Apolo ia me levar até uma casa, secreta, na praia. Numa ilha que apenas ele e Poseidon haviam habitado, mas que todos os deuses conheciam.

- Que ilha é essa? - perguntei. 

- É a Ilha de Ártemis. - Apolo pausou. - Ela só é vista sem a Névoa, se não já teria sido explorada. Foi um presente de Poseidon e Zeus, quando hã... Ela sofreu por amor e eu fiquei de castigo. 

- Você de castigo? Que gracinha! - Ainda não acredito que estou no seu carro.

Apolo sorriu.

- Fala como se fosse a coisa mais anormal do mundo.

- Mas é a coisa mais anormal do mundo. Eu, dentro de um Maserati Spyder, que também é o carro-sol, com o deus do sol.

- Que é seu namorado. - completou.

- Ainda não oficializamos isso.

- Nem deu com a delicadeza de Ares. - ele bufou.

Com a lembrança do tapa, eu estremeci.

- Hey. Relaxa. - Apolo depositou as mãos em minha coxa.

- Sobe a mão, meu amigo. - falei.

- Muitos mostoristas fazem isso com a namorada, para descontraír ou relaxar.

- Não foi bem isso que eu esperava ouvir. - bufei, e para ele não continuar com a mão lá, entrelacei a minha na dele.

- Eu sei que você me ama.

- Eu já te disse isso, então é óbvio que você sabe.

- Espertinha. - ele parou. - Você não é filha de Atena, e nós não somos Positena para ficarmos...

- Posi... quê?

- Ah, Afrodite que inventou. Positena. A junção do nome de...

- Eu entendi, Apolo.

- Você está tensa.

- O que esperava? Eu acabei de levar um tapa na cara do meu pai... Não é nada bom! - disse.

- Calma. Calma. - ele disse. - Chegamos.

Ele estacionou o carro-sol e descemos. A casa era linda, apenas por fora. Imagino por dentro. Era em frente a praia, a casa ficava na areia, e tinha uma varanda enorme. Meu sonho multiplicado por setenta mil.

- Vem. - ele pegou na minha mão e puxou pra dentro.

A casa por dentro também era linda, as paredes eram em tons pastéis claros, sempre lindas. Os móveis eram um tanto mais claros que as paredes, para contrastar, e o sofá central era vermelho.

- Que lindo! - exclamei.

- Hã, eu e Atena escolhemos tudo para decorar aqui.

- Ah, bom gosto o de vocês. 

- Ela escolheu os móveis, e eu as cores, e ultimamente coloquei aparelhos eletrônicos. - ele me disse, mostrando o rack com uma TV de LCD enorme, som, dvd, WiFi...

- Só você, Apolo. - disse rindo.

- Não tem nada demais. - ele sorriu. - Ninguém usa, só eu venho as vezes. 

Apolo abriu uma gaveta, daonde levantaram, automaticamente, DVDS de filmes e séries.

- O que é isso? 

- Hã. Vamos escolher um filme para ver.

- Eu escolho.

- Tudo bem.

Comecei a folhar os dvds que tinham. 

Friends (todos os volumes),  Harry Potter (todos os volumes de filme), Lilo & Stitch... 

- Lilo & Stitch? - perguntei rindo.

- Ah, eu gosto desse filme.

- Ah deuses!

Continuei vendo, House, CSI Miami, Glee - Apolo é viciado em músicas, pois é né. -, e finalmente achei um filme no meio de DVDs de série, digo, um filme descente. Cartas para Julieta.

- Quero ver esse.

- Esse? - ele franziu o cenho. - Afrodite... Esse não! Vamos ver Friends.

- Eu quero nadar. - disse.

- Hã, tudo bem. Depois vamos ver esse filme...

- Oba! - vibrei.

Olhei para o céu, a lua aparecia.

Entrei no mar devagar, mas Apolo me pegou pela cintura e me rodou para longe, caímos na areia e eu estava em baixo dele, as ondas nos acertaram.

- Ahhhh! - gritei. A água estava gelada. E agora, minha blusa também e grudava na minha pele.

- Posso resolver isso. - Apolo disse, tirando a minha blusa.

- Apolo! - gritei. Ele sorriu. Só agora percebi que ele estava sem camisa e o quanto ele era forte.

- Eu sei que está admirada. Não é todo dia que se vê um deus bonito como eu sem camisa, não? - eu corei.

Fiz menção de sair dali, mas Apolo segurou meu rosto e me beijou.

- Sabe, você está sexy só com... isso.

- Nem se atreva a tirá-lo também, ou eu te mato!

- Ok. Eu me rendo, você venceu.

- Eu sempre venço. - me vangloriei.

- Vamos entrar, você já se molhou, agora falta entrar e ver o filme.

Ele pegou minha mão e entramos.

Apolo deitou no sofá e ficou me encarando.

- O quê? Eu não tô de chinelo no sofá!

- Não. Onde espera que eu deite?

- Comigo.

- Hã.

- Eu não vou me aproveitar de você. 

- Apolo, eu não vou ficar só de sutiã na sua frente, deitada com você.

- Por quê?

- Porque fica a um passo... Daquilo.

- Não confia em mim?

- Confio, só tenho medo.

- Você e Zac não...

- Nunca.

- É isso aí! - ele gritou. 

- Não fica animadinho não, eu não dou mole pra ninguém.

Peguei a camiseta de Apolo que estava no chão da sala e coloquei, era melhor do que nada.

Me aninhei em seus braços, e apertei o play. O filme começou.

- Ei. - ele chamou, olhei para trás. - Eu te amo.

- Eu também te amo. - dei um selinho rápido nele.

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.

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O filme era realmente lindo, e já havia acabado. 

Delicadamente, saí dos braços de Apolo para que ele não reclamasse. Peguei o dvd da nona temporada de Friends e coloquei.

Voltei e levantei os braços de Apolo, me aninhei lá novamente, e então ele me abraçou.

Olhei para trás. Ele estava dormindo, e ele era tão lindo dormindo.

Como uma criança inocente.

Consegui ver até o 17º episódio, depois, peguei no sono e dormi.