I Hate You Then I Loved You escrita por Tatiana Mareto


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

chegando na reta final...



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Alex pensou várias vezes em ficar mais tempo no hospital, mas Brenda o fez desistir. Ela ficaria no hospital, mesmo de alta, enquanto Dongwan ali ficasse. Mas Alex deveria ir para algum lugar melhor. Ele deveria mesmo ir para casa. O médico liberou para que fosse a Taiwan, e ele convidou Julie para ir com ele. Ele teria que viajar com cuidado, mas poderia ir.

_Não posso, Alex. – Julie recusou o convite, sofrendo. – Com Brenda internada, preciso assumir tudo. O Shinhwa ainda tem cinco membros, eles vão continuar se apresentando na TV e em outros eventos... as fãs já estão em polvorosa porque Dongwan está internado.

_Então vou ficar em Seul com você. – Ele decidiu.

_Você não tem que ficar comigo... – Julie tentava ser razoável como Brenda, afinal teria que assumir suas funções. – Eu vou ter muito trabalho... talvez nem consiga te dar a atenção necessária.

_Mesmo assim prefiro ficar por perto.

_Que bom que pode tirar férias assim... – Ela implicou.

_Será bom que Joey fique por perto também... porque logo, logo Brenda terá que confessar a Dongwan a verdade.

_E vocês ficarão onde?

_Nós ficaremos em um hotel... como todos.

_Tá bom. – Julie não iria discutir muito com ele. Se ele fosse mesmo parecido com Brenda, discutir era inútil.

Saíram do hospital e alguns carros estavam esperando para levá-los até onde quisessem. Lee Hom tinha prestígio em qualquer lugar da Ásia, e enfrentar uma multidão de fãs que se aglomerava fazendo vigília no hospital seria difícil. Os outros membros do Shinhwa estavam também fora do hospital, desde que todos estavam melhorando. Eles precisavam continuar a seguir suas vidas e cumprir suas obrigações, ainda mais sem Dongwan.

Já havia entardecido bastante quando Julie pensou que deveria voltar ao seu hotel, para tomar um banho e deixar Alex descansar. Ela pegou sua bolsa e foi até ele despedir-se. Os hotéis eram diferentes, e o quarto delas era muito mais simples do que aquele.

_Onde vai? – Ele perguntou, sonolento por causa dos medicamentos que ainda tomava.

_Para o hotel... vou tomar um banho e...

_Você não precisa ir. – Alex a puxou pela mão. – Não precisa mesmo...

_Mas agora você está cercado da família e...

_Eu estou em um andar com cinco quartos, todos ocupados por mim mesmo. Este aqui é só meu, se alguém entrar, é expulso. – Ele riu. – Ai, estou completamente zonzo.

_Quer que chame alguém?

_Não, quero que fique! – Ele insistiu. – Os dias têm sido uma loucura... só nos vimos em situações constrangedoras, em tragédias. Todos só choram e sofrem... preciso de você agora, que está tudo em paz, também. – Ele puxou Julie para si e a abraçou, apoiando a cabeça em sua barriga. – E eu estou tão tonto que logo, logo eu durmo. Não vai ter que me aturar muito.

Julie caiu na risada.

_Eu adoraria ter que te aturar o tempo todo. – Ela acariciou seus cabelos. – Está bem, eu fico... mas vou usar o seu roupão.

_Pode usar o que quiser, não usar o que quiser...

_Alex... – Julie o repreendeu. – Você tem um buraco de dois quilômetros na cabeça e outro de cinqüenta metros na barriga.

Ele sorriu, e fez com que eu corpo deslizasse pelo dela até encontrar sua boca. Beijou-a suavemente.

_Eu só preciso de você aqui. Nada mais importa agora.

Brenda foi novamente até o quarto de Dongwan. Era noite, naquele dia ninguém apareceu no hospital além de sua mãe que ficava ali constantemente. Foi um sossego ao qual ela não estava acostuma. Dongwan passara o dia sonolento e mal humorado. Ela normalmente o ignoraria, mas desde que seu coração resolveu aceitar que ela o amava... simplesmente qualquer coisa que ele sofresse era como se fosse com ela mesma. O mau humor dele a deixava ainda mais irritada. E ela sabia que eram efeitos dos medicamentos. Ele, ao menos, ainda não tinha rejeitado o órgão e estava se recuperando rapidamente.

