I Hate You Then I Loved You escrita por Tatiana Mareto


Capítulo 8
Capítulo 8




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Ao invés de tentar entender Brenda, Alex achou por bem não contraria-la. Julie também não havia entendido a reação da amiga, mas ajudou a colocar todo mundo dentro do carro de Alex. Como estaria apertado demais, ela e Minwoo decidiram ir de táxi. Ele falava inglês, e não era menos bonito do que os outros três. Não perderia muita coisa... afinal, eram todos tão lindos e simpáticos que ela não entendia como Brenda havia deixado tudo aquilo para trás. Ela ainda não entendia.

Lee Hom chegou ao hospital em tempo recorde. Os amigos continuavam a se coçar sem parar, e Brenda a tentar impedi-los. Ela não esperou que os colegas saíssem do carro, já foi entrando pela recepção do hospital, ainda pendurada no celular. Parou de frente a uma mocinha sorridente que devia ser a recepcionista.

_Preciso de um médico, urgente. – Ela quase se esqueceu de que estava em Hong Kong e desatinou a falar Inglês mesmo.

_Sim... preencha o formulário, por favor.

A atendente lhe entregou uma ficha. Atrás dela, vieram os rapazes, Julie e Minwoo que acabavam de chegar. Dongwan estava quase abrindo o roupão que vestia, de tanto que enfiava a mão pelas mangas para se coçar.

_Preencho, mas preciso do médico agora.

_Assim que preencher o formulário, receberá o número de atendimento... há uma fila de 10 pessoas e...

_DEZ PESSOAS??? – Brenda finalmente largou o celular. – Ok querida... você pode não me entender agora, mas isso é meio grave. – Brenda agarrou Dongwan pelo colarinho do roupão e puxou a gola para baixo, expondo uma parte da pele vermelha, empolada, e já sangrando de tanto ser coçada. A atendente arregalou os olhos, enquanto Eric e Minwoo morriam de rir. Eles riam de tudo.

_Brenda, deixa que converso com ela. – Alex tomou a frente. – Bem... qual é seu nome??

A atendente arregalou novamente os olhos ao ver a figura de Wang Lee Hom em sua frente. Ela ainda não o tinha visto, e até o momento Brenda era só uma estrangeira desesperada.

_Meu nome... é Lily Lim...

_Então, Lily... eu sei que você tem que seguir a sua ordem de trabalho, mas meus colegas aqui estão mal. Não sei quanto, mas pelo desespero da produtora deles, você imagina que não seja pouco, certo?? Diga o que precisamos fazer, e quanto precisamos pagar, para que o médico nos atenda agora. E de preferência, em um lugar mais... discreto.

Com em um passe de mágica, Alex resolveu o problema da fila de espera. Julie achou divertidíssima a intervenção dele... seguro, esperto, utilizando as armas que tinha em mãos. A atendente entregou as fichas para que fossem preenchidas e enviou o grupo para o sexto andar.

Dentro do elevador, Brenda se viu obrigada a agarrar as mãos de Dongwan.

_Pare de se coçar!!! -  Ela protestou, segurando suas mãos para trás.

_Ah, resolveu notar que existo agora! – Ele implicou.

_Deixe de ser implicante, musgo! Nem doente você sossega... não pode se coçar, já está todo ferido!

_Eu não entendo por que tanto escândalo. – Eric insistia em observar as erupções que surgiam a todo instante em sua pele. – É só uma alergia...

_Sei que é. – Brenda continuava irredutível em sua concepção sobre o problema; concepção que ninguém sabia qual era...

*_Me largue. – Dongwan protestou, tentando se soltar.. Brenda era forte, ele estava se sentindo mal, e a posição era desagradável.

*_Não adianta falar em coreano. – Brenda tentou ignorá-lo.

O médico já estava aguardando o grupo. Na verdade, ninguém estava entendendo Brenda muito bem, pois ela parecia exaltada demais por uma intoxicação alimentar. Mas ninguém costumava discutir quando Brenda surtava. Ela era ainda mais infeliz e insuportável quando surtava.

_O que temos aqui? – O médico resolveu conversar em inglês ao ver tantos estrangeiros juntos.

_Intoxicação alimentar... comeram camarão estragado. – Brenda continuava segurando as mãos de Dongwan. Mesmo contra a sua vontade, ela abriu o roupão que ele usava e mostrou ao médico as erupções.

