I Hate You Then I Loved You escrita por Tatiana Mareto


Capítulo 9
Capítulo 9




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A teoria do caos invertido

Julie não entendeu nada. Ela estava entendendo muito pouco das coisas que aconteciam naquele lugar. Pensou que fosse a água... a água sempre causava um efeito estranho nas pessoas. Mas Brenda estava esquisita, e a relação dela com todos era esquisita. Causava até uma invejinha saudável em Julie... que bem desejou tanta proximidade assim com pessoas famosas e belas. De qualquer forma, Brenda estava diferente demais, e algumas vezes assustadora.

Dongwan não estava nada bem. Foi ele quem mais sentiu os efeitos da intoxicação, e suas costas estavam feridas porque ele se coçou demais. A coceira tinha sumido por causa da medicação, mas ele estava grogue e lento. Ainda mais lento do que o normal.

_Isso dói. – Ele reclamou.

_Deixe de ser fresco. – Andy ignorou.

_Ok, hoje é o dia em que todos vão me deixar à míngua. – Dongwan virou-se na cama, expondo as escoriações. Julie quase sentiu dor por ele.

_Vocês estão sendo cruéis. – Ela foi até o banheiro e voltou com uma toalha de mão molhada. – Não vêem que ele está todo machucado?

Sorrindo, Julie passou a toalha molhada pelas escoriações. A água fria faria a dor diminuir, e o edema ceder. Ela não entendia muito daquelas coisas, mas sabia se virar. Afinal, eram procedimentos básicos.

_Você é boa nisso. – Alex sorriu.

_Bem, agora que nosso programa furou... nosso cliente vai ficar furioso... preciso aprender mesmo uma nova profissão. – Ela brincou.

_Remarquei tudo para semana que vem. – Brenda surgiu no quarto, suando. Ela ainda não tinha parado, e os amigos sequer perceberam de onde ela veio.

_Você vai ter um colapso. – Alex tomou o celular de sua mão. – Quem está com Eric?

_Ninguém... – Brenda se deu conta.

_Abandonou seu posto, soldado. – Andy riu. – Vou lá ficar com ele...

_Ele está dormindo. Está completamente dopado, estava com dor e lhe deram morfina.

_Ok. Então, conseguiu remarcar? – Julie sentiu alívio. – Pensei que o cliente nos esquartejaria e serviria no almoço.

_Ele ainda vai fazer isso. Mas pelo menos aceitou o atraso de uma semana no comercial. O problema é: a imprensa. Os cães farejadores estão lá em baixo... chamei um bando para despistá-los, mas sabe com são os paparazzi.

_Sim, sabemos. – Dongwan disse, também um tanto grogue.

_O que está fazendo? – Brenda viu, finalmente, que Julie estava sentada na cama de Dongwan.

_O que ninguém teve coragem ainda de fazer... cuidando dele.

_Ah bom. – Brenda irritou-se, mais uma vez. – Então eu agora também tenho que cuidar do musgo? Não é gente demais, não?

_Ela me deixaria para os cães...

_Não deixaria. – Brenda se aproximou. – Os cães não merecem tanta crueldade.

_Volte para o quarto de Eric, Brenda. – Alex resmungou, já cansado daquela conversa toda.

_Deixe que eu vou. – Andy se levantou. – Cansei de ficar sentado, mesmo. Quando eles estarão liberados?

_O médico disse em umas duas horas... mas do jeito que estão, talvez precisem esperar passar o efeito dos remédios.

_Vou com você. – Julie deixou o que fazia e intentou seguir Andy. – Preciso me movimentar...

Os dois foram até o quarto de Eric. E os três amigos, reunidos em um quarto novamente. Dongwan um tanto fora de si, mas lúcido o suficiente para implicar. E Brenda tão estressada que se poderia fritar um ovo em sua testa.

_Você não quer medir a pressão? – Alex notou que um fio fino de sangue escorria de seu nariz. Brenda costumava ter sangramento nasal quando estava sob pressão maior.

_Não... estou bem. Preciso descansar... mas enquanto eles não estiverem bem e gravando, não sossego.

_Se você não sossegar, interno você à força.

_Não faria isso! Você nunca faz nada comigo à força...

_Eu não, mas sei quem faria. – Alex olhou para a cama. Dongwan tentava se sentar, meio sem sucesso.

_Não faria isso mesmo! – Brenda o ajudou. – Você não pediria a ele para...

