Well Be Alright! escrita por CrisPossamai


Capítulo 14
Funeral




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George Eliott escreveu uma vez...

"Não há desespero tão absoluto como aquele que vem com os primeiros momentos de nossa primeira grande tristeza. Quando ainda não sabemos o que é ter sofrido e ter se curado. Ter se desesperado e recuperado a esperança."

Houve desculpas esfarrapas de Finn e acusações infundadas de Jesse. Nenhuma das palavras contribuiu para diminuir a decepção estampada nos rostos das ouvintes. Quinn não queria escutar mais lamentos. Rachel não precisava testemunhar mais uma atuação melodramática. Ainda bem que o foco estava totalmente direcionado para as Nacionais. Diante disto, problemas e discussões deveriam ser deixados em segundo plano. Depois de dois anos de trabalho árduo e superação, o New Directions merecia estar no topo do mundo. Entretanto, ninguém prometeu que estariam livres de turbulências.

— Eu quero apresentar o nosso novo consultor, Jesse St. James. – anuncia Will Schuester no primeiro ensaio da semana _ Também quero frisar que ainda estou no controle, ok? Tenho toda a confiança do mundo em vocês. Só acho que podemos usar toda ajuda que conseguirmos. Então, vamos continuar com a nossa tendência bem-sucedida de fazermos músicas originais. Estou pensando em um número coletivo e um dueto.

— Eu e a Rachel deveríamos fazer o dueto. Arrasamos nas Regionais do ano passado. – sugere Finn entusiasmado.

— Sim, arrasou a gente. Nós perdemos. – Quinn dispara ressentida pela animação inoportuna do namorado.

— Eu concordo que Rachel mereça destaque, mas, Finn, é melhor você ficar fora desta vez. A maioria dos caras daqui são cantores mais talentosos e Mike Chang e o Daniel, que mal se arriscam em solos, são excelentes dançarinos. – o consultor ataca impiedosamente _ Você se apresenta com a presença de palco de um zumbi. – o quarterback retribui a ofensa com xingamentos. O brasileiro se irrita pela tremenda perda de tempo.

— St. James pode ter vencido quatro campeonatos nacionais, mas, foi estúpido o suficiente para ser expulso da faculdade no primeiro semestre! E nós nem vamos considerar que esse idiota só ta fazendo isso para chamar a atenção da Rachel?! Sinceramente, senhor Schue, eu to cheio de coisas para estudar e não to a fim de ficar ouvindo as asneiras do seu novo consultor... Posso ir para a biblioteca? – Mercedes tenta conter a explosão do amigo. Desde o acontecido no baile e a resolução do drama Fuinn, o forasteiro estava irremediavelmente mal-humorado.

— Claro que não, Daniel. Nós devemos priorizar a preparação para Nova Iorque e espero que ninguém resolva relaxar justamente agora. Jesse, você deveria pegar mais leve com seus conselhos.

— UAU! Bons argumentos para alguém praticamente invisível no ano passado. – o imigrante bufa _ Bom, a estratégia dos campeões é identificar sua estrela e construir a apresentação ao seu redor. – arquiteta o antigo solista do Vocal Adrenaline.

— Por isso, teremos audições para encontrar o nosso astro nesta semana – define o maestro.

— Então, o papo de nos aceitarmos como somos e de trabalhar em equipe era besteira? – questiona acertadamente Puck.

O professor encera o protótipo de ensaio e declara que as inscrições para a disputa do papel principal nas Nacionais estavam oficialmente abertas. Apenas Kurt, Santana, Mercedes e Rachel se mostram interesse. O falecimento da simpática Jean afeta parcialmente o Willian Mckinley. Kurt e Finn tentam levar alguma espécie de consolo para Sue Silvester, entretanto, lidar com a perda de entes queridos é desconcertante. A incapacidade da treinadora em retornar ao antigo quarto da irmã ou mesmo pensar nos detalhes para o trágico funeral é reconhecida diante dos jovens, que abraçam a causa e decidem conceder aos conhecidos da adorável figura a oportunidade de se despedir. Ninguém gosta de gastar a juventude fantasiando sobre a hora de partir deste mundo, entretanto, os membros do New Directions nunca estiveram tão expostos aos dolorosos ritos de adeus.

Com boa parte do coral ocupado na disputa pelo solo nas Nacionais ou nos preparativos para a triste despedida da adorável irmã de Sue Silvester, Artie, Puck e Daniel gastam o tempo livre revisando a matéria de geometria para as provas finais. Os encrenqueiros estavam convictos de que não escapariam da recuperação.

— Eu não acredito que nenhum cara se empolgou em brigar por um solo! – estranha o brasileiro. _ Além do Kurt, obvio.

