Final Destination - You Never Know escrita por VinnieCamargo


Capítulo 6
Capítulo 6 - Um Pouco Tarde


Notas iniciais do capítulo

Então, considero esse capítulo um dos mais importantes e foi o mais difícil de escrever até agora.
Até mais!
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O expediente acabou e James seguiu de volta a sua casa.  Ele poderia ir a pé, menos de um quilômetro de distância.

Jantou e estranhamente se sentia melhor do que os outros dias, mesmo com a morte de Stephanie, o que James não entendeu.  E pensou no que aconteceria com ele se ainda estivesse com Stephanie.  Provavelmente estaria na mesma situação de Josh.

Conversou com sua mãe, ela parecia melhor também. Jantaram, lavaram a louça e James subiu.

Entrando em seu quarto, James sentiu uma ponta de ódio de si mesmo. O computador. Ele tinha um notebook, o desktop, e uma conexão potente com a internet, afinal, o que ele tinha na cabeça até agora que não tinha buscado sobre aquela loucura na internet?

Ele usava a internet para tudo, amizades, compras, música, filmes, downloads, jogos, diversão e pornografia.

Ria de sua lerdeza enquanto ouvia o barulho da ventoinha do computador funcionando, era o único som audível do quarto. Puxou a cadeira da mesa de estudos, desceu na cozinha, encheu uma xícara de chocolate quente e subiu correndo.

Sentou-se na cadeira, clicou no navegador de sempre, tomou um gole do chocolate e esperou pacientemente. Navegadores demoram pra abrir, principalmente quando você está mais com pressa. A tela branca e conhecida do Google clareava seu quarto inteiro.  O computador o desafiava a não ser um idiota. 

Clicou na caixa de pesquisa e pensou um pouco no que digitar.  ”Visão”, essa era a palavra. Digitou e apertou enter: vários sites estranhos e conhecidos abriram.  Ele desceu a página lentamente procurando por algo.  ”Visão” ainda não era a palavra certa.  Tomou mais um gole do chocolate e pensou em algo pra digitar.

Quando estava prestes a clicar na segunda página dos resultados da pesquisa, viu a palavra certa em um pequeno pedaço do conteúdo de um site.  “premonição”.  Essa era a palavra. Selecionou a palavra, colou no campo de pesquisa e clicou em pesquisar.

Outras séries de sites estranhos e famosos apareceram. Ainda não era aquilo. Desceu a página, não encontrando ainda o que precisava, mas não desanimou. Clicou na segunda página dos resultados, desceu a página, mas sentiu que estava perto. Clicou na terceira página, desceu a página e viu entre os sites o seguinte título “Acidentes bizarros, premonições, voo 180".

Clicou na página. O site abriu imediatamente, não era um site pesado. Um fundo escuro com letras brancas, bom de ler. Desceu a página rapidamente, era um texto longo, com alguns links no fim, mas estranhamente James sentia que estava no lugar certo.  Subiu a página e começou a ler.

“Nosso site não poderia ficar mais completo se não contássemos a história do pobre Alex B. (Não iremos revelar o sobrenome das pessoas, em respeito às famílias das vítimas). O que seria uma viagem, um marco no início da vida dele, foi o pior pesadelo. Enquanto embarcava no voo 180 em direção a Paris com seus colegas de classe, do colégio MT. Abraham, da cidade do mesmo nome em NY, Alex teve uma visão de um acidente, que mataria todos no avião." Era a história de Michael, James pensou. 

“Imediatamente entrou em desespero e tirou algumas pessoas do avião, como alguns colegas e uma professora. Enquanto todos brigavam com Alex, o avião explodiu em plena decolagem matando todos à bordo, assim como na visão de Alex. ”

Era o site certo, James concluiu, soltando uma risadinha nervosa. 

“Todos ficaram assustados, é claro, até desconfiaram do pobre Alex, mas logo descobriram que fora um problema do avião.  Um mês depois, o melhor amigo de Alex, Tod W. , que havia sido retirado do avião. . . ”

Tod Wagner, James lembrou.

”. . . foi encontrado morto no banheiro de sua casa, enforcado com a corda do varal. A polícia afirmou que foi suicídio, mas a família até hoje não acredita nisso ( muito menos eu). Foi estranho, é claro, mas a vida seguiu em frente. Alguns dias depois, Terry C. , outra sobrevivente do avião foi brutalmente atropelada por um ônibus. Foi aí que Alex começou a desconfiar de um padrão estranho que estava os conduzindo a morte. A professora de Alex, Valerie L. , morreu numa explosão em sua casa. Terrivelmente,  Alex descobriu que a morte estava atrás dos sobreviventes. Billy H.  foi decapitado por um pedaço de ferro, Carter H. foi destruído por um outdoor. 

