Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 7
Capítulo 7




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Sydney era uma Alquimista que tinha sido enviada para vigiar os atos de Rose na Sibéria. As anotações que recebi de Abe diziam que Rose matou muitos Strigois enquanto estava lá e isso tinha chamado a atenção das autoridades policiais. Foi assim que os Alquimistas enviaram Sydney para consertar tudo e garantir que Rose ficaria sob controle. Mas Sydney também tinha uma dívida antiga e grande com Abe, que também procurava por Rose, o que acabou “unindo o útil ao agradável” para Abe. Mas eu também percebi que ela sentia, da maneira dela, uma amizade por Rose.  Eu já tinha estado com alguns Alquimistas antes e sabia bem qual tratamento eles davam aos vampiros e meio vampiros. Sydney lidava com Rose como se ela fosse humana. Diferente comigo. Ela sempre tinha um medo no olhar, quando eu falava. 

Nós entramos no carro, que tinha placa de um Estado diferente do qual estávamos. Tinha sido parte do plano de Abe. Eu tinha que admitir que Abe era mesmo muito engenhoso. Nenhum guardião pensaria em seguir um carro com placa da Louisiana. Rose sempre tinha algo a dizer.

"Que diabos! Essa fuga ousada está sendo patrocinada pela Honda?"

Ninguém respondeu. Então ela tentou outra pergunta: "Será que estamos indo para New Orleans?"

“Não" respondeu Sydney. "Nós estamos indo para West Virginia." Rose me deu um olhar penetrante.

“Eu assumo por ‘West Virginia’, que você realmente queira dizer ‘Hawaii’, ou algum lugar igualmente emocionante." Sydney franziu a testa.

“Honestamente, eu acho que é melhor evitar a empolgação, por hora. West Virginia é realmente muito bonita."

"Por que você está nos ajudando?" Rose perguntou e Sydney fez uma careta.

“O que você acha?"

“Abe” Rose respondeu prontamente.

“Estou começando a me perguntar se Nova Orleans vale tudo isso", suspirou Rose.

Sydney ficou em silêncio e eu tentei manter meu rosto calmo. Sydney parecia estar muito incomodada com a minha presença. A impressão que eu tinha era que ela podia jogar água benta em mim a qualquer momento.

“Tudo bem. Então por que estamos indo para West Virginia?" Rose estava começando um novo interrogatório. Sydney estava prestes a explicar, mas eu conhecia Rose muito bem. Se ela soubesse o que estávamos fazendo, ela não concordaria e iria encontrar alguma maneira de fugir.

“Ainda não", eu interrompi.  Eu não podia arriscar tudo que já fizemos. Sidney olhou para mim pelo espelho retrovisor, abaixando as sobrancelhas sobre seus olhos.

“Eu estou tão cansada disso!" Rose explodiu. Isso chocou Sydney, mas eu já estava preparado, o humor de Rose estava variando muito e eu suspeitava que o espírito de Lissa tinha algo a ver com isso.

“Nós estamos na estrada por seis horas agora, e eu ainda não sei todos os detalhes. Sei que temos que ficar longe dos guardiões, mas porque tem que ser West Virginia? Vamos montar lá nossa base de operação? Um lugar remoto onde não tem água encanada?"

Sidney deu um suspiro exasperado. Você realmente sabe alguma coisa sobre West Virginia?”Sydney perguntou calmamente, mas Rose, naturalmente, a ignorou.

“Você sabe que eu sou inocente? Eu realmente não fiz nada. Dizem que eu matei a rainha, mas-" Sydney cortou.

“Eu sei. Eu já ouvi de tudo. Todos os alquimistas sabem sobre você e ele. Vocês dois estão no topo da nossa lista dos mais procurados."

Essa era uma informação quente. Eu não tinha tido nenhuma notícia da Corte desde que saímos e Rose nunca falava nada do que ela via pelos olhos de Lissa. Quer dizer que nós éramos os mais procurados? Isso era ao mesmo tempo estranho e engraçado. Um silêncio tomou conta do carro e eu sabia que Rose logo teria um impulso de começar pelo menos uma pequena conversa para quebrá-lo. Sydney continuava tensa e eu sabia que era por causa de mim, pois ela já tinha se acostumado com Rose. Eu sabia que eu tinha uma imagem forte e que era muito intimidante, então eu tentei aparecer o mais calmo e descontraído possível, para que aquele medo que ela sentia fosse, aos poucos, se dissipando.

