Last Sacrifice por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 27
Capítulo 27




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O fato é o seguinte: de jeito nenhum eu deixaria Rose dirigir.           

E acabei não deixando Sydney dirigir também. O carro de Victor apresentou problemas, que eu tinha certeza que foram provocados por Rose. Lembrei que ela havia falado, mais cedo, que ele teria problemas com o carro. Só não sei ainda como ela conseguiu fazer. Até onde eu sabia, Rose não entendia nada de motores de automóveis. Mas este plano dela se virou contra ela mesma. Victor teve que vir conosco e eu me vi tendo que fazer um mapa de acentos. Arrumei todos de forma que cada fileira teria um guardião. Eu ficaria no volante, com Robert ao meu lado. Sonya e Victor no banco de trás com Rose entre eles e Sydney... para ela, restou o porta malas. Ela demonstrou ultraje com isso, mas não tínhamos escolha. Além do mais, Victor, Sonya e Robert estavam sem sangue há um bom tempo. Não seria nada bom deixar um humano entre vampiros famintos.

Enquanto carregávamos o carro eu resolvi que já era hora de Rose me atualizar sobre algumas notícias da Corte. Ela nunca falava nada, e eu não entendia qual era o interesse de Victor por Sonya.

“Rose, o que está se passando, na Corte, com Lissa? Deve ser algo grande para fazer Victor convencer seu irmão usar tanto espírito para restaurar um Strigoi” falei com uma voz amigável.

“Bem, é uma longa história. Eu sugeri a Adrian que indicasse Lissa candidata a Rainha. Bem, ele, Tasha e Christian fizeram as indicações e agora ela está fazendo os testes. Eles acham que eu dei essa idéia para ganharmos tempo, enquanto eles procuram por provas, pois ela não poderia ser coroada se fosse escolhida, ela não tem uma família para representar. É a lei do quorum. O que eles não sabem é que existe um irmão ou irmã de Lissa.”

Rose contou os fatos falando rapidamente e num tom baixo enquanto arrumávamos espaço para Sydney no porta malas. Era tudo parte de seu plano. Transformar Lissa em Rainha dos Moroi. Era um plano maluco, mas eu tinha que admitir que, se desse certo, seria fantástico.

“E Victor vislumbrou a possibilidade de tomar proveito próprio de tudo isso... não deveríamos deixar que ele soubesse quem é esse irmão ou irmã de Lissa. Só Deus sabe o que ele pode fazer com essa informação ou com esse parente dela” falei com a minha mente girando a mil.

“Temos que nos livrar de Victor e Robert agora. Eles já fizeram o que precisávamos. Mantê-los por perto agora é perigoso. É hora de os entregarmos para os guardiões” Rose murmurou.

Franzi a testa e falei “Concordo. Mas não existe uma boa maneira de fazer isto. Ainda não. Não podemos deixá-los amarrados no meio da estrada, não que eles fugissem ou fossem pedir uma carona... Também não podemos entregá-los nós mesmos, por motivos óbvios”.

Rose arrumou a última mala lá dentro e se inclinou contra o para choques.

“Sydney poderia entregá-los” ela falou pensativa.

“Essa é certamente a melhor escolha, mas não quero me separar dela antes de chegarmos...” para onde iríamos? Eu não fazia idéia “bem, para onde estamos indo. Podemos precisar da ajuda dela”.

“Então vamos arrastá-los juntos conosco”.

“Temo que sim” falei.

Desde ontem eu estava buscando uma oportunidade para falar com Rose sobre nós dois. Não havia encontrado ainda um momento propício. Aquela podia ser uma boa deixa. Eu a olhei com cuidado e falei.

“Sabe, quando eles estiverem sob custódia, tem uma boa chance deles contarem para as autoridades um bela história sobre nós dois” eu falei para ela na esperança dela começar a desenvolver o assunto. Victor sabia que nosso romance tinha começado quando ela ainda era a minha aluna e menor de idade. Apesar destas situações serem parte do passado, a infração às leis ocorreu e eu ainda podia ser punido por isto, caso alguém reportasse às autoridades o ocorrido.

“Sim. Suponho que este seja um problema para mais tarde. Temos que lidar com os problemas imediatos primeiro” ela falou, finalizando o assunto para mim, mesmo sem sentir. Realmente, eu ia ter que esperar outra oportunidade. Eu sorri para ela e falei.

“Bem, essa sempre foi a nossa estratégia, não é?” Não era uma pergunta para ser respondida. Era eu ironizando comigo mesmo. Eu havia ensinado isso a ela.

Ela sorriu para mim e aquilo me encheu de tristeza. Novamente ela se mostrou indiferente. Logo, estávamos todos na estrada. Eu aconselhei Rose a descansar um pouco, não sabíamos o que teríamos pela frente eu achava que ela ainda não estava totalmente recuperada da pancada na testa.  O carro ficou silencioso por muito tempo, o silêncio só era quebrado quando Sonya falava para dar instruções sobre o caminho. Aliás, suas instruções eram vagas e misteriosas. Ela não disse sequer quanto tempo de vigem teríamos. Pelo retrovisor, olhei para Rose. Sua expressão era vazia. Ela estava na mente de Lissa novamente.

Fiquei concentrado na estrada, tentando não pensar mais nos últimos acontecimentos. Foquei no que viria. Agora que eu sabia que Lissa estava na linha de sucessão de Tatiana, eu senti uma ponta de esperança em mim. Se um dia eu voltasse à Corte, ela poderia me ajudar a recuperar meu antigo posto de guardião. Sendo rainha, Lissa teria muito mais influência para conseguir provar a inocência de Rose. Há poucos dias, eu achava que minha única opção seria permanecer preso, com todos duvidando que eu era um dhampir. Agora não. Eu estava vislumbrando uma nova perspectiva de futuro. Eu podia sentir que estava retomando o controle da minha vida.

