Final Destination - You Never Know escrita por VinnieCamargo


Capítulo 16
Capítulo 16 - Roleta-Russa


Notas iniciais do capítulo

Here we go.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/143820/chapter/16

Capítulo 16

Roleta-russa

–Peter! - Susan estapeava o rosto dele com intenção de acordá-lo e James ainda o segurava pelas costas, para que não caísse no chão.

–Puta merda, o Peter tá cagando demais esses dias não? - James exclamou o balançando levemente pelas costas.

James deitou Peter no banco, Julie saiu correndo e pegou a mangueira de água de algum vizinho e disparou com muita pressão no rosto de Peter, molhando os três.

Peter acordou assustado.

–Que é isso? – Perguntou furioso a Julie, que segurava a mangueira tensa.

James quase se divertiu com a cena, a não ser o fato de que estava parcialmente molhado, mas ao se virar de novo a rua, e ver os pedaços de concreto no chão, não pode deixar de lembrar-se, Julie era a próxima.

–Olha cara, não sei se vocês perceberam, mas não acabamos com a lista.

–É – Todos concordaram.

–Você não disse que se fizéssemos algo diferente, poderíamos mudar algo? – Susan perguntou.

–Disse – pausou – é não sei mais o que fazer.  Ming me disse isso.  – James disse desanimando.

–Será que essa Ming realmente existe? – Peter perguntou – É que você não é totalmente normal.

Todos riram.

–Ela existe sim, Ok? Ela era amiga da garota que salvou minha prima.  – James disse.

–James, já parou pra pensar como é uma grande coincidência ela te encontrar aqui? – Julie perguntou.  – Do outro lado do país?

–É eu sei, mas qualquer ajuda agora é indispensável, e no fundo as coisas que ela disse fazem sentido.

–Ah, ok.  – Peter disse – E então, você nos salvou, e salvou Emma, será que a lista não pára por ai?

–Não, tenho certeza que não Peter.  Se fosse assim, Michael não teria morrido.

–Mas você ouviu o que Emma disse, Michael praticamente cometeu suicídio! – Susan disse.

–Sério, alguém que brinca com motosserras tá pedindo pra morrer, quem faz isso em sã consciência?

–Não sei, mesmo que ele estivesse bêbado, ele não iria jogar uma motosserra em si mesmo, algo deve ter dado errado, mas descobrimos isso com Emma outra hora.

Os três concordaram com James e mais uma vez se concentraram nos pedaços da construção.

–Olhem, daqui pra frente, aliás, já deviam ter feito isso, tudo mesmo que vocês forem fazer, olhem ao redor, todos os lados, todas as conexões, tudo o que está relacionado a tal coisa.  – James disse, mas percebeu que aquilo soou confuso – E assim, vamos fazer algo inesperado, mudar os planos dela, descobrir um esquema...

Todos concordaram.

–Principalmente você Julie.  – e olhou pra ela, que concordou de novo e olhou para o chão. Era ruim pra todos, dizer e viver naquela situação, mas agora era seguir em frente, e sim eles já tinham conseguido evitar algumas mortes.

–Ok, vou tomar muito cuidado.

Observaram a polícia e a ambulância retirar os corpos e desviando de cada obstáculo que estava agora na rua.  A cada segundo que passava, James passava a se preocupar mais e mais com Julie que desta vez, parecia não estar se roendo de medo.  Parecia que ela ainda não acreditava que era a próxima.

–Merda! – Peter disse e saiu correndo – Merda, merda!

James seguiu Peter, Susan e Julie também.  Peter se aproximou do Impala 85 do seu pai.  O vidro do lado do motorista, e o de trás do passageiro estava quebrado. Era óbvio que aquilo tinha acontecido, mas Peter demorou pra se tocar. Se a explosão tinha quebrado as janelas dos vizinhos da frente da casa, os vidros do carro de Peter eram só um lanchinho. Mas por muita sorte, a lataria estava intacta.

Peter abriu a porta do motorista e fez uma careta puxando cuidadosamente cada pedaço de vidro que estava ali no banco.

–Sim, meu pai vai fazer o trabalho sujo da morte, mas que merda hein? – Chutou o pneu do carro, nervoso.  Alguns curiosos olharam indignados a Peter.  Houve mortes no local e um garoto estava dando chilique por causa dos vidros de um carro velho.  James no fundo entendeu o desespero de Peter.

–O estrago poderia ser muito maior.  – James disse, apontando os pedaços enormes de concreto ali na rua que passaram a centímetros do carro de Peter.

–Eu sei, eu sei.  – Peter disse com a mão no queixo.

James olhou uma última vez pra Emma, sozinha ali na frente da casa.  Ela o viu e balançou a cabeça a ele, como se o chamasse. Ele andou em direção a ela enquanto Peter e as garotas encostaram-se à lataria do carro.

"Que droga Julie, não fechou a mangueira?"

James se virou e observou a poça de água que a mangueira havia feito ali no meio da rua, mas continuou a caminhar em direção a Emma.

–Michael havia me contado sobre a história toda.  Você me salvou, não é?

–Acho que sim.

–Você acha que acabou? – Emma perguntou esperançosa.

–Acho que não.  Eu salvei Peter e Susan antes de Michael. . . Lembra?

–Ahn.  Você é um herói sabia? – Ela disse olhando para o horizonte.

–Não sou.  Ainda não, vou ser quando nós cinco estivermos vivos sem aquela vaca na nossa costa.

Emma riu e soluçou.

–Obrigado James.  Mesmo.

–Imagina, vou fazer o. . .

