Forças do Destino II, Mudança de Vidas escrita por Luuh


Capítulo 4
Primeiro Contato




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Forças do Destino II
Capítulo 04 - Primeiro Contato

Aquiles estava no quarto que haviam destinado a ele enquanto ele estivesse no castelo, deitado naquela cama de casal, olhando para o teto tentando esquecer os olhos castanhos daquela garota. O cheiro dela ainda estava nele e ele, por mais distante que estivesse dela, não conseguia esquece-la. E estando perto de Hermione era pior ainda, pois toda vez que Aquiles olhava para a garota, lembrava dela. E o perfume dela se confundia com o de Hermione. E a lembrança que ele queria apagar da memória, deletar para sempre, não saia.
Com os olhos fechados, ele sentia lágrimas escorrendo por seu rosto. Apenas ‘vendo’ um negrume, ele se sentia sozinho. Parecia que estava se afogando em solidão, uma solidão de que ele não conseguia sair. E o nome da garota repetia em sua cabeça várias e várias vezes. Carol. Aquele nome era uma perdição para ele. Carol. Os cabelos compridos e ondulados estavam cada vez mais marcados em sua memória. Carol. O corpo de atleta e a mente de intelectual. Carol. O jeito doce. A doce Carol. Carinhosa e gentil. Gentil como... Aquiles abriu os olhos. Depois de tanto pensar e lembrar-se de Carol, achou estranho pensar naquela outra pessoa, que era tão parecida e tão diferente dela. E ele não podia pensar nela. Na verdade, poder, podia, mas não naquele momento!


