Final Destination - You Never Know escrita por VinnieCamargo


Capítulo 7
Capítulo 7 - O Funeral


Notas iniciais do capítulo

Hope you'njoy.



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24 de maio de 2008


Era um sábado escuro. O céu parecia que iria desabar a qualquer momento.  James estava sentado na cadeira de estudos olhando o movimento do lado de fora. Como era um sábado, poderia descansar a vontade, mas isso na verdade era praticamente pensar o dia inteiro na “morte”.  Olhou para o celular em cima da mesa. A coisa a fazer no momento era contar aquilo a seus amigos, especialmente Julie.  

De acordo com Michael e o site, a morte voltava pra buscar as pessoas na ordem que elas deveriam ter morrido, na visão ou premonição, então praticamente Josh era o próximo. Provavelmente na visão, Stephanie morrera um pouco antes de Josh. Pelo jeito, milésimos de segundos faziam diferença.

Aquilo tudo dificilmente seria uma simples coincidência, e os fatos no site e Erin Ulmer tornavam aquilo infinitamente mais real para James.

Com certeza todos os outros sobreviventes tinham ficado apreensivos. Michael falou daquela história e nem meia hora depois Stephanie morrera.

James finalmente pegou o celular, digitou o número de Julie e esperou.

–Alô, Jay?

A mesma voz, a voz feminina mais ouvida e reconhecível de longe por James, soou do outro lado.

–Oi Julie, tá melhor?

–Do mesmo jeito Jay. Aquela história de Michael e a morte de Stephanie em seguida não são pra qualquer um não.

–Eu sei.  É sobre isso mesmo que eu quero falar com você  – James assentiu.

–Ah, de novo James? – Julie pareceu irritada.

–É bem sério, Julie. Mais sério do que eu imaginei que seria. Acho melhor te contar antes, e talvez você me ajude com os outros. . . .

–Ajudar com o quê, falar do que James?

–Ah, mais tarde eu te conto com mais detalhes.

–Ah, ok.  Você vai ao memorial?

–Merda.  – James havia se esquecido do memorial – Verdade Julie. Tinha me esquecido.

–É. Eu me lembrei disso hoje também.  Você vai?

–Eu acho que temos que ir não é?  – James perguntou.

–Também acho.  Que estranho, memorial no cemitério - Julie disse, num tom irônico.

–No cemitério? – James arregalou os olhos.  – Quem faz um memorial no cemitério?

–Primeiro seria na escola, mas acharam melhor fazer num local em que pudessem reunir todas as famílias das vítimas.

–No cemitério? – James não se conteve, precisou perguntar de novo.

–É sim.  – Disse Julie.

–An.  Peter e Susan também vão não é?

–Susan vai.  Liguei pra ela.  – Julie disse.

–E você sabe: se Susan vai, Peter vai.

–É - Ambos concordaram, rindo.

–Então, vejo você lá.  – Julie disse.

–Ok então, beijo. Tome cuidado.

–Beijo – Pausa – Ok. . . – Julie disse, estranhando.

James desligou e olhou pra janela, ainda rindo.  Parou de rir quando reparou que tinha acabado de marcar um encontro com Julie no cemitério. Estranho era, mas era o jeito.

O dia continuou frio e logo entardeceu. Pela janela do quarto, James poderia ver desde a casa dos vizinhos fofoqueiros, os prédios da área central de São Francisco e o horizonte, meio nublado, escuro, e com um tom estranho de marrom.  James raramente observava o clima e agora se via ali. Contemplando o horizonte que nem um idiota.

–É. Pelo jeito damos mais valor a nossa vida quando ela está em risco – Ele pensou, balançando a cabeça.

Logo após passar um tempo falando de coisas bobas com sua mãe na varanda, James subiu ao quarto e ligou o computador. Abriu a mesma página do dia anterior e revirou até voltar à página do voo 180 e imprimiu.  Aguardou pacientemente cada folha sair de sua impressora, enquanto o estabilizador estalava sem parar.  De algum jeito, a impressora roubava metade da energia da casa.  Organizou as folhas que havia imprimido, abriu a página da Rota 23 e imprimiu também.  Clicou na página do Devil's Flight. Imprimiu também.