— Por que você não tentou? Eu nunca perderia o meu tempo competindo com aquelas malucas. Se nem o Finn se empolgou, eu não arriscaria a minha pele contra Rachel e Santana. – desdenha o moicano.

— Você namora Lauren Zizes e tem medo da Rachel? – questiona o cadeirante constrangendo o bad boy _ Honestamente, eu não tenho o menor interesse em lidar com tanta responsabilidade.

— Fala sério, Artie! Desde que o seu namoro terminou, você ta irritantemente desanimado e... Espera! – o celular do brasileiro toca interrompendo o dialogo.

A feição do estrangeiro descolore com o processamento das informações e as poucas falas captadas são suficientes para que Noah dispare a procura de Willian Schuester. Algo extremamente doloroso estava sendo revelado para o melhor amigo naquele momento. O aparelho cai das mãos do adolescente e o deficiente físico se antecipa em desligar a torturante ligação. Silêncio. O barulho de passos apressados quebra a monótona e desagradável situação. Daniel balbucia palavras repetidamente e tenciona se levantar, quando o adulto lhe intercepta e exige a explicação do ocorrido. O esclarecimento desestabiliza mesmo a dupla de espectadores. Cruel coincidência.

O funeral da irmã caçula da treinadora das cheerios é elegantemente triste. Dezenas de pessoas se acomodam na modesta capela e se comovem com o discurso de adeus escrito por Sue e lido pelo professor de espanhol. Os integrantes do Glee Club não seguram as lágrimas e os únicos informados da segunda tragédia confortam o forasteiro. Mesmo que o luto provoque sensações semelhantes, a temida tarefa designada ao menor de idade era inexplicavelmente mais destrutiva do que a despedida para a técnica.

“Quando se ama alguém, como eu a amei, é como se estivesse preso a uma corrente invisível e não importa quão longe esteja, você sempre poderá senti-la. E agora, sempre que sinto essa corrente, sei que não há ninguém na outra ponta e sinto como se estivesse caindo no absoluto nada. Então, lembro da minha irmã.”

 

Os adolescentes se levantam e, Will, impede o movimento do protegido. A ação contraditória desorienta o grupo, entretanto, Puck e Artie são rápidos para conduzir a situação da maneira desejada. Quinn observa com um estranho desconforto a emblemática expressão facial do seu alvo. Jamais a feição do estrangeiro estivera tão apagada. Os olhos melancólicos, o rosto aflito e as mãos incessantemente transitando entre os cachos e os olhos. Ele estava chorando? O maestro repousa o braço nos ombros do garoto e a atitude desespera a loira. O que estava acontecendo?

A canção preferida de Jeannie é excepcionalmente interpretada pelo New Directions e, aos poucos, as pessoas se aproximam para o último aceno. Daniel some e a pressa do encrenqueiro em segui-lo aumenta a sensação de pavor da antiga líder de torcida. A atmosfera no interior da igreja se torna intragável e o imigrante busca algum sossego na parte externa. O impensável é encontrar a fatia de conforto nas palavras da pessoa que mais se dedicou a aterrorizar o coral.

— Ei, criança! – Sue se aproxima do banco ocupado pelo estrangeiro.

— Ei, treinadora! Eu sinto muito pela sua irmã... – declara o rapaz com a voz embargada.

— Obrigada. – agradece sinceramente _ Significou muito você ter vindo, e, eu sinto muito pelo seu tio. – a mão da mulher acaricia levemente os desgrenhados cachos.

É tão estranho, os bons morrem jovens... Assim parecer ser quando me lembro de você... Que acabou indo embora cedo demais¹... — timidamente, o menino improvisa a tradução da lindíssima canção de Renato Russo.

— Música brasileira? – ele confirma _ Bela canção. Eu admiro a sua força, ligeirinho, em querer fazer isso por conta própria. Mas, é algo pesado demais para uma criança suportar sozinha, então, mantenha-se firme, certo?

— Prometo tentar... Treinadora, qual é a pior parte disto tudo?

— A parte mais difícil em se despedir, menino, é ter que fazer isso todos os dias.

A adulta se levanta e encara o adolescente a sua frente com uma ponta de incentivo. Infelizmente, ambos tinham muito em comum naquele momento. “Você ta feliz agora? Estou sentindo o suficiente para você? A lágrima. A discussão. A batida da porta. O fim. Mais um erro. Mais um gigantesco erro para a interminável lista de bobagens de Finn Hudson. Nada poderia consertar os problemas que tivera com a primeira namorada no ano anterior e o estúpido resgate serviu apenas para atrasá-los. Para magoar. Para camuflar o inevitável. Não existia mais nenhum rastro do primeiro amor. Somente a falsa sensação de bem-estar. Atualmente, substituída pelo arrependimento. Quanto tempo desperdiçado! O quarterback descarrega a raiva no volante. Tantas pontes para serem refeitas e a dúvida... Seria tarde demais?