A noite caiu, e Hermione nem sentiu a mudança. Estava dormindo. Passara o dia dormindo, desde que chegara. E só acordou novamente na manhã seguinte, ainda um pouco tonta pela viagem e também pela mudança que estava acontecendo na sua vida. Na verdade, ela não acordou, ela foi acordada por duas de suas criadas. Uma era Alana, a que lhe mostrara o quarto no dia anterior. A outra, a que Mione não conhecida, se apresentou como Akira. Como já sugeria o nome, ela era mestiça: tinha os olhos puxados e os cabelos pretos bem lisos e brilhantes. E tinha um sorriso muito aconchegante, diferente de Alana que parecia ser mais séria e não gostar muito de sorrir.
-Bom dia, senhorita – disse Akira, com um largo sorriso no rosto, indo em direção da cama de Mione. – Dormiu bem? – ela perguntou, ajudando a ruiva a se levantar da cama.
-Ah! Sim, muito bem. E vocês? Dormiram bem? – perguntou Mione.
Alana somente fez um aceno com a cabeça e foi ajeitar a cama da garota enquanto Akira guiava Mione até o armário. Com o controle do armário, abriu a porta dos vestidos.
-Hoje, a senhorita irá conhecer... seus pais! – ela disse – Deve estar vestida de acordo. E também, preciso saber que tipo de vestido a senhorita mais gosta para que eu mande fazer para amanhã a noite.
-Amanhã à noite? – estranhou Mione.
-Sim, senhorita. Amanhã à noite, teremos a celebração do Natal. É uma ocasião em que todos do nosso reino se reúnem com os moradores dos reinos vizinhos. E esse ano, será aqui em Hertz. A senhorita deve causar uma boa impressão.
-Ah.. Entendo! – a ruiva respondeu, com uma voz meio monótona e depois começou a mexer nos vestidos. Havia vários tipos, longos, longetes, tubinhos, curtos, colados, armados, soltos, sociais, comuns, de todos os tipos e em todas as cores. A ruiva tirou vários de dentro do armário e com a ajuda de Akira e Alana, foi retirando da ‘lista’ os que menos combinavam com ela. No final, sobraram um tubinho azul-celeste e um longete roxo bem claro. Como era uma ocasião um pouco mais formal, Mione acabou optando pelo longete. Não iria sair e não era noite para que ela usasse o tubinho. E pediu para Akira que trouxesse mais tarde, alguns desenhos de projetos para vestidos e algumas fotos de vestidos que já haviam sido usados na festa de Natal para que ela pudesse escolher um para a ocasião. Depois, dispensou as duas criadas.
Sozinha no quarto, decidiu tomar um banho para relaxar e por em dia todos os seus pensamentos. Fazia algum tempo que não tomava um banho relaxante. Desde que começara a namorar Draco, Hermione tomava banho o mais rápido que seu nível de higiene deixava, pois não gostava de ouvir os cochichos que as suas colegas da Grifrinória faziam sobre ela. Abrindo a porta do banheiro, que ficava ao lado da porta do armário, ela não se deparou com um chuveiro, mas sim com uma banheira enorme. Pelo tamanho, caberiam pelo menos umas cinco pessoas espaçosas lá dentro. Sorrindo, ela abriu a torneira e esperou a água esquentar para colocar a rolha para tampar o ralo. Enquanto a banheira enchia, a garota começou a mexer nos armários do banheiro para ver o que tinha. Nos armários de cima havia remédio para sono, dor de cabeça, dor de barriga, insônia, vitamina C, absorvente, escova de dente, pasta de dente, gel, pente, creme sem enxágüe e muitas outras coisas espalhadas pelas três prateleiras de cada um dos três armários brancos. Já no grande armário abaixo da pia não havia tantas coisas. Havia um cesto que parecia para colocar roupa suja, alguma toalhas brancas escrito, para a surpresa da garota, H. Granger. E para uma surpresa maior ainda, havia um envelope grande, laranja. A ruiva pegou o envelope e viu que estava ‘endereçada’ para ela. Com os olhos arregalados, colocou o envelope do lado da banheira e vendo que a banheira já havia enchido, tirou a roupa que estava usando e lá dentro, pegou o envelope e o abriu.
Apesar do grande envelope, o conteúdo não era muito. Havia apenas uma carta. Pegando a carta, a garota colocou o envelope de volta no lugar. Depois de abrir, olhando a carta, a garota tentou reconhecer a letra, mas foi inútil. A ruiva respirou fundo e começou a ler em voz alta: ‘Olá querida Hermione. Nesse momento você deve estar se deliciando na maravilhosa banheira instalada no banheiro de seu quarto. Não, eu não tenho uma bola de cristal. Mas sei que todos gostam de um momento relaxante, onde quer que seja, e eu sei que uma banheira é o melhor lugar para relaxar. E por os pensamentos em ordem. Provavelmente você está cheia de perguntas: sobre quem são seus verdadeiros pais, por que eles demoraram tanto para te procurar, o que você está fazendo nesse castelo, por que você tem criadas... Essas são várias perguntas que quando nos encontrarmos você terá a resposta. Talvez você já tenha me visto, mas não deve ter prestado atenção. Mas, prometo que vou te ajudar de alguma forma. Eu estou mais perto de você do que você imagina! Só peço para que tome cuidado com as pessoas a sua volta. Não confie em todos. Alguns não merecem sua confiança. Estou esperando ansiosa pela oportunidade de poder enfim te conhecer. ’
A ruiva jogou a carta pro lado do envelope e deitou mais pra dentro da banheira. Ler a carta a deixou mais confusa ainda. Mas não queria pensar naquilo naquele momento. Só queria relaxar para estar bem quando conhecesse seus verdadeiros pais.


Aaron estava na varanda do quarto de hóspedes que os anciões do castelo haviam oferecido a ele por um tempo, enquanto seus pais não voltassem. Sentado na cadeira que havia na varanda, o garoto lia um livro, despreocupado, sob a fraca luz do sol da manhã.
Sob aquela fraca luz do sol, por mais que tentasse prestar atenção no que lia, Aaron não conseguia parar de viajar com sua imaginação. As frases que lia em voz altar não pareciam entrar em sua mente. Como se ele estivesse lendo uma página em branco e por mais que visse que era uma página em branco, insistia em lê-la, sem nenhum resultado.
Naquela cadeira estava apenas o corpo de Aaron, pois seu espírito, seus pensamentos, seu ‘eu’ estavam todos em outro lugar. Num lugar não muito distante. Estava em sua imaginação e nela aquela garota reinava. E seus pensamentos seguiam apenas as ordens dela. E ele não resistia e obedecia também. Queria resistir, tinha que resistir, por mais de um motivo, mas, por mais que tentasse, seu subconsciente insistia em continuar como uma página em branco sendo lida, ou pelo menos tentada, por alguém várias vezes, persistindo, apesar de todas as dificuldades.