Alex e sua namorada acabaram escapando da morte várias vezes, até que Alex morreu, com um tijolo esmagando sua cabeça. Sua namorada, Clear R. , morreu um ano depois, tentando ajudar uma outra garota que estava na mesma situação de Alex.  (Vamos falar disso mais tarde). O que aconteceu com Alex e seus amigos até hoje é inexplicável. Mas sabemos que não é uma simples coincidência.  “

Nesse momento, tudo ficou mais confuso na mente de James.  Aquilo realmente era muito igual ao que acontecera com ele. Não podia ser verdade. Uma visão, que realmente se tornou verdade, e depois as mortes estranhas. Ele começou a tremer e até esqueceu o chocolate do lado.

Foi como se a morte estivesse atrás dele o tempo todo. Ele e seus amigos deveriam ter morrido no acidente de avião, Alex conseguiu evitar, mas foi por pouco tempo. Em relação à visão, algo, provavelmente maior que a morte, decidiu dar uma segunda chance a Alex. O que fez Alex ter essa visão, ninguém tem a mínima idéia."

James ficou nervoso, sentia o suor escorrendo no seu pescoço, mas continuou firme lendo a história.

Eu, acredito que era a própria morte que estava seguindo os sobreviventes, assim como várias outras pessoas, inclusive a família desses jovens que morreram."

Era isso, James não sabia da veracidade dos fatos no site, mas era muito igual ao que estava acontecendo com os sobreviventes da ponte.

“Uma das explicações mais prováveis em relação à morte extremamente violenta desses jovens, como enforcamento, atropelamento, decapitação, carbonização dentre outros, se resume a maneira como eles realmente morreriam no acidente que foi evitado. Eles simplesmente poderiam estar tomando café em sua casa e terem um infarto, mas não, a morte acabou com eles da pior maneira possível. Isto é, eles teriam uma morte violenta na visão, e escaparam, mas acabaram tendo uma morte violenta depois. Eles iriam morrer de algum jeito ou de outro.  Dizem que os estudantes morreram na ordem que morreriam no avião. ”

James não soube o que fazer naquele momento, aquilo era tão confuso, mas era tão real ao mesmo tempo. E se a morte realmente estivesse atrás dele?

“Esse caso poderia ser simplesmente um roteiro perdido de Arquivo X ou de Supernatural, ou apenas uma enorme coincidência, mas o que aconteceu, exatamente um ano depois, confirmou a teoria sobre a morte. Para mais detalhes clique em Route 23.

James pensou por alguns segundos se realmente deveria clicar em Route 23. Teve certeza de que se lesse mais, poderia descobrir algo mais, ou ficar ainda mais pirado com aquilo.  A frase de Michael “Já estamos fudidos mesmo” ecoou na mente de James. Ele clicou em Route 23.

A página abriu na mesma velocidade com que a anterior tinha carregado.  James começou a ler, mas ainda com medo.

“O caso de Alex, não foi o único. No dia 13 de maio de 2001, exatamente um ano depois da visão de Alex, Kimberly C., viajava de carro com seus amigos, até que teve a mesma visão, só que agora, envolvia os carros da rodovia, um grande engavetamento de carros, caminhões e corpos. ''

“É um texto muito mal escrito” James concluiu tentando se divertir com o assunto.

"Ela acordou da visão assim como Alex e os mesmos detalhes da visão dela começaram a acontecer, ela trancou um pedaço da estrada, e o acidente aconteceu."

Era isso mesmo.  Merda.

"Um policia, que estava logo atrás de Kimberly tentou acalmá-la, o acidente realmente aconteceu, mas sem aqueles sortudos que tinham sido bloqueados por Kimberly. Assim como no caso do voo 180, os sobreviventes começaram a morrer em acidentes estranhos, como um cara que morreu empalado no olho por uma escada de incêndio, um adolescente que morreu esmagado por um painel de vidro, um cara que foi fatiado em três por uma cerca voadora.. . "

"Cerca voadora?" - Disse James, tentando achar graça no assunto.  -Mas que porra é essa? – Se perguntou, voltando a ler.