Eu tentava imaginar o que encontraríamos pela frente. Como era este irmão de Lissa? Ou seria uma irmã? Que idade tem? Como irá receber esta notícia? Será que ele, ou ela, ou sua família concordarão em ajudar Lissa? Meus pensamentos foram interrompidos por Sonya. Ela deu duas batidinhas leves em meu ombro.

“Hã?” perguntei.

“O que está acontecendo com Rose?” sua voz era baixa, quase inaudível.

“Está na cabeça de Lissa... Elas tem aquele laço” respondi, ela ficou ali olhando para Rose por muito tempo. Até que falou novamente, mas desta vez, ela se dirigiu à Rose.

“Vocês parece muito feliz”

Rose piscou várias vezes e, depois de hesitar um pouco, respondeu “Lissa passou em seu segundo teste para monarca”

“É claro que ela passou” Victor falou. Milagrosamente, ele estava quieto o tempo todo. Eu quase tinha esquecido que ele estava ali. Quase.

“Ela está bem? Ferida?” Perguntei querendo mais informações. Eu não sabia como eram estes testes, fiquei preocupado de que exigissem muito de Lissa.

“Ela está bem” Rose respondeu, sem dar mais detalhes. Eu assumi que não precisava de mais informações. Ela ficou por um tempo pensativa, mas com um ar feliz. Logo depois, ela se acomodou no banco e dormiu. À essas alturas, Victor, Robert e Sydney também dormiam. Só eu e Sonya estávamos acordados.

Ainda estávamos na rodovia, que parecia não terminar nunca. Juntei todas as forças que eu tinha para não dormir ao volante. Eu estava acordado há quase três dias. Depois da luta com  Donovan, eu dormi menos de três horas. Hoje, pela manhã, meu sono também tinha sido interrompido. Eu sentia a fadiga tomando conta de mim. Se eles imaginassem como eu me sentia esgotado, não estavam dormindo tão tranquilamente. Mesmo assim, fiquei contente por perceber que todos confiavam em mim. Mantive meu foco na estrada, até que minha concentração foi cortada pela voz de Sonya.

“Você estava tendo um sonho do espírito”

Sonho do espírito. Senti meu coração apertar. Olhei pelo retrovisor e vi que ela estava falando com Rose. Tentei voltar ao meu foco, na estrada, eu não gostava de ouvir falar de sonhos do espírito. Isso sempre me lembrava Adrian. Agora, pior, indicava que Rose estava com Adrian. Não pude deixar de ouvir o restante, mas mantive meus olhos fixos à frente, fingido que não ouvia nada.

“Como você sabe?” Rose perguntou.

“Sua aura”

“Auras costumavam ser legais, mas agora estão se tornando irritantes”

“Elas são muito informativas se sabe como lê-las. Você estava com Vasilisa?”

“Não. Estava com meu namorado. Ele também é um usuário do espírito”

Isso confirmou minha suspeita. Ela estava com Adrian. Senti uma grande tristeza me invadindo. Mas eu reuni minhas forças, buscando controle. Sempre que ela falava de Adrian a sensação de perda me invadia de forma quase incontrolável.

“Era com ele que você estava?” a voz de Sonya era surpresa. 

“Sim, porque? Qual o problema?”

Sonya fez uma longa pausa. Não resistindo a curiosidade, olhei rapidamente pelo retrovisor. Sonya olhava intensamente para Rose e logo depois olhou na minha direção. Olhei novamente para estrada.

“Nada. Não há nada de errado” Sonya falou apressadamente.

“Qual é, certamente parece que-“ Rose foi interrompida por Sonya.

“Lá” Sonya falou abruptamente, se inclinando na minha direção e apontando para uma entrada que já estava bem próxima. Eu tive que fazer uma manobra de cinematográfica para conseguir entrar, fazendo todos acordarem e o carro balançar fortemente.

“Um aviso antes de chegar à entrada, da próxima vez, ajudaria” falei, mas Sonya pareceu não me ouvir. Ela estava fixada no caminho que estávamos tomando.

“Onde estamos? E há quanto tempo estamos na estrada?” Rose perguntou.

“Seis horas” respondi eu não sabia exatamente que lugar era aquele.

Sonya continuou dando as instruções vagas do caminho e eu sentia a tensão tomar conta de mim, à medida que entrávamos na área residencial. Estávamos chegando perto das respostas que tanto queríamos.

“Ali” Sonya apontou para uma pequena casa, com um jardim. Estacionei em frente à garagem.

“Você sabe se seus parentes ainda vivem aqui?” Rose perguntou a Sonya que não respondeu. Então Rose falou consigo mesma “Só tem um jeito de descobrir” Ela virou para mim e disse “O mesmo plano?”

Antes de pegarmos a estrada, enquanto aguardávamos Sydney e Sonya, que arrumavam as bagagens para colocarmos no carro, eu e Rose traçamos um rápido plano para quando chegássemos ao nosso destino. Eu ficaria vigiando os irmãos, enquanto elas iriam sondar as informações. Eu tinha uma imagem muito forte, e tudo que não queríamos era assustar os parentes de Sonya. Pelo menos, ainda não.

“Mesmo plano. Você vai até a casa, você parece menos ameaçadora.”

“Ei!” Rose começou a protestar quando eu acrescentei sorrindo:“Eu disse ‘parece’”.


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