O garoto do moicano tagarelava com o garoto da cadeira de rodas, aparentemente, sobre o garoto do espanhol. Instantaneamente, Quinn limpa as lágrimas e a mente dos resquícios de decepção pelo termino do namoro. A intenção se limitava em conseguir uma carona para casa e descarregar a dosagem cavalar de emoções no travesseiro. Entretanto, os planos seriam radicalmente alterados. Lauren se compadece pelo estado lamentável da ex-rival do baile e permite a entrada no carro do namorado. Puck estava estranhamente elétrico e falando descontroladamente. A namorada mostra compaixão pelo abalo emocional do rapaz e se dispõe em dirigir. A continuidade da conversa acaba com o restante de controle que a loira mantinha.

— Então, você e o quatro olhos vão mesmo acompanhar o Ligeirinho? – a frase de Lauren congestiona os pensamentos da passageira.

— Vamos. Ele não quer que o senhor Schuester interrompa os preparativos para as Nacionais. Tudo bem para você, baby? Nós partimos em meia-hora. – a fala de Puck é totalmente surreal.

— Eu me zangaria se você não fosse, Puckerman. O garoto não merecia passar por isso.

— Alguém pode me dizer o que ta acontecendo com o Daniel? – suplica a menina. O casal se entreolha. A lutadora dá de ombros, o rapaz suspira cansado _ Por favor, Puck.

— Ainda é segredo, Quinn. – a angustia da garota é incontestável _ Bom... Isso vai vazar mesmo... Ontem, nós estávamos na biblioteca, quando o Dan recebeu uma ligação... O tio dele morreu em um acidente... E. Ah... Precisa que um familiar acompanhe todo o processo, entende? E como o pai dele ta preso... – o bad boy conta a horripilante tarefa.

— Vocês saem em trinta minutos? Passe na minha casa. Vou estar pronta. E juro que te persigo até a Carolina do Sul, senão me levar junto! – a fala incisiva da loira e a estrondosa batida a porta não deixam dúvidas. O trio acabara de se converter em quarteto. A lutadora se mostra indiferente e somente recoloca o carro na estrada.

Pela quarta vez, o professor suplica para que o adolescente reconsidere a jornada com os amigos e permita a sua presença. Rejeição sumária. O brasileiro afirma que a ação deveria ser feita exclusivamente por ele e que nada mais deveria desviar o foco do coral das Nacionais. A estimativa era que na segunda-feira estivessem de volta. A buzina insuportável do veiculo de Puck soa e o rapaz desce as escadas. Will corre para repassar os últimos avisos e exigir ligações a cada seis horas. A surpresa é constatar a presença de Quinn no banco de trás. Daniel bufa e ordena a sua saída imediata. Ela se nega e a culpa recai sobre os ombros do motorista.

— Eu nunca viraria as costas para você, estrangeiro. – a frase destrói a defesa e o rapaz, enfim, entra no carro.

— Eu não vou a lugar nenhum até que alguém me explique o que ta rolando aqui e desde quando vocês são tão próximos! – exige Puck.

— Depois que eu sai da sua casa, Puck, nós namoramos. – relata simplesmente.

— Ninguém traiu você, certo? – reforça o brasileiro.

— Eu posso lidar com isso, mas, por que vocês não estão juntos agora?

A dúvida persiste até Puck dar a partida no automóvel e ligar o rádio. A música invade e suaviza a atmosfera. O brasileiro repousa a cabeça no escoro do banco e suspira exausto. A “invasora” percebe o desgaste e oferece a mão como oferta de apoio. Pelo espelho, Artie captura o enlace e, segurando a risada, compartilha o flagra com o motorista.

Os indícios de que a infeliz notícia se espalhara surgem na terceira hora de viagem. Mensagens entopem as caixas de entradas de Artie e Puck. Ninguém ousa se dirigir diretamente ao estrangeiro, com exceção do guardião legal que liga de hora em hora. O rosto do cadeirante se contorce com o nome piscando no visor de seu telefone e a necessidade de falar quebra o pacto de silêncio.

— É o Finn. Ele sabe que você veio com a gente, Quinn?

— Não, mas, não tem problema. Nós terminamos. – o forasteiro exibe um quase sorriso.

O co-piloto atende a ligação e na seqüência, a própria loira é requisitada por Mercedes.

— Ei, Quinnie. Achei que deveria lhe informar a respeito do tio do Dan... Você soube?

— Infelizmente, sim. – ela escolhe cuidadosamente as palavras.

— Certo. E que barulho é esse? Aonde você ta?