"O mais estranho não terminou por aí, os sobreviventes da Rota 23 descobriram que tinham um tipo de ligação com os sobreviventes do voo 180. Mais detalhes sobre isso, eu não tenho, mas desconfio que de algum jeito, os sobreviventes do voo 180 evitaram a morte dos sobreviventes da Rota 23, querendo ou não. E se os garotos do voo 180 não tivessem sido retirados por Alex, os sobreviventes da rota 23 não existiriam pra contar a história."

– O que é isso mano? - James ainda tentava se distrair, mas suas tentativas eram falhas.

"Clear R., ex-namorada de Alex B. (O carinha que teve a visão do voo 180), tentou ajudar Kimberly a se salvar, mas acabou morrendo com um sobrevivente da Rota 23 numa explosão num hospital, fechando o ciclo mortal do voo 180. Bizarro não? Logo, todos os sobreviventes da Rota 23 também morreram. Em meados de 2004, Kimberly C.  e T.  Burke curiosamente morreram triturados numa antiga Woodchiper. Esse acidente também teve ligações com os outros que morreram, e ainda é um dos mais estranhos acidentes dessa, digamos que , maldição? Isso fechou o ciclo mortal da Rota 23. O estranho acidente do quilômetro 180. Mais tarde falaremos desse número.

James tardiamente começou a acreditar naquilo tudo. Como era possível, James jamais iria descobrir, mas que estava acontecendo, estava...

"Continuando com essa estranha história, um dos outros casos mais conhecidos é o da montanha-russa, o meu preferido em especial. Clique abaixo em Devil´s Flight  para mais detalhes".

–Mais um? – James se perguntou, sem acreditar. Clicou. A página abriu.

"Claro, que agora depois do voo 180 e da Rota 23, você deve estar pensando que é tudo mentira minha, mas não é, (devido aos comentários desagradáveis dos leitores). Em 13 de maio de 2006, (curioso não?), na cidade de McKinley, Pensilvânia."

–Conheço essa cidade.  – James pensou.

"Wendy C. , uma estudante do colegial, prestes a se formar foi a um parque de diversões com seus colegas de classe. Prestes a embarcar na montanha-russa, no anteriormente disputado Devil´s Flight, uma das atrações mais famosas do parque McKinley, ela teve a mesma visão de um acidente, assim como Alex e Kimberly, de que algo horrível iria matar todos. Ela enlouqueceu, e conseguiu tirar alguns jovens que a consideravam louca. O acidente realmente aconteceu, como nos outros casos. "

– Quanta visão – James disse.  –Parece que a - pausa – a morte ou alguém gosta de dar uma segunda chance.

"Com ou sem sorte, ela sobreviveu, mas não conseguiu tirar seu namorado da montanha-russa a tempo, e ele morreu. E assim como nos outros casos, houve mortes estranhas. Duas garotas, Ashley F.  e Ashlyn H. , morreram queimadas numa maquina de bronzeamento artificial. Um outro cara, Frankie C. , morreu decapitado por uma ventoinha de um carro. Wendy e seu amigo estavam nesse carro, mas foi acidente mesmo, Lewis R. , teve a cabeça esmagada por um aparelho de musculação, Erin U. "

James parou aquilo tudo poderia ser verdade ou zoação se ele tivesse apenas uma resposta. Saiu correndo do quarto, desceu as escadas e encontrou sua mãe vendo TV.

–Mãe!

–Que susto filho – Christine o encarou.  – O que foi?

–Mãe, como é o nome daquela minha prima lá da Pensilvânia, que viria morar com a gente, e acabou morrendo num acidente de pregos, há uns dois anos atrás? – Ele perguntou assustado.

–Ahh. . . Coitada dela. . Erin Ulmer..  Por que James?

O mundo caiu pra James, uma das vítimas do Devil´s Flight, não uma vítima, porque morreu depois, mas mesmo assim, uma das sobreviventes, era prima dele.  Ele tinha uma ligação com ela.  Talvez fosse isso.

–Nada não mãe.  – James disse e subiu nervoso, sua mãe jamais o entenderia.

Voltou e leu o mesmo parágrafo, pra ter certeza de que era aquilo mesmo que tinha lido ali.

" . . . Erin U.  morreu quando escorregou e bateu a cabeça em uma pistola de pregos, que dispararam na cabeça dela. . . . "

Era mesmo.  James voltou a ler assustado.

