Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Segue mais um capítulo. Espero que gostem! bjs



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Eu não podia contar a Rose, mas minha intenção principal não era roubar um carro. Eu não precisaria me separar dela para fazer isso, aliás, seria bem mais seguro se ela permanecesse comigo durante o processo. Na verdade, eu queria atrair os guardiões até mim e deixar Rose seguir com Sydney. Eles não iriam capturar Rose, eles iriam matar Rose. Eu era apenas um ex-Strigoi, do qual eles não sabiam nada, não sabiam do que eu era capaz. Eles me levariam de volta à Corte, me encheriam de perguntas e iriam me manter preso novamente. Nada além disso aconteceria. O que aconteceria comigo não importava. Isso também era parte do plano que tínhamos traçado. Claro, só seria executado na pior das hipóteses.

Andei pelo shopping observando cuidadosamente as pessoas. Não tinha nenhum guardião ali. Entrei em uma loja e andei aleatoriamente pelos cabides de roupa, sempre olhando lá fora. Foi quando eu vi um dhampir passando. Ele não era tão alto como eu, mas sua postura denunciava que era um guardião. Sai da loja, andando calmamente atrás dele. Percebi, então, que ele não era tão atento, caso contrário, teria percebido que alguém o seguia. Apertei o passo e esbarrei propositalmente nele. Foi quando ele me viu e eu olhei ameaçadoramente para ele. Ele pareceu me reconhecer de imediato, provavelmente, tinha visto alguma fotografia. Saí em direção ao estacionamento. Eu não queria começar uma briga ali.

Ele veio atrás de mim e eu esperava que ele tivesse alertado os outros que poderiam estar com ele. Eu senti que seria uma briga fácil, ele não me pareceu muito inteligente. Foi atraído para uma armadilha e nem se deu conta disso. A primeira coisa que ele fez ao chegar ao estacionamento foi sacar a arma. Jogo sujo, como Rose diria. Mas eu era mais rápido do que ele. Com um único chute, a arma voou longe e ele não teve outra opção além de partir para briga. Quer dizer, ele não teve tempo sequer de pensar, eu dei outro chute, agora no estômago e logo ele estava no chão. Peguei a sua cabeça e bati violentamente contra o asfalto. Ele apagou. Empurrei ele para perto de uma lixeira. Esperei pelos outros, que não vieram. Eu achava que tinha visto pelo menos dois guardiões dentro do carro que nos perseguiu. Eu realmente esperava que o outro não tivesse ido encontrar Rose.

Sem mais guardiões, fui tentar conseguir um novo carro. Andei pelo estacionamento procurando um carro comum, popular, sem alarme, foi quando avistei um Honda Accord. Eu conhecia a mecânica dos carros da Honda, então decidi que aquele seria o nosso novo carro. Olhei em volta e não tinha ninguém. Aquele lado do estacionamento não era muito movimentado. Com a minha estaca forcei a fechadura que, depois de alguns movimentos, abriu. Eu puxei a memória, tentando lembrar de como fazer uma ligação direta nos carros. Era uma coisa que eu havia aprendido a fazer algum tempo atrás. Puxei alguns fios do painel, fazendo uma ligação direta. O motor deu partida. Saí lentamente, para não levantar suspeitas.

Dei uma volta e passei por frente do cinema. Nada de Rose. Ela não estava lá. Logo a angustia começou a tomar conta de mim. Ela teria fugido? Ou o outro guardião a teria capturado? Não, isso não, Rose era muito boa para se deixar vencer assim. ‘Ela está vindo, Dimitri’ eu repetia para mim mesmo. Resolvi dar mais uma volta pelos arredores, na esperança de vê-la no caminho. Nada. Voltei ao cinema.

Olhei ao redor, tentando vê-la, meu coração estava disparado. Não pela situação, mas eu estava com medo de que ela não viesse, se ela quisesse mesmo fugir, aquele seria o momento ideal para isso. Mas não. Ela estava lá, dessa vez. Fiquei aliviado quando a vi. Ela estava em pé perto da saída, olhando nervosamente em volta. Ela estava segurando as mãos olhando todo carro que passava.