Os olhos castanhos observavam o retrato na parede, o dedo enrolava no cabelo todo despontado, o corpo, deitado na cama. Ela estava assim, ou pelo menos fingia estar. Em seus olhos, lágrimas que insistiam em descer. Ela resistia, mas enfim, uma delas escorreu, e a garota sentiu o sabor salgado dela em seus lábios. Não agüentaria aquela situação por muito tempo.
Levantou-se da cama e pegou a faca que estava em seu criado mudo, com os olhos mais decididos do que nunca. Caminhou até o quadro. Outra lágrima escorreu pelo rosto, mas ela logo a secou. Com um olhar de remorso interior, ela levantou a faca e começou a acertar o retrato violentamente, rasgando-o e deixando-o irreconhecível.
Ainda atacando o quadro, ela sentiu os olhos começarem a piscar e tudo começou a ficar preto; até mesmo AQUELES olhos brilhantes. Começou a se sentir fraca. A faca já estava pesada, então ela a soltou e o último som que ouviu foi o da faca batendo no chão.


-Com licença – disse Alana, entrando no quarto de Mione, após a garota permitir sua entrada – Er... Seus pais lhe aguardam no salão de estar. Er... Você gostaria que eu a aguardasse e acompanhasse até lá?
Sem nem sair do banheiro, a garota, de frente pro espelho, disse bem alto: ‘Não, Alana! Muito obrigada. Pode deixar que eu encontro sozinha!’
-Certo – disse a criada, e depois saiu do quarto, fechando a porta.
Olhando seu reflexo no espelho, a ruiva tentava imaginar como seriam seus pais, se eles eram parecidos com seus supostos pais, como eles agiam, como eram suas personalidades. O cabelo preso lhe dava uma visão diferente de seu rosto, deixando-a imaginar um homem com a mesma aparência dela.
Cansou se ficar só imaginando, então saiu do banheiro, voltando para o quarto. Olhou para a janela da varanda e viu o céu alaranjado: já era o fim da tarde. Quase hora do jantar. E ela ainda estava de roupão. Caminhou até sua cama, onde estava o longete roxo que havia escolhido de manhã e do lado, os desenhos de vestidos que Akira havia lhe trazido a pouco. Lembrou-se que tinha que escolher um vestido, por isso, ela se sentou na cama, do lado do vestido e começou a olhar com cuidado e atenção os vestidos desenhados. A ruiva olhou cada um, detalhe por detalhe. Gostou do detalhe de um, da barra de outro, da manga de outro, mas de nenhum por completo, então, deixou as folhas de lado. Quando empurrou os desenhos, viu uma folha em branco cair no chão e deu um sorriso.
Rapidamente, a garota abriu a primeira gaveta do criado mudo que havia do lado da sua cama, a procura de um lápis. Para sua felicidade, havia um ali. Não era muito grande, mas para sua sorte, não estava pequeno e dava para usar. Ela pegou a folha e, sentada no chão, com pressa, desenhou um vestido de seu agrado, misturando todos os outros que havia visto. Quando terminou, ela pegou a folha com as duas mãos e admirou o trabalho feito a distância que seus braços esticados permitiam.
Já de pé, Hermione colocou o desenho em cima do criado mudo, depois tirou o roupão e colocou o vestido que estava em cima da cama. Percebendo-se descalça, a garota andou até o seu ‘armário’ e abriu as portas com o controle. Dentro dele, ela andou até a mesinha que havia no centro dele e viu que lá havia uma pasta. Abrindo-a, viu que dentro da pasta havia uma folha informando onde estava cada coisa e qual botão ela devia apertar para achá-la. Procurou pelo número dos sapatos de salto e quando os achou, apertou no controle e viu, no fundo do armário, três gavetões enormes se abrirem e mostrarem vários sapatos de salto, de todas as cores e estilos. A ruiva não procurou muito: pegou a primeira sandália prata que achou e fechou os gavetões. Sentou-se na cadeira que havia ao lado da mesinha e calçou a sandália. Para sua sorte, ela ficou certa em seu pé. Pronta, ela foi até o seu banheiro, para ter certeza de que estava pronta. Vendo seu reflexo, soltou os longos cabelos, que naquele momento estavam começando a alaranjar: a tintura estava saindo.