*_Dongwannie... – Ela se aproximou. Sentou-se na beirada da cama e deitou-se, querendo dividir com ele o travesseiro.

*_O que foi? Daqui a pouco o médico vem te expulsar... você nunca vai melhorar desse jeito. – Ele se virou para ela, brigando. Seu rosto se iluminou em um sorriso, tão logo enxergou-a ao seu lado.

*_Eu não ligo para o médico e estou melhorando... minha cirurgia já quase fechou. Tenho só uns 4 pontinhos estourados... mas eu vim aqui por outra coisa.

*_Outra coisa?

*_Sim, algo importante.

*_Já sei... você quer minha senha bancária. – Ele implicou.

*_Não. Eu quero te beijar. – Ela disse, olhando sério para ele. Era difícil ficar séria, mas ela tentou. Brenda costumava ser séria, apesar de todo o esforço de Dongwan para fazê-la rir.

*_Ahm? – Ele não entendeu.

*_Desde que você resolveu se enfiar embaixo de outro carro, ainda não te beijei. Você sabe... Brenda quando precisa de alguma coisa...

*_É uma ordem. – Ele riu. Segurou a cabeça de Brenda com uma mão e beijou seus lábios. Ela teve medo de lhe encostar e ferir algo. Colocou as mãos suavemente sobre os seus quadris, desejando segurá-lo com força. Fechou os olhos até o momento em que ele soltou sua boca, devagar.

*_Obrigada. – Ela disse, sorrindo. – E tem mais outra coisa. Eu sei que você está frágil... mas se eu não te contar isso, vou ser consumida. Eu preciso... preciso falar. Eu estou nervosa, eu estou ansiosa, eu preciso. E é só com você que posso compartilhar isso.

Dongwan sentiu que Brenda estava aflita. Ela jamais pediria para ser beijada daquela forma... e depois tinha algo para contar. Ele se sentou na cama, e olhou para ela. Havia sim, um misto de ansiedade e nervosismo em seu olhar. De repente, ele se recordou da mesma Brenda que ele conhecera anos atrás... e por quem se apaixonara. Os olhos de uma menina assustada estavam de volta. E talvez aquilo fosse realmente assustador.

*_Fale. Estou ouvindo.

*_Você lembra quando eu fui embora para os EUA?

*_Todo dia. – Ele puxou do fundo da memória. – Quantas vezes me peguei imaginando por que você teria ido embora.

*_Pois bem... eu fui embora porque eu estava fugindo.

*_Fugindo do que? – Donwan ficou curioso. – De mim?

*_Nem tudo é sobre você, Kim Dongwan! – Brenda, por um instante, era Brenda novamente.

*_Então... fugindo de que? – Dongwan decidiu ignorar o tom jocoso do comentário.

*_Você se lembra da noite em que você me pegaria na universidade e você não foi? Logo depois... da festa na casa de Eric. Você não apareceu e eu decidi ir embora sozinha...

*_Alex não foi te buscar? – Dongwan estranhou. – Nossa, fazem uns seis anos... eu pensei que ele tinha te pego, foi o que... depois disso você ficou quase uma semana sem aparecer... ele disse que você tinha viajado. Foi tudo tão confuso, eu achei que tivesse acontecido algo sério.

*_Aconteceu. Ele mentiu para você, mentiu porque eu pedi. Eu estava no hospital enquanto ele disse que eu viajava. – Ela disse, voz baixa.

*_Como? Hospital? – Dongwan parecia mesmo confuso.

*_Naquela noite, indo para casa, eu fui estuprada.

Dongwan franziu-se todo. Brenda estava lhe falando um absurdo... algo que ele nunca sonhou que pudesse ter acontecido com ninguém que ele conhecesse. Sentiu uma fisgada na cirurgia. Sentiu-se mais zonzo ainda. Sim, aquilo era um absurdo e só podia ser considerado brincadeira.