"Rose!" chamei, acenando para ela. Ela entrou rapidamente no carro e bateu a porta. Eu acelerei, esperando sair dali o mais rápido possível. Teríamos de chegar logo ao nosso destino e trocar de carro.Eu dirigi um pouco acima do limite de velocidade, mas tentando evitar os radares. Todo o tempo, eu verificava se estávamos sendo seguidos. Não. Nada ainda. Rose pareceu perceber a minha tensão, e não fez perguntas de imediato.

Finalmente, Rose perguntou "Há alguém atrás de nós?"

"Eles não conhecem este carro. Levará um tempo para descobrir em qual estamos"

Ela olhou para baixo, para o lugar onde deveriam estar as chaves do carro.

"Você fez uma ligação direta neste carro? Você roubou este carro?" Ela parecia indignada por eu ter cometido um pequeno crime.

"Você tem um interessante senso de moral. Explodir prisões, está tudo bem. Mas roubar um carro lhe soa totalmente indignado." Ela suspirou, vencida, e relaxou no assento.

"Eu estou mais surpresa do que indignada. Eu tive medo... bem, por um momento eu achei que você não vinha. Que eles tinham lhe pego ou algo assim."

Primeiro, achei engraçado ela ficar surpresa por eu roubar um carro. Depois de tudo o que eu já tinha feito, era um sinal que ela ainda tinha uma imagem boa de mim. Segundo, nós éramos mesmo muito parecidos. Eu estava preocupado que ela não viesse e ela estava preocupada que eu não viesse. O pior é que esse era o nosso menor problema, diante de todo contexto.

"Não. A maior parte do meu tempo foi gasto fugindo e tentando encontrar um carro adequado." Eu tive que mentir. Não ia dizer a Rose o que havia se passado. Houve silêncio por alguns minutos, e eu esperei por ela para quebrá-lo. Eu sabia que ela faria, Rose não lidava muito bem com o silêncio.

"Não vai perguntar o que aconteceu comigo?"

“Não precisa. Você está aqui. Isso é o que conta." Naquela hora era só isso que contava para mim. Que ela tinha confiado e tinha voltado, não tinha fugido. Era um grande alívio.

"Eu entrei em uma briga."

“Eu sei. A manga da sua blusa está rasgada." Ela olhou para a blusa. Ela não tinha percebido, mas a primeira coisa que eu tinha feito, quando a vi, foi checar se ela estava bem, analisando cada parte dela, então, vi logo que a blusa estava rasgada.

“Você não quer saber nada sobre a luta?"

“Eu já sei. Você dominou o seu inimigo. Você fez isso rápido e você fez bem. Porque você é muito boa." Eu estava falando de Rose mas bem que podia estar falando de mim, minha luta com o guardião tinha sido exatamente dessa forma.

Ela sorriu.

“Tudo bem. Então, o que acontece agora, General? Você não acha que eles terão os relatórios de verificação de veículos roubados e vão buscar o nosso pelo número da placa?"

"Provavelmente. Mas até lá, vamos ter um carro novo, um que eles não terão pistas de qual é." Ela juntou as sombrancelhas.

"Como você pretende conseguir isto?”

"Nós encontraremos alguém, em poucas horas."

“Dane-se. Eu realmente odeio ser a última a saber de tudo." Ela ficou irritada de novo.

Com essas palavras Rose se fechou durante o percurso. Mais uma vez ela estava irritada por não conhecer o plano. Não falamos muito durante as próximas horas de nossa jornada, Rose não queria conversa e eu não me incomodava com o silêncio. Quando finalmente chegamos no nosso destino, passei pelo centro da cidade procurando o nosso ponto de encontro.Encontrei o McDonalds que eu procurava. Rose se iluminou.

"Eu não suponho que seja uma parada para comida". Rose falou

"Este é o local onde pegamos nosso próximo veículo."

Eu circulei o estacionamento, procurando entre os carros e as poucas pessoas que ali estavam, para encontrar o que eu queria. Encontrei uma SUV com uma garota loira que estava de costas para nós, que, pela aparência, presumi que era a quem eu estava procurando. Sydney, a Alquimista que nós encontraríamos. Rose pareceu reconhecê-la, e seus olhos se arregalaram. Eu parei o carro perto dela e saímos ao seu encontro.

"Sydney?" Rose perguntou, chocada.

"Olá, Rose," disse Sidney, estendendo um saco de McDonalds, sorrindo secamente. "Pensei que você estaria com fome."


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