Outro barulho chamou a atenção de James, e seu coração gelou.

Olhou pra cima, procurando a origem do barulho.  Havia um pedaço de concreto de bom tamanho preso nos cabos de energia da rua.  Outro estalo.

James gritou. 

O cabo se soltou e ia à direção de Julie, ou no mínimo, na poça de água em que ela estava pisando. James correu gritando. O fio estava muito próximo e então James tropeçou num dos malditos pedaços de concreto e caiu ali, no meio da rua. Ouviu o barulho do choque. Ficou caído ali, com o rosto tapado. Várias coisas se passaram em sua mente. Ele tinha fracassado.

Os gritos das pessoas ao redor se tornaram audíveis de novo, essa surdez temporária estava o deixando louco. James não queria acreditar no que tinha acontecido, e nunca soube de onde tirou forças para erguer a cabeça.

Seu coração pareceu ter ido à boca e voltado. Peter salvou Julie. Estava em cima dela, ali na calçada. O cabo havia atingido a água, a poça que Julie estava segundos antes, e ainda descarregava energia ali. James se ergueu sozinho e desviou do cabo, correndo em direção aos dois. Alguns policiais que viram a cena, mesmo com a perca de seus amigos, ainda aplaudiram Peter.

James se agachou ali:

–Você tá bem Julie? - Perguntou a tocando, tremendo.

Peter parecia assustado, ainda não sabia como tinha feito aquilo.

–Um pouco amassada - Ela se ajeitou, sentando no chão e abraçou Peter, que olhava tenso para o cabo, que dançava perigosamente alegre sobre a poça.

–Cara, valeu mesmo! - James o abraçou - Se não fosse você...  - e abraçou Julie, que o encarou assustada.

–Você é o próximo.

James mal sabia se ria ou chorava. Ele era o próximo, mas pra ele, parecia muito mais fácil evitar a própria morte do que a dos outros.

–Minha perna tá doendo, não sei, mas acho que quebrou  - Peter disse gemendo e se esforçando pra levantar.  - E não me perguntem mais como eu fiz aquilo.  - Tentou sentar de novo e os ossos de sua perna estalaram horrivelmente alto. Peter gritou.

–Calma cara! - Susan disse pegando de leve nas pernas de Peter.  - Você foi brilhante Peter! - e o abraçou.

Algum osso de Peter estalou e ele segurou o grito.

–É eu sei.  - Peter disse sério.  - Fui?

–Foi cara.

Peter tentou erguer-se de novo:

–Vão ficar contemplando minha beleza até quando?


James explicou a uma ambulância sobre Peter, que chamou outra para buscá-lo. Peter ligou a seus pais, que iriam o encontrar no hospital.

A ambulância chegou e começaram a tirar uma maca pra levar Peter que mal mexia as pernas.

–Tome cuidado! - Susan disse a Peter enquanto o ajeitavam cuidadosamente na maca.

–Calma aí - Peter disse a eles e fez uma careta de dor.  - Leva o meu Impala embora James e guarda na frente da garagem, acho que meus pais já saíram de casa. Tome cuidado mesmo - e lançou um olhar perigoso a James. Jogou a chave do Impala à ele, que a pegou e confirmou com a cabeça.

–Espera! - Susan disse e James quase riu ao ver a cara do enfermeiro da ambulância, que parecia estar com pressa.  - Não quero perder isso - e entrou na ambulância e beijou Peter que congelou de novo, mas retribuiu. James riu e olhou a Julie que ria também. Ambos estavam felizes com aquilo. E pra James, Peter merecia.

Susan desceu da ambulância e sussurrou um "tome cuidado" mais uma vez.

Os três esperaram a ambulância sumir no horizonte e nem perceberam o cabo de energia que parou de dançar, provavelmente desligaram a energia do bairro.

A noite começou a cair e os três se dirigiram ao Impala de Peter.

–Ele foi brilhante, não foi? – Susan disse enquanto entrava no carro.

–Foi. Sempre foi Susan.  – James disse puxando sardinha a Peter – Cuidado com o vidro aí atrás.

–Foi brilhante sim. - E se sentou orgulhosa.

–Tenho que agradecer minha vida a Peter.  – Julie disse encarando o porta-luvas. -Vamos?

–Vamos.

James ligou o carro e ao andarem sentiram o soco do contato dos pneus com os pedaços de concreto na rua.  Deu a volta e atravessou a Avenida Lewton, rezando pra não houver policiais no caminho.  Ele sabia dirigir, Peter havia o ensinado muito bem, mas ainda não tinha carteira de motorista.

Susan desceu e mais uma vez disse um; "Tome cuidado", que James respondeu: "Vou tomar".

James esperou Susan entrar em sua casa, ligou o carro de novo e seguiu até a casa de Julie, ambos em silêncio.

–Tome muito cuidado James.  Me liga quando chegar a casa. Vamos ficar juntos, mesmo que seja pelo telefone.

–Ok, obrigado Julie, se cuida também.

–Eu não posso te perder James – Ela disse, abrindo a porta do carro, mas sem tirar os olhos dele.

–Nem eu – James disse ainda firme nos olhos dela.

Ela parou e ele simplesmente soube o que iria acontecer, mas deixou-a guiar as coisas.  Ela estava cada vez mais próxima e o beijou. Ele retribuiu. E não pararam mais.  Os lábios dela eram tão macios e o carro e a rua estavam escuros o suficiente.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Finalmente né James!!!!!! [eeeeeee]
Gostaram do capítulo?
Obrigado por todo mundo que está lendo. That's all.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Final Destination - You Never Know" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.