodia completa, Mike e Brittany encaixam os passos de dança e sugerem duas seqüências acrobáticas em trechos distintos da apresentação. O brasileiro incorpora movimentos mais ousados e sugere a execução de passos em conjunto com o asiático. A performance do New Directions começava a ser modelada e a classificação para a batalha dos dez melhores corais do país não parecia tão improvável.

Yeah Shorty got down to come and get me

Yeah I got so caught up I forgot she told me

Yeah Cause if my girl new it'd be best to hold me

Yeah Next thing I knew she was all up on me screaming

Yeah, Yeah yeah, Yeah yeah, Yeaah

O palco intimida os estudantes da modesta escola Willian Mckinley. A imponência do teatro se compara com os grandes palcos da Broadway e a ansiedade atinge os quatorze integrantes. A primeira equipe utiliza o hip hop contagiante de Usher e ajuda a aliviar a tensão dos adolescentes. O ritmo eletrizante do sucesso “Yeah” estimula Daniel e Mike a praticamente se sacudirem nas cadeiras. Tina e Quinn precisam conter a empolgação dos dançarinos e as risadas são incontroláveis. Puck e Sam puxam o refrão e se mexem na batida do número realizado a sua frente. Will aprova a descontração de seu coral e percebe que as exceções se limitam aos solistas. A letra de “Pretending” havia abalado sentimentalmente os antigos namorados e a torcida do maestro era que conseguissem canalizar tamanha entrega em sua performance.

Baby, 'cause I don't need anything else but your love!

Nothing but you means a thing to me, I'm incomplete!

When you're not there, holding me, touching me,

I swear all of the rest could just disappear.

And I wouldn't even care, as long as you're there!

A interpretação da pequenina Sunshine Corazon impressiona pela perfeição na combinação vocal e sentimental. Sam e Daniel ficam boquiabertos com o talento desperdiçado pelo New Directions no início do ano letivo. A tática descrita por Jesse é seguida a risca. O número do Vocal Adrenaline é construído totalmente em torno do talento espantoso de Sunshine. Nem mesmo Jesse St. James é intocável, afinal, ninguém é insubstituível.

Os integrantes do Glee Club são chamados para os bastidores. Seriam os próximos. As mãos de Finn suavam e Rachel tentava transparecer paciência para acalmar o companheiro de palco. Escorado na parede do vestiário, o brasileiro se limita em fitar os colegas que repassavam as últimas partituras musicais e coordenadas da coreografia. Quinn termina de se aprontar e encontra o estrangeiro com um semblante bastante sereno para a ocasião. A ação da garota pega o rapaz de surpresa. O beijo desconcerta o introspectivo atleta.

_ Eu ainda não me acostumei com isso... – revela o forasteiro abraçando a loira.

_ O que?

_ Felicidade. – ela cora com a declaração _ Nervosa?

_ Ansiosa. E você pronto para fazer todos aqueles saltos? – ele gesticula positivamente e deposita mais um singelo beijo nos lábios da garota. A ação desencadeia a pragmática onda de gozações. Mercedes é a mais obsessiva em debochar do casal.

O apresentador anuncia o coral New Directions da minúscula Lima em Ohio e os holofotes destacam Rachel e Finn. A paixão é visível em cada verso interpretado e a composição combina totalmente com a realidade protagonizada pela dupla.

Face to face and heart to heart

We're so close yet so far apart

I close my eyes, I look away

That's just because I'm not okay

O detentor do título nacional adentra ao auditório e admira a evolução artística da antiga namorada. Jesse não costumava se arrepender de seus atos, considerava tal atitude desprezível, contudo, não havia meios de negar o obvio. Amaldiçoava diariamente a imbecil atitude em priorizar a fama e encerrar prematuramente sua história com a garota do palco. Rachel Berry seria uma estrela algum dia, pena que brilharia no céu de outro alguém.

Will we ever say the words we're feeling

Reach down underneath and tear down all the walls

Will we ever have a happy ending

Or will we forever only be pretending

Will we always be pretending?