— Em algum lugar no caminho para a Carolina do Sul. – ela escuta um gritinho abafado e contém o riso.

— Eu não esperava nada menos de você, irmã. Por favor, cuide bem do meu gato e me atualize sempre que possível!

A loira concorda com os termos e, rapidamente encerra o contato. Silenciosamente, o brasileiro lhe encara buscando por respostas e apenas a nomeação da curiosa basta para trazer alento a abalada feição. Sonolento, ele repousa o braço sobre os ombros da companheira de viagem, automaticamente, lhe trazendo para perto. A ação arranca leves gargalhadas da dupla sentada na frente. O ambiente se torna mais suportável. Daniel balbucia um palavrão em português direcionado aos impertinentes amigos e apaga.

O celular desperta o estrangeiro na quinta hora desde a partida de Lima. O advogado de Aaron Stuart questionava sua localização e a expectativa de chegada em Charleston. Jackson Muller se responsabilizaria por toda a burocracia para liberação do corpo do grande amigo, contudo, fora barrada na estúpida necessidade do reconhecimento do cadáver por um familiar direto. Com o irmão preso e sem possibilidade alguma de ser liberado para a tarefa em função da extensa ficha criminal, a única alternativa seria contar com o sobrinho menor de idade, que residia em uma cidade de Ohio há mais de 12 horas de viagem. Todavia, a ligação afetiva entre tio e sobrinho era inquestionável, apesar de recente. O menino se comprometeu imediatamente. Daniel Aragão Stuart parecia corresponder aos elogios rasgados do introspectivo caminhoneiro. A incumbência do menino seria somente reconhecer. O restante ficaria a cargo do advogado e dos colegas de Bryan. Com a confirmação de que estaria na cidade no meio da madrugada, Jackson pode se dedicar a acertar os detalhes pendentes do indesejado funeral.

O quarteto para pela primeira vez para abastecer o carro e os próprios estômagos. Puck se mostra esgotado pelas horas na direção e apesar da garota se prontificar, o estrangeiro praticamente exige o volante. Daniel precisava desesperadamente de algo para manter a mente ocupada. Mesmo sem a devida habilitação, o proprietário repassa as chaves e se joga no banco de trás. Estirado no banco, o bad boy solicita de brincadeira as mesmas regalias. Quinn nega veementemente e o novo motorista gargalha com a palhaçada do comparsa. Artie ironiza o corte e passa a comandar o som. Quilômetros a frente, os garotos acomodam o cadeirante no banco de trás. Pela primeira vez, o brasileiro se sente confortável para formular uma conversa com a garota. O ronco estridente de Noah Puckerman garante total sigilo.

— Como você está, Dan? – questiona Quinn depois das risadas pelo grotesco barulho produzido pelos adormecidos.

— Tentando me focar apenas na estrada... E, você, lidando bem com o rompimento?

— É sério? – ela reage descrente _ Nós discutimos e eu peguei carona com o Puck. Quando, eu soube só pude pensar em estar ao seu lado. Eu não preciso mais lidar com o Finn.

— Pode ser, mas, eventualmente, vai ter que lidar com o motivo da separação. Rachel?

— Não sei, acho que todo o nosso relacionamento era falso.

— Parece que você se tornou especialista nisto... – ataca o brasileiro causando mal estar na acompanhante.

— UAU! Você e o Finn teriam muito que conversar, especialmente sobre a minha “incapacidade” de me mostrar vulnerável. – ele lhe encara confuso _ Finn falou que pareço não sentir as coisas.

— Fingir não quer dizer que você não sente... Apenas, que está assustada.

Quinn aumenta o volume do rádio e decreta o fim do dialogo. Diferente do antigo namorado, o forasteiro era capaz de interpretar seus sinais e compreender seu estado de espírito. A garota estava completamente apavorada em se mostrar tão frágil diante dele.

Léguas mais tarde, a loira assume a direção e o rapaz se preocupa em repassar o respectivo trajeto. Cumprindo com a palavra, o advogado rapidamente comparece ao recinto para auxiliar na liberação do corpo mesmo na calada da noite. O recinto é carregado e Artie prefere esperar no carro. Jackson se dispõe a acompanhar o menor durante a identificação, entretanto, a proposta é rejeitada. O funcionário conduz Daniel até o local e revela o corpo parcialmente carbonizado de Bryan Stuart. O empregado se retira e o adolescente desaba. As lágrimas despencam e ele cambaleia. A sensação de desespero é aterradora e ele nem se dá conta da porta sendo aberta e dos passos se aproximando rapidamente. O movimento de uma mão. O enlace e a sutil percepção de recuperar a noção do chão. Quinn não se atreve a encarar o cadáver e esconde o rosto no peito do forasteiro. Contudo, a presença junto a ele basta. O choro compulsivo é compartilhado e a agonia encravada no peito do adolescente se esvai. Daniel retoma o equilíbrio, suaviza a conexão e relaxa o próprio corpo. A respiração retorna a normalidade e a menina lhe fita sugerindo a saída da funesta sala. Ele concorda e a loira lhe puxa gentilmente pela mão.

