Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Gente, Adorei escrever este capítulo 08 e também o próximo!Espero que vcs gostem! Os pensamentos de Dimitri estão a mil!!!



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Quando finalmente chegamos em West Virginia já era de madrugada. Estávamos em um vilarejo minúsculo, pouco acessível. Eu duvidava que constasse em algum mapa.

Nós nos registramos no hotel com nomes falsos, dados por Sydney. Eu percebi que ela tinha pedido dois quartos. Um para ela sozinha, e outro para Rose e eu. O lugar era muito simples, sem luxo, e também não era exemplo de limpeza.

“Nós não vamos ficar todos juntos?" Rose perguntou, olhando para a porta com cautela.

"Ei, caras, se vocês forem  pegos, eu não quero estar por perto", disse Sidney. "Eu ainda estarei no quarto ao lado. Nos falaremos de manhã."

“Vamos dividir um quarto?" Rose falou mudando seu olhar para mim.

Eu entendia a preocupação de Rose. Ela não queria ficar sozinha comigo e tinha inúmeras razões para isso, que iam desde a mágoa até a impossibilidade de fugir. Meu coração estava acelerado. Ficar em um quarto com Rose era muito arriscado, mas seria muito mais arriscado se ela ficasse em um quarto sozinha ou com Sydney. Eu tentei manter minha mente focada e não demonstrar que isso significaria algo para mim. Sydney deu de ombros.

“Acho que vocês podem se defender um do outro".

Ela saiu para seu próprio quarto e nos deixou ali no corredor. Entramos e eu tranquei a porta. Sentei em uma cadeira de madeira, no canto do quarto e olhei tudo com cuidado. Senti meu corpo relaxar. Eu estava exausto, o dia tinha sido longo, com muita ação e a viagem muito cansativa, mas eu ainda podia agüentar algumas horas de vigília. Rose sentou na ponta da cama.

"E agora?" ela perguntou.         

"Agora, vamos esperar", respondi, eu me sentia calmo, aliviado de termos finalmente chegado ao nosso destino. Apesar de não saber como suportaria ficar ali sem fazer nada.

"Pelo quê?"                                                                                                                                      

"Por Lissa e os outros limparem seu nome e descobrirem quem matou a rainha.” Ela continuou a me observar, obviamente, esperando algo mais. Eu não falei mais nada. Parecia que toda aquela conversa ia começar de novo  e eu estava bastante cansado para isso. Alguns segundos se passaram e eu podia ver sua inquietação. Eu realmente entendia a inquietação dela. Eu mesmo não sabia como eu iria agüentar ficar ali somente de guarda, fora de ação.

"O que vamos fazer? Como é que vamos ajudá-los?"

"Já falei para você: você não pode procurar pistas na Corte. Você precisa ficar longe. Você precisa ficar segura..."

Ela abriu os braços. "O que é isso? Onde você quer chegar me trancando? Eu pensei... eu pensei que havia alguma coisa aqui. Algo para ajudar."

Eu tentei manter a calma, embora soubesse que ela estava muito incomodada. Quem sabia quanto tempo teríamos de ficar neste lugar horrível e fora de ação? Eu não podia demonstrar para ela que, para mim, aquilo também era um incomodo. Eu também queria ajudar na Corte, mas eu tinha consciência que eu não poderia fazer nada lá. Então essa ajuda de agora também era válida. Eu tinha que mostrar isso a ela.

"Já está ajudando. Sydney e Abe pesquisaram ​​este lugar e decidiram que era escondido o suficiente para evitar que eles lhe encontrem."  Ela deu um pulo e avançou na minha direção.

"Ok, camarada. Há um problema sério aqui com a sua lógica. Vocês continuam agindo como se me manter fora do caminho ajudasse."

"O que é um problema sério é a gente repetir essa conversa mais e mais. A resposta de quem assassinou Tatiana está na Corte e é onde estão seus amigos. Eles vão descobrir isso." Eu estava muito cansado de tudo, e também estava cansado da insistência de Rose. Já estava decidido, ela iria ficar fora de cena e pronto.

"Entramos em uma perseguição em alta velocidade, cruzando as linhas dos estados para acabarmos em uma porcaria de motel! Quanto tempo você está pensando em ficar ‘fora de circulação’, escondido aqui?"

 Cruzei os braços e fechei ainda mais o meu semblante.

"O quanto for preciso. Nós temos recursos para ficar aqui por tempo indeterminado."

"Acho que tenho trocados suficiente no bolso para ficar aqui por tempo indeterminado! Mas isso não vai acontecer. Tenho que fazer alguma coisa. Eu não vou simplesmente sentar e esperar."

"Sobreviver não é tão fácil quanto você pensa” Eu sabia que isso ia soar como uma ‘merda zen’ como Rose falava, mas não me importei.

"Oh Deus. Você está andando muito com Abe, não é? Sabe, quando você era um Strigoi, você me disse para ficar longe dele. Talvez você devesse seguir o seu próprio conselho."

Eu vacilei. A minha memória da vida como Strigoi voltou e de repente lembrei de quando a mantive presa na Sibéria. Eu tinha dito isso, mas eu estava falando como Strigoi. Talvez até para dhampirs e morois fosse melhor manter distância de Abe. Mas em relação a Rose, ele estava sendo surpreendente. Ele estava sendo um bom pai. Novamente o conflito me invadiu. Tudo que eu tinha feito com ela, quando era um Strigoi, voltou a memória e bateu de frente com os sentimentos que também estavam ali. Novamente eu me senti péssimo.Novamente senti que não era digno de amá-la.