A letra é fascinante e consegue emocionar novamente os membros do coral. A história narrada poderia representar qualquer um ali. Santana e sua dificuldade em reconhecer o amor descomunal que nutria pela melhor amiga... A arrebatadora paixão que Artie guardava silenciosamente pela ex-namorada... O sigilo impróprio em que Mercedes e Sam mantinham para a recente e terna relação. A carapuça de durona sustentada dia após dia por Lauren, que temia se apegar demais ao namorado encrenqueiro, que escondia do mundo a crescente agonia sobre o paradeiro da filha e a insegurança latente que Tina insistia em cultivar em relação ao devotado namorado. Entretanto, nenhum casal se enquadrava tão bem na descrição assinada por Finn como Quinnel. O fingimento quase culminou na abreviação do romance antes de sua própria concretização. Pelo menos, a espera resultou em um justíssimo “final feliz” e a vez do desfecho “Finchel” se alinhou ao encerramento da balada. O inesperado beijo calou a multidão e apavorou os jurados. Com silêncio ou aplausos, o show tem que continuar... E que show! A alucinante e coletiva Light Up The World coloca o teatro abaixo.

Hey you and me keep on dancing in the dark

It's been tearing me apart

Never knowing what we are

Hey you and me keep on trying to play it cool

Now it's time to make a move

And that's what I'm gonna do

A atenção de Daniel e Mike se divide entre os passos em grupo e a primeira seqüência de saltos mortais. A sincronia da dupla deveria ser impecável para causar o efeito esperado. A parte interpretada por Artie acende o alerta para os dançarinos, que se encaram e disparam em lados opostos... No instante em que a batida ritma o refrão, os dois se cruzam no meio do palco e saltam magistralmente executando duas acrobacias semelhantes em cantos opostos. A multidão levanta admirada e explode em aplausos... Primeiro ato bem sucedido. Agora, a responsabilidade em eletrizar o espetáculo cabia unicamente ao forasteiro.

Let's light up the world tonight

You gotta give up the bark and bite

I know that we got the love, alright

Come on and li-li-light it up

Light it up tonight

O revezamento de vozes e a chance de brilho escancarado para os membros indistintamente agrada aos juízes, especialmente, pela constante presença de Artie na mira dos holofotes. O menino era motivo de orgulho para o coral. Brittany toma o lugar de Tina na linha de frente e a movimentação para a principal série da coreografia é iniciada pelo grupo com excelência. Uma espécie de túnel é efetuada para facilitar o deslocamento dos respectivos integrantes... Quinn desce cantando a deixa exata e abrindo alas, coincidentemente, para o show particular do estrangeiro. Três saltos rápidos e sintonizados com a melodia. Um movimento semelhante a uma “estrelinha” sem o apoio das mãos, sucedido por um flique de costas com as mãos no chão e para finalizar e levantar novamente o público... Um salto mortal típico das rodas de capoeira... Um mortal chutado... O espaçamento entre os adolescentes é desfeito e as palmas ecoam no teatro levando Will a sensação de pleno orgulho. Jesse deixa escapar uma observação de fascínio e se remexe na poltrona. Apenas um erro afastaria o New Directions da disputa pelo título nacional. Maldito Finn Hudson.

A infelicidade e o sentimento de culpa atingem os principais artistas da noite. O argumento do consultor de que o beijo seria considerado amador e lhes custaria a competição se concretizou. Entretanto, o pequeno coral de Ohio se qualificou em décimo segundo em uma disputa monstruosa com os cinqüenta melhores corais dos Estados Unidos. A eliminação precoce espantou totalmente o animo dos adolescentes e no caminho de volta para o hotel, Finn e Rachel mal tiveram a coragem de se encarar. Jesse não calava a maldita boca repetindo incansavelmente como o comportamento dos solistas foi inapropriado e prejudicial para o coletivo, pensamento tão defendido pela ideologia do Glee Club. O professor de espanhol precisa se manifestar diretamente ao jovem “penetra” para que pudessem desfrutar de algum sossego. Apesar do resultado abaixo das expectativas, Daniel e Mike consumiram o trajeto inteiro discutindo os passos descobertos na competição. Tina contribui sumariamente para a conversa e Quinn se limita a rir da animação descabida da dupla. Logo o comparsa de seu aparente namorado se aproxima e elogia a performance acrobática. A companheira do moicano rapidamente se aproxima do grupinho e, não escondendo a chateação, entrega um pequeno bolo de notas para o brasileiro.

_ Você ganhou, Ligeirinho! A Berry e o Hudson não conseguiram se segurar nem durante a apresentação! Idiotas! – pragueja Lauren Zizes.

