Final Destination - You Never Know escrita por VinnieCamargo


Capítulo 5
Capítulo 5 - Depois da chuva


Notas iniciais do capítulo

Aí, mais um capítulo .
Não tem morte, já aviso ,mas é interessante. Não vou acabar com essa história logo, planejei ela por tanto tempo, não quero fazer tudo correndo.
Ah, mais um aviso: quando eu não colocar data nenhuma, é porque continua no mesmo dia do capítulo anterior, falow?



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E mais uma vez, todas aquelas sensações ruins voltaram à cabeça de James.  Ele estava ali com Stephanie morta. Ele forçou os joelhos pra frente e sentou-se no chão, Peter voltou correndo com mais alguém e guinchou algo misto de nojo com terror. Josh berrava. As meninas choravam. Não são todos os dias em que acontecem cenas assim, e na situação que eles se encontravam, era impossível não chorar por um inimigo. Era como se fosse um fim de jogo aleatório.

Josh ainda chorava, balançava as pernas de Stephanie, não querendo acreditar no inevitável. Josh havia se agarrado numa esperança que simplesmente não existia mais.

Peter puxou James pelo braço e o tirou dali. James nem reagiu, apenas acompanhou o amigo e sentaram-se num banco com Julie e Susan

Observaram Oliver e os demais chegando e se assustando com a cena que viram. A ambulância chegou logo. Tiveram muito trabalho pra tirar Josh de cima de Stephanie, parecia que, para Josh, era como se ela fosse despertar de um longo sono de beleza, limpar a roupa, balançar os longos cabelos loiros ao sol, chamando a atenção de todos.  James teve certeza de que preferia ver os dois esbanjando nojo ao desfilar pelos corredores da escola do que ver Josh ali, entregue a tudo e a todos.

–Ele realmente a amava  – Alguém disse.

–Ei James!

James se virou, Michael corria em direção a ele, com uma Emma assustada atrás.

–Stephanie era a próxima a morrer em sua visão não era? – Michael perguntou.

James se lembrou da história louca que Michael havia os contado. Aquela não era uma simples lenda urbana. James, mesmo achando estranha a pergunta de Michael, revirou sua mente contra sua vontade, até lembrar-se da visão.  Stephanie morreu agarrada com Josh quando um cabo os derrubou.

–Sim, ela era a próxima na minha visão.  Morreria junto com Josh.

–Vocês querem parar com essa merda? – Julie falou, entre soluços.

–É não é hora de brincadeiras mais! – Emma disse.

–Mas que merda! – Michael gritou.

James não queria pensar naquilo, Michael ainda gritava com algo e sentou-se no chão.

–Calma! – Emma dizia, além dos olhos vermelhos, ela estava realmente preocupada.

James observou dois caras trazendo Josh, o segurando pelos braços. Ele parava de se contorcer agora, mais ainda chorava.

–De qualquer forma, estamos fudidos! – Michael gritou e saiu andando bravo. Emma seguiu atrás.

–Vamos embora.  – Peter disse se levantando do banco e estendendo a mão à Susan. Ela pegou na mão dele e se levantou, Julie e James se levantaram também.  Peter chamou um táxi.  Eles entraram e quando o táxi começou a ir, James observou alguns caras trazendo uma maca, com o corpo de Stephanie.

Voltaram em silêncio, o caminho pareceu bem mais curto dessa vez.  O motorista perguntou das ambulâncias, do tumulto no local e comentou sobre o desastre na Golden Gate.  Peter dissera que fora só um acidente.

Desceram na frente do café, se despediram e seguiram cada um para sua casa.

James ainda pensava na história de Michael e como Stephanie e Sarah morreram: realmente, eram acidentes estranhos.  Mais uma vez se perguntou como ainda estava em sã consciência, depois daquilo tudo, e concluiu que realmente era um cara forte.  Ele teve uma visão, viu o acidente acontecer e depois viu duas mortes, e mortes chocantes ainda por cima.  Era muito pra uma pessoa só. Perguntou-se se seus amigos estavam sentindo o mesmo.