Vendo-se totalmente pronta, voltou para o quarto e pegou o desenho em seu criado mudo. Caminhou até a porta, abriu-a e antes de sair, deu uma última olhada no quarto. Depois, apagou a luz e finalmente saiu. Fechando a porta atrás de si, olhou para os dois lados do enorme (e largo) corredor. Ia se perder, com certeza. Foi caminhando devagar para direita, olhando sempre para os dois lados para ver se encontrava alguém, mas nada, até que, ela ouviu alguém a chamar. Quando se virou e viu que era Aquiles, suspirou aliviada. O garoto andou em direção dela e quando chegou perto dela, olhou-a de cima a baixo.
-Uau... Você está... Uau...
A ruiva riu, envergonhada e depois agradeceu.
-Eu estava vindo te procurar. Você estava demorando e er... Seus pais acharam que você tinha se perdido.
-Estavam certos. Eu estou perdida! Esse lugar é enorme.
-É. Mas eu praticamente cresci aqui! Logo, logo você se acostuma. Venha!
A garota sorriu e acompanhou Aquiles, sempre olhando para as paredes, para tentar decorar o caminho. Vendo o que a ruiva fazia, o garoto riu.
-Você não vai conseguir decorar assim.
-Eu sei! Todas as paredes são iguais. Mas...
-Relaxa. Depois eu faço um mapa para você. Ai você não vai mais se perder.
A ruiva olhou para Aquiles, e sorriu, agradecida. Mas logo esse sorriso sumiu de seu rosto, quando viu o rosto triste do moreno.
-O que você tem? – ela perguntou.
-Eu? Nada.
-Não minta! Você ta com expressão tão triste.
-É a mesma expressão de sempre.
-Se você não me contar o que acontece com você, eu não vou poder te ajudar.
O moreno olhou meio surpreso para Mione, mas logo forçou um sorriso. Hermione lançou um olhar feio para o garoto, mas deixou o assunto para lá. Se ele não queria falar, ela não podia força-lo. E também, nem deu tempo para perguntar algo, pois o garoto disse que já haviam chegado.
Mione olhou para frente e viu dois rapazes, ambos loiros e olhos claros, com uma roupa igual em frente a uma porta. Quando Hermione e Aquiles se aproximaram da porta, eles abriram-na e Hermione pode ver como era o salão de estar: como tudo que havia naquele lugar, era enorme. Haviam vários sofás e muitas poltronas espalhadas pelo salão. Um lustre no meio do teto iluminava o lugar, junto com as pequenas lâmpadas que estavam espalhadas pelos paredes do salão. E no meio, um grupo de pessoas se encontravam, sentados.
-Ah! Victor.  – disse uma mulher, depois de se virar para a porta – Você a encontrou.
Mione e Victor se aproximaram do grupo. Mione observou um por um do grupo enquanto o garoto se sentava. Lá estavam Jenny, Aaron, Aquiles, óbvio, e quatro casais, sendo que um daqueles casais eram os supostos pais de Mione.
-Mãe, pai... O que vocês estão fazendo aqui? – perguntou a ruiva surpresa.
-Viemos passar o Natal com você e seus pais. – disse o suposto pai de Mione, mostrando com a mão o casal sentado no sofá ao lado.
Mione observou melhor o casal e sofreu um grande choque: a mulher era praticamente idêntica a ela, com os mesmos cabelos armados, só que com o nariz um pouco mais fino e empinado e com os olhos verdes feito esmeraldas e o homem tinha os cabelos curtos, lisos, só que os olhos, a boca e o nariz eram iguais ao de Mione e, conseqüentemente, iguais ao de Jenny, que sorria para irmã.
A mulher se levantou do sofá, andou até Mione e a abraçou.
-Seja bem vinda de volta, minha filha! – ela disse, sorrindo. Depois de soltar a garota do abraço, olhou-a de baixo pra cima e fez uma cara feia para ela – Que cor de cabelo é essa? Quem deixou você pintar com essa cor?
-Er... Meu agente!
-Agente? – ela perguntou, quase gritando – Quem tem agente são as estrelas, e você é somente uma estudante.
-Não! Eu sou uma cantora, até certo ponto famosa no mundo bruxo. – ela virou-se e falou para seus supostos pais – E a propósito, parece que eu vou ter uma audição no mundo trouxa depois do Natal.
-O que? Não importa, você não vai! – disseram a mulher e sua suposta mãe juntas.


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