As risadas explodem com a declaração da integrante do Glee Club e a mórbida atmosfera diminui consideravelmente. Contudo, a tensão retorna no momento de arrumar as malas e voltar para a casa. Santana se descontrola e ataca verbalmente o casal responsável pela eliminação. Sam, Mike, Dan e Quinn tentam conter o impacto da furiosa latina. Apenas Brittany é capaz de contornar a situação e colocar um pouco de juízo na cabeça da melhor amiga. Com a trégua declarada temporariamente, as meninas conseguem arrumar a bagagem. Os garotos não guardam tanta magoa do quarterback e o clima no quarto masculino é moderadamente camarada. Na o saguão de saída do hotel, as meninas se aproximam do “garoto do espanhol” curiosas sobre a intensidade das ofensas proferidas pela antiga líder de torcida. O novo casal estoura em mais risadas e tenta traduzir com palavras mais suaves o contexto do desaforo. O professor agiliza o encerramento da hospedagem e encaminha os alunos para o aeroporto. Mais um período de espera para a decolagem repleto de tensão, frustração e raras brincadeiras. No avião, o silêncio cede espaço para a gozação tardia pela formação dos novos pares do Glee Club. Quinn e Daniel e Rachel e Finn são extremamente zoados pelos amigos, mesmo Santana dispara piadinhas sobre os casais. A sintonia entre Mercedes e Sam se torna mais visível e as desconfianças surgem. Puck solta uma provocação que acaba com efeito totalmente contrario.

_ Nova aposta no mercado, galera! Quero saber quem vai comandar essas relações? No caso do meu melhor amigo... Sinto muito, Finn, mas todo mundo lembra de como você era um belo pau mandado no início do ano. – o grandão se esconde e a judia apressa em defendê-lo.

_ Vinte dólares a favor da Quinn! O Ligeirinho já se dobrava a todas as vontades da Mercedes, imagina agora nas mãos da Quinn! – ataca Tina arrancando risos dos companheiros e forçando a cara de poucos amigos no forasteiro. A loira abraça o rapaz e promete não “pegar pesado”.

_ É, nesse quesito a anã ainda merece o meu respeito. E, convenhamos para alguém que tem o apelido de “Ligeirinho”, você foi bem lento, né... A Mercedes praticamente forçou a situação... Eu esperava mais de você, Daniel. Por isso, minhas apostas são totalmente femininas desta vez. – a latina destila seu conhecido humor negro.

_ Puckerman, você não cansa de fazer tanta merda, não? – reclama o brasileiro _ Olha o que você fez! Justamente o cara que mal respira se a Zizes não autorizar!

Will respira aliviado pelo rumo mais cômico adotado pelos estudantes. As piadinhas duram até a aterrissagem e a recepção dos familiares auxilia na manutenção do bom-humor dos adolescentes. A folga extingue e a aproximação das férias causa o sentimento oposto na dupla de encrenqueiros do Glee Club. Apesar da melhora nas médias, as notas de Puck e Daniel nas matérias exatas estavam extremamente baixas e a única alternativa seria cursar a recuperação durante o verão para manter em cogitação a entrada em universidades através de bolsas de estudo. Mesmo o desregrado jogador de futebol começava a se preocupar com o futuro e a possibilidade de ingresso no ensino superior parecia bem satisfatória. Entretanto, o recesso faria bem para todos, inclusive, aos alunos mais indisciplinados. A surpresa que o maestro preparou para o protegido rendeu excelentes momentos. Simplesmente, Will Schuester propôs que os dois passassem o mês de folga do estrangeiro no Rio de Janeiro. A felicidade por poder visitar a pátria levou o rapaz as alturas ainda mais pela agradável certeza de retornar para a “casa” depois do período de férias. O único impasse seria contar a novidade para Quinn... A última despedida entre o quase casal não proporcionara boas lembranças. Por isso, a mudança no status no seu Facebook pareceu ideal.

_ Estudando na última semana de aula? Isso não é normal para você ou para qualquer pessoa com vida social. – brinca a loira chegando sorrateiramente na biblioteca.

_ É bem comum para quem ficou de recuperação em cálculo. – esclarece o imigrante sorrindo ao vê-la.