"Eu não fiz isso” Rose quebrou o silêncio, continuado no assunto anterior, mas Sydney ainda estava cética. Era como se ela soubesse que Rose seria capaz de cometer um crime desses.

"Você deveria comer. Sua comida está esfriando. Nós temos um pouco mais de três horas pela frente e não pretendemos parar, exceto para abastecer." Sydney encerrou o assunto, demonstrando que não estava gostando da conversa.

Com isso, Rose rasgou o saco de comida. O cheiro de queijo derretido e batatas fritas flutuaram no ar. Há muito tempo eu não sentia um cheiro tão bom. Eu lembrei que não tinha comido nada hoje e senti meu estomago roncar. Parecendo que tinha acabado de ler meus pensamentos, Rose me entregou um cheeseburger.

"Você quer um? Precisa manter suas forças."

Peguei hesitante, comer ainda era uma coisa que eu estava me acostumando a fazer novamente. Claro que eu sentia fome, mas sempre comia pouco e devagar, meu corpo ainda estava se adaptando. Meu conflito por ter sido restaurado não era apenas psicológico, era físico também. Abri o embrulho no meu colo e lá tinha um sanduíche que parecia ótimo. Ela também me deu algumas batatas fritas, que eu considerava um milagre, pois, do jeito que Rose é faminta, toda comida para ela é pouca.

Nos meus pés estavam duas sacolas. Eu peguei a mais próxima de mim.

"Eu acho que isto é para você"  eu falei entregando a Rose.

“Shorts, camisetas e um vestido. Eu não posso lutar com isso. Preciso de jeans."

Eu tinha que concordar com Rose que aquelas roupas não eram muito práticas. Jeans seriam mais apropriados, mesmo que ela não fosse lutar, e se tudo corresse bem, ela não riria, mas nós estávamos no meio de uma fuga, ela tinha que estar vestida da maneira mais prática possível.

“É assim que você me agradece?", de Sydney sorriu. "Tudo aconteceu muito rápido, Foi tudo que eu consegui juntar."

Enquanto isso, eu abri minha própria sacola: jeans, camisetas e, oh meu Deus, não acredito, tinha um sobretudo para mim! Senti meu rosto iluminar. Eu adorava esse tipo de casaco que ia até o joelho. Não só por lembrar os casacos usados pelos personagens dos meus livros, mas também por que eu me sentia confortável neles. Talvez pela minha altura, um casaco comprido me caia muito bem.

"Um sobretudo?" Rose exclamou "Você conseguiu para ele um sobretudo, mas você não poderia conseguir para mim uma calça jeans?" Eu quase ri da sua indignação. Parecia uma criança que tinha ganho um brinquedo inferior.

“Abe disse que era essencial." Sempre Abe pensando em tudo.

"Além disso, se tudo correr como planejado, você não vai precisar lutar."

Desistindo de argumentar, Rose ficou em silêncio. Até ela se cansava de sua própria insistência, de vez em quando. Logo depois, seu rosto ficou em branco. Sydney me lançou um olhar preocupado.

“O que está acontecendo com ela? Parece que está em transe” Sydney perguntou.

"Ela está na cabeça de Lissa," eu expliquei.

“Como?” Ela perguntou completamente antônita.

“Rose tem um Laço que a une a Lissa. Esse Laço, dentre outras coisas, lhe permite o acesso completo a sua mente, ela pode ver o que Lissa ver, incluisive. Então ela não está realmente aqui..."

“Vocês são umas aberrações”. Sydney falou se focando na estrada.

Eu me perguntava o que Rose estava vendo, mas ela nunca partilhava isso comigo. Era como se ela quisesse preservar a intimidade de Lissa.

Sydney ligou o rádio e descansei minha cabeça no encosto do banco e fiquei observando Rose. Agora, eu podia fazer isso sem que ela percebesse. Era muito tranqüilizador olhar para ela.


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