_Pedir o que?

_Nada, musgo. Não pense que estou boazinha com você, apenas quero meus produtos saudáveis.

_Sou seu produto... quanto romantismo.

_E deveria haver romantismo onde, nessa história?

_Vou ver Eric e Jun Jin. – Alex ameaçou sair. Sim, ele estava cansado da conversa entre os dois. Ele sabia que sairiam faíscas, mas não tantas.

_NÃO! – Brenda o agarrou pela camisa. – Nem pense... acha que vou ficar aqui sozinha com ele?

_Já ficou antes, e não era problema.

_Sempre foi.

_Brenda... – Alex se soltou, e segurou a face da ex-noiva entre os dedos. – Enquanto você lutar, será pior. Aceite... sossegue... acalme-se... eu já volto. – Alex beijou suavemente os lábios de Brenda, que tremia dos cabelos ao dedo do pé. – Wannie, tome conta dela.

_Tomar conta de mim. – Brenda resmungou sozinha. Ligou a TV e começou a zapear os canais. Seus dedos tremiam, ela mal conseguia acertar os botões do controle remoto. – Está para nascer o dia em que essa peste vai tomar conta de alguém... nem toma conta de si mesmo!

*_Brenda. – Dongwan falou. Ela o ignorou. Aquele era seu passatempo favorito, ignorá-lo. Ela o fez muito bem por 5 anos... Durante 5 anos ela o ignorou com perfeição. – Brenda... não adianta fazer isso. Vou te chamar até resolver olhar para mim.

*_O que você quer, musgo? – Ela se virou para ele. Dongwan estava sentado na cama, recostado nos travesseiros, de mau jeito, semi coberto, cabelos embaralhados. Ele tinha olheiras enormes, e parecia cansado.

*_Sente-se aqui. – Ele chegou para o lado, deixando um espaço para ela na cama.

*_Você ACHA que vou sentar ao seu lado? – Brenda sentiu uma fisgada.

*_Sim, vai. – Ele se esticou e tentou alcançá-la. Seria fácil para Brenda se esquivar, mas ela não o fez. Ela não entendeu direito a sua reação... mas ela começou a temer a si mesma, então. – Vai se sentar aqui... me dê isso. – Ele tomou o controle de suas mãos.

*_Você anda pretensioso, musgo.

*_Sempre fui... nunca notou? – Dongwan puxou Brenda para seu lado, bem devagar. Ela era como um gato, qualquer movimento brusco a assustava e fazia com que desaparecesse. Ele costumava saber...

*_É... você sempre foi metido. – Ela deixou que seus pés a conduzissem para onde ele queria. Lentamente, Dongwan fez com que Brenda se sentasse na enorme cama de hospital em que estava.

*_Eu sei. E você sempre foi muito chata... não sei como sua amiga te agüenta.

*_Julie é uma ótima amiga... e você bem soube se aproveitar dela.

*_Ela se ofereceu para ajudar a parar minha dor... dor que todos ignoraram, menos ela. – Dongwan falava, enquanto convencia Brenda a fazer o que ele queria. Ele sabia que a melhor forma de comprá-la era um bom argumento. Com algum esforço, tirou seus sapatos. – Está melhor assim?

*_Não. – Brenda ainda sentia a fisgada. Seus músculos respondiam a espasmos involuntários. – Céus, é apenas o meu segundo dia na Ásia e eu já causei um tsunami.

*_Não se deve falar nisso por aqui. – Dongwan riu. – Dá azar.

*_Eu dou azar. Mas isso não te interessa... – Brenda fez menção de levantar. Aquele negócio de ficar deitada ao lado de Kim Dongwan não era algo que ela estava interessada em fazer.

*_Shhh... – Dongwan desligou a TV e puxou Brenda para si. Ela intentou resistir, mas desistiu em seguida. Ela não andava muito racional. – Lee me mandou tomar conta de você.

*_E você algum dia fez isso?

*_Não importa.

Dong Wan recostou Brenda em seu peito. Sentia a ardência das escoriações e a dormência por causa dos medicamentos, mas não estava enjoado. Tomou cuidado para não se embolar com o soro, e recostou-se nos travesseiros novamente. Ela fechou os olhos. Seu cérebro enviava um comando para que seus músculos repelissem aquele toque, mas seu corpo inteiro negava a existência de um cérebro.


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