_ Eu não acredito! Você vai ter que freqüentar a escola durante o verão inteiro? – Quinn toma assento a frente do brasileiro.

_ Não, eu ainda vou ter dez dias de aula e devo voltar para o colégio duas semanas antes de vocês. Pelo menos, o Puck vai me fazer companhia. – debocha.

_ Belo consolo. – ele gargalha _ Mas, serve como ótima desculpa para que eu passe ainda mais tempo com você, estrangeiro. – fala alcançando a mão dele _ Eu sinto muito pela recuperação, só que eu suspeito que não foi apenas para isso que você me chamou. 

_ Você ta certa... Mas, senta aqui do meu lado... – ela acata o pedido e é imediatamente envolvida pelo abraço estrangeiro _ Eu vou sentir falta de ter você nos meus braços... – ela lhe mira completamente aflita _ Ei, não me olha assim... Eu volto desta vez, ta?

_ Você vai para onde, afinal? – ela apóia-se totalmente no peitoral do rapaz.

_ Eu vou passar o próximo mês no Rio de Janeiro com o senhor Schuester. – ele responde categoricamente.

_ Que bom! Eu fico feliz que você VISITE – frisa bem a palavra – o Brasil. Eu sei que você sente saudade do seu país. – ela se aconchega melhor nos braços do garoto _ Quando você viaja e, por que diabos me contou só agora, Daniel? – tenta frustradamente soar irritada.

_ Em duas semanas... Eu espero que você se comporte, Quinn Fabray. Afinal, eu tenho os melhores informantes de Lima. – brinca referindo aos fofoqueiros de plantão do Glee Club, ela finge indignação.

_ Então, como ninguém te contou que eu andei conversando com o Puck nestes dias? – provoca, ele ergue uma sobrancelha contrariado _ Não precisa ficar com essa cara. Até parece que a Lauren me deixaria sozinha com o Puckerman.

_ Eu não estou desconfiando, é que... Achei estranho ele não ter comentando nada. A conversa era sobre a... – ela lhe interrompe.

_ Ele queria falar com você para evitar qualquer confusão, mas, eu mesma queria te contar. É, exatamente sobre a nossa filha. Eu... Fiquei pensando nisso desde a nossa conversa em Nova Iorque... E nós decidimos pedir a ajuda da Rachel para localizar a Shelby... Não que eu queira me enfiar na vida da Beth, só quero ter certeza de que ela está bem... Está feliz... – Quinn confidencia a preocupação, o rapaz intensifica o laço corporal.

_ Eu entendo... Nós temos bons planos para as férias, não é? – ele sorri sutilmente.

_ Ótimos. – ela sente o costumeiro carinho em suas madeixas _ Agora, me explica a mudança do seu status no Facebook... A Mercedes quase teve um ataque quando me viu no corredor esta manhã... Por acaso, você esqueceu de me avisar ou o relacionamento é com outra pessoa? – ela brinca corando parcialmente.

_ Eu pretendia usar como último recurso se a viagem causasse algum problema... – responde simplesmente.

_ Não que nós não estejamos juntos realmente, mas, você poderia ter me falado sobre isso, não é? Eu mudaria o meu status também. – ela gargalha _ Agora, estrangeiro, eu estou esperando por um encontro e um pedido digno para chegar a uma conclusão mais séria sobre nós. – ele lhe beija.

_ Então, mel e grude, podemos parar com a pornografia e nos apressarmos para o ensaio do coral? – debocha Mercedes interrompendo o casal com Sam a tira-colo.

_ Vocês não tão passando muito tempo juntos, não? – dispara Daniel com uma pontada de ciúme pela repentina intimidade entre a negra e o loiro.

_ Você anda para cima e para baixo com essa loira aguada e eu nunca reclamei, meu gato. Agora, agüente a minha vingança! – brinca a diva agarrando o braço do rapaz _ E justamente na biblioteca? Você não poderia arrumar um lugar mais romântico para pedir a minha sister em namoro?! Francamente, Dan!

_ Pra que melhor? Foi aqui que tudo começou... – relembra o rapaz ampliando o sorriso e recebendo um beijo no rosto da loira pelo pequeno galanteio. O cumprimento de Finn limita o interrogatório de Mercedes sobre a oficialização do casal _ Olha, quem é vivo sempre aparece!