O quarteto se instala na casa que abrigou o adolescente no início do ano por sugestão do próprio advogado. O trio de Lima se espanta com o espaço e conforto mínimos. O forasteiro sempre poupou detalhes de sua temporada afastado de Ohio. O funeral fora marcado para a manhã seguinte e os jovens logo se acomodam. A jornada fora totalmente extenuante. Puck e Artie se jogam nos sofás da sala, reservando o único quarto para a garota. Daniel permanece incomunicável escorado no vão da porta. Tão logo, a dupla adormece, a loira transita até a entrada e se aninha entre os braços brasileiros. Jamais havia presenciado tamanho pavor na feição de seu alvo favorito. Nada parecia afrouxar o fardo sustentado pelos inexperientes ombros do estrangeiro.

— Me dá a mão e vem comigo?

Ele gesticula que sim e estende a mão. Quinn lhe encaminha e, pela segunda vez, dividem o leito sem que intenções mais levianas sejam cogitadas. Daniel mira o teto fixamente e aceita o abraço. O conforto é indiscutível, no entanto, era impossível distinguir a mínima reação no menino. Ela fecha os olhos e se concentra na alterada respiração do rapaz. Ele estava em choque mais uma vez. Era doloroso testemunhar tanto tormento sem poder efetuar mais do simples gestos. Nenhum dois consegue pronunciar qualquer palavra e, eventualmente, o cansaço concede breves instantes de sossego em um sono quase reparador.

O alarme do celular soou e a menina se apressa em desligar o ruído e se descobre envolvida em um terno abraço. Quinn observa a face rígida do rapaz e trata de desperta-lo distribuindo leves beijos por todo o rosto. Antes de abrir os olhos, o forasteiro corresponde ao beijo e presenteia a jovem com um sorriso genuíno. O primeiro em 48 horas.

Amigos, vizinhos e colegas de trabalho comparecem a cerimônia e tentam repassar uma espécie de confortam ao sobrinho. O entrelace entre o quase casal permanece indestrutível. O padre recita palavras que soam familiares para o brasileiro em luto.

"A parte mais difícil em se despedir é ter que fazer isso todos os dias. Todos os dias enfrentamos a mesma verdade. De que a vida está passando rapidamente. Que o nosso tempo aqui é curto. E para homenagear os que se foram, devemos viver bem nossas vidas."

O funeral é encerado e Puck se responsabiliza por acomodar Artie no carro, concedendo um tempo extra para o rapaz. Quinn entende a necessidade e apressa em ajudar os colegas de coral. O único a quebrar a solidão é Jackson, informando que Aaron gostaria de receber a visita do filho, que concorda em respeito ao advogado e a memória do tio.

O presídio e a fisionomia lastimável do pai abalam ainda mais o impressionado adolescente. O encontro não reproduz laços ou gestos afetivos mesmo com a intenção louvável de Aaron Stuart. O ruído de alguém abrindo a porta emperrada chama a atenção de Puck, que desgruda os olhos do celular e da mensagem direcionada a namorada.

— E ai, como foi... – a seriedade é substituída pelo choque da mudança considerável na aparência do amigo. Os cachos não existem mais _ O que aconteceu? Resolveu radicalizar, Cachinhos? – o som das gargalhadas ecoa pela casa atraindo Quinn, possessa pela ousadia do encrenqueiro. Entretanto, acaba se unindo aos amigos pela inacreditável novidade.

— Eu resolvei tentar um visual mais limpo. Acho que precisava de uma renovada... – o cadeirante percebe a chegada do colega e finaliza o contato com Tina.

— O que temos, aqui? – debochando dos cabelos raspados _ Era a Tina. O pessoal não para de ligar ou mandar mensagens. O professor Schue também ligou a pouco pedindo o nosso horário de chegada. E o seu pai?

— Ele só queria se desculpar e me entregar isso... – mostra a petição _ A minha guarda definitiva em favor do senhor Schuester. – Quinn respira aliviada.

— Então, você pretende ficar mesmo em Lima?

— Se me quiserem... – o imigrante sorri aceitando o abraço da jovem _ Agora, eu tenho uma última coisa para fazer antes de irmos... A única coisa que eu sinto falta em Ohio. O mar.

