Final Destination - You Never Know escrita por VinnieCamargo


Capítulo 17
Capítulo 17 - Preparar, apontar, fogo!


Notas iniciais do capítulo

Chegando ao fim :/
A partir desse capítulo vou começar a fechar as pontas soltas.
Ah sim, eles usaram camisinha. LOLOLOL



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Preparar, apontar, fogo!

James seguiu até a casa de Peter. Os pais dele já tinham saído e James checou se não havia mais nada dele ali dentro e travou. Deixou a chave com a empregada dos Burke e seguiu embora a pé.

Ele estava estranhamente feliz. Mesmo com a morte atrás dele, ele ainda estava. Tinha sido um péssimo dia bom. Pra todos eles.

Ele teria de dar um jeito na morte. Coisas fora da ordem, quebra de esquema. Tudo poderia funcionar. Julie e Emma tinham sido salvas. Isso já foi um grande erro da morte. Talvez eles tivessem que aprender a viver o resto da vida enganando a morte. Poderia ser até mais fácil com o tempo. Talvez.

Ao passar pelo café, se questionou se Ming ainda pudesse estar por lá. Ele ainda tinha suas perguntas e a cada segundo que se passava, ele se arrependia mais e mais de não ter feito todas elas, e ao menos, anotado o número dela.

–Ei, sabe aquela moça que tava comigo, há uns dois dias atrás? Ming, o nome dela. . . – James perguntou ao garçom e procurando por Ming nas mesas.

–Sei sim. Aliás, ela não voltou mais depois daquele dia. E acho que não vai voltar.

–Hã?

–É me lembro bem daquele dia, logo após você dizer que pagaria a conta dela, ela veio conversar comigo com um papinho de que o trabalho dela tinha acabado por aqui e foi.

–Peraí, você sabe mais algo sobre ela?

–Não.

–Então por que ela veio com aquele papinho pra você?

–Sei lá, ela veio acertar as continhas dela e me falou isso. Eu até olhei com uma cara pra ela, mas ela simplesmente nem pareceu notar.

James suspirou e olhou ao redor de novo.

–Escuta, fazia quanto tempo, mais ou menos, que ela frequentava o café? - James perguntou receoso.

–Ah cara, tipo. . . umas duas semanas. .

–Ah, ok . Valeu mesmo.

–Falou. - O garçom disse e sumiu atrás do balcão.

James pensou em sentar e ficar ali, mas tinha muita coisa a pensar. Saiu em direção a sua casa.

"Foi uma ótima noite" Pensou, se lembrando de Julie. Percebeu a velocidade em que as coisas boas e ruins estavam acontecendo em sua vida. De uma coisa, ele teve certeza naquela noite. Ele amava mesmo Julie. E não iria perder nada mais mesmo. E antes que pudesse acontecer algo a ele, ele iria dizer aquilo a ela. Poderia ter dito aquilo naquele dia, mas estava tão entretido que simplesmente, não falou. Era uma conclusão precipitada de algo que ele levou anos pra entender, mas sim, ele tinha certeza, agora.

Sofreu ao cogitar a idéia de que Julie tinha feito aquilo tudo por "dó". Talvez ela achasse que aquele momento no carro seria o último momento a sós deles. E que James merecia algo. De qualquer jeito, ele sabia que ela gostava dele, mas não tinha idéia em quais proporções. E mesmo assim, se ela tivesse feito aquilo por "dó", isso seria muito estranho da parte dela.

"Amanhã" pensou "De amanhã não passa''.

Atravessou a rua vazia com um cuidado exageradamente maior. Inconscientemente, ele passou a andar olhando a todos os lados, inclusive pra cima agora, procurando por algo que pudesse cair em sua cabeça.

Subiu direto ao seu quarto, Christine dormia no sofá.

E então, as experiências anteriores despertaram o lado obsessivo de James no qual ele só tinha passado por aquilo uma vez em sua infância.

Puxou a tomada do ventilador, empurrou a bagunça do chão pra baixo da cama. Com cuidado, levou os vários copos largados em todos os cantos do quarto até a cozinha. Procurou por algo mais perigoso e então avistou a mesa do computador. Pegou o monte de lápis no pote, os virou e pressionou todas as pontas de uma vez na madeira, as quebrando e em seguida as assoprou para trás da mesa e tampou todas as canetas.

Foi aí que ele se deu conta que era a vez dele. Só aí que o mundo caiu de verdade, ele era o próximo.

Sentou-se na cama. As duas semanas anteriores tinham provado que qualquer coisa poderia matar. Qualquer coisa, mas como evitar?

Tentou mais uma vez se lembrar de tudo o que Ming dissera. Ele ao menos poderia ter perguntado se "Wendy" tinha sobrevivido, pra fazer valer algo de tudo o que ela tinha dito. No fundo, James sempre achou que era muito improvável Wendy, Julie (seu coração palpitou) e o outro que ele não se lembrou do nome, terem sobrevivido, mas preferia acreditar que eles estivessem vivos pra aumentar suas próprias chances.

E no caso se realmente fosse o último dia dele? Sim, ele já tinha conseguido um grande feito com Julie, mas não havia nada mais que ele precisasse saber ou fazer, ele simplesmente não teria nada a fazer no seu possível último dia?