"Perry M., morreu empalada por uma bandeira, e Ian M. , morreu esmagado por um pedestal.  Tudo estava bem, até descobrirem que Wendy C. , Kevin F.  e Julie C. desapareceram num acidente com o metrô 180. Não se sabe se eles viveram, pois vários corpos não foram encontrados, ou foram mutilados demais para serem reconhecidos, mas hoje são considerados mortos. Nunca se sabe, mas a morte parece ser o melhor a eles.  Não há uma lição que levamos disso tudo. Só entendemos que quando chega-se a hora, não há nada mais a fazer, acabou e é só esperar. Caso souberem de algo mais, me mandem um email. "

James entendeu tudo, fora como se aquilo tivesse sido escrito especialmente pra ele.  A morte estava literalmente atrás dele, e ele teria que correr, senão, logo iria morrer.  Pelo jeito, algo havia acontecido e James já deveria ter morrido há um tempo, e a morte tentou o pegar na ponte e não conseguiu.

Então era isso? Todos os planos que James havia criado mentalmente, todos aqueles anos pra uma vida longa e próspera iriam por água abaixo?

James abaixou os olhos diante do computador.

–Pelo menos, talvez a tal da Wendy tenha sobrevivido com Julie – James sentiu seu estômago revirar, sem algum motivo tão forte pra isso ocorrer – com o tal do Kevin...  – James disse sozinho, tentando acreditar em algo que seria praticamente impossível.

Gritar "merda" pra todos os cantos, como geralmente Peter fazia, não era a solução. Pra James nunca havia sido, mas ele soltou um alto e longo "merda" pra quem quisesse ouvir, e logo após isso desejou profundamente que sua mãe não tivesse ouvido. Não que sua mãe não admitisse palavrões, mas realmente, não era normal alguém sozinho no quarto, gritar "merda" em frente ao computador.  James utilizava o "merda" quando, por exemplo, chutava o pé da cama.

Se surpreendeu mais uma vez consigo mesmo, nunca imaginou que estaria na pele do mocinho dos filmes de terror. Agora ele teria que fugir da morte?

James se afundou na cadeira, ainda pensativo. Mesmo sabendo que Julie e Susan eram medrosas, cedo ou tarde elas e Peter deveriam acreditar nele. Michael já tinha dado um ponto de partida na escola, e bastava James encerrar aquilo tudo. Seria difícil pra eles acreditarem? Seria.  James sabia disso, mas ele faria o possível, usaria todas as provas que encontrou.  Erin Ulmer era sua prima, e realmente ela tinha morrido do jeito que o site dizia.

Voltou a encarar o computador, o som da ventoinha se tornou audível mais uma vez. Desceu a página, letras grandes e vermelhas anunciavam:

"Seu destino final, provavelmente você nunca saberá"

James sabia que aquilo não fazia sentido algum, coçou a cabeça, e não conseguiu dar um sentido a aquilo. Mas a dúvida de como alguém poderia saber de tudo aquilo logo foram esclarecidas.

"Lembrando que trabalho na policia geral de NY, por isso tenho acesso a esses arquivos. Se alguém souber que divulgo isso, provavelmente estarei morto, mas enquanto não descobrirem, vai continuar postando as noticias e fatos sobrenaturais com que me deparo aqui, obrigado."

Ele estava mais do que confuso. Salvou a página aberta nos favoritos do computador, fechou o navegador e desligou. Toda a realidade que faltava até aquele momento, veio abaixo quando o som da ventoinha parou lentamente. Ele tinha que correr, mas não agora.

Deitou na cama, pensando em tudo. Será que ele próprio aguentaria aquilo?

Um flashback dos fatos passou em sua cabeça: a visão da ponte; Peter: "Ponte dos suicidas, cara!"; a ponte desmoronando; o ventilador, prestes a moer Sarah, o ferro entrando ainda mais na cabeça de Stephanie; Erin Ulmer e a tela do computador.  Ao mesmo tempo não fazia sentido mesmo, e James se irritava consigo mesmo, por repetir tantas vezes o "não faz sentido". A morte seguiria em frente com a "lista" dela? Como entender o porquê da "morte" estar atrás de você?.  Idéias apareciam e iam embora da mente dele numa velocidade assustadora.

–O quê que eu fiz? – James disse baixinho, olhando por teto. Ele não era absolutamente um devoto, mas conhecia gente pior – O quê que eu fiz de errado? – Falou mais baixo ainda.

Com um pouco de trabalho, dormiu.




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Notas finais do capítulo

Então é isso, deixem reviews.



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