Puck aprova a sugestão e o quarteto se dirige para realizar o desejo do brasileiro. Artie recusa a possibilidade de se banhar e permanece apenas na areia se comunicando com o restante do New Directions. Daniel corre e se joga imediatamente no oceano. Puck se livre da camisa e desaparece nas ondas. Os gritos pela baixa temperatura da água divertem a dupla na beira-mar. O cochicho e os sorrisos travessos denunciam o plano “maligno” antes da execução. Quinn percebe a armação e corre do dono do moicano, entretanto, não escapa das garras do velocista. Os comparsas apanham a garota e sem piedade a jogam no mar. Artie gargalha da pegadinha e tenta fotografar a perseguição frustrada da vitima. Mais água é jogada na “pobre” jovem. Puck cansa da brincadeira e se aventuras nas ondas maiores. Daniel permite, finalmente, que a loira lhe alcance e suje com um punhado de areia. Como vingança, ele agarra a garota e cola seus rostos.

Você não tem medo de mim... Você tem medo é do que amor que você guarda para mim... – cantarola a canção brasileira em inglês no meio das ondas _ Obrigado por estar aqui.

— Eu nunca viraria as costas para você, estrangeiro.

O sorriso se alarga no rosto do forasteiro e a aproximação é inevitável. A sensação é bastante semelhante a vivenciada no primeiro beijo trocado. A confusão de sentimentos e a ausência completa de expectativas ou rótulos diferencia e define a perpetua quase relação.

A formulação instantânea de um sorriso e a dissolução de pendência pretéritas que impediam o entrelace amoroso provocam a estranha sensação de libertação em Quinn Fabray. Apesar do infortúnio que originou a viagem, o resultado fora superior as inimagináveis perspectivas. Entretanto, a aparente resolução do casal duraria pouco e seria quebrada, literalmente, por um balde ou uma porção de água fria. Cortesia de Noah Puckerman.

A bomba de água salgada força o afastamento e Daniel pragueja comicamente em português e dispara atrás do encrenqueiro. A menina se limita a mais um mergulho e se despede do mar, acomodando-se na areia ao lado de Artie e cora pelas fotos registrando momentos tão peculiares. Exaustos pela corrida desenfreada, os rapazes se jogam no chão. O movimento da caixa torácica do brasileiro entra na cadencia serena do oceano e o vai e vem das ondas minimiza o luto. Daniel já poderia dizer adeus a Charleston desprovido de culpa ou remorso por tentar seguir adiante.

Os poucos pertences são recolhidos e a chave entregue ao mesmo vizinho de seis meses atrás. O dono do carro assume o volante e não há pressa. De forma distinta, cada um conseguiu ajeitar reflexões e receios em meia a empreitada de luto e perda. A noite cai e a primeira parada é feita em um posto qualquer que compensa os modestos serviços pela maravilhosa vista para o mar. Enquanto Puck acertava a conta, o casal e o amigo aproveitavam para admirar a paisagem. O motorista fita o horizonte e animado aponta um brilho chamativo nas alturas.

Podemos fingir que os aviões no céu à noite são estrelas cadentes? – cantarola com as mãos nos bolsos.

Eu poderia realmente usar um desejo agora! – distraidamente, Quinn agarra o braço do forasteiro e segue com a canção _ O que você desejaria se você tivesse uma chance?

Eu quero ser um bilionário estupidamente ruim... Comprar todas as coisas que eu nunca pude ter... — argumenta Artie musicalmente.

— Foi mal, mas, não to animado para pensar em nada, não... – Daniel reconhece a falta de entusiasmo para participar da pequena brincadeira e recebe o apoio dos amigos.

O quarteto retorna ao trajeto e as mudanças na direção ocorrem eventualmente. O ambiente no caminho de volta é mais ameno e a conversa serve para distrair e aproximar mais o inusitado grupo. Artie revela que precisava de uma brecha para digerir completamente o termino com Brittany antes da viagem para Nova Iorque. A loira cede e, finalmente, responde às intermináveis dúvidas sobre a pragmática briga com Rachel durante o baile. As maliciosas perguntas de Puck arrancam gargalhadas dos rapazes e envergonham a garota, que ainda assegura estar bem o bastante para agüentar a provável reconciliação Finchel. Daniel não comenta a declaração da acompanhante, porém, se mostra satisfatoriamente aberto para esmiuçar o seu período como habitante de Charleston. Alcançam à cidade de Lima pouco tempo antes do amanhecer de domingo. Com os garotos do moicano e da cadeira de rodas ressonando pesadamente no banco de trás, Quinn estaciona o carro diante sua casa com certo pesar. O longo suspiro e a mesma interrogação de seu interior se vislumbra na face apagada do garoto ao seu lado. A abertura das portas não ameaça o peso sono da dupla no banco de passageiros. Ele se escora no carro e espera que a garota abra o portão. A incomoda separação. Quinn retorna a repousar os braços ao redor do pescoço dele e a respiração de ambas acelera.