Juntou o pacote de folhas que havia impresso, e deixou no canto da mesa. Aquilo talvez fosse o suficiente pra eles acreditarem em algo.

Abriu o email em outra aba. Lá estava o email da escola, de alguns dias antes, sobre o termo que já assinara, e o outro email com o assunto MEMORIAL em trava alta.

Abriu.  O memorial seria as 19h00min horas.  Já eram 18h00min, viu, ao olhar no relógio, no canto da tela. Desligou o computador e tomou um banho. De algum jeito, ele se sentia mais leve aquele dia. Sua mãe não iria ao memorial, havia lhe dito. Não queria ver nada daquilo.

James vestiu uma roupa casual, pegou as folhas que havia imprimido e foi.  Poderia ir andando também. Por sorte, tudo o que ele gostava era próximo de sua casa, mas não que ele gostasse do cemitério. Mas tinha o shopping, o café, o cinema. . . Menos a escola. Mas ele não gostava muito dela mesmo.

Virando a esquina da rua do cemitério, percebeu que já tinha muita gente no local, devido à fila de carros que havia se formado no quarteirão inteiro, portanto iria dar trabalho pra encontrar seus amigos.

Ao atravessar os grandes portões de ferro, ligou o celular e escreveu uma mensagem a Peter: “onde vocês estão?” e voltou a colocar o celular no bolso. Andou mais um pouco entre a quantidade enorme de pessoas e velas e sentiu seu celular vibrando.

“Da entrada siga reto à direita” Peter havia mandando para ele. James ainda estava praticamente na entrada, virou à direita e seguiu reto.

Logo se afastou do aglomerado de pessoas e avistou um pequeno grupo de pessoas em volta de algo que poderia ser um túmulo. Aproximou-se mais um pouco e reconheceu Julie, Peter e Susan.

Chegou logo atrás dela e ela sussurrou pra ele:

– Stephanie.

Era o enterro de Stephanie, que por azar ou sorte, estava acontecendo no mesmo dia do memorial. Não era agradável a ninguém a situação que passava ali.

Josh se acabava de chorar, ajoelhado ali na terra úmida, e os pais dela, também choravam tão abalados quanto Josh. Um padre falava algo, mas o som do choro de Josh abafava qualquer som. Era bizarro ver o valentão da sua escola derrubado ali, sem armas, chorando que nem uma criança.  Jamais passaria pela cabeça do pior inimigo de Josh rir diante daquela cena.  Muito menos James.

Desceram o caixão devagar, Josh se levantou. As barras da calça estavam imundas.  Sentou num dos túmulos ao redor.

Enterraram Stephanie. O padre se foi, seguido de outras pessoas que iriam embora ou iriam acompanhar o memorial. James e os amigos também saíram em silêncio. Um pouco afastados do local, James se virou e Josh ainda estava lá.

Entraram mais uma vez no meio da multidão que assistia o memorial. Em todos os muros, ou qualquer lugar reto, de pé, que servisse como mural, havia mensagens de apoio as famílias das vítimas.  Realmente, eram muitos. James viu cada foto de cada vitima.  Doeu em seu coração ao ver a foto da garota que morava perto dele. Ela sorria na foto.

Alguém começou a ler o nome das vítimas, James não sabia o número oficial, mas com certeza, era bem maior do que ele havia imaginado. A lista era extensa. Todos acompanharam as famílias desabarem ao ouvir o nome de seus entes queridos.

“E aos eternos estudantes do Colégio Kennedy” James olhou para o chão, como se isso pudesse de algum modo, orar por eles. Eles estavam num lugar melhor agora.

Não era mais a lista de chamada da escola, que alguns alunos brincavam do tipo: “faltei”, ou até mesmo “morreu”.  Era uma lista real de mortos. Era triste, até pra quem não conhecia nenhuma das vítimas.

''Não existem finais felizes'', James sabia disso.













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Notas finais do capítulo

Obrigado a quem está lendo.
@483FD_Vini



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