*_Ok, isso é brincadeira, certo? Isso é... e de mau gosto!

*_Não é brincadeira. Eu lá brinco com essas coisas... eu fui deixada jogada em um beco... um transeunte me viu e chamou a polícia. Alex foi me encontrar no hospital, porque ele estava na minha lista de discagem rápida e ele era meu responsável no seguro saúde. Eu estava desacordada... mas logo depois fiz com que ele prometesse que ninguém nunca saberia disso. Era para ser um segredo.

*_E você fugiu por quê? Céus Brenda... eu nunca soube, eu nunca... – Ele estava transtornado.

*_Eu fugi porque eu não podia encarar você. Eu te culpei, Dongwan. Você tinha que ter estado comigo naquela noite. Eu simplesmente te culpei.

Dongwan abraçou Brenda com força. Ele nem ligou se estavam ambos convalescendo de uma cirurgia delicada. Ela recostou-se em seu peito... a sensação de alento que ela procurava por anos. Ele não tinha palavras para dizer o que sentia. Não tinha como expressar o turbilhão de pensamentos que lhe inundavam.

*_Eu nunca soube. – Ele disse outra vez. – Desculpe-me... eu jamais deixaria que alguém te ferisse! Eu trocaria de lugar com você qualquer coisa que acontecesse!

*_Eu fiz tudo errado, Dongwannie. – Brenda respirou fundo. – Todos pensam que eu não te falaria isso agora, mas chega de desencontros. Naquela noite... eu fui examinada. Poucos dias depois, fui constatada grávida. Como vítima de estupro, queriam me dar medicamentos para matar o feto. Eu não deixei... eu não poderia. Mas também não poderia criar o filho daquela violência toda.

*_Você teve um filho? – Ele estava, então, verdadeiramente horrorizado.

*_Sim. Ele nasceu há cinco anos e sete meses atrás... deixei ele na maternidade, para que fosse adotado. Para mim, ele tinha sido adotado por uma família chinesa. Era um menino... porém um menino mestiço, filho de uma mulher ocidental. Mas hoje... hoje eu descobri que, sem me falar nada, Alex vem cuidando do meu filho. Ele levou o bebê para sua casa e diz para todo mundo que é seu irmão mais novo.

*_Joey! – Dongwan assustou-se. – Joey é seu filho???? Alex disse que o tinha adotado... mas... ele... Joey é coreano. – Dongwannie considerou. – Como ele pode ser seu filho... se ele nem é chinês?

*_Você o conhece??? – Brenda sentiu os olhos se encherem de lágrimas.

*_Sim, conheço... eu o vi poucas vezes, é um menino lindo. Alex disse que ele fora abandonado pela mãe... mas insisto... como Joey pode ser seu filho se ele é coreano???

*_É porque alguns dias atrás, por mais absurdo que isso possa parecer, e por mais insano que toda essa situação seja, descobriram que Joey não era só meu filho. Ele é sim, coreano. Isso porque Joey também é seu filho, Dongwannie. – Brenda disse aquilo quase muda. Sua voz estava baixa. Dongwan a soltou e passou as mãos pelos cabelos.

*_Você só pode estar brincando comigo. – Ele disse, depois de vários minutos sem ar. Seu peito se movia rapidamente. Brenda olhava para baixo, ela não sabia o que dizer.

*_Eu não estou. O menino esteve aqui. Julie disse que ele se parecia com você. Todas as peças do quebra cabeças se juntaram automaticamente... estávamos cegos demais para ver o óbvio.

*_Isso é... – Ele apertava os lábios, lágrimas nos olhos. – Isso é... ok, eu preciso ficar sozinho.

*_Dongwannie eu...

*_Brenda, por favor... – Ele disse, virando-se para o lado. – Não resolva ser uma boa pessoa agora. Eu preciso ficar sozinho.

Brenda resolveu respeitar a vontade de Dongwan e deixou o quarto. Ela também estava confusa, não podia culpá-lo. Mas naquele momento, tudo que ela queria era que ele a abraçasse e dissesse que tudo ia ficar bem. Era a segunda vez que ela precisava de um abraço; dele do lado dela. E ele não estava.


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