Tirou a calça e colocou os shorts, seu celular escorregou do bolso da calça vazia e fez um barulho seco ao cair no chão. James se assustou com o barulho, mas como instinto, pegou o celular e apertou o primeiro botão que esteve ao alcance de seus dedos. A tela não acendeu.

O celular não era caro, e James iria trocá-lo em breve, mas ali, tinha todos os números de que ele precisava. Engoliu em seco.

"Bateria" James riu ao se lembrar que não recarregava a bateria do celular há dias. Puxou o carregador de trás do computador e ficou parado em frente à tomada por algum tempo. E agora? Encaixou a ponta da tomada no plugue, e a empurrou lentamente com uma revista qualquer. Morreu de ódio próprio quando percebeu que ainda não tinha ligado o cabo no celular.

Lembrou-se do maldito cabo caindo em direção a Julie. Sentiu um frio na espinha quando percebeu em como estava vulnerável a perder cada um de seus amigos. Se Peter não estivesse ali, Julie estaria morta agora, James não a alcançaria. E se James não tivesse salvado Peter do choque na lavanderia, ninguém estaria lá pra salvar Julie. Alguns fatos formam conexões incrivelmente bizarras.

Ligou o cabo no celular num golpe só e o soltou com cuidado em cima de outra mesa. Nada aconteceu.

Sentou-se na cama de novo e olhou ao redor. Ele estava seguro? Quais eram as probabilidades de um avião cair sobre sua casa? Quais são as de um celular explodir, de seu telhado desabar?

"Quais são as possibilidades de meu computador explodir?" Se perguntou. "Provavelmente são menores do que as de um cabo de energia elétrica atravessar meu teto".

Apertou o botão principal e esperou seu velho amigo esquentar o motor. Há quanto tempo ele não mexia num computador como uma pessoa normal? Talvez duas semanas?

A mesma tela de indiferença o desafiou. Pensou em checar todos aqueles sites, mas como aquele poderia ser seu último acesso, resolveu mudar de idéia.

Youtube. Como ele adorava esse site. A tela padrão do site carregou em milésimos de segundos e James nem teve tempo de pensar no que pesquisar.

Contra sua vontade, digitou o nome de sua banda favorita, e como sempre, não havia nada novo. Entrou na página de um vídeo conhecido só pra dar uma olhada nos vídeos relacionados, e um título o deixou curioso sobre algo. Nem tanto o título, mas sim, uma palavra em especial.

"Goth" o fez mudar de idéia. Não custava procurar. "Erin Ulmer" foi o termo digitado. Os primeiros vídeos do resultado de uma pesquisa, nunca servem, então rodou a página. Um rosto conhecido por fotos o fez parar. Era ela, de frente a uma webcam com alguém. Esse alguém era um homem de maquiagem. Lembrou se do melhor amigo dela, gótico. Deveria ser ele.

Abriu o vídeo. Eles falavam de física e cálculos em geral, com um jeito único. Era meio estranho para James, mas pelos comentários de pessoas com os users relacionados a goth, eles eram populares naquele espaço. Provavelmente davam algum tipo de aula de física com alguns tons sérios de humor negro e pensamentos pseudo-gótico-filosóficos. Mas ela era realmente bonita. Tudo o que eles falavam ali no vídeo se encaixava entre eles. James não se surpreenderia se descobrisse que Ian e Erin eram namorados.

Clicou no link do canal de ambos. ZipandPip . Pelos comentários, sim, eles eram adorados pela sua gentinha, seus seguidores. Então notou o conteúdo dos comentários: "Onde estão vocês?" ou até "Morreram?", e não eram poucos. A página não era atualizada desde maio de 2005, claro que devido à morte deles naquela época, e uma dúvida de James a respeito de suas crenças foi respondida, ao ler a bio do canal.

"Somos amigos, melhores amigos e como vocês perceberam pelos nossos vídeos, sim, somos Wiccas. Mas não se preocupem. Usamos uma leve.. digamos que. . bruxaria, apenas pra fins medicinais, como, por exemplo, para manter o ambiente físico positivamente limpo, não usamos maconha, nem usamos magia negra. "

James suspirou, era aquilo mesmo e acreditou, que ambos não iriam mentir sobre aquilo num canal do YouTube, onde provavelmente ninguém de sua cidade, McKinley, o acessava. E a última frase, provavelmente tinha sido atualizada por último, e o fez rir. "Demônios da morte? Quem vê pensa. . . " Não. Eles nunca chamaram os demônios da morte mesmo, como algumas pessoas achavam.

Seu computador travou e era bem raro isso acontecer e por precaução, nos dois sentidos, o desligou. Deitou-se na cama. . .

O peso voltou e não seria fácil carregá-lo. Conseguiu dormir apenas pelas duas da manhã.





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Notas finais do capítulo

Não sei mesmo o que dizer aqui nas notas finais. Sei que é um capítulo sem graça.
Mas resolvi aquele nogócio do Ian e da Erin, me lembro de que o Luis Cláudio me perguntou, então aqui está.
Obrigado a todos, comentem!



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