_Camarão... há quanto tempo faz isso?

_Uma meia hora? – Eric tentou imaginar, já sentindo seu braço dormente.

_Mais... uns quarenta e cinco minutos. – Julie foi precisa.

_Então, vamos ser breves.

Antes que os rapazes pudessem pensar, o médico chamou uma equipe e carregou os três para outra sala. Brenda segurou Minwoo, que tentou seguir os amigos, e o arrastou, com os outros dois, para o corredor. Sentou-se na primeira cadeira que viu, relaxada finalmente. Respirou aliviada, e pôs-se a falar no celular, mais uma vez.

_Para onde foram? – Alex coçou a cabeça.

_Se estão intoxicados, devem fazer uma lavagem... – Julie se contorceu, imaginando que aquilo era desagradável.

_Sério? – Minwoo também não gostou da idéia.

_Parece que só Brenda sabe o que aconteceu! – Julie estava ansiosa. Mas a amiga estava grudada no telefone, falando em Mandarim, e vez ou outra em línguas que Julie nem identificava. Achou melhor esperar.

Ficaram alguns instantes mudos, se olhando, olhando o branco do hospital, um pequeno movimento no corredor. O celular de Minwoo também tocou algumas vezes, até que Andy e Hyesung chegaram, às pressas. Mesmo com o amigo explicando o que havia acontecido, ficou um espaço a ser preenchido até que o médico retornasse, com prontuários na mão. Brenda não conversou com ninguém até então, e aparentemente só ela sabia direito de tudo.

*_Como eles estão? – Alex perguntou, um tanto aflito. A aflição de Brenda contaminava a todos. – Houve alguma coisa grave?

*_Não... estão bem, fizemos uma lavagem estomacal e estão medicados. Agora é só aguardar a reação passar.

*_Mas eles só almoçaram...

_Em Mandarim não! – Andy protestou. – Não entendo nada, vamos... o que está acontecendo?

_Eles estavam intoxicados. – O médico sorriu. – Ainda bem que correram para cá, pois mais alguns minutos e poderiam entrar em choque.

_Mas era grave assim? – Minwoo ficou confuso.

_Camarão é um veneno. – Brenda desligou o telefone. – Eu sei muito bem... já quase morri por causa dele.

_Por isso ficou tão nervosa. – Julie entendeu.

_Sim... mas agora está tudo bem. Eles só vão estar enjoados... e seja lá quem foi o responsável por aquela comida, já está sendo encontrado.

_Podemos vê-los? – Hyesung perguntou.

_Claro... sigam o corredor até o final, e virem à esquerda. Estão nos quartos 3, 4 e 5...

O grupo rumou para onde o médico indicou, em passos rápidos. Brenda entrou no primeiro dos quartos, junto com Andy. Hyesung e Minwoo foram ao quarto 4 e Alex e Julie foram ao último.

_Sabia que viria me ver primeiro. – Dongwan sorriu, um tanto contorcido.

_Ok... alguém brinca um jogo muito malvado comigo. – Brenda nem quis entender por que, com três quartos para escolher, havia entrado exatamente naquele. Ou Dongwan havia sido colocado nele.

*_Não implique com ela, Wannie... foi quem te salvou a pele. – Andy se sentou. – Se vamos ter que servir de acompanhante, espero que ao menos esse lugar tenha TV a cabo.

*_Eles não devem passar a noite. – Brenda aproximou-se da porta. – Vou até Julie, ela fica com o musgo. Não posso agüentá-lo agora, ou aproveito que ele já está no hospital e termino com essa plástica que ele começou.

_O que houve? – Julie estava encostada na janela, no corredor.

_Por favor... carregue Alex com você, e vão para o quarto três. Fico com Eric.

_Ah sim... então lá está o Wannie.

_É. Começou a minha teoria do caos. Eu nunca deveria ter aceitado voltar para cá.

_Mas pensei que estava feliz...

_E estou. É que toda vez que piso na Ásia, coisas estranhas acontecem. Eu sou a portadora do armagedon.

_Credo Brenda! – Julie fez o sinal da cruz. – Não me fale besteiras... de onde tirou isso?

_Conte nos dedos quantas coisas deram errado desde que chegamos, e verá. Ainda nem começou, minha cara.


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