— O que eu posso dizer para agradecer o que você fez? – ele tenciona um obrigado, ela lhe cala com um beijo.

— Já passei por isso, lembra? Eu conheço bem essa sensação absurda de desorientação, de desespero... – as mãos do rapaz abraçam a cintura da menina, aproximando ainda mais os corpos _ Você se lembra do discurso da treinadora Silvester no funeral da irmã dela? Quando ela disse que amava tão profundamente a irmã que se sentia invisivelmente acorrentada e permanentemente conectada a Jean, sabe? – o garoto relata recordar parcialmente do fato _ O Finn terminou o namoro por não sentir por mim algo semelhante... – a feição do rapaz se contorce de ódio, ela se ressente pelas palavras escolhidas.

— Finn!?! – há raiva na pronuncia _ E agora a sua preocupação é saber se eu me sinto desta forma contigo?! – o semblante se torna mais sereno e o timbre normaliza _ Eu gosto da liberdade e odiaria me sentir preso a alguém... Então, não. Mas, você e eu... Simplesmente... Parece certo.

A resposta ecoa sem a mínima missão de reatar a torpe quase tentativa. A clareza dos olhos verdes de Quinn reflete quão inadequado é o momento para exigências e mais pressão sobre seus ombros. Daniel sorri e deposita um carinhoso beijo na face da loira e acompanha, pacientemente, a entrada em sua moradia. A viagem realmente encontrara seu desfecho.

Os garotos asseguram que mais ninguém precisaria se inteirar dos pormenores protagonizados no trajeto. A porta se abre e Will está apostos para recepciona-lo com um demorado abraço. Quinn havia ligado para avisar da chegada. A conversa é rápida e o esgotamento determina que o domingo do quarteto seja totalmente dedicado a suas respectivas camas. No meio da tarde, Daniel levanta rapidamente para comer qualquer coisa e se depara com Emma auxiliando o seu guardião legal em uma animada “faxina”. A cena serve para refrescar a memória do adolescente em levar ao conhecimento do professor a possibilidade de ser efetivado como guardião legal permanente. A notícia pega o maestro de surpresa, entretanto, não existe nenhum questionamento. A proposta é prontamente acatada pelo homem, que se compromete em agilizar a papelada no dia seguinte. O brasileiro respira aliviado e se encaminha novamente ao quarto. Apesar da aceitação, a tristeza pela perda da única figura paterna atinge novamente o jovem.

A segunda-feira começa apática nos corredores do Willian Mckinley. O quarteto se apresenta para as aulas e o forasteiro aceita de bom grado os abraços e palavras de conforto dos amigos. Contudo, prefere se distanciar. A ideia de seguir a vida indiferentemente a dor pelo luto é abominável. Graças a divulgação dos solistas nas Nacionais, a atenção se transfere para o ensaio da tarde e algum sossego lhe é oferecido. Quinn não lhe dirigiu a palavra, contrariando a direção de seus olhos. Permanentemente devotos ao garoto. A folha em branco com o nome do grande cantor confunde os candidatos e acirra os ânimos. A entrada do professor de espanhol silencia a guerra de egos.

— Eu mudei de ideia, garotos. Nós vamos voltar ao que nos trouxe aqui... Músicas originais interpretadas pelo grupo todo. Somos um time e, somos melhores quando trabalhamos como um só. Não importar o resultado, vamos fazer isso juntos. Então, vamos começar! Eu quero duas canções épicas antes das rodas do avião tocarem o chão do aeroporto de Nova Iorque... – a frase é interrompida pela interferência do apático imigrante _ Sim, Daniel?

— Eu... Eu só queria agradecer à vocês... Pelas mensagens, telefonemas ou a companhia nestes dias... Porque foi a situação mais difícil que eu enfrentei... E não teria conseguido nunca sozinho... Não quero atrapalhar a preparação para as Nacionais, mas, me sinto meio em divida, já que vocês cantaram no enterro da irmã da treinadora Silvester e eu não consegui... – o professor concorda _ Puck e Tina, se puderem me ajudar... – o moicano se apossa da guitarra e a asiática se senta no piano _ Lanterna dos Afogados, Paralamas do Sucesso.

"Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar

Há uma luz no túnel
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar"

 

Jesse é o primeiro a perceber a excessiva carga dramática e a razão subjetiva da apresentação. Inicialmente, o antigo participante do Vocal Adrenaline se surpreende apenas pela qualidade do cantor, que mesmo com deslizes sabe transmitir o sentimento exibido na composição. Depois, os olhares são facilmente notados. Metade do coral reveza a atenção no cantor e em uma colega. Abismado. Jesse St. James estava abismado pela sua lentidão em montar o quebra-cabeça. Quinn Fabray tentava conter as lágrimas e o estranho boato de que a garota teria participado da mórbida viagem rende um estalo ao universitário. Ela era totalmente apaixonada pelo irritante brasileiro, que parecia corresponder aos sentimentos. O mais intrigante era que o segredo se mantinha intacto para boa parte do Glee Club, fato inédito pelo alto nível de indiscrição dos adolescentes. Entretido com as próprias conclusões, o tetracampeão nacional deixa escapar a conflitante reação de Finn. O grandalhão escuta a música do companheiro sem entender, obviamente, o contexto oculto da situação, porém, se comove com a lógica de que desperdiçara o ano inteiro a toa e arriscara o romance com a garota perfeita. O flagrante no auditório do beijo entre Rachel e o insuportável “consultor” acelerou seus reflexos para trazê-la de volta de algum modo. Ele estava cansado de fingir. E o quarterback vive seu próprio momento de entendimento. Fingimento. O motivo para romper com Quinn e perceber a grandeza de seu amor por Rachel. Fingimento. O pior erro que poderia ter cometido. Fingimento. A melhor inspiração que poderia processar. Nada mais de fingimento. Finn se responsabilizaria totalmente pela concretização de um dueto Finchel em Nova Iorque.

"Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar"

 

Mercedes não conseguiu conversar direito com Daniel naquela segunda-feira. Coincidentemente, passara horas agradabilíssimas com o Sam depois das inúmeras gentilezas na noite do baile. E a aquela manhã não poderia ser diferente. O loiro acompanhara a negra nas incessantes tentativas de forçar um dialogo com o seu homem. Estranhamente, o uso do termo possesso caira drasticamente nos últimos dias. Estranhamente, Mercedes assistia o fatídico solo do seu homem assegurando a mão do seu quase namorado. O entrelace romântico ocorrera tão repentinamente que o segredo pareceu a melhor alternativa, pelo menos, até as Nacionais. Sam sorri levemente e ela não tem medo de corresponder. A única pendência era descobrir uma maneira de aproximar os melhores amigos novamente, o que não poderia ser tão difícil... Haja vista a intensidade dos olhares trocados durante a canção. Rachel e Kurt continham a comoção e nem mesmo os pequenos deslizes do cantor apagavam o brilho do número. A judia recebe um cutucão do extravagante amigo e olha na direção apontada. Quinn Fabray estava chorando mesmo? Rachel sorri não pelo fim da concorrência ao coração de Finn, entretanto, pela intuição de que as coisas pareciam estar retornando aos eixos depois de uma trágica semana. E não. Rachel Berry jamais acharia graça nas lágrimas de Quinn.

 

"Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar"

 

O trecho não poderia descrever com mais propriedade e profundidade o quase casal. A comoção visceral na voz do forasteiro determina a rendição dela às próprias lágrimas. Apenas a contundente declaração de ainda esperar por um futuro sem impedimento, sem despedidas e, principalmente, sem quase. Houve suplica, não exigência. Finalmente, Quinn tomou consciência do que parecia tão certo. Tão pleno. Nada mais de fingimento.

Daniel encerra a canção e, imediatamente, os companheiros se levantam e lhe abraçam. O professor aplaude o aluno e relembra a tarefa da semana. Compor músicas originais e trabalhar pesado nos movimentos de dança. Jesse revira os olhos para o modesto planejamento. Mike, Tina e Brittany agarram o quarto integrante da “elite dançante” do New Directions e lhe repassam as primeiras idéias para a montagem da coreografia. Finn se atrasa e esbarra na loira antes de abandonar a sala de ensaio. O constrangimento pelo recente rompimento é visível e o jogador quebra o silêncio.

— Ei, valeu... – fala simplesmente, ela disfarça o abatimento e questiona o agradecimento _ Sei que você está magoada agora, mas, foi muito legal não ter saído do Glee Club.

— Se eu desistisse do coral, meus planos para Nova Iorque seriam arruinados. – sorri pela confusão na expressão masculina.

— Que planos? – rebate preocupado.

— Você vai ver. – ela se retira do recinto esbanjando um invejável sorriso e sem perder de vista certo estrangeiro.

"Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar
Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demora"


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Notas finais do capítulo

Penúltimo capítulo da segunda temporada de Glee e, consequentemente, de We'll Be Alright. É certamente, o capítulo com mais cenas originais e espero que tenham agradado. E, estive pensando em encerrar definitivamente a história com um pequeno bônus sobre as férias de verão. O que acham? Valeria a pena? Fico no aguardo de opiniões!



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