Entrou em sua casa, ouviu barulhos de sua mãe na cozinha e foi direto até lá. Ele realmente precisava de alguém. Encontrou sua mãe com o cigarro na boca e com um paninho, limpando os armários lustrosos da cozinha.

–Como foi lá Jay? – Christine perguntou, com seu olhar simpático e colocou o cigarro na mesa.

–Stephanie morreu mãe.  Ela morreu  – James disse e abraçou sua mãe.  Voltou a chorar, e parou instantaneamente, ele sentiu que estava muito mole, chega de chorar.

–Mas o quê? – Christine disse abraçando seu filho e olhando pro teto.

–Ela morreu.

Nesse momento, Christine realmente se assustou, chegou a pensar que James era louco, ou iria acabar enlouquecendo. Tirou logo o pensamento da cabeça, como se o pensamento pudesse aumentar as chances daquilo ocorrer.

Para James, o abraço foi como um alívio, um remédio que funcionou na hora.  Sentiu como se pudesse ficar ali por um longo tempo, tanto até que fora Christine quem se desvencilhou dele.

–Vamos ali e você me conta o que houve.  – Christine disse ainda preocupada e guiou James até a mesa.

James sentou e ficaram alguns segundos em silêncio. Christine esperou pacientemente.

–Chegamos à escola e assinamos os papéis  – Pausa – Logo depois, saímos e sentamos no parquinho em frente a escola, lembra?

Christine concordou.

–Ficamos conversando e observando Josh e Stephanie brincar com aquelas porcarias de balanços enferrujados.

Christine concordou e passou a mão na cabeça de James.

–Um deles emperrou no alto, Stephanie não prestou atenção e ele voltou a derrubando no chão, ela bateu a cabeça num ferro pontudo, que estava na horizontal, num daqueles banquinhos baixos – Enquanto James contava, ele percebia, o quanto estranho havia sido aquele acidente.

–Que horror – Christine disse, chacoalhando a cabeça e com a expressão de que imaginava a cena.

–O ferro a matou mãe.  Ela morreu.  – James disse, chacoalhando a cabeça. Eu vi a hora em que ela fechou os olhos.  – Falando aquilo, toda a cena voltou a acontecer na cabeça dele, ele não se aguentou e voltou a chorar.

Sua mãe o abraçou novamente.

A tarde passou devagar com um leve frio, que já não incomodava James. Quando ele se lembrou do seu trabalho, já era tarde demais.  Aquelas imagens não saiam da cabeça dele, e ele tentava se focar em outra coisa, mas era praticamente impossível. Tudo levava aos acidentes e a história maluca de Michael, que infelizmente, estava se tornando mais real.

A noite veio James só tomou um café e subiu ao seu quarto, não iria conseguir comer nada mesmo, ele sabia disso.  Christine também sabia, mas mesmo assim ela subiu no quarto umas duas vezes, pra checar se ele não iria comer nada.

Ela sabia da auto-estima baixa do filho, e tinha medo de que ele chegasse a se tornar um suicida em potencial.  A falta do pai, a rejeição da ex, que agora estava morta, uma mãe que se igualava a uma chaminé, era triste, e ela sabia que as condições em que James vivia eram aptas a tornar ele um suicida ou até um louco. No fundo ela poderia estar exagerando, mas era uma grande mulher que estudava todas as possibilidades.

James viu as duas vezes em que Christine subiu pra ver se ele estava com fome, e no fundo se sentiu mais seguro, ao ver que ela realmente estava ali, para o que desse e viesse.

E se Michael estivesse certo sobre aquilo tudo? Será que realmente existia uma ordem a ser cumprida pela “morte”?  Se fosse realmente verdade, James no fundo poderia concordar com Michael, eles estavam realmente fudidos.

23 de maio de 2008

James acordou tarde na manhã seguinte. As imagens do dia anterior mais uma vez voltavam na mente dele, mas era dia de trabalho, e na correria do almoço, conseguiu pensar em outras coisas. Conversou com Julie no telefone, ela estava bem, e garantiu que com ela, James não deveria se preocupar. Ele apenas concordou.