_ Que bom que Rachel conseguiu traze-lo de volta, Finn! Nós estávamos loucos atrás do nosso baterista... Bolamos um número para o último ensaio do ano... – Sam coloca o rapaz a par da situação. As meninas se entreolham _ Nada de mais, meninas. Só queremos mostrar uma canção que tiramos em Nova Iorque.

Os componentes do Glee Club se reúnem pela última vez no ano e apreciam o pequenino troféu de décimo segundo lugar nas Nacionais. Emma também comparece ao encontro informal e parabeniza os alunos pelo excelente resultado. Will reconhece estar plenamente satisfeito com o desempenho do New Directions e deseja um ótimo verão para os adolescentes, revelando que as suas férias seriam fantásticas e inesquecíveis já que conheceria o Rio de Janeiro na companhia de um exímio guia. Os olhares são direcionados imediatamente para a namorada do brasileiro, que revela estar ciente e ter autorizado previamente a viagem internacional. As risadas ecoam no estúdio e Will solicita que os meninos apresentem a famigerada apresentação criada em Nova Iorque nos intervalos dos verdadeiros ensaios. Finn se acomoda na bateria, Sam e Puck empunham os violões e Dan se posiciona diante da percussão. A dança inicialmente ficaria restrita a Artie e Mike.

Hoje à noite você não estará sozinho

Basta deixar os seus problemas na prateleira

Você não vai querer estar em nenhum outro lugar

Então vamos lá, então vamos lá

Sam larga o violão e canta os primeiros versos interagindo com a improvisada coreografia. As meninas gargalham com a famosa performance e colaboram batendo palmas no ritmo da canção. A tensão desaparece completamente e as besteiras protagonizadas pelo loiro geram sonoras risadas da ala feminina. Mike chama Tina para acompanha-lo nos inusitados movimentos e Brittany prontamente se coloca a disposição do ex-namorado para executar alguns passos. Imediatamente, Santana, Lauren e Mercedes abandonam as cadeiras e se misturam aos empolgados garotos. Kurt é obrigado pela melhor amiga a aderir ao número. Rachel opta por cercar o recém conquistado namorado na bateria e enche-lo de mimos. Quinn segue o modelo da pequena notável e se aproxima do adorado forasteiro abraçando-o pela cintura. Automaticamente, Daniel abre espaço para a loira experimentar o repique diferenciado da percussão. A falta de jeito da garota leva o brasileiro as risadas. O instrumento é trocado apropriadamente pelo centro da sala e o batuque substituído pelos passos simples da coreografia. Will encara Emma com um sorriso invejável. A sensação de dever cumprido mal cabia no peito do maestro. O orgulho transparecia nitidamente em seu semblante... Independentemente de títulos ou estatísticas, o mero professor de espanhol colocou sua vida novamente nos trilhos graças à alegria daqueles quatorze fantásticos jovens. Que venha rapidamente o próximo ano, pois, enquanto estiver reunida não havia dúvidas de que a família New Directions permaneceria bem, inacreditavelmente, bem.

Nós somos jovens, corremos livres

Ficamos acordados até tarde, não dormimos,

Temos nossos amigos, temos a noite, nós vamos ficar bem!

Jogamos nossas mãos ao ar, garotas bonitas em todos os lugares

Temos nossos amigos, temos a noite,

Nós vamos ficar bem!


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Notas finais do capítulo

Último capítulo da segunda temporada de Glee e, consequentemente, de We'll Be Alright. Agradeço pelas pessoas que sempre acompanharam a fanfic e me motivaram a prosseguir com a escrita! Enfim, o encerramento foi adequado? E, estive pensando em encerrar definitivamente a história com um pequeno bônus sobre as férias de verão. O que acham? Valeria a pena?
Bem, foi muito agradável escrever essa fanfic sobre a "presença de um brasileiro em Glee", espero que vocês tenham compartilhado da mesma forma desta trajetória. A terceira temporada estréia em breve e... Fica a pontinha de vontade em dar seqüência ao enredo... O que vocês acham? Apesar de tentar permanecer sempre fiel ao enredo, provavelmente, eu escreveria com mais liberdade numa hipotética seqüência e, definitivamente, faria menos capítulos. Mas, acham a ideia valida? Fico no aguardo de opiniões! Novamente obrigada pelo interesse.



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