Toda a raiva de repente caiu de seu rosto e se transformou em remorso.

"Sinto muito. Eu não quis dizer"

“Não vamos mais discutir sobre isso. Se Lissa diz você que vai ficar aqui, então nós vamos ficar aqui." Eu tinha que me focar na minha desculpa original. Eu não podia deixar que o meu conflito interno ficasse visível para ela.

“É por isso que você está fazendo isso? Porque Lissa disse para você fazer?"

“Claro que sim. Eu jurei que iria a servir e ajudar." Eu me senti um idiota falando isso, mas seria o melhor a dizer naquele momento. Jamais poderia me expor para ela novamente. Aquilo pareceu irritá-la.

“Esqueça!" Rose levantou. "Eu não vou ficar aqui."

Ela deveria me conhecer melhor, tentar sair assim, descaradamente... Ela chegou à porta e tentou abrir, eu me levantei num passo e a bloqueei antes que ela conseguisse. Apertei-a contra a parede e ela se debatia, tentando se libertar. Até quando Rose iria durar com esse jogo de gato e rato inútil? Ela precisaria de muito mais para fugir de mim.

“Você vai ficar aqui, quer você goste ou não."

Abri um pouco a minha guarda e em seguida ela me deu uma joelhada no estômago. Meus olhos se arregalaram quando a dor bateu e soltei os seus punhos. Mas eu era treinado para suportar a dor, me recuperando rapidamente, estendi a mão e a atirei contra a cama, de barriga para baixo, prendendo-a com o peso do meu corpo.

"Pare com isso. Seja razoável, ao menos uma vez. Você não pode passar por mim." Falei no seu ouvido, mas ela continuou lutando.

“Eu não sou a única que tem que ser razoável. É você que está preso em uma promessa nobre que não faz sentido. E eu sei que você detesta ficar fora de ação mais do que eu. Ajude-me. Ajude-me a encontrar o assassino e fazer algo útil."

Minha promessa não fazia sentido?  De fato, agora parecia não fazer. O que ela falava era verdade, eu me sentia exatamente assim. Ela me conhecia bem, tinha que admitir.

“Eu não gosto de ficar parado, mas eu também não gosto de me meter em situações impossíveis."

“Situações impossíveis são nossa especialidade."

Apesar de ser uma situação de luta, o contato físico com ela era difícil de ignorar. Nós estávamos tão próximos um do outro e eu estava excitado com essa aproximação. Era difícil manter a concentração. Aproveitando um segundo de vacilo, ela se virou  e rolou pela cama, mas eu a prendi  novamente. Eu ignorei o meu sentido e continuei lutando para segurá-la.

“Um dia. Você não pode esperar nem um dia?"

“Talvez se tivéssemos ido para um bom hotel. Com tv a cabo." Ela provocou.

“Essa não é hora para piadas, Rose." Ela estava tentando me distrair.

“Então deixe-me fazer algo. Qualquer coisa".

“Eu não posso"

Eu sabia que minha voz estava soando cansada e ela iria perceber. Eu  também sempre me sentia mal por negar algo a ela. Preparei-me para outro ataque, um golpe, um empurrão. Mas não, ela parou e simplesmente estudou o meu rosto. Eu estava preparado para qualquer reação típica de Rose.  Mas eu não acho que nada poderia ter me preparado para o que aconteceu em seguida. Inesperadamente, ela me beijou.

Foi da mesma forma como sempre tinha sido, quando estávamos na Academia. Aquele mesmo sentimento de que nós estávamos conectados um com o outro. Eu sentia meu corpo todo querendo Rose, era uma batalha perdida. Eu não podia resistir e a beijei de volta. Eu estava perdendo o meu controle sobre ela e não estava conseguindo raciocinar direito. Eu só conseguia pensar no que estava acontecendo naquele momento. Não tinha mais resistência contra ela. E foi aí que senti o seu punho golpeando meu queixo. Fiquei tão chocado que eu esqueci de lutar. Foi um golpe duro, principalmente, pela forma que ela usou para me distrair. Um beijo. Eu não sabia o que tinha me pego mais de surpresa.

Enquanto isso, Rose me empurrou e eu caí no chão, ainda desnorteado. Tentei alcançá-la mas ela foi mais rápida e fechou a porta atrás dela. Tentando não cair, abri novamente a porta, e esbarrei direto no carro de limpeza. Eu ainda tive tempo de vê-la descer correndo pelas escadas no final do corredor. Gritei um palavrão em russo, sem pensar e empurrei o carro para fora do meu caminho, para o lado oposto do corredor. O atendente no balcão gritou para que eu parasse, mas eu me desviei dele, concentrando-me apenas em capturar Rose.

Sai do hotel correndo e não havia mais sinais de Rose. Olhei para frente e  vi uma estrada que dava para a cidade e uma floresta. Por onde ela tinha seguido? “Você sabe a resposta, Dimitri” falei para mim mesmo.

Em um impulso, corri na direção da floresta.

Não havia como ela fugir de mim, sem que eu a alcançasse.


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