Era mais um dia frio, e com o tempo, James aprendeu a dar valor a esses dias, e começava a gostar desse clima mais e mais.  “Eu sou frio” James se divertia sem motivo algum ao caminho do shopping, rindo sozinho, e quando percebia que alguém estava olhando, parava instantaneamente. James, desde sempre já considerava a idéia de que não era cem por cento das idéias, e mais uma vez riu sozinho ao longo do caminho.

Entrou no shopping. Aquele saguão nunca mais seria o mesmo pra James, e provavelmente pra outras pessoas que viviam ali. Ao passar pelo local, olhou pra cima e viu uns caras mexendo no antigo local do ventilador, e mais uma vez viu o corpo de Sarah caído ali, entre pedaços do ventilador. Piscou os olhos como se aquilo pudesse tirar a imagem sanguinária de sua cabeça, e enquanto subia as escadas, a imagem foi se apagando e a bronca que levaria de Marcus tomou conta de sua cabeça.

–Sr. James, eu sei que o senhor está passando por um momento ruim em sua vida, mas não poderia ao menos ligar? – Ontem todos nós passamos por apuros sem o senhor  – Marcus disse no tom rígido de sempre, ao contrário dos outros dias.

–Me desculpe mesmo.  Houve um acidente.  – James disse, sem encarar o chefe.

–Com as circunstâncias atuais, uma desculpa não é o suficiente senhor James.

–Me desculpe. Não vai se repetir- James disse sem dar muita atenção a Marcus.

–Ok.  – Apontou pra James.  –Essa é a última chance James, e eu não quero te despedir, por que você é um ótimo funcionário, mas isso não pode se repetir mesmo.

–Não vai se decepcionar Sr. Marcus.  – James disse, agora prestando mais atenção, era o seu emprego que estava em jogo.

–Espero mesmo.  Agora ao trabalho.  – Marcus disse, saindo da loja.

–Ok.

James se dirigiu ao local destinado aos funcionários, trocou a camiseta, seguiu ao depósito, pegou umas caixas e foi em direção a área de DVDs. Não foi tão ruim quanto ele pensou que seria conhecendo Marcus.

–Ele está estressado mesmo hoje.

James se assustou, há um segundo estava sozinho no meio das estantes e agora, Lilly, uma funcionária da loja, limpava algo atrás dele. Lilly era uma garota bonita com os olhos escuros e vivos. Ela usava maquiagem escura e era um pouco mais baixa que as garotas de sua idade.

–Ahn, oi Lilly!

–Oi Jay. Tudo ok?

–Mais ou menos. Não vai aquelas coisas...

–Ah, sei como é – Lilly disse.

James pensou em dizer que Lilly não tinha idéia de como iriam as coisas mas achou que realmente seria muito grosso de sua parte, e ela, não tinha idéia de tudo aquilo.

–E você Lilly?

–Ah, do mesmo jeito.

Houve um silêncio, aquele mesmo silêncio que sempre ocorre depois que você cumprimenta alguém e acaba o assunto.

–O quê você tava dizendo Lilly? – James perguntou, sem tirar os olhos dos DVDs que organizava.

–Ah, do Marcus?

–É  – James assentiu com a cabeça.

–Ouvi dizer que uma sobrinha dele morreu ontem. Ele estava super descoordenado.  Derrubou várias coisas, ficou meia hora tentando fazer um livro entrar num espaço pra CDs.

Na hora Stephanie veio à cabeça dele. Stephanie era sobrinha de Marcus. Fora por isso que Marcus não falou mais nada a James, ele estava abalado.

–Eles deveriam ser muito próximos.  – James falou.

–Com certeza  - Lilly disse.

James olhou para Lilly quando ela não estava olhando, ela realmente era muito bonita, em todos os sentidos. James concluiu.  

A tarde passou rápida de novo. Marcus voltou e foi embora mais uma vez.

Enquanto anoitecia, a história de Michael voltava em sua cabeça de novo.








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Notas finais do capítulo

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